Terça-feira, Janeiro 21, 2025
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Moçambique poderá ver expansão da produção de GNL com o novo projecto Coral Norte da Eni

A multinacional italiana Eni aguarda a aprovação do Governo de Moçambique para dar seguimento à decisão final de investimento no terminal flutuante de liquefação de gás natural, Coral Norte FLNG. Com uma capacidade estimada de 3,4 milhões de toneladas anuais de GNL, o projecto será instalado na bacia do Rovuma, ao Norte do país, conforme informado pelo portal argusmedia.

A Eni espera que a autorização por parte das autoridades moçambicanas seja concedida em breve, permitindo que o projecto avance para a fase de execução. Embora ainda não tenha revelado um cronograma detalhado, a petrolífera reafirmou seu plano de iniciar as operações do Coral Norte na segunda metade de 2027.

O novo terminal flutuante será localizado aproximadamente 20 quilómetros ao Norte do Coral Sul FLNG, o primeiro empreendimento de exportação de GNL em Moçambique, também operado pela Eni, que iniciou suas operações no final de 2022. Com uma capacidade semelhante à do Coral Sul, o Coral Norte representa um passo estratégico na ampliação da produção de gás natural no país, num momento em que as perspectivas globais para o sector seguem em evolução.

A concretização do projecto ocorre em meio a incertezas quanto ao avanço de outros megaprojectos ligados à exploração de gás natural na bacia do Rovuma. O Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, e o Rovuma LNG, sob responsabilidade da ExxonMobil, continuam suspensos devido a questões de segurança na província de Cabo Delgado.

O projeto da TotalEnergies, que prevê uma capacidade de liquefação de 13,1 milhões de toneladas anuais, chegou a atingir o fechamento financeiro em 2019, mas foi interrompido em 2021, quando a empresa declarou força maior devido à insurgência na região. No entanto, a petrolífera indiana Bharat Petroleum, uma das parceiras do consórcio, indicou em Outubro de 2024 que a força maior poderá ser suspensa entre Janeiro e Fevereiro deste ano, sinalizando uma possível retomada das operações.

Por sua vez, a ExxonMobil anunciou, em Novembro do ano passado, que tomará uma decisão final sobre o investimento no projecto Rovuma LNG, com capacidade de 18 milhões de toneladas anuais, no início de 2026. A empresa tem acompanhado os desenvolvimentos em Cabo Delgado e avalia as condições de segurança antes de seguir com o investimento.

Ao contrário dos projectos em terra, o Coral Norte FLNG será uma plataforma offshore, o que reduz significativamente os riscos associados à segurança na região. O sucesso do Coral Sul FLNG, que tem operado sem interrupções desde seu início, reforça a confiança da Eni no desenvolvimento de mais uma unidade flutuante de liquefação na bacia do Rovuma.

A Eni mantém seu compromisso de expandir as operações de GNL em Moçambique, consolidando-se como um dos principais protagonistas na exploração de gás natural no país. Caso a aprovação governamental seja concedida nos próximos meses, o Coral Norte poderá se consolidar como um novo marco na trajectória de Moçambique como fornecedor estratégico de gás natural para o mercado global.

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