Domingo, Junho 15, 2025
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NO SECTOR EXTRACTIVO: Apenas 1% das receitas beneficia comunidades

  • Estatística é referente ao período entre 2010 e 2024

O pesquisador Rui Mate manifestou, recentemente, a preocupação com as desigualdades alarmantes na distribuição das receitas geradas pelo sector extractivo em Moçambique. De acordo com os seus dados, entre 2010 e 2024, o Estado moçambicano arrecadou cerca de 4 biliões de dólares provenientes da exploração de recursos naturais. No entanto, apenas 1% desse montante — aproximadamente 26 milhões de dólares — foi directamente destinado às comunidades locais.

Este dado, segundo Mate, expõe uma discrepância gritante entre o discurso oficial e a realidade no terreno.

“Ouvimos frequentemente o Governo afirmar que as comunidades beneficiam das receitas, através da transferência de parte desses valores. As empresas também destacam as suas políticas de responsabilidade social. No entanto, os números mostram uma realidade bem diferente”, afirmou.

A questão foi debatida num evento promovido pelo Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), com o objectivo de discutir as prioridades de governação na partilha de benefícios da exploração dos recursos naturais com as comunidades moçambicanas.

Comunidades continuam a receber uma fatia mínima

De acordo com Rui Mate, o imposto de produção deveria ser uma das principais fontes de receita para as comunidades, mas contribui com apenas 10% do valor total arrecadado. Actualmente, as comunidades recebem apenas 2,75% do imposto de produção, um montante que considera insuficiente para melhorar significativamente a qualidade de vida da população.

“Será que os 2,75% são suficientes para mudar a vida das comunidades? Ou estamos apenas a criar uma ilusão de partilha de benefícios?”, questionou.

Apesar do crescimento exponencial do sector extractivo, o impacto para as comunidades continua a ser reduzido. Entre 2015 e 2022, o sector representou 30% das exportações do País, subindo para 55% no terceiro trimestre de 2024. Mate alerta, porém, que esse crescimento não se traduz em melhorias concretas para a população local.

“Estamos apenas a falar de transferências financeiras ou de algo mais estrutural? Questões como emprego, infra-estruturas e acesso a serviços essenciais precisam de ser consideradas quando falamos em beneficiar as comunidades.”

Três desafios para uma partilha justa das receitas

Rui Mate identificou três desafios principais que dificultam uma distribuição mais equitativa das receitas do sector extractivo. O primeiro é a falta de transparência, uma vez que muitas das negociações entre o Governo e as empresas ocorrem sem debate público, excluindo as comunidades do processo de decisão. “As comunidades não são consultadas sobre quais seriam os benefícios que consideram adequados para si”, criticou Mate.

O segundo desafio é a desigualdade na alocação de fundos. Actualmente, 7,25% das receitas são destinadas ao Governo provincial. No entanto, mesmo com esse aumento, os distritos continuam a receber valores muito baixos em termos proporcionais. Além disso, há falta de clareza sobre quem recebe esses fundos e com que critérios são distribuídos. O terceiro desafio é a fraqueza institucional. Muitas das instituições responsáveis pela gestão dos recursos naturais carecem de capacidade técnica e financeira, o que favorece práticas de corrupção e má gestão. “Isto mina completamente os benefícios que as comunidades poderiam receber, tanto de forma directa como indirecta”, alertou o pesquisador.

“Estamos perante um modelo de extracção predatória?”

Diante deste cenário, Rui Mate questiona se Moçambique não estará a seguir um modelo de desenvolvimento exclusivo e de extracção predatória.

“Se as comunidades não estão a receber os benefícios prometidos, quem está a usufruir dessas receitas?”

Entre as propostas para melhorar a governação dos recursos naturais e garantir uma distribuição mais justa das receitas, Mate destaca: Revisão do modelo de partilha de receitas; Maior transparência e participação pública nas decisões; Consultas efectivas com as comunidades sobre as suas reais necessidades; e Fortalecimento das instituições fiscalizadoras para evitar desvio de fundos.

Outros especialistas reforçam críticas

O consultor na área de exploração de recursos naturais, Issufo Tankar, concorda com Mate sobre os problemas de falta de transparência e de acesso à informação. Para ele, há muitos recursos que não geram benefícios para as comunidades, como é o caso dos recursos costeiros.

Tankar defende ainda que os ganhos provenientes do sector devem ser canalizados directamente para as comunidades, de modo a garantir que o impacto positivo seja sentido de forma efectiva.

