No próximo dia 27 de Setembro de 2025, Maputo recebe, pela primeira vez, a experiência internacional The Pink Table – Brutal Fruit Spritzer, um encontro exclusivo que celebra a conexão feminina, a elegância e a partilha autêntica. A iniciativa faz parte do movimento global The Pink Table, que tem vindo a encantar públicos e criadoras de tendências em várias cidades do mundo.
O movimento The Pink Table foi oficialmente lançado com uma recepção de grande impacto na Cidade do Cabo, com a presença de nomes de destaque do cenário africano e internacional. A peça central, a grande mesa rosa, foi pensada para simbolizar união, pertença e celebração feminina. Em edições internacionais, o evento contou com figuras como Bonang Matheba e artistas como Ami Faku, entre outros convidados de relevo. Na representação moçambicana, marcou presença a influenciadora Towanda Cabinda, reforçando a ponte cultural entre as edições regionais e a iniciativa global.
A edição de Maputo foi cuidadosamente desenhada para proporcionar uma experiência sensorial e intimista, com actividades pensadas para gerar conversas significativas e memórias fotográficas, tais como Brutally Honest Bon Bon, pequenos “surpresas” com perguntas provocadoras para iniciar diálogos autênticos; Glass Painting Experience, pintura personalizada de taças Brutal Fruit, guiada por artista convidado; Pink Table Topics, prompts e dinâmicas colocadas nas mesas para aprofundar ligações entre convidadas; Cenografia instagramável, cenários e detalhes pensados para criar um ambiente elegante e memorável.
“O Pink Table é mais do que um evento. É um espaço onde celebramos o extraordinário da vida, a força da irmandade e a confiança de brilhar sem medo. Maputo vai viver um momento memorável, pensado para que cada convidada se sinta parte de algo especial e único.” afirma Mara Chiu, Directora de Marketing da Cervejas De Moçambique.
A edição Maputo é invite-only, reunindo mulheres confiantes, criativas e à procura de conexão, desde entusiastas da marca, líderes de opinião, empreendedoras, comunicadoras, até criadoras de conteúdo e comunitárias locais. O objectivo é criar um espaço onde partilha e inspiração se cruzem com elegância e leveza.
No seguimento das edições de Cape Town e Maputo, o movimento seguirá até Paris, com datas agendadas para os dias 3 e 4 de Outubro de 2025, no âmbito da Paris Fashion Week, onde teremos também uma influencer de Moçambique a representar o país. Esta internacionalização reforça a ambição da marca em transformar momentos de convívio em experiências memoráveis.
A cerimónia anual dos Mozambique Gas & Energy Awards voltou a destacar, em 2025, as empresas e personalidades que mais se distinguiram no desenvolvimento do sector energético nacional. O evento decorreu no âmbito da Mozambique Gas & Energy Summit & Exhibition, reunindo líderes, executivos e decisores de referência no ramo.
Nesta edição, foram distinguidas iniciativas e actores em sete categorias principais: Empresa Moçambicana do Ano, Empresa Internacional do Ano, Campeão de Conteúdo Local, Projecto Comunitário do Ano, Mulher Moçambicana do Ano em Energia, Jovem Líder Moçambicano do Futuro em Energia e Inovação Energética do Ano.
A premiação constituiu, segundo a organização, um testemunho do progresso que Moçambique vem alcançando na exploração e gestão de gás natural, LNG e energias alternativas, bem como da consolidação do país como polo estratégico no sector energético.
Entre os nomeados destacaram-se personalidades e instituições como Jennifer Garvey, Lizete Mangueleze, António Jopela, Ussene Mucanheia, bem como empresas e organizações de relevo, incluindo Technip Energies, Aiteo Group, Eni, Macarbono – Ephattu, Pamoja Tunaweza Foundation, CTA e Linkar Programme.
O prémio também valorizou projectos de impacto social, como o Community Handpump Project by Co2 Balance, exemplo do contributo do sector energético para a melhoria das condições de vida das comunidades.
A edição de 2025 reforçou, assim, o papel dos Mozambique Gas & Energy Awards como plataforma de reconhecimento da inovação, sustentabilidade e excelência, inspirando novas práticas e soluções para o futuro do sector no país.
O Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Álvaro Massingue, que exerce, igualmente, as funções de Director Regional para África da Câmara Internacional de Logística e Transportes (CIT), participa em Cartagena das Índias, Colômbia, na 41ª Assembleia Geral Ordinária da CIT, evento de dois dias que reúne representantes de mais de 30 países para debater os principais desafios e oportunidades da logística e dos transportes a nível global.
