Sexta-feira, Junho 13, 2025
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Vulcan Mozambique anuncia investimento de mil milhões de dólares em sustentabilidade e energias renováveis

A Vulcan Mozambique, mineradora indiana responsável pela exploração de carvão em Moatize, Tete, anunciou um investimento de mil milhões de dólares nos próximos anos, destinado a projectos de sustentabilidade ambiental, reciclagem de resíduos de mineração e desenvolvimento de energias renováveis. A informação foi avançada durante um encontro entre o CEO da empresa, Dr. Mukesh Kumar, e a Ministra das Finanças, Carla Loveira, realizado na última semana.

O encontro, que também contou com a presença do Director Executivo da Vulcan, Anoop Kumar, abordou as estratégias da empresa para manter as suas operações apesar dos desafios enfrentados, incluindo os impactos das manifestações pós-eleitorais e a necessidade de garantir estabilidade para a força de trabalho, composta maioritariamente por moçambicanos.

Segundo Mukesh Kumar, a Vulcan Mozambique mantém um forte compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar da comunidade de Cateme-Moatize, garantindo que os seus investimentos vão ao encontro das exigências ambientais e sociais da região. O executivo reafirmou ainda que não haverá paralisação das operações da empresa, mesmo com as dificuldades registadas nos últimos meses.

Mukesh Kumar

Parceria com o Governo e Compromisso com a Sustentabilidade

A Ministra das Finanças, Carla Loveira, expressou a disponibilidade do Governo de Moçambique para continuar a cooperar com a Vulcan no reforço da sustentabilidade ambiental do sector mineiro. Durante o encontro, destacou a importância de se documentar todas as etapas do processo para garantir uma abordagem transparente e estruturada na implementação dos investimentos anunciados.

“Estamos orgulhosos em receber a V. Excia para darmos continuidade aos trabalhos que vinham sendo desenvolvidos, agora com um olhar mais atento para as questões de sustentabilidade ambiental”, afirmou Carla Loveira.

Carla Loveira

Os investimentos da Vulcan Mozambique já ultrapassam os 2,5 mil milhões de dólares, consolidando a presença da empresa como um dos principais actores do sector mineiro em Moçambique.

Decisão Judicial e Pressões Ambientais

Apesar dos anúncios de investimento e do compromisso da empresa com a sustentabilidade, a Vulcan enfrenta desafios jurídicos e ambientais. Em Dezembro de 2024, o Tribunal Administrativo Provincial de Tete determinou a suspensão imediata das operações de extracção de carvão nas secções 4 e 6 da mina de Moatize, após um processo interposto pela Associação dos Direitos Humanos de Tete. A organização acusa a multinacional de causar poluição ambiental severa, afectando comunidades circunvizinhas e colocando em risco a saúde da população local.

A decisão judicial impôs um prazo de 72 horas para a suspensão das actividades, enquanto se aguarda uma análise mais detalhada sobre os impactos ambientais causados pela empresa. Até ao momento, a Vulcan Mozambique ainda não se pronunciou sobre a continuidade das operações nessas áreas específicas.

Perspectivas

A aposta da Vulcan Mozambique em reciclagem e energias renováveis representa um esforço para melhorar a sua imagem junto das comunidades e das autoridades reguladoras, especialmente num contexto de crescentes preocupações ambientais e sociais. No entanto, o cumprimento das promessas feitas e a adopção de práticas mais sustentáveis serão determinantes para a continuidade das suas operações a longo prazo.

A indústria mineira em Moçambique enfrenta pressões crescentes por parte da sociedade civil e das organizações ambientais, que exigem maior responsabilidade corporativa por parte das empresas que exploram os recursos naturais do país. O compromisso da Vulcan em investir mil milhões de dólares em sustentabilidade poderá ser um passo importante para equilibrar a exploração mineira com práticas mais responsáveis, mas a sua implementação efectiva será acompanhada de perto pelas comunidades locais e pelas autoridades moçambicanas.

CDM denuncia bloqueio de produtos pelas Alfândegas

A Cervejas de Moçambique (CDM), subsidiária do grupo belga AB InBev, denunciou recentemente as Alfândegas de Moçambique por bloquearem a saída de camiões de distribuição de cervejas e cidras importadas, alegando que tais restrições favorecem o mercado informal e o contrabando. A empresa, uma das maiores do País, expressou preocupação com os prejuízos resultantes da retenção dos seus produtos na sua principal unidade fabril, localizada em Marracuene, província de Maputo.

