Moçambique está a dar passos significativos em direcção a uma revolução energética que visa estabelecê-lo como um dos principais produtores de energia hidroeléctrica do continente africano, ao mesmo tempo, em que inaugura uma promissora indústria de hidrogénio verde.
Com planos ambiciosos de aumentar sua capacidade hidroeléctrica em 14.000 megawatts, principalmente entre 2030 e 2040, o governo revelou uma Estratégia de Transição Energética detalhada e estratégica de 60 páginas, ainda não publicada, mas acessada pela agência Bloomberg. Paralelamente, anuncia a implementação de um programa de hidrogénio verde ainda este ano, segundo o documento.
Este plano serve como um manifesto para capitalizar o imenso potencial de energia verde do país e impulsionar o crescimento e a industrialização de uma economia que, meio século após a independência, ainda é predominantemente agrária e economicamente fragilizada.
“Moçambique é detentor de uma riqueza incomensurável em activos energéticos,” destaca o governo, estimando o custo desta monumental transição em 80 mil milhões de dólares até 2050. “A utilização estratégica e ponderada destes activos energéticos poderá catalisar de forma significativa a transição para uma economia industrializada de rendimento intermédio”, afirma o documento.
Este ambicioso plano de transição energética encontra paralelo em iniciativas semelhantes anunciadas por outras economias em desenvolvimento, como África do Sul, Senegal, Indonésia e Vietnã, que juntas conseguiram atrair compromissos de financiamento na ordem dos 47 mil milhões de dólares de algumas das nações mais prósperas do mundo.