Moçambique será palco da 7ª edição do MMEC*, entre os dias 21 e 22 de Abril. Um evento que expõe a industria no sector de mineração, petróleo, gás e energia.
O objectivo é atrair investimentos, promover parcerias, ouvir decisores políticos e partilhar conhecimento sobre o sector.
Este evento deverá atrair expositores de cerca de 30 países. Além do sector privado, contará também, com a participação de quadros do governo como Ministros e Directores de empresas públicas.
A organização do evento desenvolveu um aplicativo para interacção dos participantes. A app permite ficar a par do programa do evento e até ver a lista de participantes. Conversar com os participante bem como marcar reuniões, são também duas funcionalidades a aplicação.
Caso esteja interessado em participar como espectador ou expositor, as inscrições podem ser feitas aqui.
A cidade de Maputo irá acolher o maior evento de negócios no país, que conecta executivos de nível “C”, o chamado Mozambique CEO Summit.
A decorrer no dia 25 de Fevereiro de 2021, numa modalidade híbrida (online e presencial), este evento promete promover partilha de experiência, oportunidades de negócios e investimentos nas áreas de GNL, agro-negócios, imobiliário e de inteligência artificial.
No evento, mais de 20 oradores nacionais e internacionais compartilharão a sua experiência e conhecimento. O Mozambique CEO Summit também promete ser uma plataforma de networking entre empresários nacionais e internacionais.
Caso queira participar, pode adquirir os bilhetes aqui.
Foi recentemente disponibilizado o serviço Pay IZI do Millennium Bim, que se apresenta como alternativa moderna e ecológica aos pagamentos via cartão e dinheiro.
Através da parceria com o serviço de carteira móvel da Vodacom, M-Pesa, os comerciantes poderão receber pagamentos de usuários do Millennium IZI, do aplicativo Smart IZI e do M-Pesa, “sem custos de adesão, manutenção e de consumíveis associados”, segundo explica o comunicado de imprensa do Banco.
Além da adesão gratuita, outras vantagens do novo serviço incluem a notificação de todos os pagamentos, bem como a possibilidade de consultar o histórico de transacções.
Para José Reino da Costa, PCE do Millennium bim, “com este serviço, firmamos também o nosso compromisso de continuar a promover, de forma efectiva, a nossa estratégia de inclusão financeira dos moçambicanos”, lê-se no comunicado.
Já o Director Geral da Vodafone M-Pesa S.A, Gulamo Nabi, afirma que “um passo muito importante foi dado rumo ao objectivo de permitir que os clientes M-Pesa possam efectuar todas as suas transacções do dia-a-dia sem necessidade de recurso ao dinheiro físico”.
Esta iniciativa “deverá também ter um impacto positivo na aceleração da actividade económica no país”, acrescentou Nabi.
O canal de pagamento Pay IZI está disponível para download na Play Store para dispositivos Android.
Esta iniciativa é apresentada num momento em que o mundo enfrenta uma pandemia e recorre à tecnologia para conceder soluções que auxiliem na redução do risco de contágio.
Outras inovações tecnológicas que estarão em alta, neste ano, estão descritas neste artigo do Profile.
A área de estudos económicos do Millennium Bim prevê que a inflação no país continuará a acelerar em 2021, rondando os 5.6%.
A previsão admite que esta aceleração está condicionada a vários factores como o mercado cambial, a oferta e procura de bens e serviços e a situação económica dos principais parceiros de Moçambique como a África do Sul.
Num documento publicado nesta quarta-feira, o Banco faz uma previsão de abrandamento das taxas de juro, pelo Banco Central, até segundo trimestre do próximo ano devido a “riscos inflacionários elevados”.
O Millennium Bim publica seu estudo na sequência da divulgação do Índice de Preços no Consumidor, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), cujo resultado foi reportado pelo Profile.
Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) moçambicanas terão acesso a um fundo de apoio emergencial de seis milhões de euros.
O valor é parte de um total de €17.5 milhões disponibilizados pela Cooperação Financeira Alemã através do Banco de Desenvolvimento daquele país – kfW.
Os seis milhões serão canalizados às empresas através do Banco de Moçambique, conforme anunciado pelo mesmo, nesta terça-feira, através de um comunicado.
O objectivo deste apoio é ajudar as empresas a mitigarem os efeitos negativos da COVID-19 e garantirem sua sobrevivência.
Sengundo o comunicado, este valor é destinado à “cobrir necessidades decorrentes do fluxo de caixa, incluindo, mas, não se limitando a, pagamentos de salários e outros custos fixos durante a pandemia”.
Nove milhões de Euros serão destinados à uma linha de crédito para MPME’s e finanças agrícolas.
Os restantes 2.5 milhões estarão alocados à assistência técnica que irão beneficiar as instituições financeiras participantes na linha de crédito para as MPME’s e finanças agrícolas.
A referida assistência servirá para “conferir maior rigor, transparência e fiabilidade da informação no processo de avaliação e monitoria”, lê-se no documento.
De acordo com Osvaldo Silva, director regional norte da Autoridade Tributária, de Janeiro a Outubro deste ano, no geral, a zona Norte do país registou uma redução nas importações e exportações.
Esta análise foi feita em comparação como o mesmo período do ano anterior.
Contudo, Silva afirmou, durante uma entrevista ao Jornal Notícias, que na província de Cabo Delgado, a situação foi diferente, tendo registado um aumento de mais de 100%.
Em termos concretos, no período em análise, foram importados 1124 contentores neste ano, contra 556 em 2019.
Para Silva, este aumento deve-se ao projecto de petróleo e gás da Total em Afungi.
