O economista-chefe do Standard Bank Moçambique, Fáusio Mussá, disse ontem acreditar ser provável que Moçambique saia da recessão durante o segundo trimestre de 2021, uma vez que o país está a passar por um abrandamento das restrições relacionadas com a pandemia do COVID-19.
Os efeitos de base explicam grande parte do crescimento esperado, visto que a conjuntura ainda aponta para uma procura agregada moderada e um claro sentimento negativo, na sequência de uma série de ataques terroristas que originaram uma situação humanitária na província do norte do país, Cabo Delgado e mais atrasos na implementação de projetos de gás natural liquefeito (GNL).
“Assim, as nossas previsões de crescimento a médio e longo prazo foram revistas em baixa, devido ao declíneo esperado do investimento directo estrangeiro, inevitavelmente acentuado, na sequência da declaração de força maior da Total relativamente ao seu projeto de GNL. É pouco provável que o crescimento médio do PIB exceda o crescimento populacional que se situa entre 2,5%-3% ao ano. Esta diminuição das perspectivas de crescimento tem implicações macroeconómicas muito importantes devido às pressões fiscais” explicou Fáusio Mussá.
O economista-chefe do Standard Bank Moçambique, considerou por outro lado os desafios do país, inerente os atuais desafios de segurança, a incerteza de resposta em termos de políticas, a COVID-19, e os eventos climáticos, prevemos que o dólar americano e o metical encerrem o ano com um valor de aproximadamente 60,7 no cenário bull, 65,4 no cenário de base e 70,1 no cenário bear.
Observando a inflação do final do ano no cenário base aponta para 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com uma previsão de recuperação do PIB a manter-se baixa num crescimento anual de apenas 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.”