Denúncia e impacto no mercado

Num comunicado de imprensa divulgado no dia 24 de Fevereiro de 2025, a CDM afirmou que os bloqueios alfandegários têm causado “complicações e prejuízos de diversa ordem”, afectando não apenas a sua própria operação, mas também os seus armazenistas e distribuidores. A empresa esclareceu que cumpre rigorosamente todas as normas legais e regulatórias vigentes, não havendo fundamento para as medidas restritivas impostas pelas autoridades aduaneiras.

A retenção dos camiões de distribuição ocorre na Fábrica de Marracuene, uma das mais importantes infraestruturas da empresa, responsável por abastecer o mercado com diversas marcas de cerveja e cidra. Segundo a CDM, tais bloqueios dificultam a actividade dos operadores legítimos, abrindo espaço para o crescimento do mercado informal e do contrabando de bebidas alcoólicas.

“A empresa está ciente de que os bloqueios das transacções entre si e os seus armazenistas e distribuidores prejudicam a sua cadeia de distribuição e favorecem aqueles produtos provenientes do contrabando, bem assim aos agentes do mesmo”, lê-se no comunicado.

CDM reitera compromisso com a legalidade

A empresa reforçou que sempre orientou as suas operações “em estreita obediência do regime jurídico vigente”, negando qualquer irregularidade que justificasse tais restrições. No comunicado, a CDM reafirma o seu compromisso com a transparência e boas práticas empresariais, sublinhando que manterá o diálogo com as autoridades fiscais e aduaneiras para solucionar o problema e garantir um ambiente de negócios mais estável e previsível.

Além disso, a empresa agradece a compreensão dos consumidores e reforça que continuará a trabalhar para manter a qualidade dos seus produtos e serviços dentro de um quadro legal transparente.

Histórico e posição no mercado

A Cervejas de Moçambique integra o grupo AB InBev, que detém 83,01% do capital social da empresa. O Estado moçambicano possui uma participação de 1,37%, enquanto o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) detém 2,6% das acções da companhia.

Fundada em 1995, na sequência da privatização das fábricas de cerveja MacMahon e Manica, a CDM consolidou-se como um dos maiores produtores e distribuidores de bebidas alcoólicas no país. O seu portefólio inclui marcas emblemáticas como a Laurentina, criada em 1932, e a popular 2M, adquirida em 2022.

Questões regulatórias e desafios do sector

O bloqueio alfandegário reportado pela CDM levanta questões sobre o funcionamento das alfândegas em Moçambique, nomeadamente os impactos da política fiscal na competitividade das empresas formais. O favorecimento de canais informais e do contrabando compromete não apenas a CDM, mas também o equilíbrio do mercado e a arrecadação de receitas fiscais pelo Estado.

A reacção das autoridades aduaneiras será determinante para os próximos desdobramentos deste diferendo, podendo influenciar o ambiente de negócios e a previsibilidade regulatória do sector cervejeiro em Moçambique.

Quase 210 empreendimentos ligados ao turismo abriram em 2024

De acordo com dados da execução orçamental de Janeiro a Dezembro, no sector do turismo “entraram em funcionamento 208 empreendimentos”, dos quais 68 de alojamento.
Quase 210 empreendimentos no sector do turismo entraram em funcionamento em Moçambique em 2024, apesar da retração na área devido à tensão pós-eleitoral que se verifica desde Outubro em todo o país.
De acordo com dados da execução orçamental de Janeiro a Dezembro, no sector do turismo “entraram em funcionamento 208 empreendimentos”, dos quais 68 de alojamento.
O levantamento do Governo aponta ainda para 108 empreendimentos de restauração e bebidas e 32 agências de viagens, mas acrescenta que para “melhorar a prestação dos serviços na área de hotelaria e turismo” foram capacitados em todo o ano passado 1.231 profissionais em áreas operacionais de hotelaria e turismo.
Ademais, para “incrementar o surgimento de micro, pequenas e médias empresas” no sector do turismo, foram financiados pelo Estado seis projectos, no valor de 5,5 milhões de meticais (82.000 euros), entre as províncias de Zambézia, Tete e Gaza, além da cidade de Maputo.
Este investimento, diz a Lusa, foi feito essencialmente nos três primeiros trimestres do ano, seguindo-se um período de forte agitação social na sequência das eleições gerais de 09 de Outubro.

