Quinta-feira, Abril 18, 2024
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Moçambique vai negociar para continuar a explorar gás e carvão

O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, disse, em Glasgow, que Moçambique vai negociar para continuar a explorar o gás e carvão, de modo a usar este recurso para garantir a transição energética.

Segundo Carlos Agostinho do Rosário, o país vai, por um lado, negociar para que continue a explorar o gás natural e, por outro lado, buscar financiamento e tecnologias para que a exploração de carvão mineral em Tete não pare devido aos compromissos ambientais.

Para o Primeiro-Ministro, o gás natural faz parte da lista das energias fósseis, ou seja, prejudiciais ao meio ambiente e o mundo deve parar a sua exploração no âmbito da transição energética acordada em Paris em 2015.

Moçambique assumiu fazer a transição energética, entretanto tem nos projectos de exploração do mesmo gás natural em Cabo Delgado uma das principais esperanças de desenvolvimento, aliadas a investimentos bilionários.

Carlos Agostinho do Rosário, Primeiro-Ministro, explica como o país pretende gerir a situação. “Que não façamos a transição para energias limpas em prejuízo do processo do desenvolvimento em curso. É o que deixamos claro mesmo na nossa intervenção no plenário e que o gás possa ser usado como energia de transição, enquanto não tivermos financiamento e, sobretudo, tecnologias para massificarmos os projectos energéticos, eólicos, hídricos e solares”,

Se o gás não é uma energia limpa, pior é o carvão mineral. Em Glasgow negoceia-se para que os países desenvolvidos parem de usar carvão até 2030 e os países em desenvolvimento até 2040. Será que o país vai parar de explorar carvão, depois do anúncio da Vale-Moçambique de que vai abandonar a Mina de Moatize em Dezembro deste ano?

Em relação à questão, Carlos Agostinho do Rosário diz que “estamos aqui para negociar para que isto não aconteça. Quando nós dizemos que queremos energia, é para evitarmos exactamente esta situação e usar essas fontes de uma forma menos poluente. Assim, eles devem dar-nos dinheiro para adaptarmos essas fontes”.

Em 2015, no Acordo de Paris, os países mais industrializados responsáveis por 80 por cento da poluição ambiental assumiram o compromisso de disponibilizar, a partir de 2020, 100 biliões de dólares por ano para financiar acções climáticas nos países em desenvolvimento e mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas, como Moçambique. Carlos Agostinho do Rosário fala da estratégia do país para captar esses recursos.

“Quanto mais tivermos esses planos mais claros, mais facilmente podemos fazer pressão. O instrumento que apresentamos é claro e eu senti os nossos parceiros a saudarem a qualidade e a clareza do plano.”

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