Sábado, Dezembro 14, 2024
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Moçambique poderá reduzir importações com a produção local de biocombustíveis

Moçambique tem as condições agrícolas necessárias para produzir grandes quantidades de biocombustível para consumo interno, reduzindo consideravelmente as importações, segundo dados preliminares de um estudo realizado pela Green Light, uma empresa de consultoria focada em energia e ambiente na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O estudo foi recomendado pelo Ministério da Economia e Finanças, no âmbito do Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE) do Governo.

O PAE recomenda a mistura de biocombustíveis produzidos localmente (biodiesel e bioetanol) nos combustíveis líquidos importados para consumo interno.

De acordo com o representante da Green Light, Víctor Matavel, que falava durante a apresentação do estudo, na quinta-feira, em Maputo, existem várias culturas produzidas no país que podem servir de matéria-prima para a produção de biocombustíveis.

Apontou a mandioca, caju, milho, batata-doce, cana-de-açúcar e mexoeira, para a produção de bioetanol, e o algodão, coco, palma e rícino para a produção de biodiesel.

“Em termos de custos de produção de biocombustíveis, o estudo concluiu que a cana-de-açúcar exigiria entre 1,42 e 1,04 dólares por litro, enquanto a mandioca custaria entre 1,76 e 1,21 dólares por litro. Para a implementação efectiva da obrigação de mistura de biocombustíveis nos combustíveis líquidos, o país deve ter uma estratégia de produção de biocombustíveis, infra-estruturas de transporte, logística de biocombustíveis nos terminais de distribuição e adaptação das bombas de combustível e viaturas”, disse, citado pelo jornal independente ‘Carta de Moçambique’.

O maior obstáculo é o preço do biocombustível, que é superior ao dos combustíveis líquidos importados, o que pode tornar o estudo inútil.

Já houve uma série de estudos sobre o potencial de produção de biocombustíveis em Moçambique, mas nenhum deles se revelou viável.

O estudo final, que ainda está a ser realizado e não tem data para ser apresentado ao público, é financiado pela Corporação Financeira Internacional (IFC), membro do Grupo Banco Mundial.

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