Tuesday, October 21, 2025
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Mercado de Acções regista Volume Global de 38,9 Mil Meticais | Profile

O mercado de capitais nacional encerrou a sessão com um volume global de negociação de 38.984,00 meticais, resultado das transacções envolvendo as acções da Cervejas de Moçambique (CDM), Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), EMOSE e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

Entre as empresas cotadas, a CDM destacou-se como a mais negociada do dia, movimentando 15.594,00 meticais, apesar de ter registado uma ligeira queda de 1,36%, fixando o preço da acção em 69,00 meticais. Já as acções da HCB mantiveram-se estáveis, encerrando a 3,00 meticais, com um volume de 14.310,00 meticais.

Fonte: Bolsa de Valores de Moçambique (BVM)

A CMH fechou o dia com o preço da acção a 4.200,00 meticais, sem variação, registando um volume de 8.400,00 meticais. Segue-se a EMOSE, que manteve o preço a 17,00 meticais, com movimentação de 680,00 meticais. As acções da ARKO Seguros e da TROPIGALIA não registaram movimentações, permanecendo a 650,00 e 123,00 meticais, respectivamente.

Do ponto de vista de oportunidades de compra, a TROPIGALIA surge como destaque, com potencial de valorização dentro da faixa de 100,00 a 144,95 meticais. Especialistas apontam que o comportamento estável da empresa poderá traduzir-se em ganhos consistentes a médio prazo, tornando-a uma opção atractiva para investidores atentos à variação do mercado.

Os investidores podem recorrer ao Simulador de Investimentos, ferramenta que permite testar diferentes cenários e calcular o potencial de retorno das acções em carteira.

O desempenho de hoje reflecte a tendência de estabilidade que o mercado moçambicano vem apresentando nas últimas semanas, mantendo o foco em sectores estratégicos e em empresas com historial sólido de desempenho e governação corporativa.

Quer entender como essas oportunidades de compra podem impactar seu portfólio? Utilize o nosso Simulador de Investimentos para calcular possíveis retornos e testar diferentes cenários.

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Fonte: Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) 

CMH recua 16,67% e estabiliza em 3.500,00 MZN | Profile

As acções da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) registaram, no dia 8 de Outubro de 2025, uma queda de 16,67%, encerrando a 3.500,00 MZN. O movimento representou uma correcção técnica imediata após a forte valorização de 20% observada dois dias antes, quando o título atingiu 4.200,00 MZN, o maior nível desde Janeiro.

As acções da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) registaram, no dia 8 de Outubro de 2025, uma queda de 16,67%, encerrando a 3.500,00 MZN. O movimento representou uma correcção técnica imediata após a forte valorização de 20% observada dois dias antes, quando o título atingiu 4.200,00 MZN, o maior nível desde Janeiro.

Apesar da descida expressiva, o volume de negociação foi extremamente reduzido, com apenas uma acção transaccionada durante a sessão, o que indica ausência de pressão vendedora relevante. No dia seguinte, 9 de Outubro, a CMH manteve-se estável em 3.500,00 MZN, sem registo de novas transacções, reforçando o cenário de ajuste técnico e consolidação.

“Apesar da forte valorização, é expectável uma correcção técnica nos próximos dias, uma vez que não se identificam, até ao momento, alterações significativas nos fundamentos da empresa que justifiquem este movimento.

A análise efectuada pela EDUC INVEST não encontrou nenhum facto relevante recentemente divulgado que possa explicar a súbita valorização, salvo a possibilidade de existirem informações ainda não tornadas públicas ou uma entrada estratégica de investidores institucionais.

Caso o impulso actual não tenha origem em novos fundamentos, a CMH deverá manter-se dentro do intervalo dos 3.000,00 a 4.000,00 MZN, faixa em que o preço tem encontrado equilíbrio ao longo do ano.

Ainda assim, há um elemento que pode estar a influenciar o movimento: a CMH costuma distribuir dividendos em Outubro, e investidores mais atentos podem estar a antecipar-se a esse evento, posicionando-se para beneficiar da remuneração associada.”

Mesmo com a correcção, a CMH mantém ganhos acumulados de 10,53% no mês e 21,74% nos últimos seis meses, permanecendo entre os títulos de melhor desempenho do mercado moçambicano em 2025.

