Sexta-feira, Junho 13, 2025
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Conferência e Exposição de Mineração, Petróleo e Gás e Energia de Moçambique – MMEC

Moçambique será palco da 7ª edição do MMEC*, entre os dias 21 e 22 de Abril. Um evento que expõe a industria no sector de mineração, petróleo, gás e energia.

O objectivo é atrair investimentos, promover parcerias, ouvir decisores políticos e partilhar conhecimento sobre o sector.

Este evento deverá atrair expositores de cerca de 30 países. Além do sector privado, contará também, com a participação de quadros do governo como Ministros e Directores de empresas públicas.

A organização do evento desenvolveu um aplicativo para interacção dos participantes. A app permite ficar a par do programa do evento e até ver a lista de participantes. Conversar com os participante bem como marcar reuniões, são também duas funcionalidades a aplicação.

Caso esteja interessado em participar como espectador ou expositor, as inscrições podem ser feitas aqui.

*Em parceria com a ENH

Mozambique CEO Summit

A cidade de Maputo irá acolher o maior evento de negócios no país, que conecta executivos de nível “C”, o chamado Mozambique CEO Summit.

A decorrer no dia 25 de Fevereiro de 2021, numa modalidade híbrida (online e presencial), este evento promete promover partilha de experiência, oportunidades de negócios e investimentos nas áreas de GNL, agro-negócios, imobiliário e de inteligência artificial.

No evento, mais de 20 oradores nacionais e internacionais compartilharão a sua experiência e conhecimento. O Mozambique CEO Summit também promete ser uma plataforma de networking entre empresários nacionais e internacionais.

Caso queira participar, pode adquirir os bilhetes aqui.

Millennium Bim diz adeus às formas de pagamento convencionais com o Pay IZI

Foi recentemente disponibilizado o serviço Pay IZI do Millennium Bim, que se apresenta como alternativa moderna e ecológica aos pagamentos via cartão e dinheiro.

Através da parceria com o serviço de carteira móvel da Vodacom, M-Pesa, os comerciantes poderão receber pagamentos de usuários do Millennium IZI, do aplicativo Smart IZI e do M-Pesa, “sem custos de adesão, manutenção e de consumíveis associados”, segundo explica o comunicado de imprensa do Banco.

Além da adesão gratuita, outras vantagens do novo serviço incluem a notificação de todos os pagamentos, bem como a possibilidade de consultar o histórico de transacções.

Para José Reino da Costa, PCE do Millennium bim, “com este serviço, firmamos também o nosso compromisso de continuar a promover, de forma efectiva, a nossa estratégia de inclusão financeira dos moçambicanos”, lê-se no comunicado.

Já o Director Geral da Vodafone M-Pesa S.A, Gulamo Nabi, afirma que “um passo muito importante foi dado rumo ao objectivo de permitir que os clientes M-Pesa possam efectuar todas as suas transacções do dia-a-dia sem necessidade de recurso ao dinheiro físico”.

Esta iniciativa “deverá também ter um impacto positivo na aceleração da actividade económica no país”, acrescentou Nabi.

O canal de pagamento Pay IZI está disponível para download na Play Store para dispositivos Android.

Esta iniciativa é apresentada num momento em que o mundo enfrenta uma pandemia e recorre à tecnologia para conceder soluções que auxiliem na redução do risco de contágio.

Outras inovações tecnológicas que estarão em alta, neste ano, estão descritas neste artigo do Profile.

Millennium Bim prevê inflação acelerada e juros brandos em 2021

A área de estudos económicos do Millennium Bim prevê que a inflação no país continuará a acelerar em 2021, rondando os 5.6%.

A previsão admite que esta aceleração está condicionada a vários factores como o mercado cambial, a oferta e procura de bens e serviços e a situação económica dos principais parceiros de Moçambique como a África do Sul.

Num documento publicado nesta quarta-feira, o Banco faz uma previsão de abrandamento das taxas de juro, pelo Banco Central, até segundo trimestre do próximo ano devido a “riscos inflacionários elevados”.

O Millennium Bim publica seu estudo na sequência da divulgação do Índice de Preços no Consumidor, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), cujo resultado foi reportado pelo Profile.

Banco alemão doa €6M para apoiar MPME’s moçambicanas

Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) moçambicanas terão acesso a um fundo de apoio emergencial de seis milhões de euros.