Falando na sessão de abertura da AG, Massingue enfatizou que África não procura doações nem caridade, mas sim parcerias transformadoras, sustentadas em capital, tecnologia e visão estratégica. Sublinhou que o transporte deve ser entendido como infra-estrutura essencial para o desenvolvimento económico, sem a qual não é possível reduzir custos, melhorar a competitividade nem criar empregos dignos.
“Precisamos de investimentos que construam corredores modernos, portos secos e uma logística intermodal robusta, capaz de ligar o potencial agrícola, mineiro, industrial e energético africano às cadeias globais de valor”, afirmou.
O primeiro dia da Assembleia foi marcado por discussões de alto nível em torno da aplicação da inteligência artificial no transporte, da educação digital e formação de profissionais, da transição energética, da modernização das frotas de carga e da segurança no transporte rodoviário.
As actividades prosseguem hoje, 16 de Setembro, com a análise dos fracassos nos negócios de transporte, incluindo os riscos financeiros das empresas do sector e a escassez mundial de motoristas de veículos pesados. A agenda contempla ainda debates sobre as peculiaridades da logística e do transporte intercontinental, abordando a mobilidade ferroviária, os constrangimentos do trânsito na América Central e na região Andina, o papel da juventude no sector, a monitorização inteligente do transporte multimodal e o impacto dos data centers como infra-estruturas críticas da era digital.
O programa encerra com uma visita técnica à Sociedade Portuária Regional de Cartagena, sublinhando a centralidade dos portos para a integração logística internacional.
Distinção com Ordem do Mérito Interamericano dos Transportes Durante a 41ª Assembleia Geral Ordinária da Câmara Internacional de Logística e Transportes (CIT), que decorre na cidade de Cartagena das Índias, na Colômbia, o Presidente da CTA e da CCM, Álvaro Masingue, foi distinguido com a Ordem de Mérito Interamericano dos Transportes (OMITRANS), em reconhecimento ao seu contributo para a integração logística e fortalecimento das ligações intercontinentais.
Moçambique foi admitido como primeiro país africano membro da CIT em Julho de 2023 e, em Maio de 2025, em Lima (Peru), Álvaro Massingue foi eleito Director Regional para África, cargo que agora exerce em Cartagena.
A Assembleia Geral da CIT coincidiu com as celebrações dos 50 anos da Confederação Colombiana de Transportadores de Carga (COLFECAR).
Nesta oportunidade, Álvaro Massingue expressou suas felicitações à COLFECAR, destacando a importância da celebração de meio século de actividade ininterrupta como uma inspiração para todos que trabalham para transformar a logística em um motor de desenvolvimento.
Álvaro Massingue aproveitou a ocasião para convidar à comunidade internacional a participar na 20.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que terá lugar em Maputo, de 12 a 14 de Novembro.
SOBRE A CIT
A Câmara Internacional de Logística e Transportes (CIT) é uma organização internacional que integra capítulos nacionais de mais de 30 países, promovendo a cooperação intercontinental e a harmonização de normas no sector dos transportes.
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – UNIDO assinou, recentemente, em Maputo, um memorando de entendimento com a Associação Industrial de Moçambique – AIMO, durante a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da associação, num acto que contou com a presença da Secretária de Estado para a Indústria, Dr.ª Custódia Paunde.
O acordo estabelece as bases de cooperação entre a UNIDO e a AIMO, com vista ao fortalecimento da capacidade institucional da associação e à promoção de soluções industriais sustentáveis, alinhadas com os princípios da industrialização inclusiva, uso de energias renováveis e fomento da inovação técnica.
Na ocasião, a UNIDO reafirmou o seu compromisso em apoiar Moçambique por intermedio da AIMO na diversificação da sua base produtiva e na modernização do tecido industrial, contribuindo para a criação de emprego digno, inclusão social e resiliência económica.
“O reforço da capacidade institucional da AIMO é fundamental para que a indústria moçambicana possa desempenhar um papel cada vez mais activo no desenvolvimento do país.
A UNIDO continuará a trabalhar lado a lado com os seus parceiros nacionais para garantir que a industrialização avance de forma sustentável, inovadora e inclusiva”, destacou o representante da UNIDO em Moçambique Jaime Comiche.
A assinatura deste memorando integra-se na estratégia global da UNIDO de apoiar os Estados membros na implementação da Agenda 2030 e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular os que se relacionam com a indústria, inovação, trabalho digno, igualdade de género e acção climática.
