O Banco de Moçambique anunciou a redução da sua principal taxa de juro, conhecida como taxa MIMO, de 15,75% para 15%. A decisão foi comunicada pelo governador do banco central, Rogério Zandamela, durante a apresentação das medidas adoptadas pelo regulador financeiro.
A justificativa para essa redução baseia-se na perspectiva de que a inflação permanecerá em um dígito no médio prazo. Zandamela afirmou que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções permanece favorável, além de destacar a estabilidade do sistema financeiro nacional.
No contexto económico actual, a inflação anual registou 3,3% em Abril de 2024, após marcar 3% em Março. A inflação subjacente, que exclui frutas, vegetais e bens com preços administrados, permaneceu estável. Esses indicadores reforçam a expectativa de uma inflação em um dígito no médio prazo.
Zandamela ressaltou a solidez do sector bancário, destacando um rácio de solvabilidade de 25,1% em Março, acima do mínimo regulamentar de 12%, e um rácio de liquidez de 43,6%, também superior ao nível regulamentar de 25%. O teste de esforço de solvência mostrou que o sector bancário possui reservas de capital suficientes para enfrentar potenciais perdas.
Quanto ao risco sistémico, que avalia o potencial efeito de contágio decorrente de perturbações no sistema bancário, Zandamela o considerou moderado. Esse comportamento reflete a recuperação gradual da actividade económica, a estabilidade do metical e a recente evolução da inflação.
O Banco Central continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo, ajustando o ritmo e a magnitude conforme as perspectivas da inflação e a avaliação dos riscos subjacentes. A próxima reunião do Comité de Política Monetária está agendada para 31 de Julho de 2024.