Por sua vez, Fátima Mimbire destaca a necessidade de uma abordagem mais ampla nos estudos sobre os impactos da exploração de recursos.

“Precisamos de analisar não apenas os impactos ambientais, mas também os sociais e económicos que afectam as comunidades reassentadas.”

Mimbire sublinha que o reassentamento das populações devido aos projectos extractivos tem frequentemente custos elevados, agravando ainda mais o custo de vida.

A activista defende a criação de um conselho consultivo e fiscalizador, com participação activa das comunidades, para que possam definir as prioridades de investimento.

“Precisamos de um modelo de reassentamento moderno, que tenha em conta as realidades actuais, considerando não apenas os lucros das empresas, mas também os prejuízos causados às populações deslocadas.”

Suécia e SNV lançam projecto para levar energia renovável a 2,5 milhões de moçambicanos até 2030

  • Projecto pretende impulsionar a electrificação rural e beneficiar cerca de 2,5 milhões de moçambicanos até 2030

Parceria estratégica para a expansão da energia renovável

A Suécia e a organização SNV – Netherlands Development Organisation anunciaram o lançamento da iniciativa +SOL Mini-Grid, um projecto inovador que visa expandir o acesso à electricidade em áreas rurais de Moçambique através de soluções de energia renovável. O programa, financiado pela Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (Sida), surge como uma resposta ao défice de acesso à energia no país, onde cerca de 70% da população ainda não tem ligação à rede eléctrica nacional.

A iniciativa foi apresentada oficialmente em Maputo, num evento que contou com a presença de representantes do governo moçambicano, do sector privado e de parceiros internacionais. O projecto aposta em sistemas descentralizados de energia limpa, conhecidos como mini-redes solares, para alcançar comunidades que tradicionalmente não são contempladas pelas infra-estruturas convencionais de electrificação.

Meta de beneficiar 2,5 milhões de pessoas até 2030

A +SOL Mini-Grid pretende impulsionar o sector de energia renovável e viabilizar o investimento privado na electrificação rural. A meta é ambiciosa: até 2030, o projecto espera fornecer energia a 2,5 milhões de moçambicanos, contribuindo para o desenvolvimento social e económico das comunidades beneficiadas.

A iniciativa irá trabalhar com parceiros do sector privado, incentivando a implementação de modelos sustentáveis de geração e distribuição de electricidade através de mini-redes solares. O financiamento da Sida permitirá criar condições favoráveis para investidores, oferecendo incentivos financeiros e assistência técnica para garantir a viabilidade dos projectos.

Electrificação como catalisador para o desenvolvimento

O acesso à electricidade tem sido apontado como um dos principais desafios para o crescimento económico inclusivo em Moçambique. A falta de energia limita o desenvolvimento de actividades comerciais, serviços essenciais e indústrias locais, afectando negativamente a qualidade de vida nas zonas rurais.

Segundo a SNV, a electrificação por meio de mini-redes solares poderá estimular sectores-chave como agricultura, saúde, educação e empreendedorismo local, facilitando o armazenamento de produtos agrícolas, melhorando as condições de ensino e possibilitando o funcionamento de clínicas com equipamentos modernos.

“O impacto social será profundo. Ao fornecer energia fiável a comunidades remotas, estamos a criar oportunidades para negócios locais, promovendo a inclusão económica e garantindo que serviços básicos como escolas e centros de saúde funcionem de forma eficiente”, afirmou um dos representantes da SNV durante o lançamento do projecto.

O papel do sector privado na implementação do projecto

Uma das principais abordagens da +SOL Mini-Grid será a criação de parcerias público-privadas, garantindo que o sector privado tenha um papel activo na expansão da electrificação rural. O modelo prevê que empresas de energia renovável possam investir na instalação e operação das mini-redes solares, com apoio técnico e financeiro dos doadores internacionais.

Este incentivo ao investimento privado é visto como um passo fundamental para garantir a sustentabilidade do projecto a longo prazo. A experiência de outros países africanos tem demonstrado que as mini-redes solares são uma solução viável para fornecer energia a comunidades remotas, especialmente quando há um ambiente regulatório favorável e um modelo de financiamento bem estruturado.

Desafios e perspectivas para a electrificação rural

Apesar do potencial do projecto, há desafios a serem enfrentados, incluindo o alto custo inicial de instalação das mini-redes, a necessidade de capacitação técnica para manutenção dos sistemas e a criação de modelos de tarifação acessíveis para a população beneficiada.