O valor é parte de um total de €17.5 milhões disponibilizados pela Cooperação Financeira Alemã através do Banco de Desenvolvimento daquele país – kfW.

Os seis milhões serão canalizados às empresas através do Banco de Moçambique, conforme anunciado pelo mesmo, nesta terça-feira, através de um comunicado.

O objectivo deste apoio é ajudar as empresas a mitigarem os efeitos negativos da COVID-19 e garantirem sua sobrevivência.

Sengundo o comunicado, este valor é destinado à “cobrir necessidades decorrentes do fluxo de caixa, incluindo, mas, não se limitando a, pagamentos de salários e outros custos fixos durante a pandemia”.

Nove milhões de Euros serão destinados à uma linha de crédito para MPME’s e finanças agrícolas.

Os restantes 2.5 milhões estarão alocados à assistência técnica que irão beneficiar as instituições financeiras participantes na linha de crédito para as MPME’s e finanças agrícolas.

A referida assistência servirá para “conferir maior rigor, transparência e fiabilidade da informação no processo de avaliação e monitoria”, lê-se no documento.

Total eleva comércio externo em Cabo Delgado

De acordo com Osvaldo Silva, director regional norte da Autoridade Tributária, de Janeiro a Outubro deste ano, no geral, a zona Norte do país registou uma redução nas importações e exportações.

Esta análise foi feita em comparação como o mesmo período do ano anterior.

Contudo, Silva afirmou, durante uma entrevista ao Jornal Notícias, que na província de Cabo Delgado, a situação foi diferente, tendo registado um aumento de mais de 100%.

Em termos concretos, no período em análise, foram importados 1124 contentores neste ano, contra 556 em 2019.

Para Silva, este aumento deve-se ao projecto de petróleo e gás da Total em Afungi.

Apesar de não ter se especificado a contribuição da petrolífera nestes números, em sua página web, a Total já havia se comprometido em trazer benefícios sócio-económicos ao país desde a fase da implanatação do projecto à exploração.

Financiador da Área 1 promete deixar de apoiar projectos de petróleo e gás

Reino Unido, um dos maiores financiadores do projecto da Área 1 da Total, deixará de financiar projectos de petróleo e gás.

Com isso, o país tornar-se-á o primeiro a dar este passo com vista a combater os efeitos das mudanças climáticas.

Esta promessa foi feita no Sábado, durante uma cimeira das Nações Unidas onde outros grandes países deverão apresentar as suas.

O Reino Unido, através da sua agência Finance Export, já havia dado garantias em milhares de milhões para ajudar companhias britânicas a se expandirem.

Moçambique estava no mapa do financiamento britânico no projecto de gás natural liquefeito da Total na Área 1.

O apoio planeado era de 20 mil milhões de dólares, assim sendo, a nação era um dos maiores financiadores do projecto.

É prematuro afirmar que o financiamento está em risco pois ainda não foi informada a data de implementação da medida.

Contudo, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, afirmou que a entrada em vigor deverá acontecer “o mais rápido possível”.

Johnson ainda adiantou que haverá algumas excepções à nova regra, no que diz respeito a centrais eléctricas alimentadas a gás desde que estejam nos parâmetros do Acordo de Paris.

Ncondezi Energy angaria £750mil para projecto em Tete

Foi a partir de uma emissão de acções que a empresa de energia Ncondezi Energy conseguiu angariar o valor de £0.75 milhões.

Segundo a StockMarketWire, a empresa afirmou que este valor servirá “para o desenvolvimento de um projecto de energia alimentada a carvão em Tete, Moçambique”.

Dentre as despesas previstas estão as negociações tarifárias com a Electricidade de Moçambique (EDM) e outros acordos importantes como compra e concessão de energia.

As acções foram emitidas a £4.5 cada, o que, “segundo a Ncondezi Energy, foi um valor baixo para o preço médio ponderado do volume de 30 dias”, de acordo com a fonte supracitada.

Moçambique e Angola reforçam cooperação para integração de Conteúdo Local no sector energético

A Autoridade Reguladora de Petróleo e Gás de Angola (ANPG) recebeu recentemente, em Luanda, uma delegação da Associação de Conteúdo Local de Moçambique (ACLM), liderada pelo seu presidente, Elthon Chemane, num encontro de carácter estratégico destinado a promover o fortalecimento das políticas de Conteúdo Local no sector energético da região.

