Container loading in a Cargo freight ship with industrial crane. Container ship in import and export business logistic company. Industry and Transportation concept.
O Relatório da Balança de Pagamentos de 2024 revela que a factura de importações se situou em 8.375 milhões de USD, em 2024, o correspondente a 37,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O facto representa uma redução de 9.0% em relação a 2023, influenciada pela queda das importações de bens da economia tradicional (14%).
De acordo com o documento, os bens intermédios representaram cerca de 31% do total das importações, tendo custado ao país 2.579 milhões de USD, o que corresponde a uma redução anual de 16%, influenciada pela contenção na aquisição do alumínio bruto (54%), material de construção, excluindo o cimento (17%) e combustíveis (16,0%).
Quanto aos bens de consumo, com um peso de 25% do total dos gastos com importações, conheceram uma queda anual de 10%, fixando-se em 2.063 milhões de USD, ressentindo-se da diminuição nos gastos com os medicamentos e reagentes (28%), trigo (19%), óleo alimentar (17%) e automóveis (8%).
Por sua vez, a importação de bens de capital registou uma contracção de 16% para 1.474 milhões de USD, explicada pela redução na compra de maquinaria diversa (15%) e tractores e semi-reboques (30%).
O Relatório destaca que a vizinha África do Sul continua a ser a principal fonte de origem das importações moçambicanas, com um peso de 25%, que corresponde ao montante de 2.094 milhões de USD. A energia eléctrica, automóveis para transporte de mercadorias, barras de ferro e farinha de cereais são os principais produtos que Moçambique compra daquele país da África Austral.
Por sua vez, a China aparece em segunda posição, detendo um peso de 17% do total das importações, destacando-se pelo fornecimento de tractores, automóveis para transporte de mercadorias, diversa maquinaria pesada e pesticidas diversos.
Já os Emirados Árabes Unidos fecham o pódio, com um contributo de 6% nas importações, destacando-se no fornecimento de combustíveis, cimento, arroz e máquinas diversas, entre outros, cujo custo total ascendeu a 483 milhões de USD.
O norte de Moçambique poderá, a curto prazo, acolher a instalação de uma fábrica de aço, com base no uso de carvão nacional e centrada na transformação local de minérios. O projecto visa impulsionar a industrialização e aumentar a produção de bens com valor acrescentado no território nacional.
O anúncio foi feito esta segunda-feira (02) pelo presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial chinês Wang-Kang Safira, Zhong He Liu, durante uma audiência com o Presidente da República, Daniel Chapo, em Maputo.
“Nós queremos fazer uma fábrica de aço no norte e produzir produtos aqui em Moçambique”, afirmou o empresário, acrescentando que o grupo pretende diversificar os investimentos industriais com o objectivo de acelerar o crescimento económico do País.
Além da futura unidade siderúrgica, o grupo anunciou planos para a criação de uma zona económica especial no distrito da Moamba, província de Maputo, onde já opera a fábrica Safira Moçambique Cerâmica, inaugurada em Setembro de 2024 e considerada uma das maiores do sector em África.
“O primeiro passo é estabelecer uma zona económica especial em Moamba”, disse Zhong, que destacou o apoio institucional recebido desde o início dos investimentos no País. “O Presidente conhece-nos, temos a fábrica de cerâmica em Moamba, e fomos encorajados a continuar a investir e a ajudar a população e a economia de Moçambique.”
Durante a audiência, o chefe de Estado moçambicano saudou o compromisso do grupo e incentivou a expansão de investimentos com enfoque na criação de empregos e no bem-estar das comunidades. A reunião serviu também para avaliar os progressos das iniciativas em curso e identificar novas oportunidades de cooperação económica com o País.
O Grupo Wang-Kang, de origem chinesa, é um conglomerado com presença destacada na indústria transformadora. Desde a sua entrada no mercado moçambicano, em 2024, através da Safira Moçambique Cerâmica, tem vindo a afirmar-se como parceiro estratégico para a industrialização nacional, empregando centenas de moçambicanos e posicionando o país como uma referência na produção cerâmica no continente africano.
A nova direcção da Associação Industrial de Moçambique (AIMO), liderada por Paulo Chibanga, assumiu o compromisso de promover políticas activas de estímulo à produção local, com destaque para a industrialização, defesa do conteúdo moçambicano e redução da dependência face a produtos importados.
