Sábado, Maio 4, 2024
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Banco Mundial: Financiamento e reformas empresariais entre soluções contra o desemprego

A dirigente indicou que a maioria (99%) das empresas formais no país são Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s), muitas das quais lideradas por mulheres e cerca de meio milhão (500 mil) de jovens entram na força de trabalho todos os anos.

Contudo,  segundo notou Pswarayi-Riddihough, apenas 30 mil empregos formais são criados anualmente, o que quer dizer muito há que se fazer para que os números reflitam a maioria beneficiada.

“Estes números dão-nos uma imagem precisa de onde devem residir as nossas prioridades. Empregos de qualidade e inclusivos são a forma mais segura de reduzir a pobreza e partilhar a prosperidade. A criação de emprego só pode vir, de forma sustentável, do sector privado”, explicou a responsável da instituição financeira.

Para Pswarayi-Riddihough, as reformas de que se refere passam também por apoiar às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), desenvolver soluções inovadoras para o emprego dos jovens, capacitar as mulheres e as raparigas e incentivar o sector informal a integrar-se mais na economia.

A representante do Banco Mundial em Moçambique apontou, igualmente, para medidas já existentes, que já estão a gerar efeitos positivos no ambiente de negócios no país. Falava, especialmente, do Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE), anunciado em Julho do ano passado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

Estas medidas já deram lugar, por exemplo, à introdução de sistema de solicitação de vistos para estrangeiros, através de uma plataforma digital (eVisa), simplificação de licenças ou a extensão do prazo de três a 12 meses da Certidão de Quitação para os fornecedores de bens e serviços ao Estado.

De igual modo, a fonte falou do Fundo de Garantia Mutuária, apoiado pelo Banco Mundial, que tem o potencial de ajudar a mobilizar liquidez no sistema bancário, desbloquear o financiamento às PME’s e aliviar os elevados requisitos de garantia.

“Apoiamos esta medida e acreditamos que é necessário ir mais longe para impulsionar a inclusão financeira e abordar a diferença de género através do desenvolvimento de produtos financeiros centrados nas mulheres”, afirmou Pswarayi-Riddihough.

A dirigente abordou também sobre as ameaças dos ciclones, cheias e secas, cada vez mais frequentes em Moçambique e que destroem o património empresarial do país. Face a esses eventos catastróficos, Pswarayi-Riddihough disse que as empresas devem ser apoiadas no sentido de adoptar novas tecnologias e garantir que suas infraestruturas sejam resilientes ao clima.

A Conferência do Sector Privado decorreu na sua 18ª edição, entre os dias 21 e 23 de Junho, sob o lema “Transformação, Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade Industrial”.

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