A SNV reconhece esses desafios e aposta num modelo de implementação faseado, que inclui programas de formação para técnicos locais, bem como mecanismos de financiamento flexíveis para tornar os custos de electrificação mais acessíveis.

Um passo decisivo para um Moçambique mais electrificado

A iniciativa +SOL Mini-Grid representa um avanço significativo para a expansão da energia limpa em Moçambique. Com um modelo inovador de parceria entre o sector público e privado, o projecto poderá transformar a realidade de milhões de moçambicanos que ainda vivem sem acesso à electricidade.

Se bem-sucedida, a iniciativa poderá servir como referência para outras soluções de electrificação descentralizada no país, consolidando as mini-redes solares como um instrumento viável para reduzir o défice energético e acelerar o desenvolvimento sustentável nas zonas rurais.

Dinheiro a circular no país aumenta há dez meses consecutivos

Dívida pública

De acordo com um relatório do Banco de Moçambique, o dinheiro em circulação em novembro no país ascendia a 1.001 milhões de euros, após novo aumento de 3% face a Outubro.

O dinheiro físico a circular em Moçambique voltou a aumentar em Dezembro, pelo décimo mês consecutivo e 3% face a Novembro, ultrapassando os 71.512 milhões de meticais (1.032 milhões de euros), segundo dados do banco central.

De acordo com um relatório do Banco de Moçambique, o dinheiro em circulação em novembro no país ascendia a 69.359 milhões de meticais (1.001 milhões de euros), após novo aumento de 3% face a Outubro.

Desde o início do ano de 2024, quando estavam em circulação 63.231 milhões de meticais (913,1 milhões de euros) em notas e moedas, esse valor já cresceu 13%, sobretudo a partir de Maio, antecedendo a entrada em circulação de uma nova série, renovando em Dezembro valores máximos.

A retirada de dinheiro de circulação é uma prática habitual da política monetária contracionista, de redução da oferta de moeda, normalmente utilizada pelos bancos centrais para conter a subida de preços.

Moçambique registou em dezembro um aumento mensal de 1,6%, fechando o ano de 2024 com uma inflação de 4,15%, indicam dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) moçambicano.

Moçambique, diz a Lusa, introduziu em 16 de Junho do ano passado uma nova série de notas e moedas de metical, que vão substituir progressivamente as que circulam desde 2006, anunciou o governador do banco central.

“Os bancos centrais tendem a fazer a revisão das suas notas e moedas em circulação a cada cinco anos, por forma a adequá-las às novas tendências de design, segurança e outros elementos contextuais”, explicou na altura Rogério Zandamela, justificando que a instituição “decidiu pela revisão das notas e moedas do metical”.

GNL: ExxonMobil organiza fóruns de negócios para fornecedores do projecto

A ExxonMobil Moçambique, Limitada (EMML), em nome dos parceiros da Área 4, organizou dois fóruns de networking para fornecedores do projecto Rovuma LNG, reunindo representantes da comunidade empresarial local e internacional, bem como outras partes interessadas, anunciou a empresa em comunicado.

Os eventos decorreram em Maputo, a 4 de Março, e em Pemba, a 6 de Março, com o objectivo de criar oportunidades para os empresários se aproximarem do projecto.

De acordo com a ExxonMobil, estes fóruns representam “uma oportunidade única para conhecer directamente o projecto Rovuma LNG, estabelecer contactos com profissionais do sector, explorar potenciais oportunidades e preparar-se para os desenvolvimentos actuais e futuros do projecto”.

Arne Gibbs, director-geral da ExxonMobil Moçambique, destacou que a iniciativa reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento da indústria local.

“Os parceiros da Área 4 organizaram estas sessões para apresentar as actividades do projecto Rovuma LNG e disponibilizar informações e oportunidades para que as empresas moçambicanas se posicionem de forma competitiva, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento do conteúdo local em Moçambique”, afirmou.

Os fóruns de networking foram organizados pelo MozUp Enterprise Development Centre (EDC), uma iniciativa financiada pelo projecto Rovuma LNG desde 2019. O MozUp tem sido um elemento central da estratégia da ExxonMobil e dos seus parceiros para promover o crescimento das empresas moçambicanas e aumentar a participação das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) na cadeia de fornecimento do Rovuma LNG e em sectores associados.Segundo a empresa, “com mais de 4.000 perfis registados, o Portal de Gestão de Relacionamento com Fornecedores (SRMP) é a principal base de dados para fornecedores do sector de petróleo e gás, bem como para outras empresas que procuram contratar, estabelecer parcerias e adquirir bens e serviços de fornecedores locais em Moçambique”.