Em declarações prestadas na cidade de Maputo, no encerramento da 16.ª Assembleia-Geral Ordinária da agremiação, que elegeu os novos órgãos sociais para o mandato 2025-30, Chibanga afirmou que a industrialização será um eixo estratégico do novo ciclo, a par da intensificação da advocacia institucional junto das entidades públicas e privadas.
“Queremos incentivar a produção local, defender os interesses da indústria moçambicana e promover a exportação de bens com valor acrescentado produzido no País”, afirmou o dirigente, que destacou igualmente a importância de isenções industriais como medida para reforçar a competitividade das empresas nacionais.
A nova liderança da AIMO aponta ainda como prioridade a promoção da coesão interna entre os seus membros, o fomento de novas unidades industriais e o reforço da capacidade de liderança do sector privado.
Como parte das inovações introduzidas neste mandato, foi criado o Conselho Consultivo da AIMO, uma estrutura de apoio estratégico à direcção, composta por personalidades de reconhecido mérito nos meios empresarial, académico e institucional. O objectivo, segundo a organização, é orientar a acção da associação para a criação de um ambiente de negócios mais competitivo, dinâmico e sustentável.
Num acto solene realizado esta semana, na cidade de Maputo, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) procedeu à investidura oficial dos presidentes e vice-presidentes dos 23 globos sectoriais e transversais da Confederação. O evento contou com a presença do Secretário de Estado do Comércio, António Grispos, em representação do Governo, e foi dirigido pelo Presidente da CTA, Álvaro Massingue. A cerimónia marcou o início de um novo ciclo de governação económica no seio da Confederação, orientado para a inclusão, especialização e obtenção de resultados concretos em prol do sector privado nacional.
No seu discurso de ocasião, Álvaro Massingue sublinhou que o acto representa mais do que uma formalidade protocolar, simbolizando antes o compromisso renovado da CTA com a defesa activa dos interesses do sector privado, num contexto em que Moçambique enfrenta múltiplos desafios socioeconómicos, desde a recuperação pós-crise até às transformações estruturais exigidas pela transição energética, digital e climática.
Presidente da CTA, Álvaro Massingue
“O sucesso da nossa Confederação depende do compromisso e entrega de cada um dos líderes colectivos investidos. Esperamos de todos espírito de missão, competência técnica, abertura ao diálogo e atitude proactiva e reformista”, declarou Massingue perante empresários, dirigentes institucionais e membros do Governo presentes na cerimónia.
Planos sectoriais e transversais em foco
Durante a sua intervenção, o presidente da CTA destacou a relevância estratégica dos novos planos sectoriais e transversais que orientarão a acção da organização nos próximos anos. Cada plano, segundo disse, terá a missão de liderar a agenda económica do sector privado, dialogando de forma articulada com os órgãos do Governo e com os parceiros públicos e privados, para melhorar o ambiente de negócios e promover o crescimento inclusivo.
Entre os planos destacados estão os da agricultura, indústria, transportes e logística, turismo, recursos naturais e energia, inovação e transformação digital, bem como os dedicados às mulheres empresárias, juventude empreendedora e pequenas e médias empresas.
“O Plano de Planeamento e Conteúdo Local assumirá um papel central na promoção de políticas que assegurem maior participação das empresas moçambicanas nas cadeias de valor dos megaprojectos e da indústria extractiva, impulsionando uma industrialização inclusiva”, frisou Massingue.
Igualmente, chamou a atenção para a importância de planos como o de Turismo, que pretende reposicionar Moçambique como destino turístico competitivo e sustentável, e o de Infraestruturas, que irá dinamizar investimentos em construção civil, habitação e transporte, privilegiando parcerias público-privadas.
Uma confederação mais forte e representativa
A liderança da CTA assume, com este novo elenco, o desafio de reforçar o diálogo público-privado, promover a advocacia de reformas estruturantes e acompanhar de perto os principais dossiers económicos nacionais e internacionais.
“Queremos uma CDA mais presente, eficaz e representativa dos legítimos interesses do setor privado moçambicano. Esta investidura é, por isso, um acto de compromisso e responsabilidade colectiva”, reiterou o presidente da CTA.
O acto ficou igualmente marcado por palavras de reconhecimento aos líderes cessantes, pelo contributo prestado ao longo dos seus mandatos, e pelo apelo à sua contínua colaboração, partilhando a experiência acumulada para o fortalecimento do sector privado nacional.