Apesar de não ter se especificado a contribuição da petrolífera nestes números, em sua página web, a Total já havia se comprometido em trazer benefícios sócio-económicos ao país desde a fase da implanatação do projecto à exploração.
Reino Unido, um dos maiores financiadores do projecto da Área 1 da Total, deixará de financiar projectos de petróleo e gás.
Com isso, o país tornar-se-á o primeiro a dar este passo com vista a combater os efeitos das mudanças climáticas.
Esta promessa foi feita no Sábado, durante uma cimeira das Nações Unidas onde outros grandes países deverão apresentar as suas.
O Reino Unido, através da sua agência Finance Export, já havia dado garantias em milhares de milhões para ajudar companhias britânicas a se expandirem.
Moçambique estava no mapa do financiamento britânico no projecto de gás natural liquefeito da Total na Área 1.
O apoio planeado era de 20 mil milhões de dólares, assim sendo, a nação era um dos maiores financiadores do projecto.
É prematuro afirmar que o financiamento está em risco pois ainda não foi informada a data de implementação da medida.
Contudo, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, afirmou que a entrada em vigor deverá acontecer “o mais rápido possível”.
Johnson ainda adiantou que haverá algumas excepções à nova regra, no que diz respeito a centrais eléctricas alimentadas a gás desde que estejam nos parâmetros do Acordo de Paris.
Foi a partir de uma emissão de acções que a empresa de energia Ncondezi Energy conseguiu angariar o valor de £0.75 milhões.
Segundo a StockMarketWire, a empresa afirmou que este valor servirá “para o desenvolvimento de um projecto de energia alimentada a carvão em Tete, Moçambique”.
Dentre as despesas previstas estão as negociações tarifárias com a Electricidade de Moçambique (EDM) e outros acordos importantes como compra e concessão de energia.
As acções foram emitidas a £4.5 cada, o que, “segundo a Ncondezi Energy, foi um valor baixo para o preço médio ponderado do volume de 30 dias”, de acordo com a fonte supracitada.
Situado estrategicamente na região sul do país, o Corredor Logístico de Maputo, considerado o maior porto seco nacional, representa um marco na modernização da cadeia logística, conjugando tecnologia avançada, eficiência operacional e visão estratégica voltada para o futuro.
Com uma capacidade superior a 50 mil toneladas de armazenamento, o CLM posiciona-se como um actor decisivo na integração económica regional, assegurando a ligação entre os principais corredores de exportação e os países do hinterland.
Em entrevista exclusiva à PROFILE, o presidente do Conselho Directivo do CLM, Clávio Macuácua, fala sobre o papel da instituição no fortalecimento do comércio regional, os investimentos estruturais em curso, os desafios regulatórios e a ambição de transformar Moçambique num hub logístico de referência na África Austral.
A conversa decorre num momento em que o país reafirma o seu compromisso com a modernização do sistema de transportes e a dinamização das cadeias de valor regionais, áreas em que o CLM surge como um parceiro estratégico do Estado e do sector privado.
Profile Mozambique: Qual é o papel do Corredor Logístico de Maputo no contexto do comércio regional e como a sua localização estratégica contribui para o desenvolvimento económico do país?
Clávio Macuácua: A CLM, sigla de Corredor Logístico de Maputo, é uma empresa vocacionada para a gestão integrada de mercadorias e operações logísticas, abrangendo todo o processo de importação, exportação e trânsito de bens. Operamos com diferentes tipos de carga, assegurando a coordenação de serviços aduaneiros e alfandegários no local, e garantimos que as mercadorias cheguem aos seus destinos, sejam eles nacionais, regionais ou internacionais, com eficiência e segurança.
Enquanto operador logístico, o nosso papel é central na dinamização do comércio e na circulação de mercadorias na região austral de África. Acreditamos que a nossa actuação ganha ainda mais relevância quando consideramos a localização estratégica de Moçambique no contexto regional. O país dispõe de cerca de 3 mil quilómetros de costa, o que nos posiciona como um eixo natural de ligação entre o hinterland e o resto do mundo.
É precisamente neste contexto que o Corredor Logístico de Maputo assume importância vital, somos um elo entre os mercados internos e os portos de saída, facilitando o acesso das mercadorias provenientes de países vizinhos e do interior aos principais corredores de exportação.
Moçambique conta com três portos principais, Maputo, Beira e Nacala, que desempenham funções complementares no escoamento de mercadorias e no fortalecimento das cadeias de valor regionais. Contudo, é igualmente importante destacar a relevância de outros pontos de entrada fronteiriços, como Machipanda, Ressano Garcia, Goba e Ponta do Ouro, que contribuem para o fluxo comercial entre Moçambique e os países vizinhos.
PM: A CLM define-se como empresa de logística de “Quinta Parte da Logística (5PL)”. Que implicações práticas esse conceito tem nas operações em Maputo e no corredor que integra?
CM: Nós, no Corredor Logístico de Maputo, não nos definimos como uma empresa de logística propriamente dita, mas sim como um terminal integrado que desempenha um papel estratégico dentro da cadeia logística. No entanto, a nossa actuação posiciona-se ao mais alto nível dessa cadeia, razão pela qual fazemos referência ao conceito de logística de quinta geração, ou 5PL.
Este conceito representa o estágio mais avançado da evolução logística, que vai desde a 1PL até à 5PL. A 1PL corresponde ao produtor ou fornecedor inicial de bens, enquanto a 2PL abrange as empresas que se dedicam à manufactura e produção, aquelas que fabricam bens, mas que não necessariamente se envolvem na sua distribuição.
a 3PL, por sua vez, envolve empresas especializadas na gestão da distribuição e transporte, garantindo que os produtos cheguem aos mercados. E a 4PL é caracterizada por entidades que fazem a integração de processos e acrescentam valor, como acontece, por exemplo, com empresas que se dedicam à montagem ou acabamento de produtos.
