A petrolífera Exxon Mobil anunciou que pode tomar uma decisão final de investimento em Moçambique, quando a francesa Totalenergies levantar a cláusula de “força maior” que ativou para suspender o seu projeto de gás natural no norte do país africano, disse à Lusa fonte do Governo de Moçambique.
De acordo com a mesma fonte do Governo moçambicano, o vice-presidente da Exxon Mobil para África assinalou que os avanços conseguidos pelas forças conjuntas de Moçambique, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Ruanda no combate aos grupos armados que protagonizam ataques no norte do país, transmitem confiança para a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento dos projetos de gás natural.
“Isto dá-nos confiança, estamos satisfeitos e estamos encorajados”, disse, citado pela mesma fonte.
No mesmo contexto, Walker Keinsteiner expressou ainda otimismo sobre a perspetiva de regresso das populações obrigadas a fugir das suas zonas de origem nos distritos afetados pela violência armada.
Max Tonela encontra-se em Washington para participar nas Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), tendo previstos encontros com personalidades de instituições financeiras internacionais e do mundo dos negócios.
Os projetos de gás natural da bacia do Rovuma, norte de Moçambique, conheceram um revés em março de 2022, quando a petrolífera francesa Totalenergies evocou a cláusula de “força maior” para suspender o seu investimento de mais de 20 mil milhões de euros na zona, o maior em África, na sequência de ataques armados na região.
Também no Rovuma, a Exxon Mobil lidera um consórcio que vai produzir gás natural, mas ainda não tomou a decisão final de investimento.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.