Segunda-feira, Junho 16, 2025
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​Kenmare obrigada a corrigir contabilidade da mina de Moma após intervenção do regulador irlandês​

A empresa mineira Kenmare Resources, cotada na bolsa de Dublin e operadora da mina de Moma em Moçambique, foi obrigada a rever os seus critérios de avaliação contabilística após uma inspeção pela Autoridade de Supervisão de Auditoria e Contabilidade da Irlanda (IAASA), que identificou lacunas na forma como a empresa apresentava os seus ativos e fluxos financeiros futuros.

O relatório da IAASA, divulgado em março de 2025, destaca três principais áreas de preocupação: o acordo de licença mineira em vigor com o governo moçambicano, as projeções financeiras de longo prazo utilizadas para justificar o valor dos ativos da mina e a falta de dados claros sobre os riscos associados às mudanças climáticas.

Relativamente ao acordo de licença, a Kenmare baseou os seus relatórios financeiros na suposição de que possui o direito automático de operar a mina por 40 anos, até 2063. Este entendimento foi baseado num acordo assinado em 2002 ao abrigo da antiga Lei Mineira nº 13/87, que prevê um prazo inicial de 25 anos, automaticamente renovável por mais 15 anos até 2042.

A empresa também considerou que poderia estender a licença até ao fim da vida útil da mina, estimada em 40 anos, com base em cláusulas contratuais e nas chamadas disposições de direitos adquiridos (garantias legais que mantêm contratos antigos válidos mesmo após alterações legislativas).

A IAASA reconheceu que o contrato parece permitir essas extensões, mas alertou que tais julgamentos “constituem elementos significativos de julgamento” e, como tal, devem ser claramente divulgados nas demonstrações financeiras da empresa, de acordo com o parágrafo 122 da norma internacional IAS 1 (Apresentação de Demonstrações Financeiras).

Outro ponto levantado pelo regulador diz respeito às projeções de valor em uso, ou seja, as estimativas de fluxos de caixa futuros que sustentam a avaliação dos ativos da mina. A Kenmare apresentou um modelo com projeções mensais até 2050, que a IAASA considerou excessivas e irrazoáveis.

Após a intervenção do regulador, a empresa concordou em reformular as contas utilizando um modelo mais conservador: projeções detalhadas para os próximos cinco anos, seguidas de extrapolações baseadas no quinto ano para completar o horizonte de 40 anos. Esta revisão confirmou que não seria necessário registrar qualquer imparidade nos ativos.

No entanto, a IAASA apontou falhas significativas no tratamento pela Kenmare dos riscos ambientais e das mudanças climáticas. Embora a empresa tenha anunciado a sua ambição de alcançar a neutralidade carbónica até 2040 nas áreas 1 e 2 (emissões diretas e energia adquirida), o seu plano de transição ainda estava a ser avaliado quando as contas anuais de 2023 foram publicadas.

O regulador exigiu, portanto, que a empresa incluísse esta questão como uma “fonte de incerteza de estimativa” nos relatórios futuros e que ampliasse as análises de sensibilidade relativamente aos custos e benefícios associados ao seu plano climático.

Em resposta à auditoria, a Kenmare comprometeu-se a melhorar a qualidade das suas divulgações financeiras. Entre as medidas acordadas estão a clarificação do status legal da licença mineira, a explicação das suposições utilizadas nos testes de imparidade e a incorporação dos riscos climáticos nas projeções económicas.

Estas exigências surgem num momento delicado para a empresa. O fundador e ex-diretor-geral da Kenmare, Michael Carvill, agora ligado à empresa de investimento Oryx Global Partners, com sede em Abu Dhabi, está a estudar uma nova oferta pública de aquisição para a empresa mineira. No início de março, a Kenmare recusou uma oferta no valor de 473 milhões de dólares (28,4 mil milhões de meticais) do mesmo consórcio.

Entretanto, as ações da empresa subiram quase 50 por cento nas últimas semanas na bolsa irlandesa, impulsionadas pela especulação em torno da possível operação. Fontes do setor indicam que, no ano passado, a Kenmare também recebeu uma proposta preliminar da multinacional Rio Tinto, que acabou por não avançar.