O encontro serviu de plataforma para a partilha de experiências entre os dois países, tendo Moçambique apresentado os principais desafios e progressos registados na implementação de medidas que visam assegurar maior participação de empresas e profissionais nacionais na cadeia de valor da indústria petrolífera e de gás.

Por seu turno, Angola, representada pela ANPG, partilhou recomendações práticas e exemplos de sucesso resultantes da sua vasta experiência na matéria, reforçando o compromisso daquele organismo em apoiar iniciativas que impulsionem o desenvolvimento sustentável do sector energético africano.

Entre os temas discutidos destacaram-se as estratégias para maximizar a participação local em projectos de energia, mecanismos de regulamentação eficazes, incentivos à capacitação de pequenas e médias empresas (PMEs) e modelos de integração económica adoptados no contexto angolano.

Falando no final do encontro, o presidente da ACLM sublinhou a importância da cooperação regional e do intercâmbio entre países africanos na construção de uma indústria energética inclusiva e sustentável. “Aprender com a experiência de Angola é fundamental para que Moçambique continue a consolidar políticas sólidas e eficazes de Conteúdo Local”, afirmou Elthon Chemane.

A realização deste encontro marca um passo relevante na consolidação das relações institucionais entre Moçambique e Angola, bem como na criação de sinergias regionais para o crescimento e fortalecimento do Conteúdo Local no sector energético.

Selagem de bebidas importadas fora do país lesa ao Estado cerca de 17,2 milhões de dólares

A obrigatoriedade de selagem de bebidas alcoólicas fora de Moçambique, para o caso de bebidas importadas, está a ter impacto negativo no desempenho da empresa Cervejas de Moçambique (CDM), bem como perdas fiscais para o Estado.

Esta medida, segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da CDM, Tomáz Salomão, “provocou uma redução de 87% na disponibilidade de marcas importadas, além de perdas fiscais acumuladas, que se estimam em mais de 1.100 milhões de meticais (17,2 milhões de USD) para o Estado”.

A CDM defende que o processo de selagem de cerveja importada seja realizado em território nacional, para que possa beneficiar tanto a empresa e seus accionistas, bem como as finanças públicas.

Salomão falava semana finda na Assembleia Geral Ordinária anual da CDM, reunindo accionistas maioritários e minoritários, bem como membros do Conselho de Administração, numa sessão marcada pela apresentação e discussão sobre o desempenho da empresa no exercício de 2024.

Por sua vez, Galo Rivera, director-geral da CDM, citado num comunicado de imprensa da empresa recebido pela AIM, mencionou outro constrangimento enfrentado pela empresa em 2024. Trata-se das manifestações registadas no último trimestre de 2024.

“A instabilidade verificada neste período de pico das vendas, causou uma contracção da receita em 2,5%. Não obstante esta contracção, o lucro operacional cresceu 13% (+326 milhões de meticais que em 2023) impulsionado pelo crescimento das exportações para a África do Sul e pela optimização das operações”, afirmou.

Rivera destacou, ainda, um crescimento de 1.100 milhões do lucro líquido do exercício, “positivamente impactado pela redução de custos financeiros”.

Como resultado deste desempenho, a Assembleia Geral aprovou a distribuição, pelos accionistas, de um dividendo bruto de 1.295,9 milhões de meticais, o que corresponde a 8,15 meticais por cada uma das acções da sociedade.

A CDM possui cerca 3.000 accionistas e continua a posicionar-se como um parceiro estratégico no desenvolvimento económico nacional, reafirmando o seu compromisso com as melhores práticas de gestão, transparência e respeito pela legalidade, colaborando estreitamente com as autoridades moçambicanas.

EMOSE regista lucros de 368 milhões de meticais e lidera mercado segurador nacional

A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), maior seguradora do país, encerrou o exercício económico de 2024 com um lucro líquido de 368,1 milhões de meticais, o equivalente a 5,7 milhões de dólares norte-americanos à taxa de câmbio actual.

O desempenho representa um crescimento expressivo face ao ano anterior, período em que os resultados líquidos da companhia se fixaram em apenas 43,4 milhões de meticais, correspondente a cerca de 673,2 mil dólares.

Segundo um comunicado divulgado pela instituição, o robustecimento dos indicadores financeiros resulta de um conjunto de acções estratégicas implementadas ao longo do exercício, com destaque para a gestão prudencial rigorosa, criteriosa selecção de riscos, redução de custos operacionais e informatização de processos.

