A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo – MPDC, definiu uma estratégia de desenvolvimento ambiciosa para elevar o Porto de Maputo a novos patamares de competitividade regional. O acordo de extensão da concessão até 2058 envolve cerca de 2 mil milhões de dólares em investimentos em novos empreendimentos, com melhorias que abrangem a totalidade das instalações portuárias.
A Fase 1 do novo Plano Director do Porto já recebeu sinal verde para a expansão do Terminal de Contentores da DP World, operação que duplicará a capacidade instalada, passando dos actuais 255.000 TEUs para 530.000 TEUs. A Fase 2 contempla uma expansão adicional para 835.000 TEUs, aproximando o terminal da meta de 1 milhão de TEUs processados anualmente.
Embora a DP World esteja à frente do processo, a execução desta estratégia ocorre em estreita cooperação com a MPDC, que acompanha cada etapa dos trabalhos, em conformidade com os planos aprovados pelo Governo. O início da obra está previsto para o início de 2025, devendo prolongar-se por dois anos.
Actualmente, o Terminal de Contentores é servido pelo Cais 10. No âmbito da Fase 1, este cais será ampliado em comprimento, incorporando também os Cais 11 e 12, o que permitirá a recepção de navios de maiores dimensões. A profundidade ao longo do cais será dragada para menos 16 metros relativamente ao zero hidrográfico, criando condições para acomodar navios de maior calado. Um alargamento adicional do cais está previsto para fases posteriores do desenvolvimento.
A expansão visa transformar Maputo num centro de transbordo de referência na região, permitindo que navios primários descarreguem contentores destinados a outros portos.
Investir no futuro
Além da expansão do Terminal de Contentores, existem outros grandes projectos que constituem os principais pilares da extensão da concessão. O Terminal de Carvão de Matola da Grindrod, que também movimenta uma variedade de outros minerais, incluindo magnetite, crescerá em três fases para movimentar 18 milhões de toneladas anualmente na versão final.
Simultaneamente, o Terminal de Carga Geral (Multiuso) da MPDC, utilizado principalmente para cargas a granel, já foi alargado para movimentar até 13,6 milhões de toneladas. A possibilidade de construção de um novo cais para servir este terminal também está a ser considerada, integrada em futuras fases de desenvolvimento.
Principais desenvolvimentos:
- Reabilitação dos Cais 1 a 4
- Ampliação do Terminal de Contentores (para 1 milhão de TEU)
- Ampliação do Cais de Contentores (650 m de cais)
- Criação de um novo cais para granéis mistos
- Ampliação de um desvio ferroviário para o MICD
Juntamente com estes desenvolvimentos, o terminal de ferrocrómio localizado logo após o Portão 1 também poderá aumentar de tamanho.
“Estes desenvolvimentos representam um enorme investimento”, afirma Kristina de Klerk, Directora da Autoridade Portuária da MPDC. “Mas não podem ser avaliados isoladamente. Analisamos como cada pilar afectará todos os aspectos da vida do porto.”
Melhorias nos sistemas de notificação de chegada de navios (VAN) e camiões (TAN) são, portanto, essenciais. No que respeita aos camiões, por exemplo, todas as contagens são actualmente avaliadas.
A empresa implementou um vasto programa de integração com plataformas de parceiros externos, incluindo os CFM e os sistemas aduaneiros nas principais fronteiras, o que já está a gerar ganhos assinaláveis.
Consciente da importância da visibilidade no fluxo de mercadorias, a MPDC mantém um trabalho coordenado com os postos fronteiriços de Komatipoort (KM7) e Ressano Garcia (KM4), reforçando a articulação necessária para assegurar maior fluidez no trânsito e na logística portuária.
O Plano Director do Porto projecta igualmente as necessidades futuras da infraestrutura. O objectivo é preparar o Porto de Maputo para oportunidades de expansão na margem oposta da baía, entre as zonas de Maputo e Matola, antes de avançar para alternativas de longo prazo, como a KaTembe. Contudo, a expansão na KaTembe enfrenta desafios ambientais, operacionais e de eficiência, sendo por isso provável que qualquer desenvolvimento naquela área avance de forma faseada e em pequena escala, por exemplo, com a instalação de um estaleiro naval. Até ao momento, nenhum projecto está oficialmente calendarizado.
Para garantir flexibilidade estratégica, a MPDC elaborou previsões de crescimento em três cenários, baixo, médio e alto que consideram factores económicos globais, riscos geopolíticos e exigências de sustentabilidade. Este exercício permite à entidade manter um quadro de actuação preparado para diferentes conjunturas.
A empresa mantém um diálogo permanente com operadores portuários e logísticos, de modo a avaliar projectos que possam influenciar as operações no porto. A DP World, por exemplo, através da sua especialização em cadeias logísticas, está posicionada para desenvolver novas zonas económicas ao longo do Corredor de Maputo, abrindo espaço para oportunidades emergentes de negócios.
A MPDC estuda igualmente a viabilidade de transferir uma proporção maior do transporte rodoviário para a via ferroviária, actualmente dividida em cerca de 77% por estrada e 23% por via férrea. Um aumento da carga transportada por comboio poderá reduzir custos, melhorar a eficiência e aliviar a pressão sobre as estradas.