Secretário de Estado do Comércio, António Grispos
A investidura dos novos dirigentes setoriais surge numa fase decisiva para a economia nacional, marcada por desafios como a queda na produção de minerais estratégicos, caso recente da suspensão da mina de grafite de Balama, em Cabo Delgado, e pelas exigências de adaptação aos novos paradigmas económicos globais.
Com esta cerimónia, a CTA reafirma o seu papel como principal interlocutor do sector privado junto do Governo e parceiro estratégico na promoção de um ambiente económico mais competitivo, inclusivo e sustentável. (PROFILE)
A Ministra das Finanças, Carla Loveira, desdramatiza o défice orçamental do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) previsto para 2025, enquanto o Executivo prevê mobilizar 97% do valor necessário de cobertura e obter o remascente (2,7%) de saldos transitados.
Em entrevista a Rádio Moçambique, esta semana, Loveira notou, entretanto, que o défice de 126,8 mil milhões de meticais para 2025 – equivalente a 8,2% do Produto Interno Bruto (PIB) – é menor, na ordem de três pontos percentuais, do que o registado em 2024. No ano passado, o défice orçamental foi de 156 mil milhões de meticais, correspondentes a 11% do PIB.
Esse défice para 2025 surge das estimativas de colecta de receitas para o Estado em 385, 8 mil milhões de meticais (25% do PIB) e uma despesa total de 512,7 mil milhões de meticais (33,2% do PIB), conforme explicou.
No programa Cartas na Mesa, apontou três linhas de financiamento para cobrir o défice, sendo o crédito interno na ordem de 35 mil milhões de meticais (2,3% do PIB), representado uma redução de 0,5 pontos percentuais, se comparado com 2024
A segunda linha de financiamento é o crédito externo, onde se prevê a mobilização de 29,9 mil milhões de meticais (1.9% do PIB), um incremento de 0,6 pontos percentuais, se comparado com 2024.
Paralelamente, o Executivo tem a expectativa de receber donativos, na ordem de 58,2 mil milhões de meticais (3,8% do PIB), correspondendo a um acrescimento de 0,8 percentuais, se comparado com 2024.
Assim, o Estado poderá financiar 123,1 mil milhões de meticais, correspondentes a 97% do total do défice estimado.
Por outro lado, segundo a Ministra, existem saldos que estão a ser transitados de 2024 e representam 3,5 mil milhões de meticais (0,2% do PIB) – equivalentes a 2,7% do total do défice.
Ela minimizou a situação, explicando que “o défice orçamental de per si [por si só] não constitui um problema. O problema é encontrar mecanismo de financiamento sustentáveis que não impliquem no incremento da dívida pública”.
Conforme justificou, o esforço em curso é para conseguir mecanismos de financiamento “mais concessionais”, sendo que, para este ano, os privilégios são para o endividamento externo e os donativos.
“É onde estão concentradas as fontes de financiamento deste défice orçamental” referiu.
O Millennium bim reforçou em 2024 a sua posição de liderança no sector bancário digital, alcançando resultados históricos: mais de 176 milhões de transacções digitais e 930.342 Clientes digitais. Estes marcos reflectem uma estratégia centrada na inovação tecnológica, na proximidade e na melhoria contínua da experiência do Cliente — com destaque absoluto para o Smart IZI, a App que está a transformar a forma como se faz banca em Moçambique.
Com uma interface intuitiva, funcionalidades avançadas e total autonomia para o Cliente, o Smart IZI tornou-se o principal canal de acesso a produtos e serviços do Banco. A App integra soluções como o GO IZI, o assistente virtual inteligente disponível 24/7 tanto na App como no Internet Banking, e o Pay IZI, que permite pagamentos instantâneos via QR code.
O Mobile Banking consolidou-se como o principal canal digital do Millennium bim, registando um crescimento expressivo na adesão a depósitos a prazo e reforçando a confiança dos Clientes nas soluções móveis. Esta tendência reflecte uma mudança estrutural nos comportamentos de utilização, confirmando o papel central do Mobile Banking na estratégia de digitalização do Banco. Paralelamente, o Internet Banking manteve uma trajectória positiva, com um aumento de 6% no volume de operações, reafirmando o seu papel no ecossistema digital do Banco.