A mina de Moma, localizada na província de Nampula, é uma das maiores operações de extração de minerais pesados em África e é responsável pela produção de titânio e zircão, exportados principalmente para a China, Estados Unidos e Europa. A forma como os ativos são contabilizados e divulgados tem um impacto direto não apenas na avaliação da empresa pelos investidores, mas também na transparência da atividade extrativa em solo moçambicano.

CEO do UBA África busca novas parcerias em Moçambique

A CEO do United Bank for Africa (UBA África), Abiola Bawuah, visitou recentemente Moçambique com o objeCtivo de fortalecer relações institucionais e estabelecer novas parcerias estratégicas que impulsionem o crescimento das Pequenas e Médias Empresas (PMEs), especialmente as lideradas por jovens e mulheres. Durante a sua estadia, Bawuah reuniu-se com representantes do governo, do Banco de Moçambique, da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e com líderes empresariais e investidores.

Esta visita reforça o compromisso do UBA em expandir a sua presença como facilitador do desenvolvimento económico de Moçambique. Bawuah destacou que a instituição está empenhada em promover um ecossistema inclusivo, fortalecendo as PMEs e ampliando o acesso a soluções financeiras inovadoras. “Moçambique apresenta um grande potencial de crescimento e o UBA quer desempenhar um papel crucial na transformação dos desafios em oportunidades, contribuindo para um futuro mais próspero e inclusivo”, afirmou Bawuah, sublinhando o compromisso do banco com o financiamento de projectos estratégicos.

Durante a visita, a CEO do UBA África reuniu-se com o Banco de Moçambique para discutir o ambiente macroeconómico e o papel do setor bancário no estímulo ao crescimento empresarial. Em encontros com o Ministro da Economia e Finanças, Basílio Muhate, e com o Ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil, Ricardo Sengo, foram exploradas formas de cooperação para fomentar a inclusão financeira e fortalecer o sector económico. ​

Bawuah também se reuniu com a empresa Vulcan, discutindo possibilidades de financiamento para projectos nos sectores de energia e mineração, visando acelerar o crescimento dessas indústrias essenciais para a economia moçambicana. ​

Um dos momentos mais significativos da visita foi o encontro com a direcção da Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM). A CEO do UBA destacou o interesse do banco em apoiar a modernização da infraestrutura ferroviária e portuária, considerada fundamental para dinamizar o comércio e impulsionar o desenvolvimento económico do país. “O sector ferroviário representa uma grande oportunidade para impulsionar a conectividade regional e o UBA está comprometido em colaborar no desenvolvimento de soluções financeiras que fortaleçam esse segmento”, afirmou Bawuah.

A visita da CEO do UBA África também reforçou o compromisso do banco com o empoderamento feminino e o apoio a empresárias moçambicanas. A instituição tem investido em programas de financiamento, mentoria e educação financeira, proporcionando ferramentas essenciais para que mulheres empreendedoras expandam os seus negócios, criem empregos e impulsionem o crescimento económico.

Com uma história consolidada de apoio às PMEs lideradas por jovens e mulheres, o UBA oferece linhas de crédito acessíveis e soluções bancárias digitais que facilitam a gestão financeira e promovem a inclusão económica.

A visita de Abiola Bawuah a Moçambique reafirma a estratégia do UBA de se consolidar como um parceiro-chave para o desenvolvimento económico do país. A instituição pan-africana continua empenhada em estabelecer iniciativas concretas e parcerias estratégicas que viabilizem soluções financeiras inovadoras, fomentem a inclusão económica e impulsionem setores essenciais da economia moçambicana. ​

Retoma do projecto de LNG vai permitir 16.400 empregos de 68 empresas

A retoma do projecto de Gás Natural Liquefeito (LNG, na sigla em inglês) em Cabo Delgado, vai apoiar 16.400 empregos de 68 empresas nos EUA, disse o banco norte-americano Exim Bank.

De acordo com informação do banco, o Conselho de Administração do estatal Exim Bank, que apoia as exportações e importações norte-americanas, refere que a “segunda emenda” ao empréstimo concedido em 2019 ao projecto, de até 4.700 milhões de dólares, foi aprovada em 13 de Março “por unanimidade”.