Samsung é a marca de telemóveis mais utilizada no país

A informação é proveniente do StatCounter e revela que, em termos de marca com maior participação em Moçambique, de Janeiro a Dezembro de 2024, a Samsung lidera com uma percentagem de cerca de 22%.

O StatCounter é uma plataforma de análise de tráfego ou de participação de determinados serviços ou produtos em várias regiões. No caso dos dados apresentados, referem-se à participação de cada marca na venda de dispositivos como smartphones e tablets.

No Top 5, após a Samsung, que ocupa o primeiro lugar, seguem-se as marcas Itel (12%), Tecno (11,6%), Oppo (9,4%) e Huawei (9,4%). Apenas depois aparecem marcas como Xiaomi, Apple e Infinix, que ocupam, respectivamente, a sexta, sétima e oitava posições.

Em termos de venda de tablets, a Samsung mantém-se como líder. No entanto, desta vez, a Apple ocupa o segundo lugar, seguida pela Huawei.

A concepção destes dados baseia-se em análises de mais de cinco mil milhões de visualizações de páginas mensais para cerca de 1,5 milhão de sites, com o objectivo de estimar as principais marcas e fornecedores em vários sectores e regiões.

Android é o rei do mercado

Com a presença de cerca de cinco marcas que utilizam Android nos seus telemóveis, este sistema operativo demonstra ser o que domina o mercado, em comparação com o iOS, exclusivo da Apple (iPhone).

O preço para aquisição dos dispositivos pode ser um dos principais factores. A Samsung oferece uma maior variedade de modelos de smartphones e, devido a essa diversidade, a acessibilidade aumenta. Já no caso do iPhone, adquirir uma versão actual pode custar quase 50% mais do que um smartphone Android.

Além disso, não se trata apenas da Samsung: outras marcas mencionadas anteriormente também utilizam o sistema Android nos seus dispositivos, o que proporciona maior diversidade, seja em preços, tamanhos ou desempenho. Por outro lado, o iOS é limitado exclusivamente ao iPhone, fabricado pela própria Apple.

Ainda que os dados apresentem uma forma de participação de mercado em termos de utilização, eles não reflectem a participação real de mercado de vendas, que é controlada por outras organizações, como a Counterpoint e a International Data Corporation.

As previsões sobre a performance da economia moçambicana na óptica do BCI

O BCI marcou presença no Economic Briefing, que teve lugar, no passado dia 20 deste Fevereiro em Maputo, organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). Na sua 17ª edição, o evento abordou o tema “Dinâmicas de Negócio no IV Trimestre de 2024 e Análise da conjuntura Actual”, e contou com a presença do Ministro da Economia, Basílio Muhate.

No fórum, o Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Francisco Costa, afirmou que a banca moçambicana está pronta para apoiar a recuperação económica do país.

“A banca continua disponível, tem liquidez, tem solidez financeira e disponível para apoiar. Estamos convictos de que é possível, todos em conjunto, quer através de novos apoios, quer mediante melhorias das condições dos apoios existentes, passar este momento complexo”, disse Costa.

O PCE fez questão de destacar que, com um olhar positivo sobre o futuro, Moçambique tem potencial para se projectar no mundo e ter uma economia crescente, com reflexos visíveis já no primeiro semestre de 2025.

No painel sobre a conjuntura económica e financeira que Moçambique, o Administrador do BCI, George Mandawa, solidarizou-se com a classe empresarial que enfrenta desafios.

“Apesar das dificuldades que temos enfrentado, existem sinais de esperança para a recuperação económica”, afirmou Mandawa, destacando que o país tem condições para superar a crise.

O administrador fez também uma análise dos indicadores macroeconómicos do país, notando o aumento da inflação, que fechou 2024 em 4,15%. Contudo, Mandawa sublinhou que a liquidez bancária foi reforçada com a redução das reservas obrigatórias, o que permitirá aos bancos oferecer mais financiamento ao sector produtivo.

“Em 2024, a redução das reservas obrigatórias foi um grande anúncio para o sistema financeiro moçambicano. Agora, temos mais liquidez para financiar a economia, o que se reflectirá na economia real”, frisou.