Os resultados alcançados foram considerados “confortantes e promissores” pelo presidente do Conselho de Administração da EMOSE, Janfar Abdulai, citado no documento. “Os números obtidos estão alinhados com os objectivos estratégicos definidos pela empresa e reforçam a sua liderança no mercado nacional”, afirmou.

De acordo com o Relatório do Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM), a EMOSE manteve-se na dianteira do sector segurador nacional durante o ano transacto, consolidando a sua posição como referência do segmento.

No entanto, a companhia reiterou recentemente que as suas apólices não cobrem danos resultantes de manifestações motivadas por eventos políticos, à luz do actual quadro legal e contratual. “O contexto do sector segurador exige uma actuação proactiva e ajustada estrategicamente às dinâmicas do mercado”, sublinhou Abdulai.

Com uma trajectória de décadas no mercado, a EMOSE reafirma a aposta na inovação e robustez financeira como pilares fundamentais para sustentar o crescimento e confiança dos seus clientes.

Eni aposta em 150 mil hectares para produzir 130 mil toneladas de óleo vegetal e criar 120 mil empregos em Moçambique

A multinacional petrolífera italiana Eni, operadora do empreendimento Coral Sul, Plataforma Flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG, sigla em inglês) na bacia do Rovuma, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, tenciona também apostar na agricultura industrial.

Trata-se de um projecto que, inicialmente, poderá ocupar uma área de 150 mil hectares, com uma diversidade de produção estimada de 130 mil toneladas por ano e um potencial para criar mais de 120 mil empregos.

O facto foi avançado pelo director executivo da Eni, Claudio Descalzi, no briefing à imprensa, minutos após uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, Daniel Chapo, hoje (11) em Maputo.

“Também temos outro ponto muito importante para o país, que é a agricultura. O que significa que na agricultura tambem vamos produzir óleo vegetal”, disse.

“Normalmente”, explicou Descalzi, “trabalhamos com 150 mil hectares e produzimos em torno de 130 mil toneladas por ano; mas essa quantidade de terra e produção de agricultura pode impactar em um nível de 120 mil empregos. É enorme, o que significa que se você está trabalhando com 300 mil hectares, você pode criar cerca de 300 mil empregos. É uma revolução”.

Aliás, o director executivo da Eni tranquiliza e garante que toda a cadeia de produção de óleos para a biorefinação e biocarburantes não vai competir ou interferir com a cadeia de alimentos. Aliás, a Eni já está a desenvolver projectos similares, em mais de nove países do mundo, seis dos quais do continente africano, incluindo a Costa do Marfim, Angola, Congo, Argélia, Líbia e Egipto.

“Um aspecto muito importante dessa actividade é o trabalho intensivo. Então, produz-se um enorme número de empregos”, afirmou.

Um enorme investimento cria uma diversidade de serviços especializados, no qual podem surgir mil a duas mil empresas, mas com o sector agrário, segundo Descalzi, os resultados podem ascender a mais de 100 mil pessoas.

Por isso, segundo Descalzi, a Eni tem aliado projectos de Gás Natural com agricultura.

“O gás e a agricultura”, disse, “são duas pernas que devem andar juntas e que permitirão a Moçambique não só andar, mas correr”, sublinhando de seguida que durante o encontro, Chapo mostrou-se uma pessoa muito concreta e concentrada em criar empregos para os moçambicanos.

Sobre o FLNG do Coral Norte, que o Conselho de Ministros aprovou o seu Plano de Desenvolvimento em início de Abril último, Descalzi manifestou a sua satisfação, tendo assegurado que o projecto transformou-se em realidade.

“O Presidente [da República] trouxe notícias muito interessantes e importantes porque obtivemos a autorização para o Plano de Desenvolvimento, com todos os termos concordados. Isso significa que o Coral Norte é uma coisa real agora”.

Localizado na Área 4, da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, o Coral Norte vai produzir o Gás Natural Liquefeito (GNL) calculado em 3,5 milhões de toneladas por ano (mtpa).

Orçado em 7,2 biliões de dólares, a FLNG do Coral Norte, separado há 10 quilómetros do Coral Sul, poderá iniciar a produção no segundo trimestre de 2028, e deverá operar durante 30 anos.

