A Confederação das Associações Económicas (CTA) disse, esta terça-feira, em Maputo, não haver uma solução, a breve trecho, para minimizar o impacto da escalda de preços dos combustíveis em Moçambique dada conjuntura internacional.

“Não há solução para impedir a subida de preços de combustíveis no país. Não há um culpado, porque na verdade é uma dinâmica internacional, e o preço não é uma questão que pode ser gerida a nível de um país como Moçambique”, disse, o Presidente do Pelouro dos Recursos Minerais e Energia na agremiação.

Simoni Santi explicou que o conflito no leste europeu, associado ao subinvestimento no sector do petróleo durante a pandemia da covid-19 e a pressão dos ambientalistas para a transição energética, está a levar a Europa a procurar novos fornecedores de combustível, pelo que, esse processo também impacta directamente na subida dos preços para o consumidor final.

A Europa reduziu a sua produção “e neste momento, os mercados mais fortes são aqueles que estão a mandar. E Moçambique não tem poder para decidir qual vai ser o preço a aplicar porque essa decisão e tomada a nível internacional”, esclareceu a jornalistas na sede da CTA.

Na verdade, os custos de importação dos produtos refinados do crude na base estão cada vez mais caros. Ainda em Agosto deste ano a importação de uma tonelada de combustível poderá atingir cerca de 1.400 dólares, estando actualmente nos 1.200, dólares, depois de ter sido comercializada a 800 dólares.

O Presidente do Pelouro dos Recursos Minerais e Energia também fez constar que “a liberalização do mercado” para a entrada de mais operadores, ou seja, abertura de mais postos de abastecimento, “é um risco para o país e periga o mercado”. Contas feitas, “isso poderá colocar em risco o emprego de cerca de 60 mil pessoas o sector”.

“O país não está preparado para ter um mercado completamente livre e isso pode fazer com que a dinâmica do preço do combustível também suba de forma galopante”, explicou, alertando que “no início pode parecer um bom negócio, mas a médio prazo pode levar ao desemprego”.

De acordo com os empresários, a subida dos preços de combustível é sempre imprevisível e inevitável. Para o caso de Moçambique ele ainda encontra-se desajustado à realidade do preço de compra no mercado internacional, sendo que “a nível dos países da região ainda é artificialmente baixo”.

“Todos os custos operacionais estão agregados à figura do revendedor, que é, na verdade, o armazenista central, que viu sua margem de lucro a ser reduzida a 30%”, disse o Presidente da Associação dos Revendedores de Combustíveis de Moçambique, Nelson Mavimbe.

A margem de lucro dos revendedores de combustível era de sete meticais por quilo, mas com a queda de 30% está a agora entre quatro e 4.90 meticais por quilo.

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