A 5PL, onde nos enquadramos, é o nível que agrega todas essas funções, assumindo uma visão global da cadeia logística. Na prática, significa que participamos desde a negociação de fretes marítimos, rodoviários e ferroviários, até ao manuseamento, embalagem e entrega final das mercadorias.
PM: Num recente comunicado, a CLM anunciou um investimento estimado em 50 milhões de dólares para um novo terminal de mercadorias. Pode partilhar os principais objectivos deste investimento e como ele vai alterar o panorama logístico local?
CM: O investimento de 50 milhões de dólares representa um marco importante na consolidação do Corredor Logístico de Maputo como uma das principais infra-estruturas logísticas de Moçambique e da região. Este valor corresponde ao investimento global realizado no nosso terminal e em todo o complexo logístico, desenvolvido em parceria com o nosso parceiro estratégico, a Agility, uma empresa de referência internacional.
Este investimento permitiu-nos dotar o terminal de condições modernas e eficientes para o manuseamento, armazenamento e distribuição de mercadorias, reforçando a nossa capacidade operacional e a integração com outros meios de transporte, nomeadamente o ferroviário e o rodoviário. O objectivo central é criar um sistema logístico de excelência, capaz de responder às crescentes exigências do comércio regional e internacional, tornando o porto de Maputo um verdadeiro hub de conectividade.
Neste momento, o terminal atingiu praticamente a sua capacidade máxima de ocupação, o que confirma a confiança dos nossos clientes e parceiros nos serviços que prestamos. Por essa razão, estamos a preparar uma segunda fase de expansão, estimada em mais 20 a 25 milhões de dólares, que permitirá o aumento da área do terminal em cerca de 10 hectares e a construção de novos armazéns, com uma média de 20 mil metros quadrados adicionais.
PM: Como estão a ser geridas as relações com as fronteiras de Goba e Namaacha para reduzir tempos de trânsito e custos logísticos?
CM: A gestão das relações com as fronteiras de Goba e Namaacha continua a ser um dos grandes desafios do sistema logístico nacional. Historicamente, Moçambique sempre contou com terminais de interior que serviam de apoio às fronteiras e aos principais pontos de entrada do país. No entanto, ao longo dos anos, alguns regulamentos vieram limitar a criação e o funcionamento desses terminais, o que acabou por afectar a fluidez e a eficiência do processo logístico.
Nos últimos tempos, tem vindo a surgir uma nova abordagem, que defendemos e acreditamos ser a mais acertada, a de reactivar e expandir os terminais interiores, de forma a complementar o trabalho das fronteiras e reduzir os tempos de trânsito. Estes terminais funcionam como extensões operacionais das alfândegas, permitindo um melhor controlo, maior capacidade de manuseamento e, sobretudo, redução de custos logísticos.
Reconhecemos que ainda há entraves de natureza regulatória, pois a legislação vigente nem sempre acompanha a dinâmica do comércio transfronteiriço. Ademais, existe o desafio da harmonização das normas entre os países da região, uma vez que, por exemplo, os limites de carga por eixo variam de país para país. Enquanto em Moçambique o peso máximo permitido para certos camiões triéxel é de 28 toneladas, noutros mercados pode variar entre 25 e 30 toneladas, o que acaba por gerar penalizações e constrangimentos na circulação de mercadorias.
No caso do CLM, temos conseguido manter um nível de ocupação de cerca de 90%, o que demonstra o reconhecimento do papel estratégico que desempenhamos na cadeia logística nacional. Acreditamos que ainda há espaço para a criação de mais terminais interiores, capazes de apoiar as fronteiras e dinamizar o comércio entre Moçambique e os países do hinterland.
Em última instância, o grande beneficiário deste esforço será sempre o consumidor final, que poderá contar com produtos a custos mais acessíveis e com cadeias de abastecimento mais eficientes e seguras.
PM: Como pretende a CLM contribuir para a integração regional, nomeadamente no âmbito da SADC, e para a atracção de investimento estrangeiro no sector logístico moçambicano?
CM: A nossa interacção com o Governo é absolutamente imprescindível. Pela primeira vez, Moçambique conta com um Ministério dos Transportes e Logística, uma estrutura que vem dar um novo enquadramento à gestão integrada do sistema logístico nacional.
Enquanto CLM, reconhecemos o nosso papel preponderante neste ecossistema, não apenas como operadores, mas como parceiros estratégicos do Estado. Temos experiência directa na logística global e um conhecimento profundo das dinâmicas que influenciam o comércio regional e internacional. Por isso, acreditamos que podemos contribuir de forma activa para a definição e implementação de políticas públicas mais eficazes no sector.
Presidente do Conselho Directivo do Corredor Logístico de Maputo, Clávio Macuácua
Mantemos uma colaboração próxima com o Ministério dos Transportes e Logística, bem como com as Alfândegas e a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), especialmente no que diz respeito ao alargamento da base tributária. Sabemos que a colecta de receitas é um dos grandes desafios actuais do país, e é precisamente nesse ponto que o CLM procura acrescentar valor, criando mecanismos que tornem o comércio mais eficiente, transparente e contributivo para a economia nacional.
PM: Em que horizonte temporal vê a CLM a assumir uma posição de liderança como hub logístico na África Austral?
CM: Acreditamos que, ao nível nacional, o Corredor Logístico de Maputo já ocupa uma posição de liderança no sector logístico. Hoje somos uma referência incontornável na movimentação e gestão de mercadorias em Moçambique. No contexto da África Austral, reconhecemos que ainda há um percurso a percorrer, mas também estamos convictos de que dispomos das condições necessárias para competir de igual para igual com qualquer infra-estrutura regional.
