Sexta-feira, Junho 13, 2025
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PMI do Standard Bank Moçambique: As condições das empresas abrandam novamente em Janeiro

  • Produção e novas encomendas caem pelo terceiro mês consecutivo
  • Custos mais baixos e uma fraca procura resultam em preços de venda reduzidos
  • Emprego e aquisições registam uma melhoria

O PMI® do Standard Bank Moçambique assinalou uma contração adicional na economia do setor privado em Janeiro. Os níveis de produção e as novas carteiras de encomendas desceram pelo terceiro mês consecutivo, à medida que os protestosncontinuaram a comprometer as condições económicas.

No entanto, o declínio foi menos grave quando comparado com o final do ano passado, a mesmo tempo que as expectativas para a produção futura melhoraram. Ocorreram igualmente novos aumentos na contratação de pessoal e nas aquisições, auxiliados por uma diminuição adicional dos preços dos meios de produção. É de salientar que os preços de venda também diminuíram da forma mais acentuada dos últimos três anos.

O principal valor calculado pelo inquérito é o Purchasing Managers’ Index TM (PMI). Indicadores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, ao passo que indicadores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.

Ao registar 47,5 em Janeiro, o índice básico indicou uma forte deterioração nas condições das empresas no início de 2025. O índice tem estado abaixo do valor de 50,0 nos últimos três meses, apesar de ter aumentado em relação aos 46,4 de Dezembro, o valor mais baixo dos últimos 52 meses.

As empresas moçambicanas inquiridas referiram, na sua maioria, um impacto sustentado dos protestos políticos. Janeiro assistiu à diminuição da produção e das novas encomendas pelo terceiro mês consecutivo, embora em menor medida do que em Dezembro. Algumas empresas indicaram que as perturbações abrandaram, resultando, assim, num aumento do número de clientes.

Membros do painel indicaram novos esforços para aumentar a capacidade, assinalando mais uma vez que o impacto dos protestos sobre as empresas estava a diminuir. O emprego total aumentou ligeiramente em Janeiro, terminando um período de dois meses de cortes de pessoal. De igual modo, após um declínio acentuado em Dezembro, as aquisições de meios de produção cresceram pela primeira vez em três meses.

Os problemas logísticos foram também parcialmente solucionados, conferindo aos fornecedores uma maior flexibilidade com as suas entregas. Apesar de, no geral, os prazos de entrega terem continuado a piorar, este declínio foi apenas ligeiro e ao ritmo mais lento dos últimos três meses.

Consequentemente, os inventários de meios de produção nas empresas do setor privado expandiram ao ritmo mais elevado desde Agosto de 2024.

Com a persistência da fraca procura, as empresas processaram um maior volume de encomendas existentes no início do ano. As encomendas em atraso diminuíram ao ritmo mais elevado dos últimos oito meses. No que diz respeito aos preços, os dados do inquérito mais recente assinalaram uma nova diminuição dos encargos com a produção durante o mês de Janeiro. Além disso, o ritmo dos descontos acelerou em relação a Dezembro, tendo sido o mais acentuado dos últimos três anos. Os preços mais baixos foram associados ao efeito duplo da fraca procura e da queda nos custos. Relativamente a esta última, as empresas comunicaram uma queda nos custos dos meios de produção pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com os membros do painel, a baixa procura de matérias-primas devido aos protestos resultou numa descida das tarifas dos fornecedores. Os preços de aquisição baixaram, ainda que apenas ligeiramente e ao ritmo mais lento dos últimos três meses. Os custos salariais também diminuíram depois de terem estabilizado em Dezembro. Quanto a isto, as empresas referiram que a fraca procura afetou os orçamentos para despesas salariais.

Em Janeiro, as expectativas empresariais para o próximo ano apresentaram um aumento, melhorando pelo segundo mês consecutivo, depois de terem atingido em Novembro o valor mais baixo dos últimos 49 meses. Diversas empresas esperam que um regresso às condições económicas normais venha a contribuir para uma subida da actividade, enquanto outras preveem umcrescimento da carteira de clientes e do desenvolvimento de produtos.

Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank Moçambique

Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank Moçambique, comentou: “O PMI do Standard Bank Moçambique aumentou de 46,4 em Dezembro para 47,5 (corrigido de sazonalidade) em Janeiro. Ocorreram contracções mensais consecutivas na produção, nas novas encomendas e nos prazos de entrega dos fornecedores. No entanto, foi sentida alguma recuperação no emprego e nos inventários.

Em Janeiro, o PMI manteve-se abaixo de 50 pelo terceiro mês seguido, implicando novas contracões mensais consecutivas na actividade económica. Apesar de os protestos pós-eleitorais terem diminuído em Janeiro, o ambiente político e social manteve-se tenso.

De acordo com o subíndice do PMI de expectativas empresariais para o futuro, o sentimento empresarial aumentou pelo egundo mês consecutivo em Janeiro, sendo que os inquiridos esperam uma produção mais elevada ao longo dos próximos 12 meses.