A ExxonMobil lidera a construção e operação das futuras instalações de liquefação de gás natural na Área 4 da bacia do Rovuma, onde detém uma participação indirecta de 25%.

O projecto Rovuma LNG é operado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture composta pela ExxonMobil, Eni e CNPC, que detém 70% da concessão da Área 4. Os restantes 30% são partilhados pela Galp, KOGAS e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), com 10% cada.

O Rovuma LNG é um dos maiores investimentos no sector dos hidrocarbonetos em Moçambique e pretende transformar o país num dos principais produtores de gás natural liquefeito. A ExxonMobil reafirma o seu compromisso em continuar a fortalecer a participação das empresas moçambicanas na cadeia de fornecimento, promovendo oportunidades para o crescimento sustentável do sector privado nacional.

Mais de 240 empresas participam na 4ª edição da Pesquisa Nacional de Benefícios e Gestão do Capital Humano da Tempus Global Group

A Tempus Global Group apresentou, em Maputo, os resultados da 4ª edição da Pesquisa Nacional de Benefícios e Gestão do Capital Humano. Este ano, a organização inovou ao integrar, num único evento, duas pesquisas essenciais para a gestão de pessoas em Moçambique: a Pesquisa Nacional de Benefícios e a Pesquisa de Custo de Vida.

O evento, realizado no dia 27 de Fevereiro, em Maputo, foi dividido em duas sessões, proporcionando uma visão abrangente sobre benefícios e o impacto do custo de vida na estratégia de gestão de pessoas.

A primeira sessão, dedicada à Pesquisa de Custo de Vida em Moçambique 2024, contou com o apoio da Britam. Este estudo avaliou mais de 100 bens e serviços essenciais em categorias como alojamento, educação, saúde, alimentação, electrodomésticos, vestuário, entretenimento e desporto, transportes e cuidados pessoais. A pesquisa é um instrumento essencial para organizações com colaboradores em várias províncias, ajudando a gerir o impacto do custo de vida na retenção de talento e na definição de pacotes salariais competitivos.

A segunda sessão apresentou os resultados da 4ª Edição da Pesquisa Nacional de Benefícios e Gestão do Capital Humano em Moçambique 2024, patrocinada pela Hollard Seguros (Platina), Global Alliance Seguros – Insurance (Ouro) e Sanlam Moçambique Vida (Ouro).

Nesta edição, 44% das organizações participantes têm mais de 100 colaboradores e 45% são classificadas como médias. Somente 11% pertencem ao segmento das pequenas empresas, evidenciando uma crescente adesão das organizações de média e grande dimensão à Pesquisa.

A iniciativa reafirma-se como uma referência para as organizações moçambicanas, contando, nesta edição, com a participação de mais de 240 empresas e instituições de diversos sectores.

O estudo, de carácter quantitativo e gratuito, focou-se nos cinco pilares da Proposta de Valor ao Trabalhador (Employee Value Proposition): Compensação & Benefícios, Carreira, Ambiente de Trabalho, Cultura e Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal.

O evento reuniu mais de 100 líderes e especialistas em Recursos Humanos. Com esta abordagem integrada, a Tempus Global Group reafirma o seu compromisso em fornecer dados relevantes e soluções inovadoras para as empresas, promovendo um ambiente corporativo mais competitivo e alinhado às necessidades dos profissionais em Moçambique.

Actividades no mar interditas devido a tempestade tropical Jude

O Instituto dos Transportes Marítimos (ITRASMAR) informa devido as más condições e do estado do tempo na região Norte do país.

O apelo surge devido ao ciclone tropical Jude que esta a fustigar as províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia desde a manhã de hoje.

O apelo foi lançado pelo Delegado do ITRASMAR, em Nacala, Adamo Rachide, no âmbito da monitoria da tempestade tropical Jude que afecta as províncias de Nampula, Cabo Delgado e Zambézia, segundo avança “O País.”

De referir que a província de Nampula esta neste momento a ter um registo de chuvas intensas e fortes, havendo informações de destruição de infraestruturas e casas habitacionais.

Conheça a sexta personalidade a ocupar o cargo de PCA do INCM

PERSONALIDADE 2025

Helena Fernandes é a nova Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Autoridade Reguladora das Comunicações – INCM, em resultado da sua nomeação, durante a 20ª Sessão do Conselho de Ministros, que teve lugar esta terça-feira, 9 de Julho de 2024. Economista e Mestre em Gestão Empresarial, Helena Fernandes substitui Tuaha Mote (na posição desde Setembro de 2021), sendo a sexta personalidade a ocupar o cargo de PCA, e a segunda mulher a ocupar a posição máxima desta instituição, desde a sua criação em 1992.