Digital também no atendimento presencial: um novo modelo de balcão
A transformação digital do Millennium bim estende-se também à rede física de atendimento. Em 2024, o Banco lançou um novo conceito de balcão, mais eficiente, tecnológico e centrado no Cliente. Já implementado nas províncias de Maputo, Inhambane e Zambézia, o modelo será progressivamente alargado a todo o país.
O novo formato integra:
um sistema automático de gestão de filas, que permite prever o tempo de espera;
um Preçário Digital, que assegura acesso imediato a informação actualizada, promovendo transparência e sustentabilidade ambiental;
e uma zona de Self-Banking, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, onde os Clientes podem realizar operações com total autonomia.
M-TOP: um segmento 100% digital, uma abordagem personalizada
O Millennium bim tem apostado também na segmentação dos seus Clientes. O segmento M-TOP foi desenhado para Clientes com um perfil digital intensivo, oferecendo-lhes produtos, serviços e atendimento remoto personalizados. Este modelo reforça o compromisso do Banco com soluções cada vez mais ajustadas ao comportamento digital do seu público.
Liderar com inovação: uma visão de futuro
“O Millennium bim tem liderado a inovação digital no sector financeiro, desenvolvendo soluções que garantem maior autonomia aos nossos Clientes e elevam os padrões de conveniência e eficiência. A transformação digital está no centro da nossa estratégia, e continuaremos a investir para oferecer uma experiência cada vez mais intuitiva, acessível e alinhada com as expectativas do mercado”, afirma Rui Pedro, Presidente da Comissão Executiva do Millennium bim.
A MozParks recebeu o Secretário de Estado da Província de Maputo, Henriques Bongece, na sua primeira visita oficial ao Parque Industrial de Beluluane. A visita teve como foco o papel que os parques industriais têm na criação de emprego e no apoio ao desenvolvimento económico da província.
Bongece esteve acompanhado por uma delegação de responsáveis provinciais de sectores-chave, incluindo trabalho, finanças, agricultura, indústria, saúde e estatística. A visita teve início com uma apresentação feita pelo Director-Geral da MozParks, Onório Manuel, que destacou a estratégia nacional da empresa e o seu contributo para a criação de empregos. Só o Parque Industrial de Beluluane já criou mais de 10.000 postos de trabalho, com uma forte ênfase no emprego jovem.
A delegação visitou a empresa Sunshine Nut Company, onde o Director Executivo, Don Larson, falou sobre o seu trabalho de longa data em Moçambique e o compromisso da empresa com o processamento local e a geração de empregos. Os visitantes também percorreram as instalações do Grupo Godrej, actualmente o maior empregador do parque, onde o Director-Geral, Bharani Ganesh, partilhou informações sobre as operações da empresa e os desafios em curso.
No final da visita, Bongece reconheceu o contributo da MozParks para a criação de empregos na província e sublinhou o valor estratégico dos parques industriais. Reafirmou o compromisso do governo provincial em trabalhar de forma próxima com a MozParks para apoiar o crescimento contínuo da actividade industrial em Maputo.
A MozParks agradece a visita do Secretário de Estado e da sua delegação, e reafirma o seu compromisso com a construção de zonas industriais produtivas que contribuam para o emprego e o desenvolvimento sustentável.
Sobre MozParks
MozParks é uma criadora e operadora de Zonas Económicas Sustentáveis, estabelecida como uma parceria público-privada entre a African Sustainable Economic Zones Alliance (ASEZA) e a Agência para a Promoção de Investimento e Exportações de Moçambique (APIEX). A MozParks gere parques em Beluluane e Nampula, com planos de expansão para a província de Cabo Delgado. Até à data, a MozParks atraiu mais de 60 empresas de 18 países, de forma a contribuir para a geração de rendimento para mais de 120.000 pessoas em Moçambique e atraindo mais de USD 3 mil milhões em investimentos no Parque Industrial de Beluluane, na província de Maputo.
A Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) impõe condições no processo de concentração de acções que assegura à Grindrod Mauritus (GMU) o controle total do Terminal de Carvão da Matola (TMC).
A GMU detinha 65% das participações da TMC e a Vitol Mauritius Limited detinha os restantes 35%. A GMU adquiriu a participação da VML, detendo, sozinha, 100 das participações da TMC.
A ARC “não se opõe” a essa concentração de acções, “mas impõe condições” por apresentar riscos concorrenciais significativos, nos mercados relacionados, mas também, porque a TMC “detém uma posição dominante nos terminais de carvão da Matola e de Maputo”.