Neste evento, o Ministro da Economia, Basílio Muhate, encorajou o sector privado a continuar a busca por soluções que melhorem o desempenho empresarial, destacando o Economic Briefing como uma plataforma fundamental para uma abordagem conjunta das questões económico-empresariais.

CEO Business High Tea: Uma oportunidade de networking e inovação empresarial em Moçambique

O CEO Business High Tea é uma nova plataforma que promete revolucionar o panorama empresarial em Moçambique. Realizado na última quinta-feira de cada mês, o evento visa reunir líderes empresariais, CEOs e tomadores de decisão em um ambiente sofisticado, propício para troca de ideias e discussões sobre as últimas tendências e desafios no mundo dos negócios. O evento, que combina networking e aprendizado, oferece um espaço único para novas oportunidades de colaboração, com a presença de líderes e especialistas de diversas áreas.

Em um contexto de recuperação económica pós-eleitoral, o evento também reflecte um movimento em direcção à inovação como pilar do crescimento sustentável de Moçambique. Durante o evento, Nilza da Graça, Co-fundadora e Directora da PAEMO – Plataforma de Assistência aos Empresários Moçambicanos, destacou a importância da inovação e da colaboração entre empresas e o Governo para superar os desafios económicos do país. A líder empresarial salientou que, enquanto o Governo tem um papel importante, iniciativas como a da PAEMO são essenciais para apoiar os empresários em tempos de crise.

A importância das Parcerias Público-Privadas

A colaboração entre o sector privado e público foi destacada como um factor-chave para o sucesso das iniciativas de inovação em Moçambique. Cândido Langa, Director Nacional de Turismo, sublinhou que as parcerias entre o Governo e as empresas são fundamentais para criar um ambiente regulatório favorável, simplificando processos administrativos e garantindo que as startups e pequenas empresas possam crescer e prosperar.

 

O Governo de Moçambique está comprometido em reduzir a burocracia e facilitar o acesso ao financiamento, de forma a estimular a criação de novas empresas e a modernização do mercado.

Desafios e oportunidades para as PME’s

Um dos principais temas debatidos no 1º CEO Business High Tea foi o apoio às pequenas e médias empresas (PMEs), que enfrentam desafios significativos, desde a burocracia na formalização dos negócios até a dificuldade no acesso ao crédito.

Para Nilza da Graça, a PAEMO desempenha um papel crucial ao fornecer ferramentas de apoio a estas empresas, oferecendo recursos e suporte para superarem esses obstáculos e impulsionarem o crescimento do sector privado. A proposta é unir forças para criar um ambiente de negócios sustentável, onde as PMEs possam expandir e gerar mais empregos.

Um marco para a inovação no país

O evento também colocou em foco o papel das iniciativas de inovação e das novas tecnologias na transformação do ambiente empresarial. Para o Governo, a promoção de políticas que favoreçam a digitalização dos serviços públicos, a simplificação de processos administrativos e a criação de incentivos fiscais são medidas essenciais para melhorar o ambiente de negócios em Moçambique. As empresas, por sua vez, têm a oportunidade de colaborar e se unir para construir um futuro mais competitivo e sustentável, com um maior número de startups e projectos inovadores ganhando espaço no mercado.

Com o CEO Business High Tea, Moçambique entra em uma nova era de inovação empresarial, em que a colaboração entre o sector público, privado e as startups será decisiva para o crescimento e desenvolvimento econômico do país. Ao fornecer um espaço para a troca de ideias, o evento ajuda a fortalecer o ecossistema de negócios e impulsiona o compromisso com a inovação, preparando o país para os desafios económicos do futuro.

Governo garante recursos para activação do Fundo de Garantia Mutuária

O Ministro da Economia, Basílio Muhate, anunciou durante o Economic Briefing que os recursos do Fundo de Garantia Mutuária já estão disponíveis, com a finalização dos trabalhos técnicos sendo o último passo para a sua operacionalização.

