Moçambique e Malawi, países vizinhos na África Oriental, estão buscando soluções para facilitar a mobilidade de motoristas de longa distância ao longo de sua fronteira comum. Essa iniciativa surge devido à importância estratégica de Moçambique para a logística do Malawi, que depende dos portos de Beira, em Sofala, e de Nacala, em Nampula, para suas importações e exportações.
Parte da mercadoria destinada ao Malawi é transportada por estrada até o Porto da Beira, mas ambos os países estão investindo na reconstrução do ramal da Vila Nova da Fronteira, que se conecta à linha férrea de Sena. As obras desse ramal foram concluídas em Moçambique no ano passado, aguardando-se agora a finalização no território malawiano.
Recentemente, Moçambique e Malawi iniciaram conversações diplomáticas para discutir maneiras de melhorar a mobilidade dos motoristas de longa distância ao longo da fronteira. Essas conversações foram motivadas por um incidente em que um motorista de caminhão do Malawi foi agredido por agentes da guarda-fronteira moçambicana no posto fronteiriço de Zóbuè, em Tete. Esse incidente gerou preocupação e levou quatro associações de transportadores do Malawi a pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do país que intercedesse junto ao governo moçambicano para evitar futuras ocorrências desse tipo.
Em uma carta dirigida ao Ministério dos Transportes e Obras Públicas do Malawi, as associações de transportadores solicitaram uma investigação sobre o incidente e a aplicação de medidas severas contra os agentes envolvidos. O Cônsul-geral do Malawi em Tete e o Cônsul-geral de Moçambique em Blantyre estão envolvidos nas negociações para resolver o problema de forma amigável.
Apesar desse incidente, as relações diplomáticas entre Moçambique e Malawi continuam sólidas. Ambos os países estão empenhados em garantir que a fronteira entre eles seja um local seguro e eficiente para o comércio e a circulação de pessoas.