O grande desafio que identificamos prende-se, sobretudo, com as questões de regulamentação, que variam de país para país e, por vezes, limitam a fluidez do comércio regional. No entanto, em termos de infraestrutura física, tecnológica e operacional, o nosso terminal está ao nível e em muitos casos acima de várias instalações da África do Sul. Se retirássemos o contexto geográfico, muitos poderiam até presumir que esta infraestrutura se encontra naquele país, dado o seu padrão internacional de qualidade.
Contamos hoje com clientes de grande dimensão, incluindo as principais empresas petrolíferas, mineiras e de gás que operam em Moçambique, algumas das quais recentemente avançaram com o FID (Final Investment Decision). Essa confiança é reflexo do nosso rigor técnico, da qualificação das nossas equipas e da robustez das nossas operações.
O tipo de infraestrutura e modelo de gestão que implementamos na CLM é comparável ao que se encontra em centros logísticos de referência mundial, como o Dubai ou o Gana, o que demonstra que estamos prontos para integrar a nova geração de hubs logísticos internacionais.
O Mozambique Tourism Summit realizado na cidade de Vilankulo, província de Inhambane, culminou com o anúncio de sete medidas estratégicas destinadas a transformar o turismo num verdadeiro pilar de crescimento económico e inclusão social. As decisões, apresentadas pelo Presidente da República, Daniel Chapo, definem uma nova visão para o sector, assente na atracção de investimento, melhoria da conectividade e valorização do potencial natural e cultural do país.
Entre as medidas de curto prazo, destaca-se a declaração de Inhambane como Capital Nacional do Turismo, reconhecendo o seu papel histórico e o seu vasto património natural, que abrange praias, ilhas, parques e tradições culturais que fazem da província um destino de referência. A província passará a ser o principal polo de desenvolvimento turístico do país, concentrando projectos e incentivos voltados à promoção do turismo sustentável.
Outra decisão de grande impacto é a criação de uma Zona Económica Especial de Investimento Turístico, abrangendo Vilankulo, Pomene e Inhassoro, incluindo as ilhas adjacentes. Esta zona contará com incentivos fiscais e administrativos, regimes simplificados de licenciamento e infra-estruturas específicas para o investimento público e privado, criando um ambiente mais competitivo e atractivo para investidores nacionais e estrangeiros.
O Chefe do Estado anunciou ainda a transformação do INATUR numa Agência Nacional de Desenvolvimento e Investimentos do Turismo, que funcionará como um verdadeiro balcão único para o sector. A nova agência será responsável por gerir a bolsa de terras destinadas a projectos turísticos, organizar leilões de concessões de até 25 anos, certificar parcerias público-privadas e avaliar projectos de grande dimensão, garantindo transparência, celeridade e eficiência na gestão de investimentos.
Para reforçar a atractividade internacional, o Governo implementará um Regime Especial de Vistos, com destaque para a ampliação da isenção de vistos a mais países e a introdução de vistos de turismo e negócios à entrada para cidadãos africanos, no âmbito da Zona de Comércio Livre Continental Africana. Serão também criados vistos de investimento com residência prolongada de 5 a 10 anos e um sistema de “Golden Visa”, destinado a facilitar a fixação de investidores estrangeiros em Moçambique.
A mobilidade e acessibilidade aérea também figuram entre as prioridades. O Executivo vai autorizar corredores VIP (Fast Track) nos principais aeroportos e liberalizar o acesso de voos privados e domésticos, impulsionando a conectividade regional e internacional. Além disso, será implementado um regime de limitação das tarifas aéreas internas, assegurando preços mais acessíveis e promovendo uma maior equidade territorial no acesso ao turismo.
Por fim, o Governo pretende apostar no turismo desportivo, com a criação da Primeira Zona Especial de Turismo de Golfe em Inhambane, com polos em Vilankulo, Tofo e Barra. A iniciativa visa atrair investimentos de alto padrão e integrar Moçambique no circuito internacional do turismo de golfe e eventos desportivos de elite.
Com estas sete medidas, o Governo reafirma a intenção de fazer do turismo um sector estratégico e transversal, capaz de gerar emprego, atrair divisas e posicionar Moçambique como um dos destinos emergentes mais promissores da África Austral.
A Coral Sul FLNG representa um marco histórico para a indústria extractiva moçambicana e para o continente africano. Trata-se do primeiro projecto de liquefação flutuante de gás natural em águas profundas do mundo, símbolo da capacidade tecnológica e da crescente relevância de Moçambique no panorama energético internacional.
O empreendimento é operado pela joint venture que integra a Eni, ExxonMobil e China National Petroleum Corporation (CNPC), com uma participação conjunta de 70%, e tem como parceiros a Galp Energia (actualmente detida pela Abu Dhabi National Oil Company – ADNOC), a Korea Gas Corporation (KOGAS) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), cada uma com 10% de participação.
Localizado na Área 4 da Bacia do Rovuma, ao largo da costa norte de Moçambique, o projecto incide sobre o campo Coral Sul, que detém reservas estimadas em cerca de 500 mil milhões de metros cúbicos de gás natural.
A joia tecnológica deste consórcio é a instalação Coral Sul Floating Liquefied Natural Gas (FLNG), uma estrutura de engenharia de última geração com capacidade para produzir 3,4 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) por ano. Esta unidade flutuante não apenas extrai e processa o gás no local, como o armazena e exporta directamente, eliminando a necessidade de grandes infra-estruturas em terra.