Com este marco, a UNIDO reforça a sua parceria de longa data com Moçambique, consolidando a cooperação institucional e a implementação de iniciativas que contribuam para um sector industrial competitivo, resiliente e sustentável.
País vendeu 567,7 milhões de dólares no primeiro trimestre
Moçambique vendeu 567,7 milhões de dólares em gás natural no primeiro trimestre, um aumento homólogo de 28%, destronando o carvão na liderança das exportações moçambicanas, indicam dados oficiais.
“O incremento nas receitas do gás natural é explicado pelo aumento do volume exportado na área 4 da bacia do Rovuma, conjugado com a subida do preço médio no mercado internacional em 12,8%”, refere o relatório da balança de pagamentos do primeiro trimestre de 2025, do Banco de Moçambique. As vendas de carvão mineral, historicamente o produto mais exportado por Moçambique, caíram no primeiro trimestre 35%, face ao mesmo períodode 2024, para 300,8 milhões de dólares, devido, nomeadamente, “à paralisação de algumas minas bem como à ruptura na linha férrea, resultantes das intempéries que afectou o escoamento da produção”, no centro do país.
As manifestações pós-eleitorais, que se prolongaram durante o primeiro trimestre deste ano, “nomeadamente os bloqueios das vias que condicionaram a movimentação” dos trabalhadores, também afectaram a produção, reconhece o documento, bem como “a queda do preço médio” do carvão no mercado internacional, em 6%. O alumínio também ultrapassou o carvão neste período no volume de exportações por Moçambique, chegando a 380,7 milhões de dólares, um aumento homólogo de 88,3%. “A melhoria nas receitas de alumínio deveu-se tanto ao aumento do volume exportado (45%) como do preço médio no mercado internacional (14%)”, lê-se no relatório.
O Estado cobrou até Junho 210 milhões de dólares da exploração de petróleo e gás natural, receitas aplicadas no Fundo Soberano de Moçambique (FSM), mais do que em todo o ano de 2024, conforme noticiado em Agosto. Dados do balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de Janeiro a Junho, do Ministério das Finanças, indicam que essas receitas incluem 164,69 milhões de dólares de 2024, e 45,24 milhões de dólares do primeiro semestre. “Foram depositados na Conta Transitória sediada no Banco de Moçambique, nos termos do Artigo 6 da Lei n.o 1/2024 de 09 de Janeiro que cria o Fundo Soberano de Moçambique”, lê-se no documento. Em todo o ano de 2024 – o primeiro do novo fundo -, essas receitas entregues ao FSM ascenderam a 158,8 milhões de dólares, segundo dados anteriores do Governo.
Moçambique exportou 135 carregamentos de gás desde 2022, a partir do norte do país, anunciou no final de Agosto a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). “Os carregamentos começaram em 2022, portanto, temos 118 carregamentos de LNG [Gás Natural Liquefeito] e 17 de condensados”, disse Monica Juvane, directora da ENH, operadora petrolífera estatal moçambicana, acrescentando que o principal comprador é a petrolífera britânica BP, que assinou, em 2016, um acordo de 20 anos com a petrolífera Eni e com a energética estatal. “São contratos de gás e os contratos de gás têm um longo termo, e este foi adjudicado à BP”, explicou Monica Juvane.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, além do operado pela Eni, a única em produção, também a Mozambique LNG (Área 1), operado pela TotalEnergies, até 43 milhões de toneladas por ano (mtpa), e Rovuma LNG (Área 4), operado pela Exxon-Mobil, com 18 mtpa, ambas em fase de desenvolvimento.
Em 2024, um estudo da consultora Deloitte concluiu que as reservas de gás de Moçambique representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares. Só este ano, ainda sem a entrada em funcionamento das restantes operações, a produção moçambicana estimada de gás é de 5,4 mil milhões de metros cúbicos, o sexto maior produtor em África.
Profile Mozambique: Poderia começar por contar-nos, brevemente, a história da Transtrevo, quando e onde foi fundada, qual foi a motivação inicial, e como evoluiu até se tornar um operador logístico com presença em vários países?
Tiago Martins: Nós somos a Transtrevo – Global Logistics Solutions, fundada em Angola em 2016. Desde o início, quisemos criar um transitário africano de raiz, com identidade africana e com capacidade internacional. A nossa motivação inicial foi suprimir a lacuna num mercado onde muitos operadores logísticos locais estão sob gestão externa, reportando-se à Europa, à África do Sul ou a outros países. Queríamos inverter isso, construir algo que nascesse, operasse e se desenvolvesse aqui, mas sem fronteiras.