No ranking das acções mais negociadas dos últimos 30 dias, a CMH continua na terceira posição, com 929.200,00 MZN movimentados, atrás apenas da Cervejas de Moçambique (CDM) e da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

Fonte: Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) 

Vodacom Moçambique promove Conferência sobre Ética, Conformidade e Privacidade Digital

A Vodacom Moçambique realizou, hoje em Maputo, a Conferência de Ética, Conformidade e Privacidade, um fórum que reuniu representantes do sector das telecomunicações, do ministério público, do sector financeiro e académicos, com o objectivo de debater os impactos da transformação digital sobre os princípios éticos, a protecção de dados e a governação responsável nas organizações.

O vento é realizado no âmbito da celebração da semana da ética e  serviu como um espaço de reflexão crítica e partilha de experiências sobre os dilemas contemporâneos que desafiam as instituições e as sociedades num contexto de inovação tecnológica acelerada.

Nas notas de abertura, o Presidente do Conselho de Administração da Vodacom Moçambique, Lucas Chachine, sublinhou que o forúm representa uma oportunidade de reflexão colectiva sobre os temas que estão no centro da transformação digital, como a ética, a privacidade e a conformidade legal. “A evolução tecnológica deve ser acompanhada por um compromisso inabalável com a integridade, a transparência e a responsabilidade institucional, de modo a preservar a confiança dos consumidores e a credibilidade das organizações.”

Entre os principais temas debatidos estiveram a ética na liderança institucional, os riscos associados aos crimes cibernéticos e à inteligência artificial, os desafios regulatórios em matéria de dados pessoais e a integração da conformidade como valor estratégico no sector público e privado.

Durante a sessão dedicada à ética e governação institucional, foi enfatizada a importância de consolidar os valores éticos como base das decisões organizacionais, mesmo em contextos de crescente digitalização.

A Directora Geral da Financial Sector Deepening Moçambique (FDCmoç), Esselinha Macome, afirmou que “a adopção de tecnologia deve caminhar lado a lado com uma cultura ética sólida, pois a inovação sem a responsabilidade fragiliza a confiança pública.”

A conferência também chamou a atenção para o agravamento das ameaças digitais, com destaque para a palestra sobre crimes cibernéticos, que abordou a proliferação de fake news, o uso indevido de deepfakes e os riscos da inteligência artificial não regulada. Para o Director do Cibercrime da Procuradoria-Geral da República, Mahomed Nazir Noormahomed, “o combate à desinformação exige uma resposta coordenada entre os sectores público e privado, assente numa forte aposta na literacia digital.”

Paralelamente, o primeiro momento do segundo painel abordou a governação corporativa e a ética empresarial, destacando que a integridade é um activo intangível com impacto directo na reputação, na confiança dos investidores e na responsabilidade social das organizações. Foi nesta senda que, Jovita Fazenda, representante do The Ethics Institute-South Africa, realçou que as empresas éticas constroem valor duradouro, fortalecem a confiança do mercado e inspiram uma cultura de responsabilidade colectiva.

Seguiu-se o painel sobre protecção de dados e enquadramento jurídico, onde foi sublinhada a importância de estabelecer um quadro legal robusto e coerente com os princípios internacionais de privacidade. O advogado Gil Cambule, representante da firma Cambule & Américo Sociedade de Advogados, destacou que “num contexto de crescente transformação digital, é essencial garantir que os direitos dos cidadãos estejam no centro das políticas públicas e da regulação tecnológica.”

A conferência contou ainda com a presença de representantes do INTIC, IGCMZ e Movitel, que integraram o painel sobre a privacidade e transformação digital: os desafios e perspectivas na era

da inteligência artificial. O debate evidenciou o papel das entidades reguladoras e das operadoras tecnológicas na criação de mecanismos eficazes de protecção de dados.

Encerrando o ciclo de apresentações, foi presidido pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), Lourino Chemane, o painel dedicado à promoção da implementação de controles de privacidade e conformidade nas instituições moçambicanas, destacando a importância de desenvolver normas internas claras, sustentáveis e alinhadas com as melhores práticas internacionais.

“O Governo está comprometido em assegurar uma estrutura legislativa sólida e coerente, capaz de responder aos desafios da era digital. Estamos a trabalhar para fortalecer os instrumentos legais e institucionais que assegurem a protecção da privacidade dos cidadãos, a segurança das infra-estruturas digitais e a promoção de uma inovação tecnológica responsável.”

Por fim, sublinhou-se que os desafios éticos e legais da era digital exigem actualização constante e compromisso coletivo para o desenvolvimento sustentável de um ecossistema digital mais justo e seguro.

Lançada Linha de Financiamento Inovativo para o Agro-negócio avaliada em 45,5 milhões de euros

O Governo de Moçambique lançou esta quinta-feira, em Maputo, a Linha de Financiamento Inovativo para o Agro-negócio (FINOVA), um instrumento financeiro avaliado em 45,5 milhões de euros, disponibilizados pela Cooperação Financeira Alemã através do KfW – Banco Alemão de Desenvolvimento.

