Enquanto especialistas tentam entender o novo coronavírus e desenvolver vacinas eficientes, o mundo dos negócios já vai longe no quesito adaptação.
Reuniões presenciais foram substituídas por sessões no Zoom e Google Meet. Escritórios passaram de edifícios corporativos para home offices.
Mas mesmo assim, ainda não está muito claro o que nos atingiu em 2020 e sobram muitas perguntas por responder sobre o futuro dos negócios.
Em geral, empresas são organizações baseadas em tradições e práticas que mudam lentamente.
Mas, de uma hora para outra, viram-se tendo de trabalhar a meio gás, implementando escalas de rotatividade e colocando funcionários a produzir remotamente.
Erroneamente, alguém poderia pensar que foi nesse contexto que a Google trouxe o aplicativo de reuniões Google Meet, e a Zoom Video Communications, o Zoom Cloud Meetings.
Todavia, nenhuma das duas ferramentas surgiu, heroicamente, para tirar as empresas da situação difícil em que ficaram quando seus canais de comunicação foram abalados pela pandemia.
O Google Meet foi lançado em 2017, e o Zoom em 2011.
De facto, nenhum aplicativo de reuniões foi lançado em 2020. As empresas tiveram apenas de começar a usar o que já tinha sido criado e estava disponível há anos.
Como a pandemia precipita a transição digital?
Entre Dezembro de 2019 e Abril de 2020, as receitas da Zoom Video Communications aumentaram de forma exponencial (de 10 milhões para mais de 300 milhões de dólares) e isso pouco teve a ver com marketing.
O motivo para muitas empresas terem optado por reuniões no Zoom ou Google Meet não teve quase nada a ver com os esforços da Zoom ou da Google em aumentar o número de subscritores nos seus aplicativos via campanhas de publicidade.
A pandemia criou necessidades e trouxe problemas que forçaram as empresas a buscar por soluções.
Havia soluções disponíveis. Skype, Google Meet e Zoom simplesmente mostraram o que tinham. Não houve criação.
No futuro, problemas de natureza similar forçarão empresas a migrarem ainda mais rápido para o digital.
Portanto, não são apelos nem discursos que levam serviços a terem sucesso. Tampouco é o marketing, embora possa funcionar por algum tempo. É necessidade. E 2020 trouxe necessidades de sobra.
Por outro lado, se quisermos que empresas abracem o digital, as necessidades precisam ser formuladas de forma clara e precisa.
Quanto mais cedo entenderem os porquês, mais rápido a transição acontecerá e menos negócios ficarão obsoletos.