Sexta-feira, Abril 19, 2024
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Países africanos têm direito de negociar combustível com Rússia, dizem analistas

Na sua recente visita à República do Uganda, a diplomata norte-americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que comprar produtos petrolíferos da Rússia, sob sanções devido à guerra na Ucrânia, estará a violar as sanções americanas e, por isso, haverá consequências.

Reagindo ao aviso da embaixadora norte-americana, os analistas Alberto Ferreira e José Matemulane explicam que a advertência viola a soberania e a independência de países.

“Este apelo é um atropelo à soberania e às independências africanas”, repudiou o analista Alberto Ferreira.

“É, de facto, moralmente repudiante. Ela não é ética, nem moral. Ninguém deu aos americanos autoridade e legitimidade para decidirem aquilo que é bom ou mau nos seus países. Ninguém votou para pedir permissão se pode comprar ou não o gás ou o combustível e armas da Rússia”, referiu o analista Matemulane.

Para os dois interlocutores, os Estados Unidos da América pretendem ter mais aliados na sua luta de poderes contra a Rússia. E os líderes africanos precisam de avaliar os interesses internos para minimizar o custo de vida.

Matemulane não deixa dúvida de que os Estados Unidos da América “querem recordar que estão no comando” e que os países devem escolher “o princípio do mau menor, aquilo que é o melhor para a sua população e para os países neste momento”, esclareceu Matemulane.

O analista acrescenta que o continente africano é chamado, mais uma vez, ao desafio da independência face ao controlo dos países desenvolvidos.

Por sua vez, Ferreira reitera que “ os países africanos vão procurar os melhores produtos para os seus países de acordo com os gastos, proveitos e perdas”, vincou.

Matemulane e Ferreira sublinham que Moçambique, como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pode comprar combustível russo sem escolher aliados na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

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