A TotalEnergies acredita que chegou o momento de fazer aquisições nos sectores do gás natural, electricidade e energias renováveis, embora não tenha objectivos específicos em mente.

A “supermajor” francesa tem, por esta altura, e fruto da subida dos preços do gás natural dos mercados, um excesso de liquidez e, embora também tenha já anunciado os dividendos aos accionistas, está nesta altura a estudar formas de aumentar a sua exposição aos sectores de rápido crescimento do mercado energético, nomeadamente novas explorações de GNL e renováveis.

E foi isso mesmo que o CEO da empresa, Patrick Pouyanné, confirmou publicamente na semana passada: “Consideramos que esta poderá ser uma oportunidade para acelerar a transição energética, através do acesso a alguns negócios contra-cíclicos”, assinalou.

“Se nos movermos, será principalmente nos campos de GNL e/ou electricidade e no mercado das renováveis”, disse, advertindo que “não está prevista uma aquisição de grande escala”, até porque, assinalou não é “um grande fã de fusões e aquisições demasiado grandes (porque) a integração é importante”.

E destacou alguns processos de integração que decorreram, segundo o gestor, “com sucesso”, ao longo dos últimos sete anos, como a da Maersk Oil e a dos activos moçambicanos da Anadarko Petroleum, garantindo na altura, a maioria do capital da concessão da Área 1 da Bacia do Rocuma.

Depois, deixou  uma promessa para o curto e médio prazos: “Haverá notícias nos próximos meses, devemos ser pacientes”, disse Pouyanné, salientando ao mesmo tempo que “talvez dentro de duas semanas, surgirão algumas outras notícias para explicar como iremos assegurar o crescimento do GNL da nossa carteira”.

Falando durante o webcast de apresentação de resultados do primeiro trimestre da empresa, Pouyanné garantiu, de resto, que “não há nada de específico, apenas a vontade da administração de utilizar parte destes fluxos de caixa excepcionais para acelerar a nossa estratégia de acordo com o que dissemos anteriormente”.

O bloco Área 1 da Bacia do Rovuma é operado pela Total E&P Mozambique Area 1 Ltd, com uma participação de 26,5%, a ENH Rovuma Área Um, subsidiária da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, com 15%, Mitsui E&P Mozambique Area1 Ltd. (20%), ONGC Videsh Ltd. (10%), Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), and PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8,5%).

Os projectos de gás natural da bacia do Rovuma, norte do país, conheceram um revés em Março de 2022, quando a petrolífera francesa evocou a cláusula de “força maior” para suspender o seu investimento de mais de 23 mil milhões de dólares, o maior em África, na sequência de ataques armados na região.

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