Ruby Mining denuncia venda de rubis ilegais aos turistas na cidade de Pemba

A empresa Montepuez Ruby Mining (MRM), que opera no posto administrativo de Namanhumbir, distrito de Montepuez, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, apelou aos turistas baseados na capital da província, Pemba, para deixarem de comprar rubis a vendedores ilegais.

Em comunicado, a empresa afirma que os vendedores ilegais de rubis estão a trabalhar em pontos turísticos de Pemba e cooperam com turistas estrangeiros “vendendo-lhes rubis extraídos ilegalmente, em hotéis bem conhecidos de Pemba”.

“Para além do pagamento excessivo de rubis de má qualidade e extraídos ilegalmente, há relatos de certos membros cúmplices das autoridades que extorquem dinheiro aos turistas ao ameaçá-los por comprarem rubis ilegais”, lê-se no documento, citado pela AIM.

De acordo com a nota, este assunto já foi partilhado com as autoridades a nível distrital, provincial e nacional “na esperança de que sejam tomadas medidas mais proactivas contra aqueles que estão a financiar, facilitar e encorajar o comércio ilegal de rubis moçambicanos”.

“A venda ilegal de rubis prejudica a economia de Moçambique e o seu povo, uma vez que priva o país das tão necessárias receitas fiscais provenientes dos recursos minerais”, acrescenta o documento.

A Montepuez Ruby Mining é detida em 75% pela empresa britânica Gemfields e em 25% pelo seu parceiro moçambicano, a Mwiriti Limitada.

No ano passado, o Governo ordenou a retirada de licenças mineiras em Cabo Delgado, porque algumas empresas, a quem foram concedidas licenças há anos, não estão a investir. A província tinha 595 títulos mineiros, mas por não terem sido utilizados, pelo menos 200 licenças foram retiradas.

Banco Mundial injecta 9,5 mil milhões de meticais no Orçamento

O Banco Mundial vai desembolsar este ano cerca de 9,58 mil milhões de meticais (equivalentes a 134,4 milhões de euros) para apoio directo ao Orçamento do Estado de Moçambique, correspondente a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados oficiais divulgados recentemente.

De acordo com um relatório do Governo, o apoio financeiro directo do Banco Mundial manter-se-á nos mesmos níveis de 2024. Entretanto, prevê-se um aumento na componente de financiamento programático, que deverá atingir este ano aproximadamente 29,97 mil milhões de meticais (420,3 milhões de euros), equivalendo a 1,9% do PIB nacional.

As previsões do Executivo apontam ainda para um incremento de 37,8% nas doações provenientes de outras instituições internacionais, num total estimado em 909,9 milhões de dólares (802,5 milhões de euros), além de 468,3 milhões de dólares (413 milhões de euros) em empréstimos externos.

Este reforço do apoio financeiro insere-se no quadro das parcerias estratégicas entre Moçambique e o Banco Mundial, tendo sido reiterado pelo presidente daquela instituição, Ajay Banga, durante o encontro realizado em Abril do ano passado, em Washington, com o então Presidente da República, Filipe Nyusi.

Na ocasião, Ajay Banga destacou o papel estratégico de Moçambique como futura base do mercado regional de energia eléctrica na África Austral. “Falámos sobre o progresso económico que o país tem vindo a alcançar, a melhoria do crescimento e da estabilidade inflacionária. Mas, sobretudo, debatemos o futuro da juventude e a importância de investir no seu potencial”, declarou Banga, à saída do encontro.

O líder do Banco Mundial salientou igualmente os avanços na electrificação nacional, não só para satisfazer a procura interna, mas também no posicionamento de Moçambique como plataforma de fornecimento para a região. “Este é um excelente passo em frente”, afirmou.

Apesar dos progressos registados, Ajay Banga sublinhou que há ainda um caminho a percorrer, particularmente na mobilização de investimentos conjuntos entre o Governo e o sector privado, não apenas na energia, mas também no turismo, infra-estruturas e outras áreas estratégicas. “O nosso compromisso é continuar a trabalhar em parceria para transformar o potencial do país em oportunidades concretas de emprego e desenvolvimento,” concluiu.

Com este apoio reforçado e novas parcerias em perspectiva, Moçambique consolida a sua posição como destino estratégico de investimentos para o desenvolvimento sustentável na região.