Neste sentido, a ARC entende que, valendo-se da sua posição hegemónica, a GMU pode adoptar uma estratégia de encerramento ao acesso a factores produtivos essenciais (input foreclosure), neste caso, o acesso às infra-estruturas portuárias detidas e operadas pela TCM.
“O risco decorre da integração vertical existente entre as actividades do Grupo Adquirente (GMU), por intermédio das suas subsidiárias, e as actividades da Adquirida (TCM), podendo conduzir ao favorecimento de empresas do Grupo Adquirente em detrimento de concorrentes independentes” lê-se num comunicado da ARC.
Assim, a TCM deve reservar, entre de 267.000 e 400.000 toneladas para novos e pequenos clientes, incluindo concorrentes do Grupo Adquirente; evitar clientelismo e assegurar transparência na atribuição de quantidades; não impor, directa ou indirectamente, a contratação de serviços prestados por empresas do Grupo Adquirente e publicar, semestralmente, um relatório contendo dados sobre a capacidade do terminal, o volume exportado, a disponibilidade projectada e as tarifas padronizadas aplicáveis no âmbito da Atribuição Especial; aplicar preços de forma equitativa e não discriminatória, abstendo-se de favorecer empresas pertencentes ao Grupo Adquirente; e submeter anualmente à ARC, durante os primeiros três (3) anos, um relatório confidencial pormenorizado relativo ao cumprimento das condições impostas e, subsequentemente, com periodicidade trienal.
A GMU deve garantir que não vai limitar a liberdade dos clientes na escolha dos respectivos operadores logísticos, desde que estes actuem em conformidade com as regras e normas aplicáveis; e fornecer todos os dados e documentos necessários ao exercício das competências de supervisão da ARC, estando igualmente prevista a possibilidade de realização de auditorias independentes.
O mais recente relatório do Índice de Gestores de Compras (PMI, na sigla em inglês) de Moçambique, compilado pelo Standard Bank em parceria com a S&P Global, revela um ligeiro abrandamento nas condições operacionais do sector privado. Após quatro meses consecutivos de melhoria, o índice recuou para 49,6 pontos em Maio, abaixo da marca neutra de 50,0, sinalizando uma modesta contração na actividade económica.
Produção e encomendas com crescimento limitado
De acordo com o relatório, tanto a produção como as novas encomendas mantiveram-se em expansão, embora com o ritmo mais lento desde Janeiro. Enquanto algumas empresas inquiridas relataram um aumento na procura e aquisição de novos clientes, outras apontaram uma retração da procura e constrangimentos ao nível do fornecimento.
Este cenário levou a uma redução nos volumes de compras e nos níveis de stock – a primeira em cinco meses – num esforço das empresas para ajustar os níveis de inventário ao abrandamento da procura.
Melhoria nos prazos de entrega e estabilidade no emprego
Com menor pressão sobre os fornecedores, os prazos de entrega registaram melhorias consideráveis, assinalando o melhor desempenho desde Outubro de 2024. Já no mercado de trabalho, a situação manteve-se estável: 95% das empresas não reportaram alterações no número de trabalhadores.
O volume de trabalho pendente também apresentou uma ligeira redução, o que sugere que as empresas conseguiram responder de forma eficaz às encomendas acumuladas.
Redução nos custos e ligeira subida nos preços finais
Em termos de custos operacionais, observou-se uma redução modesta, quebrando uma tendência de três meses de aumentos. Este recuo foi atribuído à menor procura por matérias-primas, aliada à estabilidade nos custos salariais. Ainda que os salários tenham registado o maior aumento dos últimos oito meses, os níveis permanecem historicamente baixos.
Os preços finais dos produtos e serviços aumentaram ligeiramente após um mês de estabilidade. O movimento é explicado, em parte, pela recuperação do poder de compra de alguns clientes e pela tentativa das empresas de compensar os impactos das flutuações cambiais.
Perspectivas empresariais optimistas, mas com menor confiança
Apesar do contexto mais desafiante, o sentimento empresarial manteve-se maioritariamente positivo. Cerca de 38% dos gestores manifestaram expectativa de crescimento da produção nos próximos 12 meses. No entanto, este nível representa um declínio face ao mês anterior, reflectindo uma ligeira perda de confiança perante sinais de desaceleração na recuperação económica.