Ainda assim, o PMI sugere a atenuação das pressões sobre os preços em Janeiro, devido, em grande medida, à procura agregada moderada. Isto indica que a inflação poderá manter-se controlada a curto prazo, mas com a probabilidade de que a inflação sobre os alimentos venha a aumentar. Assim sendo, é esperado um aumento da inflação para 6,1%, em termos homólogos, em Dezembro de 2025, em relação aos 4,2%, em termos homólogos, em Dezembro de 2024.

As nossas estimativas de crescimento do PIB para 2024 de 2,5%, em termos homólogos, após os 5,4%, em termos homólogos, em 2023, reflectem uma contração de 1,6%, em termos homólogos, no crescimento do PIB no quarto trimestre de 2024 e implicam um crescimento do PIB, excluindo o sector extractivo (exploração mineira e GNL), que se situou abaixo de 1%, em termos homólogos, em 2024, representando uma descida dos 2,2%, em termos homólogos, em 2023. É esperado que a contração no crescimento do PIB se mantenha no primeiro trimestre de2025, nas deverá ocorrer uma recuperação nos trimestres subsequentes, consistente com a nossa previsão de crescimento do PIB de 3%, em termos homólogos, para 2025.

Apesar de a política monetária estar a tornar-se gradualmente menos restritiva, as condições de financiamento mantêm-se apertadas. A curto prazo, esta economia ainda se depara com pressões fiscais recorrentes, uma oferta insuficiente de divisas e um investimento reduzido nos sectores público e privado.”

Custo de vida continua alto e lamentável quanto antes (Uma semana após a redução dos preços dos combustíveis)

Há cerca de uma semana, o Governo moçambicano anunciou a redução dos preços dos combustíveis, em vigor desde quinta-feira (24.02). A medida foi recebida com expectativa por parte da população, na esperança de que pudesse aliviar a pressão financeira sentida nos últimos meses. No entanto, os efeitos práticos ainda não se fazem sentir de forma significativa no custo de vida.

Vários cidadãos têm manifestado descontentamento, pois os preços de bens e serviços permanecem elevados, apesar de o custo dos produtos petrolíferos ter sofrido uma ligeira descida. Nos mercados, a reclamação é de que produtos como arroz, farinha, açúcar e óleo alimentar continuam a ser vendidos a preços altos, inviabilizando o acesso por parte das famílias de baixa renda.

Também os transportadores alegam dificuldades para reduzir as tarifas. A Associação dos Transportadores de Moçambique (ATROMO) reconhece que a baixa do preço dos combustíveis é um passo positivo, mas ressalva que outros fatores, como a inflação, a depreciação cambial, os custos de manutenção e os impostos, continuam a pesar na formação dos preços do transporte.

A recente decisão do Governo de reduzir o IVA de 17% para 16% é vista por alguns economistas como mais uma tentativa de mitigar a crise e travar a alta generalizada dos preços. Todavia, alertam que esta medida, por si só, pode não ser suficiente para estancar a escalada inflacionária.

“É preciso um conjunto de ações coordenadas que envolvam a produção interna, a estabilização cambial e a fiscalização dos preços, para que os moçambicanos sintam, de fato, um alívio no bolso”, afirma um dos especialistas ouvidos pelo nosso jornal.

Enquanto isso, o cidadão comum continua a aguardar por resultados concretos no seu dia a dia. Muitos dizem que a situação é “lamentável quanto antes”, pois a capacidade de compra segue em queda, ao mesmo tempo que o desemprego e o custo dos serviços básicos não param de aumentar.

Em alguns mercados informais da capital, o preço do quilograma de arroz subiu cerca de X meticais em relação ao mês anterior. O óleo alimentar, que chegou a registar um pico de preço em janeiro, mantém-se em valores ainda elevados, segundo os vendedores.

“Estamos a vender caro porque também compramos caro. A redução do combustível ajuda, mas ainda não se refletiu nos nossos fornecedores”, explica um comerciante entrevistado.

Para os consumidores, o cenário é desanimador. “Cada dia que passa, o salário não acompanha a subida dos preços. Vamos ao mercado com um valor e voltamos com poucos produtos. Não há mudanças palpáveis após o anúncio do Governo”, lamenta uma cidadã que preferiu não se identificar.

“A redução do IVA para 16% pode ter impacto a médio prazo, mas não resolve de imediato a alta de preços. É fundamental que se adote uma política económica mais ampla, que inclua incentivos à produção nacional, para reduzir a dependência das importações e a pressão sobre o metical.”

A população, por sua vez, clama por uma intervenção mais incisiva do Governo na regulação e fiscalização de preços, pois teme que as reduções anunciadas acabem por não chegar ao consumidor final.

“Anunciar redução de combustíveis e IVA é uma coisa, mas garantir que o efeito chegue às bancas e aos transportes é outra. Se não houver fiscalização, continuaremos a ver preços altos, e o custo de vida vai continuar a castigar as famílias”, defende um representante de uma associação de consumidores.

Assim, passados sete dias desde que as novas medidas entraram em vigor, o consenso é de que ainda há um longo caminho pela frente para que o custo de vida se torne efectivamente mais acessível à maioria dos moçambicanos. (Estrela Charles – Economista CIP)

Kelver Inácio: “Queremos conectar empreendedores e impulsionar o crescimento da indústria e comércio”

Profile Mozambique: Para começarmos, poderia nos falar um pouco sobre o seu percurso profissional e a sua trajectória no mundo empresarial?