Imagem Coral Sul FLNG – créd. Eni & MarineLink
Coral Norte: o próximo passo da expansão energética
A par do sucesso da Coral Sul, avança o Coral Norte FLNG, novo projecto que reforçará a posição de Moçambique entre os grandes produtores de GNL. Desenvolvido pelos mesmos parceiros, Eni, CNPC, ENH, KOGAS e XRG (subsidiária da ADNOC), o Coral Norte encontra-se igualmente situado na Área 4 da Bacia do Rovuma, em águas ultraprofundas da Província de Cabo Delgado.
Com conclusão prevista para 2028, a unidade terá capacidade anual de produção de 3,55 milhões de toneladas de GNL, consolidando a estratégia de expansão sustentável do país no sector energético.
Quando ambos os projectos Coral Sul e Coral Norte, estiverem plenamente operacionais, Moçambique atingirá uma produção total de cerca de 7 milhões de toneladas de GNL por ano, tornando-se o terceiro maior produtor do continente africano.
Engenharia flutuante ao serviço da economia moçambicana
A Coral Sul FLNG funciona de forma semelhante a uma FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência. Este tipo de plataforma é amplamente utilizado em regiões afastadas da costa, onde o transporte por oleodutos ou gasodutos é economicamente inviável.
Trata-se de uma alternativa eficiente e flexível para a produção de petróleo e gás natural, capaz de garantir operações seguras e contínuas em alto-mar, reduzindo os custos logísticos e ambientais.
Com estas iniciativas, Moçambique dá um passo decisivo rumo à monetização dos seus recursos naturais, reforçando o seu papel como hub energético regional e destino estratégico para o investimento internacional.
A administradora para o Financiamento do Comércio e Correspondência Bancária do Afreximbank, Gwen Mwaba, apelou ao reforço das capacidades de financiamento do comércio e a uma colaboração mais profunda entre as instituições financeiras africanas, de forma a acelerar o crescimento inclusivo e sustentável do continente.
Mwaba falava na terça-feira (4), durante a abertura do 25.º Seminário de Financiamento do Comércio do Afreximbank (ATFS), que decorre em Abidjan, Costa do Marfim.
“África é rica em recursos naturais, tais como minerais, hidrocarbonetos, produtos agrícolas e um leque crescente de oportunidades de valor acrescentado nas áreas da energia, metais e logística. Estes recursos representam um enorme potencial de desenvolvimento quando financiados de forma responsável, eficiente e com uma gestão de risco rigorosa”, afirmou.
Segundo a responsável, transformar o potencial africano em resultados tangíveis exige instituições financeiras estruturadas, competentes e conscientes dos riscos, capazes de alinhar o financiamento com as prioridades de desenvolvimento local e com as salvaguardas ambientais.
Gwen Mwaba, Administradora para o Financiamento do Comércio e Correspondência Bancária do Afreximbank.
Mwaba sublinhou ainda o papel crucial dos profissionais de finanças qualificados na definição do futuro do comércio africano, defendendo mais capacitação para converter os abundantes recursos naturais e humanos do continente em crescimento económico real.
“Banqueiros bem treinados, com capacidades sofisticadas de estruturação de negócios, podem adaptar o financiamento a cadeias de valor intensivas em capital e alinhar o financiamento de projectos com as necessidades locais e o respeito pelo ambiente”, destacou.
A administradora lembrou que o financiamento do comércio baseado na confiança, avaliação de riscos e liquidez continua a ser a força motriz do comércio, do investimento e da criação de empregos. “A nossa tarefa colectiva é garantir que essa força flua de forma fiável para as empresas que dela necessitam e que os seus benefícios sejam amplamente partilhados”, acrescentou.
25 anos a formar profissionais do sector financeiro africano
A cerimónia de abertura contou com a presença de altos representantes do Governo da Côte d’Ivoire, incluindo Patrick Olivier Daipo, director adjunto do Ministério do Comércio; Chalouho Coulibaly, director nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), em representação do governador Jean-Claude Kassi Brou; e Jérôme Ahua, director-geral adjunto do Banco BNI, que representou a Associação de Bancos.
A edição deste ano do ATFS marca 25 anos de existência do principal programa de reforço de capacidades do Afreximbank, que já formou milhares de banqueiros, credores, financiadores e decisores políticos africanos. O seminário representa um marco simbólico, um quarto de século a fortalecer competências financeiras e a consolidar a experiência africana na estruturação e execução de soluções de financiamento do comércio.
Financiamento transformador e soluções inovadoras
Destacando a liderança do Afreximbank no ecossistema de financiamento africano, Mwaba recordou que, ao longo de mais de três décadas de operação, o banco construiu uma carteira robusta de programas que apoiam a integração regional, a criação de valor acrescentado e a geração de emprego.
Essas iniciativas incluem:
Financiamento em grande escala para sectores orientados à exportação e infra-estruturas que facilitam o comércio;
Ferramentas inovadoras de partilha de riscos e reforço de crédito, capazes de mobilizar capital privado;
Facilidades especializadas para o financiamento de matérias-primas e projectos com salvaguardas ambientais e sociais;
E programas de capacitação voltados para banqueiros e decisores políticos africanos.
O seminário deste ano explora temas como o impacto da digitalização, dos dados e da tecnologia no financiamento do comércio; a gestão de riscos num contexto global instável; e a colaboração entre bancos, instituições multilaterais, empresas fintech, exportadores e governos, para desenvolver soluções escaláveis e sustentáveis.
Mwaba concluiu expressando confiança de que as discussões em Abidjan resultarão em medidas concretas e fortalecerão o ecossistema de financiamento do comércio africano.
O 25.º Seminário de Financiamento do Comércio do Afreximbank decorre de 4 a 6 de Novembro de 2025, subordinado ao tema “Reforço das Capacidades de Financiamento do Comércio para um Crescimento Inclusivo e Sustentável em África”, seguido de um Workshop de Cessão Financeira (Factoring) no dia 7 de Novembro.