Possui cerca de 18 anos de experiência em cargos de chefia e direção no aparelho do Estado, gestão de finanças públicas e de projectos de financiamento de organismos internacionais. Antes da sua nomeação desempenhava a função de Administradora de Assuntos Corporativos, posição assumida desde 2021.

A nível do INCM ocupou as funções  de Directora dos Serviços de Administração e Finanças e Administradora de Engenharia e Fiscalização cumulativamente, onde representou a instituição em organismos internacionais, ocupando cargos de liderança, dentre eles Presidente do Comitê de Finanças e Auditoria da CRASA, Vice- Presidente do Comitê de Finanças e Orçamento da Conferência Plenipotenciária da União Internacional das Telecomunicações (ITU), Presidente do Comitê de Finanças e Orçamento da Conferência Mundial de Desenvolvimento das Telecomunicações, Presidente do Comitê de Finanças e Auditoria da Organização das Telecomunicações da Commonwealth Organisation (CTO), e Membro do Grupo Regional de Assessoria ao Director Regional da ITU.

Antes de fazer parte dos quadros do INCM foi gestora dos Fundos Externos e Chefe do Departamento Financeiro no Ministério de Ciências e Tecnologias (MCT).

À luz dos estatutos aprovados pelo Decreto n.º 39/2021 de 17 de Junho, o Presidente do Conselho de Administração tem funções executivas, com competência de dirigir a instituição, presidir as reuniões do Conselho de Administração e assegurar o funcionamento regular do INCM, executar e fazer cumprir a lei, as resoluções e as deliberações do Conselho de Administração; coordenar a elaboração do plano anual de actividade, administrar os recursos humanos, materiais, financeiros e patrimoniais do INCM.

Compete ainda ao PCA exercer os poderes de direcção, gestão e disciplina do pessoal; representar o INCM em juízo e fora dele, nomeadamente junto da tutela, do Governo, dos organismos e instituições reguladoras nacionais, regionais e internacionais do sector das comunicações.

O INCM é uma instituição pública, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial, que regula, supervisiona, fiscaliza, sanciona e representa o país em matéria do sector postal e de telecomunicações.

LOKAL expande presença em Maputo e reforça aposta em produtos nacionais

A insígnia LOKAL, da Mega Distribuição Moçambique S.A., continua a sua trajectória de crescimento com a inauguração de mais uma loja no Centro Comercial – Interfranca na Av. 24 de Julho, N°1550, Maputo. O novo espaço marca o 11º supermercado LOKAL na região e coincide com as celebrações do 5º aniversário da marca.

A abertura desta nova unidade insere-se na estratégia de expansão da rede de lojas de proximidade LOKAL, que já conta com 11 estabelecimentos na capital moçambicana. Segundo João Paulo Sera, Managing Director da Mega Distribuição Moçambique S.A., “este feito só foi possível graças ao trabalho incansável da equipa de operações, com o suporte da equipa comercial e de marketing, que fazem o impossível acontecer. Estamos entusiasmados por ver o nosso LOKAL cada vez mais próximo de todos os moçambicanos”.

Centro Comercial – Interfranca, Av. 24 de Julho, N°1550, Maputo.

As lojas LOKAL são reconhecidas pela sua abordagem de proximidade, oferecendo uma seleção criteriosa de produtos de qualidade, incluindo marcas exclusivas como Pingo Doce, além de artigos sob a própria marca LOKAL e diversas marcas nacionais. A aposta na promoção de produtos locais é um compromisso da empresa, que continua atenta às necessidades dos consumidores moçambicanos.

A Mega Distribuição Moçambique S.A. é uma das maiores empresas de distribuição alimentar no país, operando três divisões principais: LOKAL (lojas de conveniência), MEGA Cash & Carry e Mega Distribuição, que representa e distribui marcas internacionais de renome, como Nestlé, Rana (Upfield), Delta, Superbock, entre outras.

Com este novo supermercado, a LOKAL reforça o seu posicionamento enquanto referência no retalho alimentar moçambicano, garantindo conveniência, qualidade e uma oferta diversificada que valoriza a produção nacional.

