O chefe de Estado respondia à questões, no âmbito da V Cimeira entre Moçambique e Portugal, que conta com a presença do primeiro-ministro português, António Costa, em Maputo, sobre como o gás moçambicano pode colmatar a escassez na Europa, face à deterioração do fornecimento russo após a invasão da Ucrânia.
“Fizemos a primeira plataforma: qual a possibilidade de fazer mais outra? Há estudos nesse sentido”, admitiu o PR, acrescentando que teve encontros com empresas que exploram gás, italianas, francesas e seus parceiros para ver a possibilidade de uma nova plataforma.
Nyusi reconheceu que há muita procura, daí os estudos em curso, avançando que a meta é existir, de certa forma, maior produção, que possa alimentar o mercado europeu e até africano.
Sobre a Bacia do Rovuma
A Bacia do Rovuma tem algumas das maiores reservas de gás do mundo e há três projetos de exploração aprovados, dois que conduzem o gás do fundo do mar para liquefação em terra e um outro em mar alto, com uma plataforma flutuante (designada Coral Sul) autónoma.
Dos três, apenas o mais pequeno, no oceano Índico, está prestes a exportar gás, porque os outros dois (da Total e Exxon Mobil), em terra, estão parados devido à violência armada na província de Cabo Delgado.
A produção do projeto Coral Sul vai ser toda vendida à petrolífera BP durante 20 anos, com opção de extensão por mais 10, ou seja, para satisfazer mais procura, como a que agora surge na Europa, seria necessário arranjar outras formas de extrair e processar o gás do Rovuma, contornando a violência em Cabo Delgado.