Denominado “Lições de Uma História de Sucesso Que se Desviou”, o relatório, elaborado pelo Grupo de Avaliação Independente do BM e pelo Centro Internacional de Crescimento, aponta que as dívidas ocultas e a corrupção ligada às instituições públicas e aos grupos políticos de elevado estatuto são a principal causa da desaceleração económica acentuada.
“A gestão inadequada das finanças públicas, aliada à escassa capacidade de gerir a dívida, a má gestão do investimento público e a baixa monitorização do sector extractivo e de hidrocarbonetos são alguns dos aspectos que contribuem para a utilização ineficaz dos recursos e retardam o desenvolvimento”, afirma a instituição, que sublinha que Moçambique ainda sofre de necessidades de primeira ordem.
De acordo com o BM, na última década, em Moçambique, não se registaram melhorias significativas, principalmente na componente agrícola, devido à ausência de tecnologia moderna, infra-estruturas, acesso aos mercados e ainda por causa da gestão inadequada dos recursos naturais e da desflorestação.
“Num contexto caracterizado pela corrupção e instituições públicas geridas em benefício de grupos de elevado estatuto, as soluções técnicas para a gestão das finanças e dívida pública têm pouca probabilidade de alcançar os resultados desejados”, clarificou.
Para colmatar as situações descrita, o documento avança algumas orientações e refere que devem ser feitos diagnósticos centrais, para dar lugar à identificação e priorização das reformas, apostando em iniciativas coordenadas e transparentes.