Kelver Inácio: O meu nome é Kelver Inácio Maxim, sou empresário há 25 anos. Comecei a minha jornada de empreendedorismo com o meu pai, aos 12 anos, ajudando na empresa dele, que fornecia lonas e tendas. Com o tempo, expandimos para a hotelaria, agricultura, pecuária e, mais recentemente, para a indústria de reciclagem.

Aos 25 anos, decidi fundar a minha primeira empresa, a DK Eventos. A motivação veio do facto de a empresa do meu pai alugar tendas e casas de banho para eventos, mas sem oferecer um serviço completo de gestão. Vi essa lacuna e passei a coordenar os eventos de forma informal. Com a crescente demanda, legalizei a empresa e expandi os serviços para gestão completa de eventos, fornecimento de mobiliário e assessoria.

O sucesso da DK Eventos levou-me a entrar no sector de catering, suprindo as necessidades dos clientes que reclamavam da qualidade dos serviços prestados por terceiros. Assim, fui identificando necessidades e criando soluções empresariais. Hoje, gero cerca de 15 empresas em diferentes sectores, sempre focado na resolução de problemas e no fornecimento de serviços estruturados.

PM: O que motivou a criação da Feira Internacional da Indústria e Comércio (Finduco)?

KI: A Finduco nasceu dentro da PAEMO com o objectivo de promover a interação entre empresas e fomentar o crescimento dos sectores de indústria e comércio, que são grandes impulsionadores da economia moçambicana. A feira busca conectar empreendedores, promover networking e impulsionar o setor B2B e B2C.

PM: Quando e onde será realizada a Finduco?

KI: O evento acontecerá de 7 a 9 de agosto, no Conselho Municipal de Maputo. Contamos com o apoio de diversas instituições, incluindo a CTA e organizações internacionais. Esperamos receber representantes de toda a região da SADC e outros países.

PM: Qual a estrutura da feira e quais são os sectores contemplados?

KI: A feira contará com exposição de empresas de indústria, comércio e serviços, incluindo restauração, entretenimento e networking. Teremos conferências, debates e workshops, proporcionando um espaço rico para aprendizado e troca de experiências. Esperamos atrair cerca de 20 mil visitantes por dia.

PM: Como as emprdem participar da Finduco?

KI: A participação é simples. Basta entrar em contacto com a PAEMO por meio das nossas redes sociais e portal online. Temos uma ficha de inscrição onde os interessados escolhem o tamanho do stand conforme suas condições financeiras. Também facilitamos a contratação de serviços de terceiros, especialmente na área gráfica, para a construção e decoração dos stands.

PM: O que diferencia a Finduco de outras feiras em Moçambique?

KI: A Finduco é a primeira feira organizada por uma entidade privada em pleno centro da cidade de Maputo, proporcionando maior mobilidade aos expositores e visitantes. Ademais, nossos preços são acessíveis, permitindo maior inclusão de pequenas e médias empresas.

Temos capacidade para receber até 5 mil empresas expositoras e queremos garantir uma feira inclusiva e acessível a todos.

PM: A Finduco será um evento anual? Existem outros workshops planeados?

KI: Sim, a Finduco é um evento anual e faz parte de um portfólio maior de feiras segmentadas que organizamos. Temos a Translog (Feira Internacional de Transporte e Logística), a Telecom (Feira de Telecomunicações e Tecnologia) e a Feira da Banca (sector financeiro e seguros), entre outras. Algumas delas ocorrerão ainda este ano, enquanto outras estão programadas para 2026.

PM: Como a PAEMO contribui para o crescimento dos empreendedores moçambicanos?

KI: A PAEMO é uma plataforma que apoia micro, pequenas e médias empresas, ajudando-as a se formalizar e a crescer de forma sustentável. Acreditamos que a falta de organização é um dos principais entraves para o crescimento empresarial. Por isso, oferecemos treinamentos, suporte legal e networking para ajudar os empreendedores a profissionalizar seus negócios.

KI: Que conselhos ou livros você recomendaria para os empreendedores que desejam desenvolver suas competências?

KI: O principal conselho é que não há crescimento sem organização. É fundamental ter um plano de longo prazo, estruturar o negócio de forma profissional e estar em conformidade com a legislação. Empresas bem organizadas têm maior potencial de crescimento e podem, no futuro, até mesmo ser cotadas na bolsa de valores.

Recomendo alguns livros essenciais para empreendedores:

  1. “O Poder do Hábito” – Charles Duhigg
  2. “Pai Rico, Pai Pobre” – Robert Kiyosaki
  3. “A Startup Enxuta” – Eric Ries
  4. “De Zero a Um” – Peter Thiel
  5. “Os Segredos da Mente Milionária” – T. Harv Eker

ExxonMobil e Field Ready de mãos dadas para capacitar jovens no sector de Petróleo & Gás

A ExxonMobil Moçambique, Limitada, na qualidade de Operador Delegado do Midstream para a Área 4 do Projeto da Bacia do Rovuma, assinou esta quarta-feira (26), um Memorando de Entendimento (MoU) com a Field Ready, num esforço conjunto e dedicado para aumentar as oportunidades de emprego dos moçambicanos no setor de Petróleo & Gás.

