UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) faz parceria com o BCI (Banco Comercial de Investimentos) para financiar sistemas de energia renovável para usos produtivos nas zonas rurais de Moçambique.
O objectivo do contrato é estabelecer e gerir uma conta de fundo de garantia que será utilizada para facilitar o acesso ao capital (empréstimos) das empresas industriais para o financiamento de sistemas de energia renovável para usos produtivos em Moçambique.”
O acordo (…), irá impulsionar o acesso ao desenvolvimento de energia para fins produtivos, onde é mais negligenciado e necessário, contribuindo assim para o desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo em Moçambique, e também para acelerar a realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirmou Jaime Comiche, Representante da UNIDO em Moçambique.
O fundo de garantia denominado “Credito Super”, cuja duração inicial é de 3 anos, é um compromisso para cobrir os riscos associados à emissão de empréstimos a empresas mutuárias que não têm acesso a empréstimos comerciais normais devido à sua incapacidade de cumprir os requisitos de garantias, relatórios e fornecimento de normas financeiras suficientes. O financiamento da subvenção no montante de 1.000.000 USD constitui o capital inicial para o financiamento das actividades do fundo.
Por sua vez, o Eng. António Saíde, Director Geral da FUNAE, explicou que “ao trabalhar para a inclusão social, é necessário considerar a inclusão económica, avançando assim a criação de oportunidades de emprego para todos. Assegurar o acesso à energia sustentável é um passo crucial para alcançar a inclusão económica e a parceria com o BCI é um pontapé de saída para os esforços de acesso aos fundos para as actividades económicas”.
A UNIDO acredita que a linha de crédito CREDITO-SUPER trará um produto diferenciado e útil ao mercado nacional, que responde às necessidades do sector privado empresarial, e preocupa-se com o acesso universal à energia moderna. Espera-se que este lançamento traga a bordo mais actores, especialmente do sector privado, lidando assim com o desafio do acesso ao financiamento para permitir o acesso às tecnologias de energia renovável.
“A agricultura é a espinha dorsal para o desenvolvimento de Moçambique, por isso é importante que os agricultores tenham acesso a fundos para desenvolver as suas actividades agrícolas” afirmou o Eng. Saíde.
Embora a agricultura e as pequenas ou médias empresas sejam importantes para a economia moçambicana, há provas suficientes de que não é possível processar matérias-primas locais, diversificar a economia, ou aumentar a competitividade sem acesso a uma energia moderna ambientalmente adequada a um custo acessível.
Em Moçambique, por exemplo, não é possível desassociar a promoção do desenvolvimento industrial da necessidade de aumentar o nível de acesso à energia.
As zonas rurais de Moçambique têm um grande potencial de desenvolvimento, desde a agro-indústria de pequena e média escala, à transformação de produtos agrícolas, e à instalação de sistemas de irrigação. É também nas zonas rurais onde é economicamente mais viável, adoptar sistemas integrados de energias renováveis, e promover utilizações produtivas de energia.
“É urgente diversificar o leque de mecanismos financeiros atractivos e adequados para o sector privado nacional, a fim de encorajar a massificação dos sistemas de geração de energia, incluindo a energia solar, biomassa, ou outras fontes de energia alternativas e sustentáveis”, explicou Comiche.
A UNIDO, através do projecto “Rumo à Energia Sustentável para Todos em Moçambique” ou simplesmente TSE4ALL na sigla em inglês, financiado pelo Fundo Global para o Ambiente (GEF na sigla em inglês), pretende contribuir para o aumento generalizado do conhecimento sobre energias renováveis entre os agentes e facilitadores do mercado neste sector.