A Sasol realizou, na terça-feira, 4 de Novembro de 2025, o carregamento experimental do primeiro lote de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), conhecido como gás de cozinha produzido em Moçambique, no âmbito das actividades de comissionamento da nova infraestrutura.
O feito representa um marco histórico para o sector energético nacional, reafirmando o papel pioneiro da Sasol na indústria de petróleo e gás em Moçambique e a sua contribuição contínua para o desenvolvimento económico do país.
O gás de cozinha é processado na nova Unidade Integrada de Processamento (IPF), construída ao abrigo do Acordo de Partilha de Produção (PSA), localizada no distrito de Inhassoro, província de Inhambane, e será destinado ao abastecimento do mercado interno.
Infraestrutura moderna reforça auto-suficiência energética
A conclusão bem-sucedida desta primeira operação de carregamento de GPL marca um passo decisivo no processo de comissionamento da IPF, cujos preparativos para a inauguração oficial encontram-se numa fase avançada.
Considerada uma das mais modernas instalações do género em África, a IPF possui capacidade para produzir até 30 mil toneladas de gás de cozinha por ano, o que permitirá reduzir as importações em cerca de 70% e garantir um fornecimento mais estável e previsível ao mercado nacional.
Segundo o director-geral da Sasol em Moçambique, Ovídio Rodolfo, “este primeiro carregamento de gás de cozinha representa a concretização de mais um passo no processo de valorização interna do gás natural, criando maior valor para o mercado doméstico.”
Produção a partir dos campos de Inhassoro e Govuro
O GPL é produzido a partir do gás natural extraído dos reservatórios de Inhassoro e Govuro, através de um processo industrial de separação e tratamento que resulta num combustível limpo, seguro e eficiente.
O Projecto PSA, operado pela Sasol Petroleum Mozambique, Limitada, inclui ainda a produção de cerca de 4 mil barris diários de petróleo leve e 23 petajoules de gás natural, destinado à geração de 450 megawatts de energia eléctrica na Central Térmica de Temane (CTT).
Moçambique junta-se ao grupo de países que processam os seus hidrocarbonetos
Com este avanço, Moçambique passa a integrar o grupo restrito de países africanos que processam localmente os seus próprios hidrocarbonetos, fortalecendo a segurança energética e promovendo o crescimento económico sustentável.
A Sasol, em parceria com o Governo de Moçambique e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), reafirma assim o seu compromisso de longo prazo com o crescimento industrial, a geração de valor local e o desenvolvimento contínuo do sector energético nacional.
A companhia aérea sul-africana Airlink anunciou o lançamento da nova rota Joanesburgo–Nacala, com início previsto para Fevereiro de 2026, reforçando a conectividade aérea, o investimento e o turismo no corredor norte de Moçambique.
Com esta expansão, Nacala passa a ser o sétimo destino moçambicano servido pela transportadora, com dois voos semanais, às segundas e sextas-feiras, operados por aeronaves Embraer Jet, reconhecidas pela eficiência e conforto.
Segundo o CEO da Airlink, De Villiers Engelbrecht, a nova rota responde “à crescente procura por mobilidade aérea no país, particularmente na região nordeste, que desempenha um papel vital na economia nacional”.
Nacala consolida-se como plataforma logística e económica
A escolha de Nacala reflete o reconhecimento da cidade portuária como porta de entrada estratégica para o comércio, a indústria e os investimentos logísticos. O crescimento da actividade portuária e os projectos de infraestrutura associados ao Corredor de Desenvolvimento do Norte tornam o destino um ponto-chave para a integração económica regional.
“Esta ligação não é apenas uma rota aérea é uma ponte entre economias, culturas e oportunidades. Ao conectar Joanesburgo a Nacala, reforçamos o papel de Moçambique como destino emergente de negócios e turismo”, acrescentou Engelbrecht.
Conectividade regional como motor de crescimento
A nova operação surge num contexto de expansão económica e diversificação das rotas regionais, reforçando o papel de Moçambique como elo de ligação entre os mercados do sul e do leste de África.
A aposta da Airlink vai facilitar a mobilidade de empresários, investidores e turistas, ampliando o acesso a destinos costeiros como Pemba e o Arquipélago das Quirimbas, reconhecidos pelo elevado potencial turístico e económico.
Serviço diferenciado e ligações internacionais
A companhia promete uma experiência de viagem superior, com ligações mais rápidas à Europa, Médio Oriente e América do Norte, através da sua rede internacional e de parceiros globais.
Os passageiros beneficiarão de assentos espaçosos, refeições ligeiras e bebidas incluídas, além de franquias de bagagem alargadas, 20 kg nas tarifas standard, 30 kg nas tarifas plenas e mais 15 kg para equipamento desportivo.
Com 64 voos semanais já operados entre Moçambique e a África do Sul, a Airlink reforça a sua presença no mercado moçambicano e o seu compromisso com o desenvolvimento económico regional.
“Com a entrada em Nacala, reafirmamos o nosso compromisso com Moçambique e com a conectividade da África Austral. O transporte aéreo é um catalisador essencial para o investimento e o turismo”, sublinhou o CEO.
A expansão consolida a colaboração entre a Airlink e o sector público e privado moçambicano, apoiando o crescimento do turismo, a atração de investimento estrangeiro e o fortalecimento das cadeias logísticas regionais.
Mais do que uma simples rota comercial, a operação Joanesburgo–Nacala simboliza a integração crescente da África Austral e o reposicionamento de Moçambique como actor estratégico na conectividade aérea continental.
Com esta aposta, a Airlink estimula o comércio, dinamiza o turismo e reduz os custos logísticos, contribuindo para a competitividade e coesão económica da região.