A cerimónia de assinatura, realizada no Hotel Polana, em Maputo, marcou o compromisso da ExxonMobil e dos parceiros da Área 4 com o desenvolvimento da força de trabalho moçambicana, através da disponibilização de recursos e métricas de relatório de dados na Plataforma de Empregabilidade de Moçambique.

Em parceria com a Field Ready, está previsto o desenvolvimento de uma série de programas e iniciativas para capacitar jovens para futuras oportunidades, incluindo a disponibilização gratuita de conteúdo de aprendizagem para todos os participantes registados na Plataforma de Empregabilidade de Moçambique (MEP).

O acordo também proporciona aos parceiros da Área 4 dados detalhados e métricas sobre formação, investimento e emprego por parte dos contratantes e da cadeia de fornecimento de talentos moçambicanos.

 

Falando sobre o impacto do MoU, Frank Kretschmer, Presidente da ExxonMobil Moçambique, afirmou: “Estamos entusiasmados por firmar esta parceria com a Field Ready, que já é um parceiro do Governo de Moçambique. O desenvolvimento de programas para preparar a força de trabalho local para futuras operações no Rovuma será fundamental para o sucesso do país.”

O responsavel afirmou ainda que o programa vai abranger cerca de 7 mil jovens de todo o Moçambique, e “tem como objectivo principal, dotá-los de farramentas e habilidades para além daquelas que eles possam ter.”

A Field Ready é uma parceria Público-Privada, anteriormente apoiada pelo Secretário de Estado para o Ensino Técnico e Profissional (SEETP) e pelo Secretário de Estado para a Juventude e Emprego (SEJE), agora sob a gestão do Ministério da Educação e Cultura. A iniciativa está presente em Moçambique desde 2017.

Durante a assinatura, Phil Andrews, representante da Field Ready, destacou que “este acordo vai apoiar diretamente os jovens moçambicanos na sua integração bem-sucedida no mercado de trabalho do país, proporcionando conhecimentos, competências e qualificações adicionais para atender às exigências do projeto Rovuma Área 4.”

“Medidas de apoio ao sector privado em Moçambique: Uma análise com Eduardo Sengo”

Recentemente, o governo moçambicano anunciou um conjunto de medidas destinadas a revitalizar o sector privado, especialmente as empresas afectadas por desastres naturais e instabilidades económicas.

Em entrevista ao Profile, Eduardo Sengo, Director Executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), partilhou as suas reflexões sobre estas iniciativas, destacando tanto os seus méritos como os desafios inerentes à sua implementação.

Linhas de financiamento: Uma resposta necessária, mas insuficiente

Entre as medidas anunciadas, destaca-se a criação de uma linha de financiamento de 10 mil milhões de meticais, aproximadamente 150 milhões de dólares. Este fundo, com uma taxa de juro fixa de 15% no primeiro ano, visa apoiar empresas em dificuldades. Sengo reconhece a importância deste montante, considerando-o “bastante significativo” para auxiliar na recuperação das empresas afectadas.

No entanto, alerta que as condições associadas, como a taxa de juro, podem não ser as mais adequadas para um cenário de resgate empresarial. “15% é muito boa para uma vida normal, mas para o resgate pode não ser o mais adequado”, observa.

Adequação dos critérios de elegibilidade

Outro ponto de reflexão prende-se com os critérios que definem o que constitui uma pequena ou média empresa. A legislação actual classifica empresas com mais de 100 funcionários como grandes, o que pode não reflectir a realidade de sectores como a agricultura.

Sengo sublinha a necessidade de rever estes parâmetros para garantir que as empresas realmente necessitadas possam beneficiar das medidas propostas.

Desafios na implementação: Burocracia e prazos apertados

A operacionalização destas linhas de crédito enfrenta desafios significativos. O período estipulado para a submissão e aprovação dos pedidos, de 1 de março a 30 de setembro, pode ser insuficiente, dado o actual ritmo dos processos bancários. “Os processos de aprovação dos créditos bancários, ultimamente, têm sido muito lentos”, afirma Sengo, sugerindo que os bancos aumentem a frequência dos seus conselhos de crédito para responder à potencial procura.

Reestruturação de empréstimos existentes: Uma neecessidade urgente

Para além do novo financiamento, muitas empresas já possuem empréstimos em curso e foram severamente impactadas por crises recentes. A possibilidade de reestruturar estas dívidas é vista como crucial.

No entanto, Sengo destaca a importância de o Banco Central aliviar ou não exigir o reforço das provisões por parte dos bancos comerciais durante este processo, de modo a tornar a reestruturação mais viável e menos onerosa para as instituições financeiras.

Segurança: O pilar fundamental para a recuperação económica

A estabilidade e a segurança são essenciais para qualquer esforço de recuperação económica. Sengo sublinha que, para que as medidas de apoio sejam eficazes, é imperativo restabelecer condições de segurança no país. “Para estas linhas, estes apoios todos funcionarem, é preciso que, de facto, esta situação se observe”, reforça, referindo-se à necessidade de um ambiente estável para que as empresas possam operar e prosperar.