O nosso modelo evoluiu para sermos uma empresa de nicho com forte presença em Angola e Moçambique, os nossos mercados centrais. A partir destes países, expandimos para outros escritórios em África do Sul, Portugal e Espanha. Neste momento temos ainda em vista escritórios no Brasil e no Dubai, consolidando o nosso alcance global.
Operamos com serviços integrados, transporte marítimo, aéreo, rodoviário transfronteiriço, gestão de cargas de trânsito, despacho aduaneiro, logística contratualizada, cargas de projecto, e gestão de armazéns.
Tiago Martins, CEO – TRANSTREVO GLOBAL LOGISTICS.
Hoje, avaliamos que a nossa história comprova que é possível nascer africano e operar global, crescemos de uma operação local para uma rede com cinco países, com forte presença em Angola, Moçambique, África do Sul, Portugal e Espanha, e projectos de expansão. Continuaremos a investir para consolidar a nossa presença, melhorar a eficiência e servir os nossos clientes com soluções logísticas robustas, confiáveis e inovadoras.
PM: Como se define hoje a identidade da Transtrevo (missão, visão, valores) no contexto dos mercados africanos lusófonos? (Já vi no site que a missão realça eficiência, serviço ao cliente, inovação, bem como o compromisso com desenvolvimento económico e sustentabilidade.)
TM: Definimos a nossa identidade nos mercados africanos lusófonos a partir de uma missão clara, de uma visão estratégica e de valores sólidos que guiam todas as nossas operações. O nosso lema, “Keep it simple, make it global”, traduz o compromisso de simplificar processos logísticos complexos e de oferecer soluções à escala internacional, com foco em eficiência, inovação e excelência no serviço ao cliente. Mais do que vender serviços, assumimos como propósito resolver os problemas concretos dos nossos clientes, sejam empresas ou empreendedores, em Moçambique, em Angola ou noutros mercados onde actuamos.
A nossa visão é a de colocar Moçambique e Angola no mapa como centros de decisão em operações logísticas internacionais, orgulhosamente africanos e com ambição global. Trabalhamos para que, a partir destes países, se possam oferecer serviços equivalentes aos das multinacionais de referência, mas com a diferença de que as decisões e a gestão partem daqui, de nós próprios.
PM: Em relação a presença geográfica e estrutura organizacional: Quantos países e escritórios a Transtrevo possui actualmente, e onde se situam os centros operacionais mais importantes?
TM: Nós temos vindo a consolidar uma presença geográfica estratégica, sempre com foco nos corredores logísticos que ligam Moçambique e Angola ao resto do mundo. A nossa história começou em Luanda, onde abrimos o primeiro escritório, seguido de Maputo, que se tornou rapidamente num dos nossos centros operacionais mais relevantes. Em Angola, expandimos ainda para o norte, com escritórios no Caminho e no Lobito, reforçando a ligação às cadeias de valor locais.
A partir daí, fomos crescendo de forma gradual e sustentável. Estabelecemos presença em Joanesburgo, Lisboa e Madrid, alargando a nossa rede para garantir soluções de ponta tanto para África como para a Europa. Mais recentemente, avançamos para Santos, no Brasil, e estamos em fase de abertura de um escritório no Dubai, um passo estratégico que nos permitirá consolidar a cobertura global em mercados-chave do Médio Oriente.
No plano doméstico, seguimos um modelo de expansão que chamamos de plug and play, no qual priorizamos identificar primeiro as pessoas certas dentro da nossa própria equipa antes de abrir novas delegações. É um modelo que valoriza o talento interno e garante consistência na nossa cultura e nos nossos processos. Nos próximos meses, vamos inaugurar um escritório na Beira e, em novembro, abriremos também uma delegação em Pemba, já a pensar na preparação dos grandes projectos ligados ao sector do gás natural, nomeadamente no âmbito do Liquefied Natural Gas (LNG).
Além da presença territorial, a nossa estrutura é apoiada por uma frota própria de mais de 20 camiões, que garantem o transporte diário no corredor rodoviário entre a África do Sul e Moçambique, assegurando eficiência nas operações cross-border. Temos igualmente experiência consolidada nos principais corredores logísticos moçambicanos, incluindo as rotas de exportação de Maputo, onde só no último ano movimentamos cerca de 400 contentores de açúcar, bem como o corredor da Beira, que liga Moçambique ao Maláui e ao Zimbabué.