O financiamento visa “apoiar a exportação de bens e serviços dos EUA para o desenvolvimento e construção” do projecto integrado de LNG, investimento de 15 mil milhões de dólares que a TotalEnergies está a construir – suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas em Cabo Delgado.

“Apoiará a engenharia, aquisição e construção da fábrica de LNG ‘onshore’, instalações relacionadas e actividades ‘offshore’. A transação, que estava numa pausa de quatro anos, apoiará cerca de 16.400 empregos norte-americanos bem remunerados que sustentam trabalhadores e famílias em mais de 68 empresas em 14 estados”, lê-se na informação do Exim Bank, que destaca ser “o maior negócio na história de 91 anos” da instituição de crédito.

Além de reembolsado nos 4.700 milhões de dólares, escreve a Lusa, o Exim Bank prevê receber 600 milhões de dólares em juros.

Citado no documento, o vice-presidente do banco, Jim Burrows, sublinha que este financiamento permitirá exportar equipamento norte-americano para Cabo Delgado, “algo que, em vez disso, teria ido para fabricantes chineses e russos, não fosse a liderança do Presidente [dos Estados Unidos Donald] Trump em re-autorizar” o aval ao empréstimo concedido em 2019 pelo Exim Bank. (Jornal Notícias)

Governo vai remover protecção na indústria do cimento para reduzir preço

O Ministério da Economia irá remover a protecção feita na indústria de produção do cimento em Moçambique, em 20%, para permitir maior competitividade e, consequentemente, redução do preço.

Segundo a AIM que avança com a noticias, a protecção em vigor era para alguns investimentos avultados que ocorreram no país nos últimos anos, designadamente a Dugongo como única produtora de matéria-prima, numa altura em que o país só tinha quatro unidades fabris com capacidade de 400 mil toneladas.

Agora, o sector conta com perto de dez unidades fabris e uma capacidade de 16 milhões de toneladas.

O executivo entende que os investimentos estão na sua fase final de consolidação, sobretudo na zona Sul, e estuda a necessidade de abrir o mercado para que a competitividade gere a qualidade e redução dos preços do cimento.

Este plano do Governo foi confirmado à AIM pelo director nacional da Indústria, Sidónio dos Santos.

“Era preciso que os investimentos ocorressem num ambiente de protecção e, neste momento, temos a Dugongo como única que produz matéria-prima”, disse o responsável.

“E sabíamos que, quando protegêssemos, haveria cartéis ou monopólios. Acreditamos que no dia em que retirarmos a protecção, aí vamos perceber melhor a dinâmica dos custos porque vão entrar no mercado outros tipos de players”, referiu citado na publicação.

Dos Santos reconhece que a protecção feita a Dugongo matou a concorrência, e a única forma de perceber o estágio do mercado é voltar a abrir a indústria, numa altura que a nível regional estão a correr investimentos acima de 100 milhões de dólares para aumentar a produção.

“Na altura que não tínhamos essa protecção havia cimento que vinha da China, Paquistão e outros cantos do mundo, mas agora já não há cimento importado no mercado”, realçou.

Confirmou que, na zona Norte, concretamente na província de Nampula, há um investimento que se encontra na sua fase experimental que poderá suprir a procura naquela zona, e o mesmo cenário ocorre na zona Centro de Moçambique.

“Protegemos a indústria do cimento para que houvesse investimentos e esses investimentos estão a acontecer. Agora vamos tomar outras medidas e a redução do preço do cimento terá de acontecer”, assegurou.

O governo está, igualmente, a debater a questão das empresas que são produtoras de cimento e de matéria-prima, em simultâneo, para acautelar que não haja conflito, uma vez que outras unidades fabris precisam de adquirir a matéria-prima, a nível local, para a produção e distribuição.

“Há questão da concorrência e nós temos que ajustar a regulamentação para acautelar esses aspectos e permitir que haja um ambiente de negócios são no sector”, disse.

Ainda segundo a  fonte, o governo está a investigar uma alegada venda do cimento nacional “Dugongo” na Vizinha Africa do Sul ao preço relativamente baixo, comparativamente aos preços praticados no país, lembrando que a empresa quando entrou em Moçambique usou a mesma estratégia de baixar preços, criando problemas que culminaram com encerramento de outras concorrentes.

