Domingo, Junho 15, 2025
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MIC e CTA procuram harmonizar margens de lucro para produtos básicos

O Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, que dirigiu o encontro, referiu que a proposta fundamenta-se pela necessidade de harmonizar as margens de lucro com a conjuntura actual, caracterizada pelo aumento de preços, assim como garantir o poder de compra das classes sociais mais baixas.

Moreno Salientou que se espera que o documento crie um equilíbrio de forma a garantir acomodação dos interesses do sector privado e assegurar que as classes sociais mais baixas continuem a ter o poder de compra de produtos básicos.

Importa referir que, a presente proposta visa também regular a margem do lucro de alguns itens de sector de construção, tais como o ferro e chapa de zinco, onde a proposta de margem de máxima de lucro passa para 8% grossistas e 12% retalhistas.

Do lado do sector privado, a proposta é acolhida, na medida em que vai reduzir a concorrência desleal melhorando o ambiente de negócios no país.

Porém, não acolhe com satisfação a proposta da fórmula de apuramento da margem máxima do lucro, fundamenta que no apuramento deve-se considerar todas as variáveis relacionadas com os factores de produção, desde a questão de transporte, arrendamento, assim como alguns características específicas de cada produto, de modo a não se cair no erro de aplicar a mesma percentagem de margem de lucro no tomate e ovo, visto que o tempo de deterioração destes produtos são assimétricos.

A CTA solicitou mais tempo, de modo a garantir maior inclusão na recolher das contribuições do sector privado e prometeu submeter o parecer nas próximas duas semanas.

Conheça os motivos que travam a inserção dos jovens no mercado de emprego

Sílvio Campanje, formado na área de mineração há quatro anos, nunca teve um trabalho seguro. “Hoje em dia, para conseguires um bom emprego, tens de ter uma influência. Sem isso, as oportunidades escasseiam”, lamenta.

Outro jovem, Faduco Semente, tem um experiência semelhante. Formado em serralharia mecânica e gestão ambiental há uma década, só conseguiu trabalhar durante dois anos.

Segundo dados do Instituto Nacional de Emprego (INEP) em Tete, a província pretende criar cerca de 89 mil empregos até ao final de 2025, sendo que até ao momento já foram apresentadas 43 mil ofertas.

Este plano, porém, não consegue acompanhar o número crescente de jovens formados e de estabelecimentos de ensino, que tem aumentado em diversas áreas de estudo, com destaque para a formação técnico-profissional.

Em setembro, na primeira feira de emprego de Tete, onde estiveram presentes 30 instituições públicas e privadas, foram expostas apenas 80 vagas de trabalho para os mais de 1.000 jovens que procuravam uma oportunidade no mercado laboral, o que deixa poucas alternativas para centenas de pessoas qualificadas.

A jovem Carlota Sopia ainda está em formação, mas já teme os problemas do mercado de trabalho. “Eles querem pessoas com experiência profissional e nós, sem experiência profissional, acabamos prejudicados”, comenta.

Segundo o ativista social Júlio Calengo, é preciso capacitar os jovens para que saibam transformar o seu conhecimento científico em negócios de sucesso.

“Os meus irmãos precisam de ser capacitados. Tudo isso passa necessariamente por uma capacitação em negócios e gestão, e por capacitação na identificação dos problemas e oportunidades”, sugere.

Raxio Group instala centro de armazenamento de dados em Moçambique

Trata-se de um investimento de cerca de 20 milhões de dólares com uma capacidade de geração de mais de 250 postos de trabalho nesta primeira fase da sua implementação que, por sinal, será a primeira maior central de armazenamento de dados independente em Moçambique.

De acordo com Robert Mullins, CEO da Raxio Group, o objectivo é equipar aquele que será o maior centro de hospedagem de informação com recursos a tecnologias de última geração, de forma a servir de peça fundamental na evolução dos processos de transformação digital em Moçambique.

“Esta será a principal instalação da Raxio em Moçambique e será mantida com os princípios fundamentais de sustentabilidade da empresa para minimizar o choque ambiental através de uma melhor seleção de equipamentos e design sustentável”, argumentou Mullins.

Intervindo durante a cerimónia, o Governador da província de Maputo, Júlio Paruque, enalteceu a iniciativa aventando a necessidade de se eliminar barreiras no acesso à terra para fins de investimento.

“Não podemos dar voltas quando um investidor precisar de terra para instalar infraestruturas industriais, mas temos visto mafiosos e oportunistas que adiam o desenvolvimento por dificultar os processo de acesso a terra para investimentos”, terminou.