O acto foi dirigido pelo Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, que destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento do sector agroindustrial, apontando que a FINOVA visa impulsionar as empresas líderes das cadeias de valor e reforçar a capacidade produtiva dos pequenos agricultores, principais pilares do sistema alimentar nacional.

Segundo o governante, o novo mecanismo de financiamento apresenta condições altamente concessionais, com taxas de juro não superiores a 10% ao ano, períodos de carência ajustados e prazos de reembolso compatíveis com os ciclos agrícolas e industriais. Estas condições visam criar um ambiente favorável à expansão do investimento rural e à integração dos produtores nos mercados formais.

Os investimentos elegíveis abrangem actividades como preparação de terrenos, instalação de sistemas de irrigação, mecanização agrícola, construção de armazéns, unidades de processamento, aquisição de equipamentos de transporte e processos de certificação de qualidade.

A operacionalização da FINOVA será assegurada por cinco instituições financeiras nacionais, Absa Bank, BCI, Standard Bank, Gapi e Microbanco Confiança, sob coordenação técnica da Agência do Zambeze e do Banco de Moçambique.

A Agência do Zambeze assumirá a gestão das garantias de capital, coordenando os seguros agrícolas e promovendo a articulação técnica entre instituições financeiras e produtores, de modo a assegurar a eficácia do mecanismo.

O Director-geral da Agência do Zambeze, Celso Cunha, afirmou que a FINOVA representa “um avanço significativo na facilitação do acesso ao crédito agrícola”, ao permitir cobertura de garantias colaterais, seguro climático e assistência técnica contínua. Segundo explicou, o instrumento permitirá que os pequenos produtores tenham acesso ao financiamento e aos mercados de forma sustentável, minimizando riscos através de mecanismos de mitigação climática, uma abordagem considerada inovadora no contexto moçambicano.

A criação da FINOVA insere-se nos esforços do Governo de promover o desenvolvimento rural integrado, diversificar a base produtiva e acelerar o crescimento inclusivo no sector agrícola, considerado estratégico para a segurança alimentar e o relançamento económico nacional.

Vodacom lança Bombinha Touch 4G e amplia o acesso às plataformas online e a Internet

A Vodacom Moçambique lançou em Maputo, a primeira Bombinha Touch 4G, um dispositivo moderno e acessível concebido para democratizar o acesso à Internet e a plataformas digitais como o YouTube, TikTok, Facebook, WhatsApp e o serviço de música em streaming MyMuze.

Com este lançamento, a Vodacom reafirma o seu compromisso com a inclusão digital e o seu propósito de garantir que todos os moçambicanos possam aceder à tecnologia, à informação e às oportunidades do mundo digital  independentemente da sua condição económica ou localização geográfica.

De acordo com Linda Riwa, Directora de Negócio do Segmento Particular da Vodacom Moçambique, o novo Digit 4G Z1 foi desenvolvido para eliminar as barreiras financeiras que ainda limitam milhões de cidadãos no acesso ao ecossistema digital.

“Esta Bombinha foi criada para eliminar o custo como obstáculo ao acesso digital. Por apenas 1.499 meticais, qualquer moçambicano pode adquirir um dispositivo que permite navegar na Internet, comunicar através das redes sociais e utilizar aplicações de entretenimento como o MyMuze, uma plataforma de música em streaming desenvolvida em Moçambique”, afirmou Linda Riwa.

Em Moçambique, embora mais de 88% da população esteja coberta pela rede 4G, cerca de 70% ainda não tem acesso à Internet, sendo as principais limitações o baixo poder de compra e a fraca literacia digital, entre outros factores.

O Digit 4G Z1 surge, assim, como uma solução inclusiva e inovadora, pensada para o uso diário com uma tecnologia eficiente, duradoura e fácil de utilizar, que permite que mais moçambicanos se liguem e beneficiem dos serviços digitais.

O lançamento deste dispositivo está alinhado com a estratégia da Vodacom de expandir a conectividade e impulsionar a transformação digital, contribuindo para o aumento das taxas nacionais de penetração tecnológica e de inclusão financeira.

A Vodacom é líder em telecomunicações e serviços digitais, comprometida com a transformação tecnológica e social de Moçambique. Através das suas iniciativas de inclusão digital, financeira e social, a empresa continua a ligar pessoas, comunidades e empresas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país.