“Deixem-nos trabalhar para apurar a situação. Estamos a investigar. A Dugongo começou a funcionar nesse mercado, colocou preços competitivos, houve um abaixo-assinado e algumas empresas fecharam por causa do impacto da Dugongo”, vincou.

Refira-se que o mercado do cimento em Moçambique atravessa um período turbulento  depois que o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, decretou que o preço do cimento deveria ser fixado abaixo de 350 meticais.

A decisão está a criar confusão tanto nos produtores como nos revendedores que são forçados a vender a um preço abaixo da aquisição.

Fundação Vodacom investe 90 milhões de meticais em resposta ao Ciclone Idai

A Fundação Vodacom investiu 90 milhões de meticais em acções de resposta ao ciclone Idai, incluindo a reconstrução da Escola
A Fundação Vodacom investiu 90 milhões de meticais em acções de resposta ao ciclone Idai, incluindo a reconstrução da Escola Secundária de Guara Guara, inaugurada hoje, em Búzi pelo governador da província de Sofala, Lourenço Ferreira Bulha, devolvendo a milhares de crianças o direito à aprender num ambiente seguro, confortável e bem equipado.
A cerimónia conjunta de inauguração da Escola Secundária de Guara Guara e da entrega da Escola Básica de Guara Guara II contou com a presença do corpo directivo da Fundação Vodacom, representada pelo seu Presidente do Conselho de Administração (PCA), Dr. Hermenegildo Gamito, o governo distrital representado pelo administrador do distrito do Búzi, João Saize Duarte, a comunidade local, professores e alunos.

A Escola Secundária de Guara Guara faz parte de um conjunto de infra-estruturas destruídas pela passagem do ciclone Idai que atingiu a província de Sofala em Março de 2019 e que para a sua reconstrução a Fundação Vodacom investiu cerca de Um  Milhão e meio de Dólar Norte-Americano (USD) , reforçando o seu compromisso com o desenvolvimento de Moçambique, através da educação.

Com a intervenção da Fundação Vodacom, a Escola Secundária de Guara Guara foi reconstruída ganhando 3 novas salas de aulas, um bloco multiuso, laboratório de física, química e biologia, biblioteca, uma sala de informática, um sanitário, uma cantina, um campo polivalente e muro de vedação, beneficiando 1.768 alunos, sendo 867 mulheres. Além dessas infra-estruturas, foram entregues, no âmbito da inauguração, cerca de 300 carteiras escolares.

Durante a sua intervenção, o governador da província de Sofala, Lourenço Ferreira Bulha, disse que com a entrega e a inauguração destas duas escolas o distrito passa a contar com um total de cinco unidades escolares com 76 salas de aulas que beneficiam mais de 15 mil alunos, da primeira à décima segunda classe.

Neste contexto, gostaríamos de apelar à comunidade escolar, e não só para a conservação, protecção e manutenção destas escolas e os respectivos mobiliários. Endereçamos profundos agradecimentos à Fundação Vodacom Moçambique, uma instituição de responsabilidade social desta empresa de telefonia móvel de referência nacional e internacional, que através dos serviços que presta tem dado um grande contributo para o desenvolvimento do nosso país e em particular a província de Sofala”, agradeceu Lourenço Bulha.

Por sua vez, Hermenegildo Gamito, PCA da Fundação Vodacom classificou a escola Secundária de Guara-guara como um símbolo de esperança e renovação, tendo dito que “este momento não marca apenas a reconstrução  descola, mas também a reafirmação do compromisso da Fundação Vodacom com a educação e o futuro de Moçambique. Investimos aqui um milhão e meio de dólares, cerca de 90 milhões de Meticais, na certeza de que estamos a investir no futuro destes alunos, das suas famílias e de todo o país.
Além disso, Dr. Gamito reconheceu que o projecto de reconstrução da escola só foi possível graças à colaboração entre a Fundação Vodacom,  o Ministério da Educação, as autoridades provinciais, o Governo Provincial, os parceiros de cooperação e, sobretudo, o empenho da comunidade local.
Em Dezembro de 2019, Moçambique enfrentou um dos maiores desastres naturais da sua história recente com a passagem do ciclone Idai que devastou a região Centro do país, deixando um rastro de destruição e sofrimento. Cerca de 3.400 salas de aulas ficaram destruídas, comprometendo a educação de muitas crianças. Diante desta tragédia a Fundação Vodacom, que há muitos anos colabora com o sector de educação em Moçambique viu, neste acontecimento, uma responsabilidade ainda maior de agir.

