Domingo, Abril 27, 2025
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Moçambique será taxado em 16% nos produtos importados dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na Quarta-feira (2) a lista de países que serão cobrados com tarifas recíprocas e o percentual sobre os produtos importados.

O republicano mostrou que a Casa Branca optou por tarifar em metade do valor os países que cobram de itens produzidos nos Estados Unidos. No caso de nações como Moçambique e Malawi, que taxam em 31% e 34% os produtos americanos, a taxa será 17 e 16% respectivamente, como uma cobrança mínima.

O valor das tarifas a cobrar será cerca de metade do que os EUA consideram ser a soma das taxas e impostos cobrados aos seus produtos. No caso da União Europeia, onde a Administração afirma que os produtos norte-americanos são penalizados em 39%, a taxa aduaneira a implementar será de 20% sobre todos os produtos europeus. Ainda na Europa, as importações suíças serão taxadas a 31% e as do Liechtenstein a 37%.

As importações das maiores economias asiáticas serão particularmente penalizadas pelas tarifas recíprocas: 49% para o Camboja, 46% para o Vietname, 36% para a Tailândia, 34% para a China, 32% para Taiwan, 26% para a Índia, 25% para a Coreia do Sul e 24% para o Japão, anunciou Trump. Em relação à China, é ainda eliminada a isenção de taxa que vigorava em relação a produtos de baixo valor, o que penaliza plataformas de comércio online como a Temu.

Outros países são relativamente poupados. As importações do Reino Unido, Ucrânia, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Egipto, Marrocos, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe, por exemplo, serão taxadas pelos EUA a 10%, um valor mínimo que será aplicado a todas as economias.

No outro pólo, as importações do Lesoto e do pequeno arquipélago francês de Saint Pierre e Miquelon, ao largo do Canadá, serão taxadas a 50%.

O México e o Canadá, ficam, para já, de fora da lista dos países visados por estas novas tarifas, que têm dois tempos para serem aplicadas, apurou a Reuters: a tarifa “base” de 10% entra em vigor a partir de sábado (5 de Abril) e as restantes, acima desta percentagem, começam a ser aplicadas a partir de 9 de Abril. À agência, fonte da Casa Branca, não identificada, adiantou que serão visados 60 países no total.

Outros países são relativamente poupados. As importações do Reino Unido, Ucrânia, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Egipto, Marrocos, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe, por exemplo, serão taxadas pelos EUA a 10%, um valor mínimo que será aplicado a todas as economias.

No outro pólo, as importações do Lesoto e do pequeno arquipélago francês de Saint Pierre e Miquelon, ao largo do Canadá, serão taxadas a 50%.

O México e o Canadá, ficam, para já, de fora da lista dos países visados por estas novas tarifas, que têm dois tempos para serem aplicadas, apurou a Reuters: a tarifa “base” de 10% entra em vigor a partir de sábado (5 de Abril) e as restantes, acima desta percentagem, começam a ser aplicadas a partir de 9 de Abril. À agência, fonte da Casa Branca, não identificada, adiantou que serão visados 60 países no total.

Taxas sobre automóveis a partir da meia-noite

“Estamos finalmente a pôr a América em primeiro lugar”, afirmou Trump, qualificando o anúncio desta quarta-feira a uma “declaração de independência económica” e lançando-se num longo discurso contra os principais parceiros comerciais dos EUA, e alegando que as barreiras comerciais vão gerar “seis biliões [trillions] de dólares em investimento” no país. “O dia 2 de Abril será para sempre recordado como o dia em que a indústria americana renasceu, em que o destino da América foi resgatado e que começamos a tornar a América rica outra vez”, declarou Trump num evento nos jardins da Casa Branca, em Washington, perante membros do seu Governo, da imprensa, e de sindicatos do sector industrial.

O cenário optimista traçado pelo Presidente republicano é contudo contestado pela generalidade dos economistas e pela própria Reserva Federal norte-americana, que tem alertado para o potencial impacto inflacionário da política comercial agora anunciada.

Trump confirmou também que a tarifa global de 25% sobre as importações automóveis anunciada na semana passada entra em vigor esta quinta-feira, às 00h da Costa Leste norte-americana (05h em Portugal continental), enquanto a taxa sobre os respectivos componentes será aplicada a partir de 3 de Maio.

Antecipando a reacção dos parceiros comerciais, o Presidente norte-americano desafiou-os a produzir nos Estados Unidos e a remover barreiras comerciais. “Acabem com as vossas taxas, removam as vossas barreiras, não manipulem as vossas moedas e comecem a comprar produtos norte-americanos”, disse Trump.

Von der Leyen reage na Quinta-feira

As reacções internacionais ao anúncio, feito já depois das 21h em Portugal continental, são ainda escassas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se encontra numa cimeira no Usbequistão, remeteu para a manhã desta quinta-feira a resposta do executivo comunitário. Iniciar-se-á também um período de consultas com os chefes de Estado e de governo dos 27 para avaliar a resposta europeia.

Do outro lado do globo, na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese considerou que as medidas anunciadas por Washington “não têm base lógica” e que “não são um acto de um amigo”. O governante trabalhista acrescentou que o seu país não irá “juntar-se a uma corrida em direcção ao fundo que levará a preços mais elevados e crescimento mais lento”, sugerindo que Camberra não deverá anunciar medidas retaliatórias.

Na América do Norte, a Presidente do México, Claudia Sheinbaum, também marcou para amanhã o anúncio de eventuais medidas retaliatórias, afastando, contudo, qualquer estratégia de “olho por olho” e prometendo um plano para “fortalecer a economia sob qualquer circunstância”. Ao contrário do Canadá, o México tem conseguido evitar uma escalada verbal com a Administração Trump e manteve canais de contacto abertos com a Casa Branca.

No Canadá, cuja indústria automóvel está fortemente interligada com a norte-americana, o primeiro-ministro da província de Ontário acusou o Governo dos EUA de não compreender o funcionamento das cadeias logísticas. “Isto é a coisa mais ridícula que eu alguma vez vi”, declarou Doug Ford à estação de televisão norte-americana CNBC.

O anúncio foi feito após o encerramento dos mercados bolsistas norte-americanos. Ao final da noite de quarta-feira, os índices futuros apontavam para uma abertura em forte queda da generalidade das praças internacionais na manhã seguinte.

30% de tarifa sobre produtos sul-africanos

Trump afirmou que, face aos 60% de tarifas que a África do Sul impõe sobre produtos norte-americanos, os Estados Unidos aplicariam uma tarifa recíproca de 30% sobre os bens sul-africanos importados pelos EUA. Estes produtos incluem têxteis e bens agrícolas, como frutas cítricas. Repetiu a sua alegação de que “coisas más estão a acontecer na África do Sul”.

“Estamos a pagar-lhes milhares de milhões de dólares, e já cortámos esse financiamento porque muitas coisas más estão a acontecer na África do Sul”, declarou.

O economista Miyelani Mkhabela afirmou que as tarifas de 30% estão directamente ligadas ao desentendimento diplomático entre a administração Trump e a África do Sul.

“Os Estados Unidos tornaram-se imprevisíveis, pouco fiáveis e estão a oprimir o continente africano”, disse Mkhabela.

O ministro sul-africano do Comércio e Indústria, Parks Tau, afirmou que a África do Sul procurará agendar uma reunião com responsáveis norte-americanos para discutir os últimos desenvolvimentos. (FONTE: CNN/ DE/IMN)

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