A Necessidade de fontes de financiamento alternativas

Embora as iniciativas atuais representem um passo positivo, Sengo sugere que soluções adicionais, provenientes de fundos alternativos, poderiam oferecer condições mais favoráveis às empresas em recuperação.

A experiência anterior com linhas de crédito a taxas mais baixas, como durante a pandemia de COVID-19, demonstra que é possível estruturar pacotes de apoio mais acessíveis quando se mobilizam recursos de diferentes fontes.

Notas finais

As medidas anunciadas pelo governo moçambicano reflectem um compromisso com a revitalização do sector privado. No entanto, a eficácia destas iniciativas dependerá da sua implementação prática, da adequação dos critérios de elegibilidade e da criação de um ambiente seguro e estável para os negócios.

A colaboração contínua entre o governo, as instituições financeiras e o sector privado será crucial para superar os desafios e promover uma recuperação económica sustentável em Moçambique.

Kátia Agostinho: “MãeBiz Super App chegou para equilibrar maternidade, trabalho e negócios”

Kátia Agostinho, economista e empreendedora, é CEO e fundadora do MãeBiz Super App, uma plataforma inovadora que centraliza soluções para equilibrar maternidade, trabalho e negócios. Com uma carreira dedicada à inclusão financeira e ao empoderamento feminino, é também Membro da Direção Executiva da New Faces New Voices Moçambique, onde actua no pelouro de Inclusão Financeira.

A sua trajectória inclui a certificação Gender ChangeMakers pelo Digital Frontiers Institute, experiência que impulsionou a criação do MãeBiz, tornando-se uma referência no apoio a mães empreendedoras em Moçambique.

Profile Mozambique: Como é que surgiu a ideia do MãeBiz Super App e qual foi a inspiração por detrás deste projecto?

Kátia Agostinho: Minha experiência com a maternidade foi o ponto de partida para a Mãebiz. Em 2018, com o nascimento da minha primeira e única filha, minha rotina mudou radicalmente, social e profissionalmente. Sendo natural de Quelimane, onde minhas raízes permanecem, percebi a necessidade de um apoio que fosse além do familiar, oferecendo um serviço dedicado às mães. Em 2020, após concluir a certificação Gender ChangeMakers pelo Digital Frontiers Institute, desenvolvi um projecto final que evoluiu rapidamente para a Mãebiz, culminando no lançamento do Mãebiz Super App.

PM: Quais são as funcionalidades principais do app que o distinguem das restantes soluções digitais disponíveis no mercado?

KA: O processo criativo de desenvolvimento da app tomou em consideração, a rotina do seguemento mulher e mãe desde o momento que ela acorda, e as suas necessidades como saúde, cuidado com a casa, gerir negócios, acesso a informação, entre outros. O MãeBiz integra a gestão de compras, inventário e orçamento, incorporando ainda diversos aspectos ligados à saúde desde a gestão do ciclo menstrual, gravidez e cuidados com os bebés até ao acesso facilitado a serviços. Ademais, a plataforma apresenta um módulo familiar que permite a participação de todos, e não apenas da mulher, nesta inovação.

Ao centralizar uma variedade de funções num único app, o MãeBiz elimina a necessidade de múltiplas interfaces, combinando conveniência e flexibilidade para responder aos desafios de cada área da vida da mãe.

Complementarmente, estamos ainda aa trabalhar para o aplicativo trazer a componente  de apoio social, integrando comunidades de mães, actualmente actuantes no WhatsApp, para promover a partilha de experiências, mentoria e parcerias entre mães e profissionais, com acesso exclusivo para mulheres. Além disso, a app oferece uma oportunidade de empoderamento económico das usuárias oferecendo várias oportunidades como o market place para diversos produtos e serviços.

PM: Pode explicar-nos como funciona a ferramenta de gestão pessoal e familiar integrada no app e que benefícios concretos as utilizadoras podem esperar?

KA: O MãeBiz ajuda mulheres a equilibrar a gestão da família, casa e trabalho com funcionalidades integradas em um único app. Ela pode registar tarefas, distribuir responsabilidades entre os membros da família e sincronizar agendas no Calendário Familiar.

O módulo de orçamento é restrito a ela e ao pai da casa, enquanto listas de compras e inventário permitem um controlo eficiente dos itens domésticos.

Em breve, será possível gerir trabalhadores domésticos, organizando contratos e tarefas e também sugerir receitas com base no inventário e ajudar a planear refeições com a integração da AI no app. A integração de AI está sendo feira não só na componente de refeiçoes mas também em todos outros atalhos do app. No Gestor de Saúde, em breve será possível acompanhar o ciclo menstrual, a gravidez, ter acesso a rede de saúde como hospitais, farmácias, e marcar consultas médicas. O MãeBiz centraliza tudo para mais praticidade e cuidado com a saúde da família.

PM: Que tipo de informações e recursos o app disponibiliza e de que forma estes suportam as decisões e o crescimento dos negócios das suas utilizadoras?