PM: Que tipo de clientes/indústrias mais procuram os vossos serviços em Moçambique
TM: O nosso foco passa por servir nichos estratégicos, como o sector alimentar e de bens de grande consumo (FMCG), no qual trabalhamos com quase todos os grandes operadores do mercado, a logística mineira e ainda o fornecimento de bens e equipamentos às operações de oil and gas em Cabo Delgado.
Estes segmentos, aliados à forte componente de soluções aduaneiras e de transporte rodoviário e marítimo, consolidam a Transtrevo como um operador logístico de referência, que alia o conhecimento local a uma rede internacional em crescimento.
PM: Recentemente a Transtrevo assinou uma parceria com a Santos e Vale, com o propósito de expandir operações entre países lusófonos. Poderia explicar os termos dessa parceria, os benefícios esperados para os clientes, e quais operações ou rotas deverão mudar ou ser reforçadas graças a essa aliança?
TM:A Transtrevo tem agora uma parceria estratégica com a Santos e Vale, operador logístico de referência na Península Ibérica, com uma rede extensa de plataformas de distribuição. Esta aliança permite-nos alargar consideravelmente as nossas operações entre países lusófonos, sobretudo entre Angola, Moçambique e Portugal, beneficiando também de sinergias logísticas que a Santos e Vale já domina, tais como recolhas, armazenagem e distribuição eficiente.
O benefício mais imediato para os nossos clientes será o acesso a uma oferta logística integrada mais robusta, com prazos de entrega mais curtos, maior fiabilidade nas cadeias de abastecimento e custos competitivos.
Por exemplo, produtos localizados em centros logísticos da Europa, Bélgica, Holanda ou Itália, poderão ser movimentados com facilidade até Lisboa ou Valência e daí encaminhados para Moçambique, reduzindo atrasos e os custos de transbordo. Isto significa que importações ou exportações que antes enfrentavam múltiplas etapas logísticas agora poderão usar rotas optimizadas sob esta aliança.
Do ponto de vista operacional, essa parceria reforça algumas rotas já existentes e abre outras novas. A rota Europa → Maputo será fortalecida com recolhas mais frequentes em território ibérico, melhor coordenação de transporte marítimo ou aéreo entre Lisboa ou Valência e portos moçambicanos, e logística interna para distribuição nacional mais eficiente. Também devemos ver melhorias nas rotas de correio de carga (cargo transit) e importaçãos FMCG, assim como um apoio logístico mais consistente para operações de mines & oil-gas, conforme as exigências crescentes nas regiões norte de Moçambique e Angola.
PM: Quais são os planos imediatos e de médio prazo da Transtrevo em Moçambique? Pretendem ampliar a capacidade de armazéns, investir na frota adicional, aumentar o número de serviços ou rotas transfronteiriças?
TM: Os nossos planos imediatos em Moçambique passam, antes de mais, por consolidar o crescimento já alcançado e acelerar a capacidade da nossa estrutura actual. Costumamos comparar a Transtrevo a uma viatura em plena autoestrada, já atingimos os 90 quilómetros por hora, mas temos condições para chegar aos 120 sem necessidade de alterar a base organizacional. Isto significa que, com a equipa que possuímos e os processos implementados, ainda temos margem para oferecer soluções logísticas mais rápidas, mais eficazes e mais abrangentes aos nossos clientes.
No plano nacional, vamos avançar com a abertura de delegações na Beira e em Pemba, reforçando a nossa presença estratégica ao longo dos principais corredores logísticos do país. Estes investimentos permitirão apoiar desde os pequenos empreendedores até aos megaprojectos, garantindo que Moçambique dispõe de uma rede logística capaz de responder às necessidades do seu mercado interno e das exportações. Paralelamente, estamos a ampliar gradualmente a nossa frota de camiões.
Bastidores da entrevista
Num país com as dimensões de Moçambique, quem não tiver transporte próprio fica em clara desvantagem, por isso apostamos no crescimento e na renovação da frota como factor crítico para manter a competitividade.
A nível internacional, prosseguimos com o modelo que designamos de plug and play. Neste enquadramento, associamo-nos a parceiros estratégicos em mercados relevantes, integrando-os no ecossistema Transtrevo através de um modelo próximo ao franchise, mas com maior envolvimento na gestão e nos resultados. Estamos já em negociações avançadas com parceiros na Índia e avaliamos outras geografias em função das oportunidades. O objectivo é expandir a marca e garantir soluções integradas que liguem os corredores africanos a hubs internacionais.
