“Antevemos que o PIB real de Moçambique vá acelerar de uns estimados 2,2% em 2021 para 5,3% em 2022, principalmente impulsionado pelos investimentos em ativos físicos, com o setor do gás a surgir como o principal motivador dos fluxos de investimentos no país”, lê-se na mais recente análise à economia moçambicana.
No relatório, enviado aos investidores por esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, e a que a Lusa teve acesso, os analistas apontam que “apesar de o consumo privado ir abrandar este ano devido à subida da inflação, que erode o poder de compra dos consumidores, as restrições no âmbito da pandemia de covid-19 continuam a abrandar, e isto vai aumentar o consumo”.
Para 2023, o crescimento do PIB deverá acelerar para 6,5%, “à custa dos aumentos da produção e das exportações de gás natural liquefeito”, acrescenta a Fitch Solutions.
Olhando para as finanças públicas, esta consultora prevê que o défice da conta corrente melhore de 21,8% do PIB em 2021, para 16,2% este ano, o valor mais baixo dos últimos doze anos.
“Prevemos que o crescimento da exportação de bens vá ultrapassar o crescimento da importação de bens, motivando esta notável melhoria do défice”, explicam, apontando o carvão, o alumínio e o gás como as principais matérias-primas a serem exportadas.
Na política monetário, a perspetiva é que o Banco de Moçambique aumente novamente a taxa de juro diretora em 50 pontos-base (0,5 pontos percentuais) para 15,75% no final do ano.
“As pressões da inflação vão levar os decisores políticos moçambicanos a aumentarem a taxa de juro, com o fortalecimento do crescimento económico a permitir ao banco central manter a sua taxa de juro nos 15,75% em 2023, com a desaceleração da inflação e a manutenção do crescimento económico robusto”, argumentam.