A Moody’s estima que a dívida pública de Moçambique fique acima de 100% pelo menos até 2025 e antevê um crescimento de 3% este ano e acima de 5% em 2021.
A agência de notação financeira Moody’s considera que Moçambique vai ter dificuldades em inverter a tendência de dívida elevada, que este ano deverá ultrapassar os 100% do PIB, dependendo da evolução do sector do gás.
“Com o impacto do novo coronavírus no crescimento económico de Moçambique, e na sua posição externa e orçamental, fragilizando ainda mais o metical face ao dólar, esperamos que a dívida pública exceda os 100% do PIB a curto prazo, e a longo prazo é incerto que o país consiga reverter esta tendência face ao nível elevado”, lê-se na análise anual à economia moçambicana.
No relatório, a que a Lusa teve acesso, a Moody’s escreve que “a capacidade de inverter a trajectória da dívida vai depender essencialmente da recuperação económica e das melhorias da posição externa do país, mas em ambos os casos a evolução do sector do gás natural liquefeito vai ser essencial, o que é incerto devido ao ambiente actual de baixos preços”, acrescenta-se no relatório.
A dívida pública “vai provavelmente aumentar nos próximos anos, potenciada pelo endividamento crescente das empresas públicas, em particular a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos”, que precisa de financiar a participação nos projectos de exploração de gás no norte do país.
A Moody’s estima que a dívida pública fique acima de 100% pelo menos até 2025 e antevê um crescimento de 3% este ano e acima de 5% em 2021.