KA: Embora estejamos a viver em uma era em que há muita informaçao, estas encontram-se dispersas e o acesso é moroso , e a plataforma refletiu sobre como a mulher tem o seu dia organizado e como seria mais conveniente receber e ter acesso a diversos tipos de informação

O InfoHub do MãeBiz organiza e centraliza informações relevantes para mães, empreendedoras e trabalhadoras, incluindo documentos públicos, oportunidades de capacitação, financiamento, vagas de emprego e eventos. As informações são notificadas instantaneamente no celular e ficam organizadas no app, evitando perdas em WhatsApp e e-mails.

Isso economiza tempo e capacita as mulheres a tomarem decisões informadas. Essa solução responde a uma das maiores barreiras à inclusão financeira feminina: o difícil acesso à informação.

PM: Quais são os elementos inovadores da interface do MãeBiz que facilitam a sua utilização, mesmo para as utilizadoras com menor familiaridade tecnológica?

KA: O MãeBiz adopta uma interface intuitiva para facilitar a experiência de utilizadoras com pouca familiaridade tecnológica. O menu é organizado para fácil navegação, com a tela inicial exibindo tarefas e eventos do dia, além de atalhos para outras funções. Com a integração da AI estes atalhos devem reflectir as ferramentas mais usadas por cada utilizador, para facilitar ainda mais a navegabilidade e  para acesso rápido. As notificações são claras e objectivas. Em breve, o app terá um assistente virtual para suporte em tempo real e tutoriais interativos para orientação visual.

PM: De que forma o MãeBiz Super App contribui para melhorar a gestão do tempo e promover um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional?

KA: O MãeBiz organiza o dia a dia de forma prática, centraliza tarefas e compromissos pessoais e profissionais em um só lugar. Permite a definição de prioridades, automatiza tarefas repetitivas e facilita a delegação de actividades de maneira rápida. Com diversas ferramentas de produtividade integradas em uma única plataforma, elimina a necessidade de alternar entre diferentes aplicativos. Acessível pelo celular, oferece flexibilidade e conveniência. Em breve, contará com conteúdos educativos e cursos para apoiar o crescimento pessoal e profissional.

PM: Que dados ou estatísticas pode partilhar sobre a aceitação do app no mercado e como o feedback das utilizadoras tem influenciado as futuras atualizações?

KA: O lançamento foi feito de forma silenciosa, sem evento oficial ou cobertura da mídia, e em menos de 30 dias alcançou 100 downloads. O feedback tem sido positivo, temos recebido várias sugestões de como pode ser melhorado e o que mais seria interessante acrescentar.

PM: Quais os planos de desenvolvimento e expansão para o MãeBiz Super App nos próximos anos, e que parcerias estratégicas estão a ser exploradas para potenciar a plataforma?

Estão em desenvolvimento módulos voltados para saúde, negócios, comunidade e newsletter. A colaboração com as utilizadoras vai além do uso da ferramenta, oferecendo oportunidades de negócios. Parcerias com provedores de produtos e serviços também estão em curso visando agragar mais valor aos utilizadores e trazer mais oportunidades. Sem revelar detalhes, Também procuramos parcerias que possam viabilizar o desenvolvimento dos novos módulos e expandir a presença  geográfica como actividades de literacia digital pois é importante para que o seguimento mulher esteja mais familiarizada com as ferramentas digitais a adira a inovação.

M-Pesa e Yango unem forças para revolucionar a mobilidade digital em Moçambique

A Vodafone M-Pesa e a Yango Moçambique assinaram um Memorando de Entendimento que promete transformar o panorama da mobilidade urbana e dos pagamentos digitais no país. A parceria visa proporcionar maior conveniência e eficiência aos motoristas e utilizadores do serviço de transporte por aplicação, integrando pagamentos sem dinheiro físico e acesso facilitado a produtos financeiros.

Com esta nova colaboração, os motoristas da Yango poderão recarregar as suas contas directamente através do M-Pesa, garantindo transacções rápidas, seguras e totalmente integradas na plataforma de mobilidade. A iniciativa representa um avanço significativo na digitalização do sector dos transportes, reduzindo custos operacionais e promovendo uma maior inclusão financeira.

Facilidade e segurança nos pagamentos digitais

Segundo Sérgio Gomes, Director-Geral da Vodafone M-Pesa, a parceria reflecte um compromisso sólido com a inovação e a modernização do sistema de pagamentos em Moçambique. “Acreditamos que esta colaboração representa um marco importante na digitalização dos pagamentos no país. Queremos garantir que os nossos utilizadores tenham acesso a soluções financeiras seguras e convenientes”, afirmou.

A integração entre as duas plataformas permitirá que motoristas e passageiros realizem pagamentos sem dinheiro físico, eliminando barreiras associadas ao manuseio de numerário e tornando as viagens mais ágeis e seguras. A iniciativa insere-se num contexto mais amplo de expansão da digitalização no país, onde o M-Pesa tem desempenhado um papel crucial na inclusão financeira de milhões de moçambicanos.

Seguro acessível para motoristas e passageiros

Outro grande destaque do evento foi o anúncio de um pacote de seguro automóvel acessível, fruto de uma parceria entre a Vodafone M-Pesa e a Moçambique Companhia de Seguros. O serviço estará disponível a partir de 1.000 meticais por trimestre para veículos ligeiros e 750 meticais para motociclos com carro, conhecidos como “txopelas”. A cobertura inclui uma protecção especial para passageiros, reforçando a segurança dos serviços de transporte por aplicação.

