Sexta-feira, Julho 26, 2024
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Pandemia e atrasos nos projectos de Gás colocam Moçambique a crescer apenas 2,8%

O atraso nos investimentos do gás natural em Moçambique e as medidas de combate à Covid-19 vão implicar um “crescimento real modesto” de 2,8% este ano, considera a consultora Fitch Solutions.

“Antevemos que a economia de Moçambique saia da recessão este ano, depois de ter registado uma contração de 1,3% em 2020, com o investimento privado a recuperar ligeiramente”, escreveram analistas da consultora.

Entretanto, “prevemos um crescimento real do PIB modesto, de 2,8%, já que o atraso no investimento no sector do gás e a persistências das medidas de confinamento pesam na recuperação da procura interna”, esclarece.

Numa nota sobre os riscos para o país, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings apontam ainda que o Banco Central moçambicano deverá baixar a taxa de juro no segundo semestre.

“O Banco de Moçambique vai provavelmente ter margem para baixar a taxa de juro em 100 pontos base para 12,25% até final deste ano, depois de uma surpreendente subida de 300 pontos base em Janeiro, num contexto de baixo crescimento económico”, escrevem.

Os analistas alertam que “na frente política, continuamos a assinalar riscos crescentes para a estabilidade colocados pela crescente actividade insurgente na província nortenha de Cabo Delgado”.

Na análise, a Fitch Solutions alerta ainda para as dificuldades que Moçambique vai ter a nível de infraestruturas, que são consideradas insuficientes para escoar toda a produção de gás natural que se espera possa começar a ser produzida a partir de meados desta década.

“Um falhanço em lidar com a infraestrutura deficiente é um risco premente para a economia de Moçambique; as infraestruturas de transporte, em particular, são atualmente desadequadas para levar os ricos recursos naturais do país para os mercados internacionais”, concluem os analistas.

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