Moçambique consolida a sua posição no mercado regional de energia

Os Governos de Moçambique e da Zâmbia, representados pelo Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Manda, e pelo Ministro da Energia, Makoze Chikote, respectivamente, assinaram, ontem, um Memorando de Entendimento Intergovernamental para a Interligação dos Sistemas Energéticos dos dois países, através das empresas Electricidade de Moçambique (EDM) e a sua congénere daquele país, a Zambia Electricity Supply Corporation (ZESCO).

Para Manda, a assinatura desse Memorando de Entendimento é um testemunho da visão partilhada para uma região mais forte, interligada e segura em termos energéticos. “Moçambique tem orgulho em desempenhar um papel importante na promoção da integração energética regional. Comprometemo-nos a garantir que os nossos vastos recursos enérgicos contribuam para a prosperidade do nosso país e da Região da África Austral”, asseverou o Secretário Permanente do MIEREME.

Na ocasião, foi, igualmente, rubricado o Memorando de Entendimento entre as respectivas empresas de electricidade, assinado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Joaquim Ou-chim, e pelo Director Executivo da ZESCO, Justin Loongo.

Esse instrumento estabelece o quadro para a desenvolvimento do Projecto de Interligação dos Sistemas Energéticos entre Moçambique e Zâmbia, através de uma Linha de Transporte de energia eléctrica de 400 kV que se estenderá por aproximadamente 376 km, ligando a Subestação de Matambo, em Moçambique, à Subestação de Chipata West, na Zâmbia.

O PCA da EDM disse, na ocasião, que aquele acto marca a transição do planeamento para a execução deste projecto tão aguardado. “No actual cenário energético global, a cooperação regional deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade. À medida que avança rumo a uma maior integração energética, projectos como este abrem caminho para um continente mais conectado e autossuficiente”, afirmou Ou-chim.

Com um custo estimado de investimento de 411,5 milhões de USD, o Projecto pretende não apenas aumentar a capacidade de fornecimento de energia entre os dois países, mas também reforçar a posição de Moçambique como um actor relevante no mercado energético regional. A interligação facilitará a troca de energia, promovendo o comércio com outros membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e gerando receitas adicionais para Moçambique.

O Projecto, denominado Interligação Regional Moçambique-Zâmbia (MOZA), já possui um Estudo de Viabilidade Técnico-Económica concluído, e a Avaliação de Impacto Ambiental e Social foi aprovada por instituições de financiamento como o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.

De acordo com a explicação do PCA da EDM, para garantir uma implementação eficaz, será estabelecido um Comité Executivo (EXCO) e uma Unidade de Implementação do Projeto (PIU) para coordenar os compromissos assumidos no Memorando. “Estas equipas serão responsáveis pelos aspectos técnicos, ambientais, financeiros e operacionais do projecto, assegurando que o progresso se mantém no rumo certo e que os desafios são enfrentados proactivamente”, explicou Joaquim Ou-chim.

A parceria energética entre Moçambique e Zâmbia tem-se fortalecido ao longo dos anos, sendo que em 2024 cerca de 60% do total de exportações foi destinado ao mercado Zambiano. Com efeito, a assinatura do IGMoU é um passo decisivo que reafirma o compromisso de Moçambique em ser um centro regional de geração de energia eléctrica de qualidade para o País e a região da África Austral. (Profile)

Yango Ventures injecta 20 milhões de dólares no ecossistema empreendedor moçambicano

O ecossistema empreendedor moçambicano acaba de receber um reforço de peso com o lançamento do Yango Ventures, um fundo de capital de risco no valor de 20 milhões de dólares dedicado ao financiamento de startups em fase inicial. A iniciativa é promovida pelo Grupo Yango, empresa global de tecnologia, e promete dinamizar o ambiente de inovação no país.