O projectos da Raxio chega a Moçambique num momento em que o uso da Internet está a aumentar de forma exponencial, com o número de utilizadores a subir de 15 para 32% entre 2015 e 2021, o que indica que o país está a precisar de uma resposta a essa significativa transformação digital.

Esses dados indicam que esse aumento do uso da Internet no país, vai se replicar na necessidade de uma forte espinha dorsal de infra-estruturas. Assim, a Raxio fornecerá serviços de colocação neutra em nuvem e operadora para seus clientes, criando um ambiente ideal para as empresas e provedores de conectividade se interligarem entre si, processarem e armazenarem dados.

Energia solar é a fonte de eletricidade que mais cresceu em Moçambique

Ainda assim, a energia obtida com os painéis solares representa menos de 1% da eletricidade produzida no país, que continua a estar centrada na barragem de Cahora Bassa – responsável por 83%.

A central solar de Metoro, a maior do país, foi inaugurada em abril, com 125.000 painéis fabricados na China, uma capacidade de 41 megawatts (MW) e capaz de injetar até 69 gigawatts/hora por ano na rede da Eletricidade de Moçambique (EDM).

Outra central vai ser construída no distrito de Dondo, província de Sofala, junto à cidade da Beira, com uma potência de 30 megawatts (MW). De acordo com o INE (citando dados da EDM), a taxa de acesso a energia elétrica tem vindo a subir todos os anos e em 2021 a eletricidade já chegava a 38,6% da população moçambicana.

No mesmo ano, a empresa pública EDM faturou 3,5 milhões de megawatts/hora em todo o país, quase metade na província e cidade de Maputo. O Governo moçambicano estabeleceu como meta alcançar o acesso universal a energia até 2030

Banco de Moçambique sanciona instituições financeiras por violação de normas  

O Banco Central menciona a Lei n.º 20/2020, de 31 de Dezembro – Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (LICSF), o Aviso n.º 11/GGBM/99, de 13 de Dezembro – Normas de Controlo Interno (NCI), o Aviso n.º 2/GBM/2018, de 16 de Abril – Código de Conduta das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (CCICSF), o Aviso n.º 9/GBM/2020, de 31 de Dezembro – Regulamento de Tratamento das Reclamações (RTR) e o Aviso n.º 1/GBM/2003, de 28 de Fevereiro – Regulamento de Valorização do Uso de Cheques (RC).

Entre as irregularidades detectadas pelo Banco Central, destaca-se o fornecimento de produtos financeiros sem solicitação ou acordo prévio e expresso do cliente (LICSF); Registo indevido de nome de cliente na Central de Registo de Crédito (LICSF); Inobservância do prazo regulamentar de resposta à reclamação de clientes (RTR); Inobservância do prazo de resposta às notificações do Banco de Moçambique no âmbito de processos de reclamações de clientes (RTR).

Há, ainda nas irregularidades, a cobrança de prestações de crédito a entidade que não é cliente da instituição (NCI); Violação do dever de correcta administração de crédito (NCI); e devolução de cheques de clientes sem menção, no verso dos cheques, dos motivos da devolução (RC).

Luís Enoque: “A transformação digital envolve tempo, dinheiro e mudanças estruturais”

Para melhor conhecer o processo de transformação digital do continente africano, estivemos à conversa com o Director Comercial e Marketing da BCX, Luís Enoque, licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela Universidade de Coimbra, com especialização em Telecomunicações, tendo iniciado a sua carreira na ReferTelecom em Portugal, como Engenheiro de Transmissão.

Foi Gestor de Contas Estratégicas e Gestor da Unidade de Negócios Cisco na I-TEC, tendo passado para a INTELLICA como Consultor Sénior e de seguida assumiu as funções de Gestor de Consultoria em Sistemas e Tecnologias de Informação e Comunicação, antes de juntar-se à BCX.

Em entrevista, Enoque começou por considerar que para a BCX constitui uma visão ser o parceiro estratégico número um da digitalização do continente africano, embora este mesmo processo envolva, no seu entendimento, tempo, dinheiro e mudanças estruturais.

Nesta linha de pensamento, o Director Comercial e de Marketing da BCX refuta a ideia de que a introdução da informatização veio para tirar postos de trabalho. O entrevistado defende que esta é uma forma de apresentar às pessoas de várias áreas de actuação, uma nova modalidade de trabalhar e obter resultados de maneira eficaz.

“A digitalização equipara-se a substituição da roda de um carro enquanto este estiver em andamento, por isso a BCX prioriza que a parte operacional continue em funcionamento enquanto implementam-se as mudanças”, referiu avançando que “o primeiro desafio da digitalização são as pessoas porque sentimos que em algum momento têm resistência em mudar a forma como trabalhavam antes para uma mais fácil e que permita maior controlo”.