XX CASP: Maputo acolhe em Novembro o maior encontro de negócios e investimento país

O Governo de Moçambique, em parceria com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), realiza de 12 a 14 de Novembro de 2025, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, a 20.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP), sob o lema “Reformar para Competir: Caminhando para o Relançamento Económico”.

Considerado o maior fórum de diálogo público-privado do país, o evento visa promover a concertação entre o Governo, o sector empresarial e os parceiros de cooperação, com enfoque na melhoria do ambiente de negócios, atracção de investimento e aceleração da retoma económica.

A edição deste ano contará com quatro componentes principais: o Diálogo Público-Privado, espaço central de discussão sobre políticas económicas e reformas estruturais, o Fórum de Promoção de Parcerias Bilaterais, destinado ao fortalecimento da cooperação empresarial entre Moçambique e os seus principais parceiros comerciais, o Fórum de Promoção de Investimentos e Oportunidades de Negócios, que reunirá investidores nacionais e estrangeiros interessados em sectores estratégicos, e a Mozambique Home EXPO 2025, mostra empresarial dedicada à inovação, indústria, comércio e serviços.

A CASP 2025 reafirma-se como uma plataforma de referência para o reforço da competitividade do sector privado, proporcionando acesso a informações de mercado, oportunidades de financiamento e networking com decisores e investidores.

As inscrições para o evento já estão abertas e podem ser feitas através do link de pré-inscrição: https://forms.gle/HnwQyhZnCfBFTZnLA.

Para mais informações, os interessados podem contactar o secretariado da conferência através do email casp@cta.org.mz ou do telefone +258 87 225 2188.

Depósitos de poupança dos moçambicanos cresceram 12,5 % em 2024

Os depósitos de poupança dos moçambicanos aumentaram 12,5% em 2024, para um recorde de 37,8 milhões de meticais (504 milhões de euros) por cada 1.000 adultos, segundo um relatório do banco central a que a Lusa teve acesso.

Este aumento reflecte uma tendência de fortalecimento da confiança dos cidadãos no sistema bancário e uma maior procura por instrumentos financeiros de acumulação segura em momentos de volatilidade económica.

Embora o relatório revelado pela Lusa não apresente o valor absoluto dos depósitos no período base, o incremento percentual sinaliza uma significativa mobilização de recursos internos, podendo reforçar a intermediação financeira e criar espaço para maior crédito doméstico.

Analistas destacam que este ritmo de expansão, se mantido nos próximos anos, poderá contribuir para a estabilidade macroeconómica, reduzir a dependência de capitais externos e fomentar investimentos locais, sobretudo se as taxas de juro reais forem mantidas competitivas.

Ainda assim, ressalta-se que para consolidar este crescimento será necessário um ambiente regulatório favorável, solidez institucional no setor bancário e promoção de produtos de poupança atrativos, que compartilhem rentabilidade razoável com segurança para os depositantes.

FMI confirma participação na CASP

A CTA manteve um encontro, recentemente, com o representante-residente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olamide Harrison, para discutir os desafios do sector privado moçambicano. Durante o encontro, a CTA convidou o FMI a participar como parceiro estratégico na 20ª CASP, a ter lugar nos dias 12 e 13 de Novembro de 2025, subordinada ao lema “Reformar para Competir: Traçando Caminhos para o Relançamento Económico”.

Dado o papel preponderante que o FMI tem desempenhado nos processos de estabilização macroeconómica e na recuperação financeira de Moçambique, a CTA considera relevante a sua participação activa na CASP, não só como orador, mas também como parceiro estratégico do evento, particularmente nas áreas ligadas à política fiscal, cambial e à estabilidade macroeconómica.

“Vivemos um momento delicado. A escassez de divisas, as pressões cambiais e a necessidade de implementar reformas estruturais tornaram-se desafios centrais. O sector privado, em particular, tem enfrentado enormes dificuldades no acesso a moeda externa, situação que afecta directamente a importação de insumos, matérias-primas e equipamentos. Estes constrangimentos comprometem seriamente a produtividade e a competitividade da economia nacional”, destacou o presidente da CTA, Álvaro Massingue.

Durante o encontro com o FMI, a CTA manifestou preocupação com a elevada carga tributária, actualmente situada em 36,1%, tendo defendido uma reforma fiscal profunda, baseada na redução dos impostos, alargamento da base tributária e promoção da equidade e previsibilidade do sistema.

O presidente da CTA reafirmou o compromisso da instituição com a agenda de reformas económicas visando a estabilidade macroeconómica. Sobre esta preocupação, o representante- residente do FMI em Moçambique reconheceu a legitimidade e apontou que esta instituição financeira internacional está a trabalhar em conjunto com o Governo para solucionar as preocupações do sector empresarial, incluindo a questão de carga tributária.