BdM: Exportações de bens renderam a Moçambique 8,2 mil milhões de dólares em 2024

As vendas de bens realizadas pela economia moçambicana para o resto do mundo em 2024 renderam ao País 8,2 mil milhões de dólares (correspondente a 37,2% do PIB), o que significa uma redução de 1% quando comparado com o ano anterior.

Os dados constam no Relatório Anual da Balança de Pagamentos (BoP), divulgado na última quinta-feira (05) pelo Banco de Moçambique (BdM).

Segundo o relatório a que o PROFILE teve acesso, a redução registada nas receitas de exportação é justificada pela queda das vendas dos produtos da economia tradicional em 5%, num cenário em que as exportações dos Grandes Projectos (GP) registaram um ligeiro aumento de 0,5%.

“A redução das exportações da economia tradicional em cerca de 96 milhões de dólares deveu-se, essencialmente, à diminuição das vendas de rubis, no valor de 153 milhões de dólares, resultado do  efeito conjugado da redução da qualidade do rubi, com impacto no preço do leilão e da tensão pós-eleitoral, que condicionou a produção”, lê-se no documento.

Adicionalmente, o relatório relata igualmente que o algodão teve um grande impacto na queda de receitas de exportações para Moçambique. Segundo o BdM, o algodão rendeu ao País 14 milhões de dólares, o que significa uma redução acima de 100%, quando comparado com o ano de 2023.

“Este desempenho foi consequência da queda em cerca de 9% do preço da fibra de algodão no mercado internacional, entre outros factores.”

Assim, as receitas provenientes da exportação do tabaco e de legumes e hortícolas registaram uma evolução positiva na ordem de 40% e 11%, respectivamente.

“O acréscimo nas receitas do tabaco foi justificado pelo incremento do volume de vendas em 63%, num contexto de estabilidade de preços, totalizando 217 milhões de dólares. Já para legumes e hortícolas, o incremento das vendas destes produtos em 11 % para 167 milhões de dólares, foi influenciado pela retoma à normalidade do processo de produção e do escoamento dessas culturas, após terem sido afectadas pelas condições climatéricas adversas que assolaram o País em 2023”, detalha o boletim.

Mais adiante, o relatório do BdM aponta, igualmente, que as receitas da castanha de caju e do açúcar tiveram também destaque neste período em análise. “As exportações da castanha de caju cresceram 72% para 98 milhões de dólares enquanto as do açúcar atingiram 36 milhões, o que equivale um incremento de 50%”, assinala o BoP, sublinhando que “este comportamento deve-se à recuperação da produção após os efeitos climáticos adversos ocorridos em 2023”.

No caso dos Grandes Projectos, o documento explica que o aumento em 30 milhões de dólares para 6,2 mil milhões foi influenciado pelo acréscimo nas receitas do gás em 241 milhões e da energia eléctrica em 31 milhões de dólares.

“O crescimento das receitas do gás natural é associado ao aumento da exportação do gás da Área 4 da Bacia do Rovuma, num contexto em que o preço médio no mercado internacional baixou 15%. Quanto à energia eléctrica, o incremento continua sendo sustentado pela revisão em alta do preço de exportação aplicado aos principais clientes, pela principal empresa exportadora deste produto”, refere.

No geral, o BdM considera que a queda dos preços no mercado internacional e da redução do volume exportado para alguns produtos da indústria extractiva foram as principais razões que ditaram a evolução negativa das receitas dos principais produtos dos Grandes Projectos no ano de 2024, destacando “o carvão mineral que rendeu 2 mil milhões de dólares contra 2,2 mil milhões de 2023”. As areias pesadas é um dos produtos que também mereceram destaque por ter arrecadado 467,7 milhões em receitas, contra 514,6 milhões de dólares no ano anterior.

A Índia, China e África do Sul foram os principais destinos dos produtos moçambicanos durante o período em referência.

Indústria extractiva perdeu 100 mil milhões de meticais em 2024

Os mega-projectos e concessões empresariais da indústria extractiva fecharam o ano passado em baixa, com prejuízos financeiros na ordem de 99,9 mil milhões de meticais, segundo o relatório da Conta Geral do Estado.

Esse fracassado desempenho financeiro deveu-se, sobretudo, aos projecto de alumínio, da Mozal, e de carvão mineral, da Vulcan e Minas de Revúbuè. Em conjunto, esses projectos acumularam perdas de 112 milhões de meticais.

Entretanto, os mega-projectos e concessões empresariais contribuíram com 24,9 milhões de meticais para a receita do Estado. Esse saldo não incluiu as taxas de concessão.

