Sexta-feira, Maio 3, 2024
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Elsa Matula: “Quando uma marca se torna Superbrands, eleva o desejo dos consumidores”

Realizou-se em Maputo, o evento de pré-lançamento da 6ª edição da Superbrands Moçambique – uma distinção internacional e independente, que se dedica a promoção da política do branding e ao reconhecimento da excelência e posicionamento das marcas em Moçambique.

Durante a cerimónia, o Profile conversou com a Elsa Matula, Consultora de Marketing e Comunicação, também Conselheira da Superbrands. Matula, considera que “quando uma marca se torna Superbrands, ela se torna mais desejável para os consumidores, pois o valor da marca desempenha um papel significativo em suas decisões de compra”.

 Profile Mozambique: Quem é a Elsa Matula?

Elsa Matula: Sou Consultora de Marketing e Comunicação e actualmente administradora do Media Club, uma entidade que visa congregar profissionais de mídia, promover eventos relacionados a todas as áreas de Comunicação e conectar stakeholders de diversos sectores, incluindo marcas. Minha trajectória profissional inclui uma vasta experiência como consultora, tendo iniciado minha carreira na gestão de uma das maiores empresas de branding de Moçambique, a StarTimes. Durante oito anos, actuei como Directora de Marketing, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da comunicação, marketing e imagem da empresa.

Recebi o desafio de liderar o Media Club e desde então tenho dedicado minha energia a essa missão. Acredito na importância da conexão entre profissionais de mídia, marcas e outros stakeholders, e estou empenhada em promover essa interação de forma significativa e produtiva para todos os envolvidos.

PM: Qual é a sua opinião sobre esta plataforma que distingue as marcas com melhor desempenho e apresentação no mercado moçambicano?

EM: Penso que o Superbrands é uma iniciativa extremamente interessante e que traz um grande impulso para o mercado. No mundo competitivo das marcas, é essencial que elas se posicionem de forma eficaz. Embora existam diversos estudos e plataformas dedicadas às marcas, o Superbrands se destaca ao oferecer um palco único onde todas as marcas, mesmo aquelas do mesmo sector, podem participar, ser avaliadas, qualificadas e premiadas.

É importante ressaltar que, além dos consultores, quem realmente define as Superbrands é o consumidor. A pesquisa valoriza a opinião do consumidor final. Pode-se até pagar o melhor consumidor do mundo para afirmar que uma marca é uma Superbrands, mas se o consumidor final não concordar, não será favorável.

Portanto, além dos critérios de pesquisa e avaliação, o Superbrands oferece um fórum onde as marcas podem desfilar e mostrar seu potencial, como em um verdadeiro show de marcas.

PM: O que devem fazer as marcas que não foram convidadas para esta plataforma de distinção, de modo a melhorar suas chances e serem selecionadas futuramente?

EM: Penso que é uma questão de estratégia. Ter uma estratégia bem definida, seja ela considerada boa ou má, é crucial para alcançar resultados e conquistar cada vez mais consumidores. A notoriedade e o posicionamento da marca são elementos-chave que influenciam directamente nesse processo.

Acredito que, se directores, gestores, CEOs e supervisores de marcas e produtos se destacarem no mercado, isso valorizará a marca como um todo. Afinal, o que realmente importa não é apenas o reconhecimento pelo Superbrands, mas sim a percepção que o mercado tem da marca e o valor que ela oferece aos consumidores.

Portanto, se uma marca se destaca e agrega valor genuíno aos consumidores, naturalmente que ela será reconhecida pelo Superbrands. Afinal, não basta ser uma marca famosa; é fundamental satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes. No momento da avaliação, esses são os dados que realmente importam.

Em resumo, esses são alguns dos critérios de classificação de uma marca que a tornam elegível para receber o reconhecimento do Superbrands.

PM: De acordo com a sua experiência, qual é a desvantagem para as empresas que, mesmo após 5, 10 ou 15 anos de existência, ainda não possuem um departamento de marketing ou comunicação? O que essas empresas podem perder em termos de vantagem competitiva e presença no mercado? 

EM: O marketing é uma ciência, e como toda ciência, alguns a respeitam enquanto outros não. Alguns acreditam que podem gerir suas marcas de forma empírica, enquanto outros entendem que é necessário adoptar uma abordagem científica e estratégica orientada para resultados.

Contudo, é importante ressaltar que o marketing é essencial para qualquer marca. Ele adiciona valor porque, sem ele, não é possível diagnosticar as necessidades do consumidor. E se não conseguimos diagnosticar essas necessidades, não poderemos satisfazê-las e nos tornarmos uma Superbrands.

PM: Considerações finais?

EM: Sinto-me extremamente honrada por fazer parte da Superbrands. Apesar de ser uma participante modesta em meio a tantos conselheiros, é gratificante poder contribuir com a minha experiência. Vejo este desafio como uma oportunidade em constante evolução, que certamente nos estimulará ao longo de 2024.

Quero aproveitar este momento para encorajar as marcas que ainda não possuem departamentos de comunicação, relações públicas ou marketing a se informarem sobre esta nobre iniciativa. Ser reconhecido como Superbrands em um mercado tão competitivo como o moçambicano é extremamente valioso, pois isso nos conecta directamente com nossos consumidores finais.

Quando uma marca se torna Superbrands, ela se torna mais desejável para os consumidores, pois o valor da marca desempenha um papel significativo em suas decisões de compra. Portanto, fazer parte deste selecto grupo é uma conquista que certamente impulsionará o sucesso de qualquer marca no mercado moçambicano.

 

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