Sábado, Julho 27, 2024
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Poucos agricultores moçambicanos têm acesso a crédito bancário

O Inquérito Agrário Integrado de 2020 divulgado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, refere que o número de agricultores moçambicanos que têm acesso ao crédito bancário não chega a 1%, situando-se em 0,6%.

O levantamento começou em Setembro e durou três meses, tendo incidido sobre 140 dos 154 distritos do país.

O inquérito, apresentado pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, apurou que as pequenas explorações agropecuárias dominam a estrutura do sector em Moçambique, com pouco mais de 4,1 milhões, seguidas, de muito longe, pelas médias explorações, com 93.183 unidades. As grandes explorações perfazem apenas 873 unidades.

As pequenas explorações incluem a agricultura familiar, fonte de subsistência da maioria das famílias moçambicanas, enquanto as grandes são de cariz empresarial, situando-se as médias explorações entre os dois paradigmas.

De acordo com o inquérito, os novos pequenos produtores são a principal determinante do incremento da área de produção em Moçambique, que passou de pouco mais de 3,6 milhões de hectares em 2017, para cerca de 5,2 milhões de hectares em 2020.

O inquérito refere que os agricultores moçambicanos têm um baixo acesso a tecnologias e aponta o exemplo do sistema de rega, que chega a apenas 9,3% dos produtores.

Apenas 7,8% usam fertilizantes químicos, 5,5% recorrem a pesticidas, 1,8% trabalham com herbicidas e 8,8% usam estrume.

O acesso à informação sobre preços subiu significativamente nos últimos quatro anos, chegando a 39,9% dos produtores contra 18,4% em 2017.

A percentagem de perdas pós-colheita estagnou entre 2017 e 2020, mantendo-se em 13,5% nesse período.

Os números mostram uma tendência de incremento em 19% das pequenas explorações, subindo ao mesmo ritmo que o crescimento demográfico nacional, que é de cerca de 2% ao ano.

Falando no final da apresentação dos resultados do inquérito, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural disse que o país passa a contar com dados fiáveis no sector, o que vai permitir uma melhor planificação para o crescimento do desenvolvimento agropecuário.

“Houve uma orientação estratégica do Governo no sentido da realização do inquérito, para termos a certeza de que temos dados fiáveis para a nossa planificação”, disse Celso Correia.

O documento divulgado só estará disponível ao público a partir do dia 15 de Junho.

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