A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) anunciou, na sexta-feira (31), a redução da taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique para 16% em Novembro, o que representa uma descida de 0,50 pontos percentuais. A medida dá continuidade ao ciclo de descidas graduais iniciado no início do ano.
Desde Janeiro de 2024, a taxa conhecida como prime rate tem vindo a registar uma tendência de queda, após ter permanecido por seis meses consecutivos no nível de 24,1%. As variações desta taxa estão diretamente ligadas à Taxa de Política Monetária (MIMO), definida pelo Banco de Moçambique (BdM), que influencia o cálculo da taxa de referência aplicada pelos bancos comerciais.
Em Agosto, a prime rate situava-se em 17,20%, tendo baixado para 16,5% em Setembro. Durante o mês de Outubro, manteve-se inalterada, apesar de o Comité de Política Monetária (CPMO) do BdM ter decidido, a 29 de Setembro, reduzir a taxa MIMO em 0,50 pontos percentuais, para 9,75%.
Na altura, o governador do BdM, Rogério Zandamela, explicou que a decisão “resulta essencialmente da manutenção das previsões de inflação em um dígito no médio prazo, reflexo, em parte, da estabilidade cambial e da evolução favorável dos preços internacionais das commodities”, advertindo, no entanto, que “persistem riscos e incertezas internas que podem influenciar as projeções.”
A taxa diretora de juro em Moçambique manteve-se em 17,25% desde Setembro de 2022 até à intervenção do banco central. O processo de cortes sucessivos teve início a 31 de Janeiro de 2024, quando a taxa foi reduzida para 16,5%, marcando o início de um ciclo de ajustamentos com o duplo objetivo de estimular a economia e controlar a inflação.
“O CPMO continuará o processo de normalização da taxa mínima no médio prazo, mas de forma modesta e progressivamente menor”, sublinhou o governador, acrescentando que o ritmo das reduções dependerá das perspetivas de inflação e da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo.
Rogério Zandamela adiantou ainda que o processo de normalização monetária iniciado em 2024 deverá estender-se por 24 a 36 meses, período durante o qual já se registaram reduções acumuladas de 700 pontos base. “Tem sido um ganho significativo para o sistema”, destacou.
Apesar deste progresso, o governador reconheceu que a taxa de juro de referência aplicada pelos bancos aos clientes caiu apenas cerca de 600 pontos base no mesmo período, não refletindo integralmente a descida da taxa do banco central, devido às diferenças nos perfis de risco dos clientes. Ainda assim, enfatizou que a tendência tem beneficiado famílias, empresas e o Estado, ao proporcionar condições de financiamento mais acessíveis e sustentáveis.
O sector do turismo em Moçambique captou mais de 1,1 mil milhões de dólares norte-americanos (cerca de 954 milhões de euros) em investimentos nos últimos cinco anos, anunciou ontem o vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Onório Manuel.
“De 2018 a 2022, o sector atraiu mais de 1,1 mil milhões de dólares, posicionando-se como o terceiro maior receptor de investimentos no país”, afirmou o dirigente, durante a abertura da primeira edição do Mozambique Tourism Summit, realizada em Vilankulo, província de Inhambane.
Segundo Onório Manuel, estes números demonstram que o turismo “é muito mais do que lazer”, constitui uma alavanca para o desenvolvimento económico e para a criação de emprego digno nas comunidades.
De acordo com dados da CTA, entre 2016 e 2019, Moçambique recebeu, em média, dois milhões de turistas por ano, o que permitiu que o turismo representasse 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e 32% das exportações de serviços.
Para o sector privado, as parcerias público-privadas são o motor ideal para transformar e dinamizar o turismo moçambicano, mobilizando recursos destinados à melhoria das infraestruturas, formação profissional de qualidade e reforço da conectividade aérea e rodoviária.
“O sector privado está pronto para fazer a sua parte: investir, inovar e colaborar. O essencial é que as políticas públicas e os instrumentos financeiros estejam alinhados com esta ambição comum”, defendeu Onório Manuel.
O dirigente sublinhou ainda a importância da digitalização da experiência turística, abrangendo a promoção online, reservas electrónicas, marketing inteligente e gestão integrada de destinos turísticos.
As receitas provenientes de turistas estrangeiros ultrapassaram 200 milhões de euros em 2024, mas o Governo prevê alcançar 360 milhões de euros até 2029, elevando a contribuição do turismo para 6% do PIB, segundo informações oficiais anteriores.
Entre as prioridades definidas pelo Executivo para o período 2025–2029, destacam-se a atração de grandes eventos internacionais, o posicionamento do país como destino preferencial para o turismo de negócios e de eventos, bem como o reforço dos mecanismos de marketing turístico, com forte aposta na componente digital.
O mercado de trabalho moçambicano atravessa uma fase de transição que redefine o papel das instituições públicas e privadas na geração de emprego e no desenvolvimento de competências. A limitação de vagas na função pública e as exigências crescentes da economia moderna estão a posicionar o sector privado como o principal motor da criação de oportunidades profissionais no país.
De acordo com dados oficiais, o Governo autorizou recentemente 4.142 novas contratações para a função pública, um número modesto face à crescente procura por emprego, sobretudo entre os jovens. Este cenário reforça a importância de o sector privado assumir um papel mais activo na absorção de mão-de-obra e no fomento do empreendedorismo.
Mudança de paradigma laboral
Durante décadas, o emprego público foi visto como sinónimo de estabilidade e segurança. Contudo, o contexto económico actual, marcado por restrições orçamentais e pela necessidade de eficiência, revela uma nova realidade. As empresas privadas surgem como alternativa estratégica, oferecendo carreiras dinâmicas, maior mobilidade e contacto com práticas de inovação e gestão moderna.