Mais do que um mero investimento financeiro, o Yango Ventures surge como uma plataforma estratégica para transformar ideias promissoras em soluções concretas e sustentáveis, com impacto directo nas comunidades moçambicanas. O fundo visa apoiar projectos que impulsionem a transformação digital, fomentem o crescimento económico e reforcem a inclusão tecnológica.

Em publicação recente na sua conta oficial do LinkedIn, Mahomed Zameer, Regional Head da Yango Ride Moçambique, destacou a importância da iniciativa:

“Impulsionando a inovação em Moçambique! O ecossistema empreendedor moçambicano acaba de ganhar um novo impulsionador: Yango Ventures (…). Acreditamos no talento e na criatividade dos inovadores moçambicanos para impulsionar o crescimento económico e a transformação digital no país.”

Zameer reforça ainda que esta é apenas a primeira etapa de uma aposta clara e contínua no potencial local:

“Vamos juntos criar um ambiente mais dinâmico, inclusivo e próspero para o empreendedorismo tecnológico.”

Com o Yango Ventures, Moçambique passa a integrar o mapa estratégico de investimento em inovação do grupo, numa clara demonstração de confiança nas capacidades nacionais e no futuro do empreendedorismo africano.

Vivo Energy Moçambique expande a sua Rede de Postos de abastecimento na província de Maputo

A Vivo Energy Moçambique, representante da marca Engen e distribuidora exclusiva dos lubrificantes da marca Shell, inaugurou hoje o seu 59º posto de abastecimento de combustíveis Engen em Moçambique localizado no Bairro São Dâmaso, na província de Maputo.

O evento contou com a presença do corpo directivo da Vivo Energy, incluindo o vice-presidente executivo, engenheiro Peame Owen, o administrador executivo João Oliveira de Sousa, representantes do governo, comunidade local, empresários e parceiros da Vivo Energy Moçambique.

Durante a sua intervenção, João Oliveira de Sousa referiu que a inauguração da bomba de São Dâmaso não representa apenas mais um passo na expansão da sua rede de postos de abastecimento, como também reafirma o compromisso inabalável da Vivo Energy com a excelência, a inovação e a satisfação do cliente.

“O crescimento sustentável da nossa operação assenta na confiança dos nossos clientes e parceiros, e é com essa responsabilidade que trabalhamos incansavelmente para oferecer soluções energéticas de qualidade que vão em conta as necessidades dos moçambicanos”, disse João Oliveira de Sousa.

Por sua vez, o vice-presidente executivo da Vivo Energy, engenheiro Peame Owen, explicou que desde a sua entrada no mercado moçambicano em Março de 2019, após a aquisição da Engen, a Vivo Energy Moçambique tem registado um crescimento significativo, com uma expansão de 19 postos em 2019 para os actuais 59, estando presente em todas as províncias do país. Esta expansão acelerada reflecte o compromisso contínuo da empresa em oferecer acessibilidade, qualidade e inovação no fornecimento dos seus serviços.

“Esse marco é um grande sinal do nosso compromisso com o crescimento e a sustentabilidade da economia moçambicana. Além dos números, quando visito esta estação, vejo também os serviços que a marca de motores nos oferece. Acredito que a população local também estará muito feliz em ter esta facilidade no seu local”, afirmou.

O retalhista da Vivo Energy para o posto de São Dâmaso, Nishit Badiane expressou o seu agradecimento ao grupo pela decisão de investir na expansão da rede de postos de serviços Engen, tendo referido que o projecto representa não apenas uma marca importante para os parceiros da firma, mas também uma parceria valiosa que contribui para o crescimento e desenvolvimento de ambas as partes com benefícios extensivos para as comunidades.

A Vivo Energy Moçambique emprega, directa e indirectamente e apenas na área de retalho, mais de 1.800 moçambicanos em todo o país, reafirmando o seu compromisso com a criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento das comunidades locais.