Em apenas dois anos, expandimos para África, Europa, América e Médio Oriente, e alcançamos resultados que reflectem a nossa determinação, facturamos 40 milhões de meticais nos primeiros meses de operação, ultrapassamos os 200 milhões no segundo ano e, até agosto de 2025, já atingimos 300 milhões. A nossa projecção é fechar o ano com cerca de 400 milhões de meticais, o que nos coloca entre os principais transitários do país e, já em 2026, entre as maiores empresas nacionais.
Importa sublinhar que não trabalhamos apenas para alcançar números. O crescimento financeiro é consequência natural do foco que colocamos nas relações, com os clientes, com os colegas, com os fundadores e com os parceiros. O nosso propósito não é “dinheiro pelo dinheiro”, mas sim construir uma empresa sólida, orgulhosamente moçambicana, que coloca Moçambique no centro das decisões logísticas internacionais.
PM: Como veem o desenvolvimento logístico no sul de África nos próximos 5 anos, que oportunidades identificam, e que riscos ou obstáculos prevêem?
TM: Quando olhamos para o desenvolvimento logístico no sul de África nos próximos cinco anos, vemos um cenário marcado por grandes oportunidades, mas também por riscos significativos. Do lado das oportunidades, destacamos os investimentos geopolíticos de grande escala que estão a ser feitos em corredores estratégicos.
Um exemplo concreto é o corredor do Lobito, em Angola, que está a receber financiamento norte-americano e que representa uma verdadeira janela de negócio para operadores que queiram consolidar a sua presença na região. Na África Oriental, a Tanzânia e o Quénia têm registado investimentos profundos em infra-estruturas logísticas, reforçando a ligação com os mercados globais.
No caso de Moçambique, os desafios são conhecidos, mas reconhecemos que têm sido tomadas decisões acertadas no que respeita ao desenvolvimento e gestão dos corredores logísticos, em particular os de Maputo e Beira, que funcionam de forma eficaz apesar das limitações. Costumamos dizer que o país tem conseguido “fazer boas omeletes com poucos ovos”. Com uma costa de mais de 3 mil quilómetros, Moçambique tem condições para se afirmar como um operador logístico central na África Austral, servindo tanto os países vizinhos sem saída para o mar como as grandes cadeias internacionais de abastecimento.
No entanto, não podemos ignorar os riscos. A instabilidade geopolítica global, as tarifas impostas por grandes potências, as disputas comerciais e as flutuações de capital podem ter impacto directo nas nossas operações. Existe um provérbio africano que diz, “na luta entre os elefantes, quem sofre é o capim”. Esse é o risco que enfrentamos, sermos afectados por conflitos e decisões tomadas fora do nosso controlo. O desafio está em não permanecermos eternamente como “capim”, mas sim em transformar essa vulnerabilidade em resiliência, através de estratégias de diversificação, parcerias sólidas e uma visão de longo prazo para o sector logístico na região.
PM: Qual é a política de precificação para clientes em Moçambique, como equilibram competitividade com sustentabilidade financeira, especialmente diante de variações cambiais e de custos operacionais elevados?
TM:A nossa política de precificação em Moçambique assenta num princípio claro, equilibrar competitividade com sustentabilidade financeira. Para isso, mantemos uma estrutura administrativa leve e flexível, onde a política de remuneração é baseada essencialmente em performance. Se todos produzimos bem, todos ganhamos, se enfrentamos desafios, todos partilhamos essa responsabilidade. Este modelo dá-nos a agilidade necessária para responder às exigências de um mercado altamente volátil.
Em termos comerciais, procuramos sempre ser competitivos, mas sem cair na lógica de crescer apenas por volume. Não nos interessa assumir operações que, apesar de aparentemente rentáveis no curto prazo, não resolvem um problema real para o cliente ou não garantem uma margem sustentável para o nosso negócio. Todos os dias surgem oportunidades de facturação com grandes volumes, mas preferimos seleccionar projectos com maior componente técnica, que nos permitam oferecer soluções diferenciadas e devidamente remuneradas, garantindo valor tanto para o cliente como para a empresa.
Temos plena consciência de que a volatilidade cambial e os elevados custos operacionais exigem cautela redobrada. Nesse sentido, desenvolvemos mecanismos internos que nos permitem mitigar riscos, como o controlo directo sobre a nossa frota, o conhecimento técnico aduaneiro, uma estrutura in-house especializada e a rede de parceiros internacionais que nos apoia na gestão cambial. Estas ferramentas garantem-nos maior previsibilidade e flexibilidade na definição de preços.