“O objectivo desta iniciativa é proporcionar maior protecção aos motoristas e passageiros, garantindo que a mobilidade urbana evolua de forma segura e sustentável”, destacou Gomes durante o evento.

Impacto na economia digital e mobilidade urbana

A Yango, que se tem consolidado como uma das principais plataformas de transporte em Moçambique, vê a parceria como um passo essencial para impulsionar o crescimento económico e melhorar a experiência dos seus motoristas parceiros e utilizadores.

Mahomed Adam, Gestor Nacional da Yango, destacou o impacto positivo da iniciativa. “Este acordo não é apenas um compromisso formal, mas um reflexo da nossa missão de integrar serviços digitais que beneficiam motoristas, passageiros e a economia como um todo. Queremos criar um ecossistema onde todos tenham acesso a soluções inovadoras e acessíveis”, afirmou.

Com a crescente digitalização dos serviços financeiros e de mobilidade, Moçambique avança para um futuro onde a tecnologia desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida e na dinamização da economia. A parceria entre a Vodafone M-Pesa e a Yango insere-se nesse contexto, proporcionando soluções que fortalecem a conectividade e a inclusão financeira no país.

A adopção de meios de pagamento digitais no sector dos transportes é um sinal claro da evolução do mercado moçambicano e da crescente aposta em tecnologias que simplificam o quotidiano dos cidadãos. Com esta nova fase, a mobilidade urbana torna-se mais acessível, eficiente e integrada à economia digital do país.

O que precisa saber sobre o Mercado de Investimento?

O mercado de investimentos desempenha um papel fundamental na economia global, sendo um dos principais motores do crescimento econômico e da geração de riqueza. Através dele, indivíduos e empresas podem alocar recursos de forma eficiente, garantindo não apenas retornos financeiros, mas também fomentando o desenvolvimento de novos negócios e a inovação.

Compreender o Mercado de Investimento é essencial para tomar decisões financeiras responsáveis e informadas. A literacia financeira desempenha um papel crucial ao capacitar as pessoas com os conhecimentos necessários para fazerem escolhas seguras e eficazes, ajustadas aos seus objectivos e realidade financeira.

O mercado de investimentos engloba todas as operações financeiras voltadas para a alocação de capital com o objectivo de obter rentabilidade. Ele inclui diferentes tipos de activos, como acções, títulos de renda fixa, fundos de investimento, dentre outros. Além disso, pode ser dividido em mercado primário, onde ocorrem emissões iniciais de activos financeiros, e mercado secundário, onde esses activos são negociados entre investidores.

As acções representam uma participação numa empresa, e o seu valor pode flutuar de acordo com o desempenho dessa empresa e das condições de mercado. Obrigações, por outro lado, são empréstimos feitos a empresas ou governos, que pagam juros ao investidor durante um determinado período. Os fundos de investimento permitem diversificar, combinando vários activos num único produto, o que pode ajudar a gerir os riscos. Cada uma dessas opções apresenta diferentes níveis de risco e retorno, sendo fundamental que os investidores conheçam bem os seus objectivos financeiros e o seu perfil de risco antes de investirem.

É igualmente importante desmistificar a ideia de que investir é apenas para os ricos. Qualquer pessoa pode começar a investir com pequenas quantias e, com disciplina e paciência, ir construindo o seu património ao longo do tempo.

O primeiro passo para investir com segurança é a educação financeira. Compreender os conceitos básicos de economia, juros compostos e diversificação é essencial para quem deseja entrar no mundo dos investimentos de forma informada e responsável.

O planeamento financeiro é também vital. Definir objectivos claros, de curto, médio e longo prazo e seguir um planeamento estratégico  permite traçar um caminho estruturado e evita decisões impulsivas que possam gerar prejuízos. Além disso, a diversificação dos investimentos é uma das estratégias mais eficazes para gerir riscos e maximizar retornos. Ao distribuir os seus investimentos por diferentes classes de activos, como acções, obrigações e fundos, reduz-se a exposição a riscos específicos e aumenta-se o potencial de retorno global e por último, estar atento a notícias e tendências econômicas permite ajustes estratégicos nos investimentos.

O mercado de investimentos é um pilar essencial para a economia e para a realização de objectivos financeiros individuais. Ao investir de maneira consciente e estratégica, é possível obter segurança financeira e contribuir para o desenvolvimento econômico global. Com conhecimento e planeamento, qualquer pessoa pode se beneficiar desse mercado e alcançar maior independência financeira.

No Absa, oferecemos aconselhamento financeiro personalizado para garantir que os nossos Clientes tenham o suporte necessário para tomar decisões informadas. A nossa equipa de especialistas está disponível para ajudar a definir uma estratégia de investimento alinhada com os seus objectivos e o seu perfil de risco. Com o apoio dos nossos serviços, pode assegurar-se de que está a seguir o caminho certo para atingir os seus objectivos financeiros.