“Sem o gás de Pande e Temane, o sul de Moçambique enfrentaria um apagão”

A produção de gás natural nos campos de Pande e Temane tem sido um factor crucial para a segurança energética e o desenvolvimento industrial do sul de Moçambique. A dependência desse recurso é tão significativa que, sem ele, a região enfrentaria um apagão, uma vez que cinco centrais termoelétricas deixariam de produzir energia, alertou Mateus Mosse, Director de Relações Corporativas da Sasol Moçambique, numa publicação recente no LinkedIn.

“Você sabia que, sem o gás de Pande e Temane, o sul de Moçambique enfrentaria um apagão, porque cinco centrais termoeléctricas deixariam de produzir energia? A energia (452 MW) que sustenta o progresso do sul de Moçambique vem do subsolo, do gás produzido pela Sasol”, destacou Mosse.

De facto, as centrais térmicas de Ressano Garcia (CTRG), Temane, Kuvaninga, Maputo e Gigawatt Moçambique, com uma capacidade combinada de 452 MW, dependem directamente do gás extraído por esta multinacional. Além da produção eléctrica, dezenas de indústrias e empresas moçambicanas também utilizam este recurso como insumo fundamental para suas operações, evitando o recurso a combustíveis mais caros e poluentes.

Segundo o representante da Sasol, sem o fornecimento contínuo de gás natural, milhares de empregos desapareceriam e o impacto na economia nacional seria devastador. O gás de Pande e Temane, além de garantir eletricidade para milhões de pessoas, também abastece o sector industrial e sustenta o crescimento económico de Moçambique.

Sustentabilidade e Crescimento

Nos últimos 20 anos, a Sasol tem sido um actor-chave na diversificação da matriz energética moçambicana, investindo em infra-estrutura e parcerias estratégicas que garantem um fornecimento estável de energia. O gás extraído da bacia de Temane abastece ainda sistemas de gás canalizado no Grande Maputo e no Norte de Inhambane, além de promover alternativas energéticas mais sustentáveis, como o gás veicular.

Diante desse cenário, especialistas apontam que a continuidade dos investimentos na exploração e distribuição de gás será essencial para que Moçambique reduza a dependência de importações energéticas, fortaleça a sua indústria local e assegure um futuro energético mais sustentável.

Standard Bank prevê crescimento da economia nacional em 3%

O Standard Bank realizou, nesta quarta-feira, o seu habitual Economic Briefing, em Maputo, onde apresentou as perspectivas económicas que indicam que a economia nacional pode crescer 3% este ano, contra 1.8% em 2024, apesar dos desafios à estabilidade macroeconómica do País.

O Produto Interno Bruto (PIB) deve registar uma contracção no primeiro trimestre, seguida de uma recuperação gradual nos períodos subsequentes.

Considerando os riscos relacionados com eventos climáticos adversos sobre a produção e preço dos alimentos, prevê-se um aumento da inflação homóloga para 6.1% no final de Dezembro, depois de ter atingido 4.2% no final de 2024.

Segundo o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, a recuperação económica depende, em grande medida, do retorno à estabilidade e do progresso nas reformas que promovam uma melhoria do ambiente de negócios no País.

Fáusio Mussá referiu ainda que “num contexto de redução do apoio externo e de atrasos sucessivos nos projectos de GNL (Gás Natural Liquefeito), estas reformas constituem um pilar essencial para estimular investimentos em sectores que possuem maior potencial para geração de emprego e renda, e que são essenciais para a estabilidade social”.

Estas reformas podem desempenhar um papel de extrema importância, num contexto de redução da ajuda externa, principalmente para implementar um conjunto de programas sociais.

Relativamente à economia mundial, o economista-chefe do Standard Bank refere que a implementação de tarifas, por parte da nova administração dos Estados Unidos da América (EUA), pode gerar uma desaceleração no crescimento económico global, abaixo dos 3.3% previstos para 2025.

Estas perspectivas foram apresentadas durante a vigésima primeira edição do Economic Briefing, a primeira de 2025, um evento através do qual o Standard Bank proporciona aos seus clientes e à sociedade em geral informações relevantes sobre as perspectivas de evolução da economia.

Nesta edição, que teve como lema “Economia em Movimento”, o Banco promoveu uma discussão em torno dos desafios e oportunidades para a economia nacional, num contexto de grandes mudanças na economia mundial