Olamide Harrison apontou algumas soluções, com ênfase para a redução da despesa pública, que actualmente se situa nos 34% do PIB, que é alto da média da África Subsaariana, contra 27% da capacidade de arrecadação de receitas.

“O Governo de Moçambique está a tentar reduzir a pressão da dependência externa, aumentando a receita, sem contudo olhar para a redução de despesas.

Para financiar estas despesas, ao mesmo tempo reduzindo a pressão de dependência externa, terá que recorrer à tributação”, destacou o representante do FMI.

Galp vende participação de gás em Moçambique

A Galp irá receber 100 milhões de dólares (85,4 milhões de euros ao câmbio atual) no quarto trimestre deste ano após ter sido assinada a decisão final de investimento no projeto offshore de gás natural Coral Norte, em Moçambique, indica esta terça-feira a petrolífera portuguesa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em março deste ano, a Galp concluiu a venda à XRG, subsidiária da ADNOC, dos Emirados Árabes Unidos, dos seus ativos de gás natural na Área 4, em Moçambique. Na altura, a empresa portuguesa embolsou 881 milhões de dólares, aos quais acresceriam os 100 milhões agora confirmados e ainda 400 milhões de dólares referentes ao projeto de Rovuma, ainda pendentes da decisão final de investimento.

A Galp revela também que “face a uma divergência, não resolvida até ao presente, quanto à tributação de mais-valias relativa ao processo de alienação da participação na Área 4 da Bacia do Rovuma, a Galp informa, ainda, que notificou formalmente o Estado de Moçambique sobre a existência de um diferendo, ao abrigo de acordos sobre a promoção e proteção recíproca internacional de investimentos. A carta remetida para o efeito abre a possibilidade para um período de discussão entre a Galp e o Estado Moçambicano tendo em vista a resolução do diferendo previamente a um processo de arbitragem internacional destinado a proteger os investimentos realizados pela Galp em Moçambique”.

“A Galp tem demonstrado total disponibilidade para cumprir com todas as obrigações fiscais e para encontrar uma via de entendimento. O recurso a mecanismos legais, nacionais e internacionais, é um passo que a empresa se vê obrigada a dar, mas que sempre procurou evitar, privilegiando um diálogo construtivo com as autoridades moçambicanas com vista ao esclarecimento do assunto”, reforça.

“A empresa entende, contudo, que não pode ser exigido o pagamento de impostos sem fundamento na legislação aplicável”, conclui.

PMI do Standard Bank destaca desaceleração da actividade empresarial em Setembro

A actividade empresarial em Moçambique registou uma ligeira desaceleração em Setembro, marcando o primeiro declínio nas vendas em três meses, segundo o índice PMI de Moçambique, medido pelo Standard Bank Moçambique, destacando queda para 49,4 pontos em Setembro, depois de 49,9 pontos em Agosto.

Este desempenho reflecte uma deterioração da actividade económica face ao mês anterior, enquanto valores acima desse limiar apontam para expansão, sinalizando uma nova contracção nas condições de negócio do sector privado.

Durante o período em análise, o relatório explica que as empresas inquiridas reportaram uma redução das novas encomendas e das vendas, o que limitou o crescimento da produção.

“O mês de Setembro representou mais um período de fraco desempenho para a economia do sector privado”, refere o documento, ressalvando que “várias empresas enfrentaram uma situação de falta de encomendas e dificuldades de tesouraria, enquanto outras registaram ligeiros aumentos na procura, com o sector dos serviços e o comércio por grosso e a retalho a contribuírem mais para a queda das vendas”.

Entretanto, o relatório aponta ainda que apesar desta desaceleração, o emprego continuou a manter-se em alta pelo quarto mês consecutivo e as pressões sobre os custos permaneceram moderadas, apoiadas por um ambiente de fornecimento mais estável.

Comentando os resultados, o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, citado no relatório, afirmou que a economia moçambicana tem vindo a registar contracções anuais do Produto Interno Bruto (PIB) desde o último trimestre de 2024 até ao segundo trimestre de 2025, reflectindo uma recuperação lenta dos efeitos provocados pelas perturbações pós-eleitorais.

“Não ficaríamos surpreendidos se os dados do PIB do terceiro trimestre mostrarem que a economia ainda se encontra em recessão. As nossas projecções indicam, no entanto, que o País deverá sair desse ciclo negativo no quarto trimestre de 2025, apoiado essencialmente por efeitos de base favoráveis”, assinalou.