Contrariamente ao exercício económico do ano de 2023, os mega*projectos e as concessões empresariais, no exercício económico do ano de 2024, não pagaram dividendos aos seus accionistas, incluindo o Estado moçambicano.

O relatório aponta ainda que, do total das receitas de concessões, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) contribuiu com o equivalente a 49,1%, seguido do Maputo Port Development Company (MPDC) com 25,1%, Corredor do Desenvolvimento do Norte com 7,9%, Movitel com 7,4%, Corredor Logístico Integrado de Nacala-a-velha com 3,3% e REVIMO com 1,5%. (STV/O PAIS)

Moçambique atrai 4,1 mil milhões USD em IDE em 2024, mas continua dependente dos megaprojectos

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) consolidou-se, em 2024, como principal fonte de financiamento externo de Moçambique, ao atingir 4.087,1 milhões de dólares norte-americanos, o que representa um crescimento de 46,3 por cento em relação ao ano anterior. A informação consta do mais recente relatório do Banco de Moçambique sobre a Balança de Pagamentos.

Segundo o documento, o aumento expressivo do IDE deve-se, em grande medida, à dinamização do projecto de gás natural liquefeito (GNL) na Área 1 da Bacia do Rovuma, bem como a investimentos adicionais nos sectores de areias pesadas e minerais energéticos. Estes sectores, inseridos nos chamados grandes projectos, continuam a absorver a maior fatia do capital estrangeiro.

Ainda assim, o relatório adverte que a concentração de mais de 95 por cento do IDE em sectores extractivos expõe a economia nacional a riscos de volatilidade nos mercados internacionais e revela uma baixa diversificação da carteira de investimentos. Áreas como a agricultura, indústria transformadora e turismo continuam a receber investimentos residuais.

A origem do capital estrangeiro em 2024 foi, maioritariamente, de jurisdições da União Europeia, Emirados Árabes Unidos e países asiáticos, com destaque para multinacionais do sector energético e mineiro.

O IDE respondeu por 73,7 por cento do total de entradas líquidas na conta financeira, tendo contribuído significativamente para o financiamento do défice da conta corrente, estimado em -3.376,2 milhões USD, e para o reforço das reservas internacionais líquidas, que subiram para 3.454,2 milhões USD, face aos 3.103,3 milhões registados no período anterior.

Apesar dos ganhos, o Banco de Moçambique sublinha a necessidade de o país canalizar parte dos fluxos de IDE para sectores com maior valor acrescentado local, através de políticas activas de diversificação, melhoria do ambiente de negócios e incentivos fiscais orientados à produção nacional.

Banco Central: Custo de vida poderá baixar, economia deve crescer

O Banco de Moçambique (BM) diz que a medida de redução do preço das portagens, da água e da prorrogação da isenção do IVA em alguns produtos poderá contribuir para a redução progressiva do custo de vida.

Um documento sobre conjuntura económica e perspectivas de inflação do Banco Central, a que a AIM teve acesso, aponta as projecções que alistam a manutenção da inflação em um dígito, no médio prazo, resultante da combinação de vários eventos.

“A tendência para abrandamento dos preços dos bens e serviços no mercado internacional, a estabilidade do metical, a isenção do IVA sobre determinados produtos essenciais e a redução das taxas de portagens”, engrossam a lista dos eventos que poderão tornar realidade as projecções do Banco Central.

O documento reconhece a persistência de riscos e incertezas consideráveis, de natureza sobretudo interna, que impõem desafios à manutenção deste cenário, com destaque para os impactos do crescente agravamento da situação fiscal, a incerteza quanto à velocidade de recuperação da capacidade produtiva e de oferta de bens e serviços, assim como os efeitos dos choques climáticos.

“Relativamente à actividade económica, excluindo o sector do gás natural liquefeito, perspectiva-se um crescimento económico moderado, a reflectir, sobretudo, o desempenho dos sectores primário (agricultura e carvão mineral) e terciário (serviços), suportado pela reposição gradual da capacidade produtiva e de logística”, refere o documento.

O crescimento poderá ocorrer “não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas e dos efeitos da tensão pós-eleitoral sobre os sectores de actividade”.

Em linha com estas tendências, o Banco de Moçambique reduziu, recentemente, a taxa de juro de referência de 11.75 por cento para 11 por cento.