Na prática, conseguimos hoje competir com os maiores operadores, tanto em segmentos altamente especializados, como oil and gas ou contratação de navios, como em sectores de grande impacto no consumo, como a distribuição alimentar e o comércio transfronteiriço com a África do Sul, onde somos particularmente fortes. O nosso compromisso é simples, oferecer preços justos, sustentáveis e tecnicamente adequados, assegurando sempre que a solução proposta responde de forma eficaz às necessidades concretas dos nossos clientes.
O Ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, inaugurou, na segunda-feira, a ThinkLab, uma incubadora tecnológica para startups e empreendedores nacionais.
A ideia da criação do espaço é para estimular a inovação e promover o desenvolvimento de serviços, modelos de negócio e soluções tecnológicas que impulsionem a modernização e promovam a evolução do sector das comunicações em Moçambique.
“O ThinkLab traduz-se num laboratório de projecção das soluções digitais para os desafios nacionais mais prementes. É igualmente, uma plataforma de colaboração, onde o sector privado, a academia e o Governo, em coordenação, planificam e projectam o futuro que queremos” disse.
Por outro lado, a Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), Helena Fernandes, clarificou que a incubadora vai contribuir para a promoção da Inclusão Digital e para o desenvolvimento do sector das comunicações.
“E a prova disso está aqui, 12 startups e empreendedores nacionais selecionados [para a primeira incubação], que representam o melhor do nosso espírito empreendedor, jovens visionários e resilientes, determinados em apresentar soluções concretas para os desafios da transformação digital em Moçambique” referiu.
No percurso de selecção dos projectos submetidos para o primeiro programa de incubação tecnológica, foram submetidas 51 candidaturas das quais 12 foram seleccionadas, explicou a chefe do Departamento de Estudos e Estatísticas, Ana Salomão. (Fonte: INCM)
A Aman, marca líder mundial em hotelaria e estilo de vida, marca a sua estreia em Moçambique através de uma parceria inovadora com a Impact Preservation Partners (IPP), na Karingani Game Reserve e na Reserva Nacional de Pomene. Fiel ao espírito pioneiro da Aman, dois resorts únicos serão erguidos na Karingani Game Reserve e na proposta Reserva Nacional de Pomene, visando redefinir o turismo de alto nível em Moçambique, consolidando o país como um destino de turismo de luxo.
A Karingani Game Reserve, que se estende por 150.000 hectares e partilha 84 quilómetros de fronteira com o icónico Parque Nacional do Kruger, oferece um ecossistema diverso e de grande valor. A dimensão única deste ambiente permite que Karingani rivalize com alguns dos destinos de safári mais célebres de África. A Reserva tem desempenhado um papel crucial na reabilitação ambiental, protecção, conservação da vida selvagem e desenvolvimento de infraestruturas comunitárias essenciais, tendo levado mais de 400 pessoas das comunidades vizinhas ao emprego e à criação de serviços básicos como abastecimento de água, energia, telecomunicações e transportes.
Estes êxitos estabeleceram as bases para que a Impact Preservation Partners e a Aman pudessem alargar o seu interesse pelo turismo baseado na natureza. A Reserva de Pomene, uma proposta de parceria público-privada, a ser regida por um acordo de co-gestão com a ANAC, abrange 695.000 hectares de ambiente marinho e terrestre. Os 97.000 hectares de terreno terrestre incluem zonas húmidas costeiras preservadas, florestas indígenas, mangais e habitats estuarinos, todos destinados a acolher um hotel Aman único no seu género.
Representando um passo autêntico para a marca, ambos os resorts irão promover o ecoturismo, contribuindo de forma significativa para o plano global de investimento combinado na Karingani e na proposta Reserva de Pomene, elevando a nação a uma posição de destaque como destino global de turismo de luxo. Espera-se que os resorts criem mais de 600 empregos diretos e 4.800 empregos indirectos, tendo um impacto substancial na economia local e nacional. Além disso, o efeito transformador deste projeto já se faz sentir, com um programa de formação de 46 membros das comunidades locais de Karingani na South African College for Tourism.
As comunidades circundantes à Karingani já beneficiam das infraestruturas recentemente estabelecidas. Este amplo plano de investimento monumental foi possível graças ao inabalável apoio do Governo de Moçambique, que tem promovido activamente políticas de proteção ambiental e conservação da vida selvagem, tornando estas reservas destinos de referência para investimentos em turismo de natureza de baixo impacto e elevado valor, sob a gestão da Reserva de Fauna de Karingani e da Reserva Marinha de Pomene.