SISTEMA DE COBRANÇAS ELECTRÓNICAS

A título de exemplo, a BCX desenvolveu, dentre vários aplicativos, um sistema de bilhética electrónica para a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique, que permite que os seus gestores possam controlar em tempo real aspectos ligados à quantidade de bilhetes vendidos, o fluxo de passageiros entre estações e, acima de tudo, controlar a receita arrecadada, entre outros.

“Na altura da pandemia este sistema ajudou muito no controlo da capacidade dos comboios, tendo em conta que o Governo tinha estipulado uma certa percentagem de viajantes e quando o processo é manual é difícil perceber.

Portanto, os revisores tinham definido um número máximo de bilhetes que podiam vender e, depois de esgotar, a máquina bloqueava”, explicou Luís Enoque reafirmando que o maior objectivo, para além da redução drástica do papel, é a digitalização para a  obtenção de dados em tempo recorde para a sua análise e uma tomada de decisão em tempo útil.

 

DESAFIOS DA DIGITALIZAÇÃO E SEGURANÇA CIBERNÉTICA EM TEMPOS DA COVID-19

“Na África do sul temos os dois maiores data centers comerciais que existem em África. Há ainda desafios porque algumas empresas (em especial na área financeira) não podem ter suas informações numa cloud fora do país, mas aqueles que podem beneficiam-se bastante dos nossos data centers, através do serviço BCX One Cloud”, disse.

Com a eclosão da pandemia da Covid-19, que obrigou a maioria das instituições a adoptarem o trabalho remoto, a protecção de informações tornou-se mais vulnerável, segundo analisa Luís Enoque, pois para si o ambiente corporativo é que oferece melhor segurança cibernética.

“A partir do momento em que as pessoas começam a trabalhar remotamente, assume-se que elas saem do ambiente corporativo, tornando o acesso às informações vulnerável, porém o ambiente corporativo oferece mais segurança”, alertou.

Para a BCX o período da pandemia foi uma oportunidade de trazer várias soluções tecnológicas para o mercado, desde a introdução de assinaturas electrónicas, introdução de câmaras com capacidades de medir a temperatura de grupo de pessoas à distância, e sistema de marcações de atendimento, dentre outros.

Banco Mundial injecta 10 milhões de dólares para fortalecer pesquisa agrícola

Dos 70 milhões de dólares, Moçambique vai receber 10 milhões de dólares para fortalecer o ensino superior e a pesquisa na área agrícola e ampliar o modelo bem-sucedido dos ACE, que visa fortalecer ainda mais a capacidade da região em fornecer treinamento de alta qualidade e pesquisa aplicada no campo da agricultura, refere um comunicado citado pela AIM.

Moçambique já estabeleceu o seu primeiro Centro de Excelência em Sistemas e Inovação Agro-alimentar, com o objectivo de criar capacidade técnica e de investigação de alta qualidade para o desenvolvimento agrícola.

O principal objectivo do ACE II é fortalecer os vínculos entre as universidades dos países participantes e apoiar os esforços para a satisfação das necessidades do sector agrícola regional por meio do fortalecimento de uma educação e formação agro-alimentar reforçada com abordagens transdisciplinares e investigação aplicada.

HCB pondera aumentar a produção de energia

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa possui, actualmente, cinco geradores e produz pouco mais de dois mil quilowatts de energia eléctrica, que deverão aumentar nos próximos anos.

Falando à STV, o administrador do Pelouro de Hidrologia da HCB, revelou, sem avançar muitos detalhes, que a firma à qual está filiado tem um estudo em curso que deverá dar detalhes sobre a viabilidade do aumento da produção de energia no país.

“Nós estamos mais ou menos a 50% ou 60% desse estudo. É claro que o país está a investir todo o seu esforço numa barragem adjuvante para produzir mais energia, que vai satisfazer a nível interno, bem como os países da região”, referiu o administrador do Pelouro de Hidrologia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Nilton Trindade.

Segundo Trindade, o estudo trará, junto dos profissionais da área, as principais garantias de que o país precisa para ingressar num projecto desta natureza.

O término do estudo de viabilidade para o aumento da produção energética no país está previsto para o primeiro trimestre de 2023.

Conheça os impactos da diversidade e inclusão no mercado de emprego

A empresa justifica a agenda do debate daquele encontro como um tema que deve constituir uma das maiores preocupações dos recursos humanos dada a importância na diversidade e inclusão no ambiente laboral.

