O país precisa de instituições fortes, economia competitiva e diversificada para aproveitar as oportunidades da globalização, defende o presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) e economista Salim Valá.
Valá apontou os caminhos que Moçambique deve percorrer para tirar ganhos da globalização, em declarações à Lusa sobre o livro que lançou em Maputo, com o título “Economia Globalizada & Paradoxos de Desenvolvimento: Reflexões Inconclusivas”.
“Sem ser um Estado falhado, Moçambique enfrenta desafios complexos que levarão décadas a superar para que o país possa escrever uma história de sucesso com a globalização”, declarou o presidente da BVM.
Os desastres naturais, conflitos armados e instituições frágeis impedem Moçambique de fazer uma transição para uma economia próspera, acrescentou.
Salim Valá assinalou que o atraso de Moçambique no aproveitamento das oportunidades geradas pela globalização é comum à maioria dos países, havendo, contudo, exceções com os Estados que registaram progressos gigantescos com a globalização.
“Temos vários exemplos notáveis de aproveitamento das oportunidades da globalização como a China, Singapura, Malásia, Indonésia, Correia do Sul, Cabo Verde, Maurícias, Seicheles, Botsuana, Polónia e República Checa”, afirmou.
A capacidade de mobilização de activos económicos, diversificação, fortalecimento de instituições e o dividendo demográfico são fundamentais para obter ganhos com a globalização.
“Os países que compreenderam melhor a globalização e preparam-se para o processo têm estado a tirar vantagens, nos últimos 30 a 40 anos”, destacou.
Um país não preparado para aproveitar as oportunidades da globalização vai cair no conjunto dos “descontentes”, afirmou o presidente da BVM, parafraseando o economista norte-americano Joseph Stiglitz, que disse que a globalização está a criar descontentes.
“Economia Globalizada & Paradoxos de Desenvolvimento: Reflexões Inconclusivas” é a sétima do autor e todas versam sobre matérias de economia, área de formação de Salim Valá.