Com a chegada da Aman a Moçambique, particularmente a Karingani, será a segunda localização da AMAN em África, após Amanjena, localizada na cidade de Marraquexe, em Marrocos, protegida pela UNESCO, a nação está destinada a tornar-se num destino global de turismo de luxo. Com a esplêndida beleza natural do país, a diversidade e dimensão destes locais, e o reconhecido compromisso da Aman com a excelência, Moçambique está preparado para se tornar no destino preferido de viajantes exigentes. Mais detalhes sobre os resorts serão divulgados oportunamente.
Novos ventos parecem estar a roçar as asas das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que, com cautela, pretende retomar a sua estabilidade financeira de valor percebido no circuito da aviação.
Entre os vários entraves que quase a perpetuaram em voos rasantes, está a dívida com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), que, até Outubro de 2024, estava avaliada em mais de 200 milhões de dólares. Por conta do saldo, a IATA suspendeu a LAM.
Em Fevereiro deste ano, porta-voz da LAM, Alfredo Cossa, disse à Rádio Moçambique, que o plano de amortização da dívida seria concluído a breve trecho.
Em Junho de 2025, a Ministra das Finanças, Carla Loveira assegurou que o Executivo estava a trabalhar junto dos bancos para poder exportar as divisas a travar a ameaça da IATA de suspender voos internacionais para o país.
Falando ao CIP Cast, o Director de Controle de Participações do Instituto de Gestão de Participações do Estado de Moçambique (IGEPE), Jacinto Uqueio, revelou que a LAM regularizou sua dívida com a IATA.
A perspectiva é que a regularização reabra o acesso aos sistemas globais de reservas e emissão de bilhetes.
Ontem, em conferência de imprensa, o Presidente do Conselho de Administração da LAM, Agostinho Langa Jr., referiu haver já a oportunidade de reabrir o espaço aéreo aos voos internacionais, mercê dos avanços na amortização da dívida com a IATA. Ele não revelou o valor que já foi pago.
“E por isso mesmo, vamos ganhando alguma credibilidade nas dívidas que nós temos, incluindo com a IATA. Praticamente liquidámos a dívida toda” disse.
Ele explicou que a LAM não vai, para já, reabrir com a IATA, para evitar um novo bloqueio que pode ser desencadeado por outros credores. A estratégia, conforme disse, é agora a negociação directa.
“Nós é que não abrimos a IATA, porque não queremos que os credores vão a correr à IATA e nos bloqueiem de novo com uma série de dívidas. Estamos a fazer negociações directas com os credores, as entidades a quem nós devemos, e apresentamos planos de pagamento, e eles vão acreditando e aceitando aos poucos a LAM” clarificou.
De acordo com Langa Jr., esse reposicionamento da LAM está a contribuir para entidades que antes se recusam a trabalhar com a companhia, agora queiram alugar aviões.
“Quem não confiar numa empresa que tem por detrás a HCB, CFM e EMOSE, não sabe a quem vai confiar aqui neste país” rematou.
Entre Outubro de 2024 e Abril de 2025, Moçambique foi o país com os maiores valores retidos na compra de passagens para voos internacionais, de acordo com um relatório da IATA.
Moatize (Tete), Moçambique, 12/06/2013 - Mina de Carvão Moatize. Na foto: empregados Felipe Cristiano Lagares (Supervisor); Inoque Draiva Meguigo (Operador de pátio), na área de estocagem. Foto: Marcelo Coelho
O Tribunal Fiscal da Cidade de Maputo ordenou que a mineradora brasileira Vale S.A. pague 1,3 mil milhões de meticais (equivalente a aproximadamente 20,7 milhões de dólares) ao Estado moçambicano, decisão que rejeita o recurso apresentado pela empresa contra a Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
O montante diz respeito ao Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRPC) sobre as mais-valias resultantes da venda dos activos da mina de carvão de Moatize, operação concluída em 2022 com a transferência para a Vulcan Internacional.
A AT havia considerado que a transação gerou uma obrigação fiscal sobre essas mais-valias, tendo estimado o valor devido em 1,3 mil milhões de meticais. A Vale contestou esse valor no tribunal, mas o coletivo de juízes confirmou a cobrança, reconhecendo a legalidade da exigência fiscal.
Além do pagamento do valor em dívida, o tribunal determinou que a Vale apresente uma garantia financeira para assegurar o cumprimento da obrigação tributária. (Texto: Evidências)