Terça-feira, Abril 23, 2024
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Desempenho das empresas estagnou no III e no IV trimestre de 2022

De acordo com a X edição do Relatório do IRE, houve vários fatores que motivaram para esta estagnação, sendo de destacar o impacto da motivação em 3 pontos percentuais do índice do ambiente macroeconómico, de 50% para 47%, entre o III e o IV Trimestre , o que se reflete no aumento de custos de produção e nos encargos com a banca na sequência da decisão do Banco Central de aumentar os coeficientes de reserva obrigatória, tanto para passivos em moeda estrangeira como nacional.

No que diz respeito ao índice de emprego, no IV Trimestre de 2022 continua a denotar-se como os temporários do mercado de trabalho, situando-se em 108,55%, com maior preferência para empregos temporários e em tempo parcial. Esta situação foi reconhecidamente no recente relatório do Banco Mundial, que mostra que, enquanto o país registra cerca de meio milhão de pessoas a entrar na força do trabalho, do lado da oferta, há apenas 25 mil vagas.

Face às características do que foi o último quarto de 2022, prevê-se boas perspectivas para este I Trimestre de 2023, sugerindo na previsão de um melhoramento do ambiente macroeconómico, induzido pela interrupção da atividade empresarial, principalmente no setor de hotelaria e restauração, indústria cultural e recreativa, e o prosseguimento da estabilidade cambial, facto que poderia amortecer a subida dos preços das internacionais.

Entretanto, as calamidades naturais, na sequência das fortes chuvas, provocantes em parte pelo ciclone Freddy, estão a afectar a oferta de produtos alimentares, levando a pressões inflacionárias, que em Fevereiro ficaram a dois dígitos.
A destruição de infraestruturas rodoviárias, sociais e económicas que tem vindo a ser reportada tem afectado os níveis de produção, com a paralisação de algumas unidades económicas, o que incidirá rendimento na tesouraria das empresas, afectando a sua capacidade de cumprir com as suas responsabilidades fiscais e com a massa laboral.

Sobre este aspecto, o CTA espera que as medidas anunciadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na sua última Comunicação à Nação, com destaque para a extensão do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones, para a província da Zambézia, venham trazer resultados positivos no apoio ao sector empresarial afectado.
Igualmente, encorajo o anúncio de que já há financiamento garantido para as obras de reabilitação da EN1, o que vai permitir ganhos consideráveis ​​na rede da logística de transporte rodoviário, e não só.

“Estes são os sinais que a conjuntura interna e internacional nos remetem. O ano está cheio de desafios, riscos, mas também oportunidades para explorar, pelo que convido a todos, para em conjunto aprofundarmos a discussão em torno destes e outros desafios, como é o caso das reformas necessárias para a retirada de Moçambique da Lista Cinzenta, consolidando os ganhos que estamos a registar que ao nível de metas estão agora a cima de 50%”, frisou o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, na abertura da XI edição do Economic Briefing.

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