A LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) tem uma dívida estimada em 230 milhões de USD com diferentes fornecedores. A verba foi revelada esta terça-feira pelo Director-geral da empresa, João Carlos Pó Jorge, num media breakfast. A afirmação de Pó Jorge surgiu em resposta a uma questão que visava perceber em que medidas as contas da companhia de bandeira estão no vermelho.
“As contas da LAM estão no vermelho. A empresa carrega uma dívida no passado de 230 milhões de USD, correspondente a bancos, fornecedores domésticos, bem como, mas em menor grau, aos fornecedores externos”, afirmou Pó Jorge.
Mesmo mergulhado nessa dívida, o Director-geral da LAM afirmou que os prejuízos operacionais começaram a reduzir em 2018 e que as contas de Dezembro de 2020 estavam em “breakeven” (significa que os custos e despesas operacionais se igualam à receita).
“Isto é uma indicação de que estamos no caminho certo. Contamos que, em 2021, caso a pandemia alivie e comecemos a operar com mais utilização dos recursos que temos, passaremos para o positivo”.
A frota da LAM é composta por seis aviões alugados, nomeadamente, dois (2) Boeing 737-700; um Bombardier Q 400; e três Embraer 145, estes operados pela subsidiária, Moçambique Expresso (MEX).
Refira-se que, nos últimos anos, a LAM tem-se batido com a uniformização da frota, tendo já vendido, em Dezembro de 2018, um Boeing 737-500 Classic à companhia afegã “Ariana Afghan Airlines” por 2.5 milhões de USD.
Ainda nesse quadro, a LAM tem dois Embraer 190 à venda em “hangar” localizado em Nairobi, no Quénia, desde Setembro de 2019. A escolha daquele país foi fundamentada por
Pó Jorge pelo facto de o Quénia ter sido certificado para fazer manutenção daquele tipo de aeronaves.
Verdade é que pelo armazenamento desses dois Embraer, a LAM paga, mensalmente, 40 mil USD para cada avião. Desde o armazenamento das aeronaves, continua longe de encontrar um comprador, de tal modo que a gestão da empresa chegou a ponderar vender os aviões às peças. Sem comprador, a LAM tem estado a arcar com custos de armazenamento. De Setembro de 2019, a esta parte, João Carlos Pó Jorge disse terem sido pagos 400 mil USD, referentes a cinco meses de parqueamento.