Moza Banco defende financiamento personalizado para impulsionar MPMEs

O Moza Banco defende que o financiamento para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) em Moçambique deve ser abordado de forma personalizada, considerando as especificidades de cada empreendedor. Esta posição foi expressa por Camilo Amarcy, Director de Gestão de Informação do Moza Banco, durante a Conferência sobre o Código We Finance para Mulheres Empreendedoras, realizada em Maputo.

Na ocasião, Amarcy enfatizou a necessidade de uma análise contextualizada dos desafios enfrentados pelos empreendedores no país, visando uma maior assertividade na elaboração de estratégias de apoio às MPMEs nacionais. Ele destacou que dados desagregados podem auxiliar instituições financeiras a identificar quais empreendedores necessitam de mais suporte e quais mecanismos são mais eficazes para cada perfil. Contudo, ressaltou a importância de compreender o contexto individual de cada empreendedor, já que desafios podem variar significativamente entre diferentes regiões, como Niassa e Maputo.

A conferência, promovida pelo Banco Mundial em parceria com o Financial Sector Deepening Mozambique (FSDMoç), reuniu diversas entidades do sector financeiro para discutir soluções de desagregação de dados e sua importância no acesso ao financiamento. O Código We Finance, a ser implementado em cerca de 30 países, incluindo Moçambique, visa facilitar o acesso ao crédito para MPMEs lideradas por mulheres.

Durante o evento, várias entidades do sector financeiro assinaram um acordo formalizando seu compromisso em apoiar mulheres empreendedoras, reconhecendo o papel fundamental que desempenham no desenvolvimento económico do país. O Moza Banco, que já implementa iniciativas voltadas para este segmento, destacou o projeto Moza Women, lançado no ano anterior, com o objectivo de apoiar negócios liderados por mulheres e facilitar o acesso a financiamentos adequados às suas necessidades.

A instituição reafirmou seu compromisso com a inclusão financeira e o fortalecimento do papel das mulheres no sector empresarial moçambicano, reconhecendo sua importância no crescimento econômico do país. Para aprimorar a segmentação do financiamento, Amarcy sugeriu o aproveitamento de fontes de dados existentes, como censos populacionais e análises do Instituto Nacional de Estatística, do Banco Mundial e outras fontes, para construir um modelo de segmentação mais preciso.

Com uma abordagem mais personalizada, o Moza Banco acredita ser possível impulsionar o crescimento das MPMEs e contribuir para um desenvolvimento económico mais inclusivo em Moçambique.

Governo prevê crescimento económico de apenas 3% em 2025

O governo de Moçambique reviu em baixa as suas previsões de crescimento económico para 2025, apontando agora para um intervalo entre 2,9% e 3,0%. Este valor é significativamente inferior às estimativas anteriores, que previam um crescimento de 4,7%. A informação foi avançada pela Ministra das Finanças, Carla Louveira, durante uma audiência com a directora-adjunta do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), Andrea Richter Hume, realizada esta semana em Maputo.

A revisão em baixa surge num contexto de desafios fiscais e económicos. O Cenário Fiscal de Médio Prazo 2025-2027, divulgado em junho do ano passado, previa um crescimento de 5,5% para 2024 e 4,7% para 2025, após a economia ter crescido 5,0% em 2023. No entanto, fatores como a redução no desempenho do setor extrativo, efeitos climáticos na agricultura e dificuldades nos setores de transportes e comunicações foram decisivos para a correção das previsões.

Além da desaceleração do crescimento, o governo estima agora que a inflação possa estabilizar-se em 7,0% em 2025, valor superior às previsões anteriores. O Cenário Fiscal de Médio Prazo 2025-2027 indica que a inflação deverá manter-se entre 4,5% e 5,5% no período de 2025-2027, alinhada com o objetivo de manter a inflação em dígitos únicos, embora sujeita a pressões de choques de oferta e aumentos nos preços das commodities, especialmente alimentos e energia.

O encontro com o FMI ocorreu numa altura em que se avalia o desempenho económico do país no âmbito do Programa de Facilidade de Crédito Alargado. O FMI expressou preocupação com a atual situação fiscal de Moçambique, especialmente em relação à arrecadação de receitas, racionalização da despesa pública, massa salarial, dívida pública e outros pagamentos em atraso. Andrea Richter Hume, diretora-adjunta do Departamento Africano do FMI, enfatizou a disponibilidade do Fundo em continuar a apoiar Moçambique no novo ciclo de governação 2025-2029.

A Ministra das Finanças destacou os progressos na relação com o FMI, salientando que o país já realizou quatro avaliações bem-sucedidas e recebeu desembolsos acumulados de 330 milhões de dólares (20,8 mil milhões de meticais).