Inclusão de pessoas  com deficiência e/ou necessidades no mercado de trabalho

A Tempus entende que há questões novas e urgentes na sociedade que precisam ser repensadas, como por exemplo, a questão da inclusão de pessoas com necessidades especiais ao mercado de trabalho.

Há muitos pais que têm filhos especiais e que muitas vezes se sentem sozinhos na forma como lidam com seu desenvolvimento, com o processo de aprendizagem e como veem o futuro desses filhos quando forem adultos.

São, segundo a empresa, perguntas sem respostas: terão uma vida normal? terão emprego?

“Por outro lado, qualquer um de nós poderá, de um momento para outro transformar-se numa pessoa especial: se perdermos a visão, a audição ou a mobilidade por exemplo, deixaremos de ser quem somos? Deixaremos de ser profissionais? – interrompemos a carreira? Podemos recomeçar uma nova carreira? Este é um assunto importante para os profissionais de RH repensar e trazer este tipo de reflexão para dentro da organização”, explica a Tempus.

Transversalidades dos temas relacionados ao capital humano

Antes os profissionais eram vistos apenas como um recurso dentro da organização.   Na língua portuguesa, usamos a palavra “funcionário” por muito tempo ao nos referir a trabalhadores. A palavra trás o conceito de que um trabalhador é aquele que funciona dentro de um sistema, como uma peça que pode ser substituída por outra sem danos para a organização.

Ora, hoje a questão da gestão de pessoas é vista de forma transversal numa perspetiva de que não há como construir uma nação, uma empresa ou uma organização separada da importância das pessoas nesse processo de construção. O foco das pessoas tem vindo a mudar de ano a ano, trazendo cada vez mais à mostra, os desafios que as organizações encontram para atrair, desenvolver e reter bons profissionais.

Sistema de comunicação e informação

O terceiro aspecto é sobre a comunicação que rompe os silos tradicionais. A nova geração dos chamados Millennials (nascidos entre 1981 a 1996 com idade entre 26 a 41 hoje) , vem revolucionando o mundo do trabalho na forma como lidam com o sistema de comunicação e informação e como se motivam para o trabalho.

Muitos têm deixado as organizações de forma silenciosa, buscando seu próprio espaço de trabalho, sem se importar muito em estar ligados a um empregador ou não. Muitos não se interessam por carreira, mas por fazer o que lhes dá prazer e motivação. As organizações precisam mudar a forma com como lidam com esta geração para conseguir reter os seus melhores talentos.

Resultados positivos da diversidade e a inclusão na atração e retenção dos talentos.  

Neste quarto e último aspecto, conclui-se que as organizações mais diversas e inclusivas costumam ser um dos melhores lugares para se trabalhar e para atrair e reter os melhores profissionais.  As organizações inclusivas e diversas têm atraído a atenção dos jovens talentos mais pelo espaço que dão para que as pessoas possam ser elas mesmas do que necessariamente pelos cargos ou salários que oferecem.

Moçambique baixa receitas fiscais do gás ao fundo soberano para 40%

De acordo com um esboço do diploma legal que ainda não foi aprovado, 40% das receitas fiscais proveniente da exploração de gás no norte de Moçambique serão canalizadas, nos primeiros quinze anos de exploração, para o fundo soberano que o país está a preparar para gerir os quase 100 mil milhões de dólares que deverá receber em receita fiscal.

Depois, a percentagem sobe para 50%, de acordo com a versão preliminar da lei que deverá ser submetida aos deputados até final deste ano, o que representa uma variação face à ideia de 2020, em que o fundo receberia 50% nas primeiras duas décadas, um valor que subiria depois para 80% dos impostos provenientes deste setor.

Moçambique deverá ser um dos maiores exportadores mundiais de gás a partir de 2024, beneficiando não só do aumento dos preços, no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia, mas também pela transição energética em curso a nível global, que procura afastar-se dos combustíveis fósseis, nomeadamente o petróleo.

O estabalecimento de um fundo soberano para a gestão das receitas foi uma das exigências do Fundo Monetário Internacional para o regresso ao país, já este ano, no seguimento de uma suspensão de cinco anos da ajuda ao Orçamento, depois do chamado ‘escândalo das dívidas ocultas’.

Este fundo soberano, que deverá seguir o modelo implementado por vários outros países africanos produtores de petróleo e gás, como Angola ou a Nigéria, terá um conselho de peritos independente, estabelecido pelo Ministério das Finanças, e as operações serão geridas pelo banco central, superviosionado pelos deputados e por um comité independente que vai incluir membros da sociedade civil.

Na versão preliminar noticiada pela Bloomberg, o fundo está impedido de investir em projetos de petroléo e gás, e o Ministério das Finanças deverá nomear auditores para analisar as contas deste fundo.