Sábado, Maio 18, 2024
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Moçambique disponível para estudar conversão da dívida em investimento climático

O Governo moçambicano expressou sua disposição em estudar a possibilidade da conversão da sua dívida com Portugal em um mecanismo de financiamento para impulsionar a “transição climática”. Uma fonte do Ministério da Economia e Finanças (MEF) revelou à Lusa que, dada a crescente exposição e vulnerabilidade de Moçambique aos impactos das mudanças climáticas, o país está aberto a discutir essa abordagem inovadora com seus parceiros de cooperação.

A dívida de Moçambique para com Portugal actualmente atinge os 675 milhões de euros (46,3 mil milhões de meticais), uma cifra considerável que coloca a gestão da dívida no centro das preocupações do governo. O Ministério da Economia e Finanças, ao fechar o terceiro trimestre com um ‘stock’ de dívida pública de 971,7 mil milhões de meticais, observou um aumento de 5,1% em comparação com o final de 2022, conforme destacado no recente relatório de balanço económico e social.

O aumento da dívida, conforme enfatizado no relatório, foi amplamente influenciado pela evolução da dívida interna, mesmo em meio a uma relativa estabilização da dívida externa. Esse cenário suscita preocupações sobre a sustentabilidade financeira e destaca a importância de explorar estratégias inovadoras para aliviar a carga da dívida.

A fonte do MEF salientou a abertura do governo moçambicano para avaliar a viabilidade da conversão da dívida em um mecanismo de financiamento dedicado à transição climática. Esta abordagem, que tem sido estudada com outros credores, reflecte o reconhecimento da necessidade urgente de enfrentar os desafios ambientais e a disposição de Moçambique para colaborar com seus parceiros, incluindo Portugal, nesse esforço.

O diálogo proposto não apenas destaca a busca por soluções inovadoras, mas também destaca o compromisso de Moçambique com questões ambientais. A conversão da dívida em investimento climático poderia representar uma oportunidade única para abordar não apenas as preocupações financeiras imediatas, mas também promover a sustentabilidade ambiental, alinhando-se com as metas globais de mitigação das mudanças climáticas.

Apesar dos desafios financeiros evidenciados pelo aumento da dívida, Moçambique demonstra resiliência ao buscar abordagens inovadoras e colaborativas. A possibilidade de converter a dívida em investimento climático não apenas abre novos horizontes para a cooperação entre Moçambique e Portugal, mas também destaca a importância de abordar questões financeiras em um contexto mais amplo de sustentabilidade global.

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