A suspensão das obras do projecto de gás liderado pela multinacional Total após o ataque ao distrito de Palma teve um impacto negativo directo estimado em 116 milhões de dólares.
“A suspensão teve impacto directo de cerca de 116 milhões de dólares de volume de negócios e 3.250 trabalhadores, incluindo trabalhadores directos da Total, ficaram com os contratos suspensos”, declarou Filipe Nyusi, numa comunicação à nação sobre a violência armada terrorista em Cabo Delgado a partir da Presidência da República, em Maputo.
O ataque a Palma, junto ao projecto de gás em construção, ocorreu em 24 de Março, tendo provocado dezenas de mortos e feridos.
O distrito acolhia o projecto de exploração de gás natural liderado pela Total, o maior investimento privado em África (na ordem dos 20 mil milhões de euros), entretanto suspenso devido à insegurança na região.
Segundo Filipe Nyusi, o ataque afectou as operações de, pelo menos, 28 empresas, 17 das quais sofreram avultados danos materiais, e a suspensão das obras afetará os prazos do projecto.
“A Total suspendeu todas as actividades de implementação do projecto, dos contratos com os construtores, fornecedores de bens e serviços e de mão-de-obra. Desta medida resultará o atraso do início da exploração do gás liquefeito”, declarou Filipe Nyusi, avançando ainda que foi suspenso o desembolso do primeiro financiamento do projecto.
“A violência desestabiliza as instituições e a actividade económica, reduzindo a confiança dos investidores por causa da percepção de riscos associados”, acrescentou.
De acordo com chefe de Estado, em todos os distritos afectados pela violência armada desde 2017, a actividade mineira foi totalmente paralisada e a agricultura tornou-se arriscada, o que tem impacto sobre as famílias, maioritariamente dependentes da actividade.