Retoma económica carece de maior tração
Para Fáusio Mussá, Economista-Chefe do Standard Bank Moçambique, a oscilação do PMI desde o último trimestre de 2024 reflecte a fraca tração na retoma pós-eleitoral. Segundo o economista, os dados de Maio revelam uma expansão marginal na produção e nas novas encomendas, associada a cortes nas compras e stocks, sem incremento no emprego.
Mussá alerta que as pressões fiscais e cambiais continuarão a limitar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em 3% para 2025 e 3,1% para 2026, valores próximos à taxa de crescimento populacional. O economista salienta ainda que o impacto dos megaprojectos de gás natural liquefeito na economia real permanece reduzido, sugerindo a necessidade de reformas estruturais para impulsionar a actividade económica de forma mais abrangente.
O mês de Maio encerrou com sinais claros de reactivação no mercado secundário obrigacionista. A retoma da actividade e o crescimento na performance ao longo da curva de rendimentos, apontam a um reestabelecimento progressivo, ainda que cauteloso, da confiança dos investidores, sobretudo no segmento da dívida pública. O volume de transacções atingiu MZN 951 milhões, 2,5 vezes o volume registado na semana anterior, dos quais 94% corresponde a transacções de títulos de dívida pública e 6% à dívida privada.
No mercado de dívida pública, foram transaccionadas as OT 2022 S6, OT 2022 S7, OT 2022 S10 e OT 2023 S2, com preços variando entre MZN 96.00 e MZN 97.65, todos abaixo do valor par, voltando a evidenciar um padrão de negociação que sugere um interesse específico por títulos que oferecem um retorno até a maturidade equivalente ou próximo à taxa de cupão, e com mais atractivas taxas de cupão num contexto de revisão em baixa das taxas do mercado.
O segmento da dívida privada, atingiu o maior volume semanal registado durante o ano, que ascendeu MZN 55.9 milhões, o qual correspondeu à negociação das Bayport 2021 S1 e das Bayport 2021 S3, transaccionadas aos preços de MZN 99.00 e MZN 101.00.
Ainda na semana em análise, o destaque foi que decorreu o CPMO do Banco de Moçambique, que mais uma vez decidiu baixar a Taxa de Juro de Política Monetária, taxa MIMO, de 11,75% para 11,00%, o que corresponde a uma redução de 75 pbs. A Facilidade Permanente de Cedência (FPC) e Facilidade Permanente de Depósito (FPD), também reduziram para 14.00% e 8.00%, respectivamente, e os coeficientes de reserva, tanto em moeda local como estrangeira, mantiveram-se inalterados. As perspectivas de inflação de um dígito continuam a ser positivas, tendo se fixado em 4.00% após 4.80% em Março, e são apoiadas pelo metical estável e pelas medidas do CPMO.
Para a primeira semana do mês, a expectativa é de que a tendência de recuperação observada se mantenha, impulsionada pela procura contínua por títulos no mercado secundário. Ainda assim, projecta-se que o ritmo de actividade continue relativamente contido, reflectindo a postura conservadora dos investidores diante das incertezas persistentes relacionadas aos atrasos no pagamento de cupões e à ausência de sinais concretos sobre a retoma dos leilões de emissão por parte do Tesouro Público.
Gráficos de Mercados (Bond Market)
Mercado de Acções (Equity Market)
O mercado accionista manteve uma performance activa durante a semana em análise, embora tenha registado uma desaceleração significativa. O volume transaccionado caiu 34% face à semana anterior, fixando-se em MZN 1,3 milhões — um sinal claro de retracção na actividade, ainda que suavizada por movimentações pontuais em alguns títulos.
A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) voltou a assumir a liderança, com MZN 0.77 milhões transaccionados, o que representa 76% do volume semanal, reafirmando-se como a principal referência do mês entre as empresas cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) também manteve destaque, com um volume de MZN 0.4 milhões, correspondente a 34% do total semanal, registando ainda um crescimento de 9% face à semana anterior.
Por outro lado, as demais empresas cotadas apresentaram volumes significativamente inferiores à média diária, revelando um ambiente de baixa dispersão e selectividade por parte dos investidores.
Variações de Preços:
Variações de Preços (Equity Market)
Para esta semana, salvo a ocorrência de um evento fora das nossas previsões, a expectativa é de manutenção do contexto do volume, mantendo-se os indicadores constantes.