Em sectores como energia, construção, telecomunicações, banca e serviços empresariais, observa-se uma procura crescente por profissionais qualificados, tecnicamente preparados e com competências em liderança e adaptação tecnológica. O mercado está, assim, a valorizar mais o mérito, a produtividade e a capacidade de aprendizagem contínua.
Desafios estruturais
Apesar do dinamismo do sector privado, o país enfrenta desafios persistentes no mercado laboral. Entre os principais destacam-se:
O déficit de mão-de-obra qualificada, sobretudo em áreas técnicas e de gestão;
A elevada informalidade do emprego, que limita o acesso à segurança social e a oportunidades formais de crescimento;
A falta de alinhamento entre a formação académica e as necessidades do mercado.
Estes desafios exigem políticas integradas que envolvam o Estado, o sector privado e as instituições de ensino, com foco no desenvolvimento de competências práticas, estágios profissionais e programas de capacitação técnica.
Oportunidades emergentes
A reconfiguração do mercado de trabalho representa também uma oportunidade para transformar o modo como se pensa o emprego em Moçambique. O sector privado, ao investir em formação contínua, inovação tecnológica e valorização de talentos locais, pode impulsionar uma nova geração de profissionais competitivos e preparados para o mercado regional e internacional.
As empresas que adoptam políticas de recrutamento inclusivas, promovem a diversidade e investem em ambientes de trabalho colaborativos tendem a atrair e reter os melhores talentos.
O futuro do emprego em Moçambique depende da capacidade do país de articular políticas públicas eficazes com estratégias empresariais inovadoras. O sector privado não é apenas um empregador, é um parceiro estratégico no desenvolvimento económico e social.
À medida que o país avança para uma economia mais diversificada e tecnológica, o investimento nas pessoas torna-se o principal motor da produtividade e da competitividade nacional.
O emprego do futuro será aquele que valoriza o talento, a qualificação e a capacidade de adaptação, pilares de um mercado de trabalho moderno e sustentável.
Projecções da ministra das Finanças – Carla Louveira
A ministra das Finanças, Carla Loveira, disse que os indicadores de desempenho mostram um caminho sólido de retomada do crescimento económico no país. Ao intervir na abertura do Conselho Coordenador do Ministério das Finanças, Carla Louveira disse que, segundo os dados mais recentes da execução orçamental do terceiro trimestre, há ligeira subida nas receitas e descida nas despesas, em termos homólogos.
A ministra das Finanças disse também que, embora os dados referentes ao primeiro semestre de 2025 apontem para uma contracção económica acumulada de 2,4%, as projecções orçamentais apontam para um crescimento económico de 2025 em 2,9%, uma aceleração económica em 3,2% em 2026 e uma média de 4,4% para o período de 2026 a 2028. “Estes indicadores mostram a existência de um caminho sólido para a retomada do crescimento económico.
As reformas em curso no sector das Finanças Públicas, aliadas à retomada gradual da produção e ao crescimento de sectores estratégicos, como a energia, a agricultura, o gás natural e as infraestruturas, projectam um horizonte de crescimento económico promissor, sustentável e inclusivo”, afirmou Carla Loveira. Disse também que a prioridade do Governo é assegurar que o crescimento se traduza em estabilidade macro-económica, controlo da inflação, consolidação fiscal e melhoria das condições de vida dos moçambicanos.
A ministra das Finaças referiu a celebração dos acordos de garantias entre o gestor do novo Fundo de Garantias Mutuárias e instituições financeiras moçambicanas, marcando o início da contraprestação de garantias bancárias no montante de 120 milhões de dólares para apoiar o financiamento das micro-, pequenas e médias empresas e promover uma economia mais inclusiva e participativa. “Esta medida reforça o nosso compromisso com uma gestão moderna, digitalizada e eficiente das finanças públicas, assegurando que o crescimento económico beneficie todas as regiões e grupos sociais do país”, afirmou Carla Loveira.
A ministra das Finanças disse também: “O contexto macroeconómico nacional tem-se revelado desafiante, marcado por choques internos e externos, resultantes de factores adversos”. Despesa do Estado O porta-voz do Conselho de Ministros disse que o balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado aponta que, dos 283 indicadores deste Plano para 2025 avaliados no presente trimestre no terceiro trimestre, 77%, cerca de 219, tiveram um desempenho positivo e 23%, correspondendo a 64 indicadores, registaram um desempenho negativo.
“Apesar de factores adversos vividos em Moçambique, registou-se uma estabilidade dos indicadores macro-económicos, caracterizada pelo aumento das reservas internacionais líquidas para cinco meses de cobertura, contra 4,7% previstas para o período, e a estabilidade da inflação ao situar-se em 4,1%, abaixo dos 7% previstos para o ano em curso”, afirmou Inocêncio Impissa.
Disse também que a cobrança da Receita do Estado foi de 263.872 milhões de meticais, correspondentes a 68,4% da meta anual, tendo sido 262.366 milhões de meticais, correspondentes a 68,5%, cobrados em 2024, representando um crescimento nominal de 0,6%.
A despesa realizada foi de 314.264 milhões de meticais, correspondente a uma realização de 61,3% do Plano Económico e Social de 2025, tendo sido 360.713 milhões de meticais, que correspondeu a 63,5% do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado do ano de 2024, no período homólogo, representando um decréscimo real de 15,8%. O balanço referente ao terceiro trimestre de 2025 mostrou que as acções levadas a cabo pelo Governo estavam orientadas para a promoção da coesão social, recuperação económica e consolidação fiscal, visando melhorar o bem-estar da população moçambicana.