O projecto Coral Sul, localizado na Área 4 da Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique, continua a consolidar sua presença no mercado internacional de gás natural liquefeito (GNL). Desde o início das exportações em Novembro de 2022 até Junho de 2024, foram realizados 63 carregamentos de GNL, totalizando 4,48 milhões de toneladas exportadas, conforme noticiado pelo jornal Notícias.
Segundo dados estatísticos recentemente divulgados pelo Governo, mais de 20 desses carregamentos ocorreram em 2024. O Banco de Moçambique destacou que, no primeiro semestre deste ano, as receitas de exportação de gás natural aumentaram em 6,4 mil milhões de meticais (aproximadamente 102,1 milhões de dólares) em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em 2023, as exportações de gás geraram uma receita de 1,6 milhões de meticais, com uma média mensal de quatro a cinco embarcações partindo de Cabo Delgado. Esse crescimento reflete tanto as políticas de exportação quanto a crescente demanda internacional por gás natural.
No entanto, apesar dos resultados positivos, Rudêncio Morais, administrador-executivo para pesquisa e produção da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), salientou que Moçambique ainda enfrenta desafios para aumentar sua capacidade de produção. Ele observou que, embora o projecto Coral Sul esteja em ascensão, ainda não atingiu seu pleno potencial.
No mesmo sentido, o Presidente da República, Filipe Nyusi, em seu último informe sobre o Estado da Nação, sublinhou que o pico de produção do projecto será alcançado nos próximos anos, período em que a contribuição do Coral Sul para a economia nacional será ainda mais significativa. Nyusi afirmou que a liquefacção de gás natural em Cabo Delgado é a realização de um sonho de décadas, posicionando Moçambique como um actor relevante no mercado global de energia.
Em 2024, os principais destinos do gás natural moçambicano foram a Índia, África do Sul, Coreia do Sul, Singapura e China. A plataforma Coral Sul, localizada a cerca de 30 quilómetros do distrito de Palma, é operada pela empresa italiana Eni em nome dos parceiros da Área 4, que incluem a Mozambique Rovuma Venture, Galp, Kogas e ENH. A instalação tem uma capacidade de produção anual de 3,3 milhões de toneladas.