Recomendamos a consulta do nosso Guia de Literacia Financeira, disponível no website, que oferece explicações práticas e exemplos reais para ajudar a iniciar o seu percurso de investimento.

Por: PATRICIA DARSAM – Directora da Banca Corporativa e de Investimento – Absa Moçambique

Itália apoia a transformação digital de Moçambique com 100 milhões de dólares

Moçambique é um dos quatro países africanos que a Itália seleccionou para integrar a iniciativa Digital Flagship with Africa. O objectivo é, por um lado, reduzir a exclusão digital e, por outro, promover um crescimento inclusivo aliado à transformação digital.

O projecto é impulsionado pelo Plano Mattei para África, e se concentra na modernização de infra-estruturas digitais, na expansão do acesso a ferramentas tecnológicas e na criação de um ecossistema digital inclusivo. O investimento totaliza 100 milhões de dólares.

O governo italiano lançou a iniciativa no dia 21 de Fevereiro, em Maputo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Ministério das Comunicações e Transformação Digital (MCTD) e a Agência Digital da Itália (AGID). Com isso, espera-se que a colaboração entre os diferentes actores acelere a implementação do projecto.

Edo Stok, representante residente do PNUD em Moçambique, destacou que o Digital Flagship introduz uma nova realidade. Segundo Edo, a iniciativa permitirá novas formas de contacto com o digital e maior eficiência no uso de ferramentas tecnológicas. Além do mais, espera-se que este avanço tenha um impacto positivo tanto na inclusão digital como no crescimento económico.

Um investimento no futuro do país

Para o ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, o projecto está alinhado com o compromisso do governo de modernizar o país e construir uma sociedade digitalmente inclusiva.

“A iniciativa representa uma grande oportunidade para dinamizar e consolidar o processo de transformação digital no nosso país”, afirmou. Além disso, sublinhou que o governo está empenhado em garantir que esta transição tecnológica beneficie todos os cidadãos.

O governo espera que o projecto acelere a digitalização de Moçambique, fortaleça a competitividade económica e impulsione um crescimento sustentável. Por conseguinte, a digitalização deve tornar-se um pilar essencial do progresso nacional.

No entanto, para o ministro, esta iniciativa vai além da tecnologia. Muchanga considera que se trata de um investimento no futuro do país. “Estamos determinados a transformar a digitalização numa ferramenta de progresso, inovação e inclusão social”, sublinhou.

Além de Moçambique, o Digital Flagship também beneficia Senegal, Costa do Marfim e Gana. Deste modo, a iniciativa reforça a cooperação entre os países africanos e as nações europeias no domínio da transformação digital.

Ademais, a iniciativa surge num momento desafiante para África. O continente precisa de 1,6 trilião de dólares para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. De acordo com o relatório Dinâmica do Desenvolvimento da África 2023, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da União Africana (UA), essa necessidade de financiamento é urgente. Por isso, iniciativas como esta tornam-se cada vez mais relevantes.

Moza Banco fortalece compromisso com exportação agrícola nacional

O Moza Banco quer continuar a reforçar a sua crença no potencial agrícola nacional, principalmente no tocante à capacidade de exportação.

Para o seguemento deste objectivo,  o Banco participou há dias, em Maputo, do Workshop sobre Comércio Internacional e Acesso ao Financiamento para Exportações.

O Workshop foi organizado pelo ExportaMoz, uma entidade dedicada à promoção das exportações de produtos nacionais para os grandes mercados mundiais.

No evento, o Moza Banco apresentou diversas linhas de financiamento especificamente concebidas para impulsionar a capacidade exportadora das empresas agrícolas nacionais, todas com taxas de juros competitivas, atractivas e diferenciadas.

Das sete linhas de financiamento apresentadas, três foram criadas pelo próprio Banco, sendo elas o Fundo Empresarial de Cooperação Portuguesa (FECOP), o Fundo de Segurança Alimentas (FSA) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura (FIDA).

As restantes quatro, resultam da parceria interinstitucional, sobretudo com o governo moçambicano.

“Nós, enquanto Banco de moçambicanos para moçambicanos, compreendemos a complexidade do agronegócio e buscamos sempre Ganhar Juntos, criando alternativas para minimizar os riscos e estabelecendo taxas de juro atractivas, muitas vezes com a possibilidade de partilhar o risco com potenciais financiadores”, referiu Edson Pan que falava em representação do Moza Banco.

O evento, que reuniu dezenas de representantes de Pequenas e Médias Empresas moçambicanas, sendo a maioria ligada ao sector do agronegócio, contou igualmente com a presença de instituições internacionais, incluindo o Alto Comissariado Britânico em Moçambique.

Em resposta, os empresários saudaram a disponibilidade do Moza, destacando, entretanto, a necessidade de uma maior disseminação da informação sobre estas e mais linhas de financiamento entre a comunidade empresarial agrária.

Ao investir no agronegócio, o Moza não só Vive a Ambição de contribuir para o crescimento económico do país, como também ajuda na redução do défice da balança comercial.

Para o Moza Banco, num país com mais de 36 milhões de hectares de terra adequada para a agricultura, a aposta no sector é incontornável e necessária para um desenvolvimento holístico e sustentável, potenciando o bem-estar de todos os moçambicanos.