Concretamente, Madime falou do facto desta indústria ser de capital intensivo. Segundo o gestor, para Moçambique, a indústria de fârmacos é desafiante, uma vez que a implantação das respectivas infraestruturas requer uma robustez em tecnologia e recursos financeiros.
“Isto caracteriza por ser uma indústria de tecnologia de ponta, onde os investimnetos são muito altos, tanto em termos financeiros como de capital humano”.
Não obstante os desafios de que se referiu, Madime entende que há um mercado fértil, uma vez que a matriz económica do país vai tomando um rumo diferente e com melhorias assinaláveis e isso constitui vantagem no âmbito de atracção de investimentos.
“O mercado é bom. Qualquer investimento a ser feito neste sector não é em vão. Cada vez que o nosso país vai crescendo economicamente, o mercado também vai crescer”.
Falando da abertura interna para a implantação de fábricas para a produção de medicamentos, a fonte afirmou que há vontade política para que esse feito aconteça. Madime falou, a título de exemplo, do Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI), aprovado sob a Resolução n.º 52/2021 de 21 de Outubro.
O PRONAI tem como objectivo doptar o Governo de um programa que promova maior dinamização no processo de industrialização através da modernização e diversificação, promoção de investimentos e aumento de competitividade industrial.
Essa promoção privilegia o uso de matéria-prima local para o aumento da produção industrial, maior consumo dos produtos nacionais e redução da exportação em bruto.
Roma Shah, directora da Ratnatris Pharmaceticals, uma empresa indiana de fabrico e fornecimento de medicamentos, manifestou abertura para que a farmacêutica que representa se estabeleça em Moçambique.
Questionada pela preferência pelos fârmacos europeus, ao invês dos indianos, supostamente por estes terem uma qualidade duvidosa, Roma Shah afirmou que os medicamentos do seu país são excelentes e considera ser fundamental que os consumidores procurem obter informação suficiente sobre os fârmacos que procuram em farmâcias, para evitar constrangimentos.
Moçambique fabrica actualmente alguns fârmacos como o Paracetamol, a Nevirapina utilizada no protocolo nacional de tratamento das crianças infectadas por HIV e para a prevenção da transmissão vertical. Produz desde 2012 os antiretroviais com a ajuda do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) do Brasil.