A notícia foi recebida com entusiasmo pelo sector empresarial, que vê no Fundo de Garantia Mutuária uma oportunidade crucial, uma vez que o fundo permitirá a partilha de risco entre as instituições bancárias e as Pequenas e Médias Empresas (PME’s). Este instrumento é especialmente importante, considerando a necessidade dos bancos de garantias sólidas para assegurar o reembolso dos créditos.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) tem reiterado a urgência na implementação do fundo, destacando a importância do apoio às empresas afetadas pelas manifestações pós-eleitorais, como parte do processo de recuperação do sector empresarial.


No seu discurso de abertura do Economic Briefing, Basílio Muhate destacou a atenção do Governo à situação pós-eleitoral e o trabalho contínuo com o setor privado para encontrar soluções rápidas e eficazes.

“O nosso Governo está totalmente comprometido em criar um ambiente propício para as Micro, Pequenas e Médias Empresas, implementando políticas e mecanismos que facilitem o acesso ao crédito, reduzam a burocracia no processo de constituição e formalização e incentivem a digitalização dos negócios”, afirmou Basílio Muhate.

Essa declaração reflete a determinação do Governo em apoiar o sector empresarial, particularmente as PME’s, como pilar fundamental para a recuperação económica do país.

Crescer ou consolidar: qual é a melhor estratégia para os negócios?

qual é a melhor estratégia para os negócios?

Empresas de todos os portes enfrentam um dilema comum em sua trajectória: é melhor buscar um crescimento acelerado ou consolidar a estrutura antes de expandir? A resposta a essa pergunta não é simples, pois depende de factores como: O mercado, o modelo de negócio, a concorrência e a capacidade de investimento.

A Atracção pelo rápido crescimento

Muitos empresários sonham com um crescimento acelerado, por significar maior participação de mercado, reconhecimento da marca e maior rendimento. Estratégias como expansão geográfica, lançamento de novos produtos e aquisições são frequentemente usadas para atingir esse objectivo.

Casos de empresas que cresceram rapidamente e se tornaram líderes em seus sectores são inspiradores. No entanto, nem sempre crescer rápido significa crescer de forma sustentável. O aumento de despesas operacionais, a dificuldade em manter a qualidade dos produtos e serviços e a necessidade de capital intensivo podem se tornar desafios difíceis de superar.

A Importância da consolidação

Consolidar um negócio significa fortalecer as suas operações, melhorar a eficiência interna e garantir que a empresa seja financeiramente saudável antes de buscar novos mercados. Esse caminho é essencial para garantir que a base do negócio seja sólida, evitando que um crescimento mal planeado comprometa a estabilidade da empresa.

Empresas que priorizam a consolidação investem em tecnologia, capacitação de colaboradores, optimização de processos e melhoria da experiência do cliente. Dessa forma, quando optam por expandir, o fazem com mais segurança e menor risco.

Qual estratégia escolher?

Não existe uma única resposta. Algumas empresas precisam crescer rapidamente para ganhar mercado antes da concorrência, enquanto as outras precisam consolidar a sua base antes de dar novos passos.

O ideal é encontrar um equilíbrio: crescer com controle e consolidar com visão de futuro. Planeamento estratégico, análise financeira e uma gestão eficiente são essenciais para tomar a melhor decisão.

No final, a pergunta não é apenas “crescer ou consolidar?”, mas “quando é o momento certo para cada estratégia?”. A resposta a essa questão pode definir o sucesso ou o fracasso de um negócio no longo prazo.

Moçambique terá quatro novos postos de gás natural veicular até 2026

Moçambique terá quatro novos postos de Gás Natural Veicular até 2026

A Autogás, empresa moçambicana especializada na venda e distribuição de Gás Natural Veicular (GNV), anunciou um investimento de 4 milhões de dólares para a construção de quatro novos postos de abastecimento até 2026. A expansão inclui a construção do Posto de Chicumbane, na província de Gaza, já em fase de implementação, marcando a entrada da empresa em novas regiões fora da capital.

O anúncio foi feito pelo Director Executivo da Autogás, João das Neves, durante o Seminário Autogás 2025, realizado sob o lema “Aproximando os Intervenientes para a Massificação do Uso do Gás Natural”. O evento reuniu cerca de 100 participantes, incluindo representantes do setor energético, do Governo e investidores, para discutir os desafios e oportunidades do mercado de GNV em Moçambique.

Expansão da rede e novos postos de abastecimento

A empresa revelou que parte dos investimentos está a ser financiada por um fundo da SASOL e do Banco Nacional de Investimento (BNI), possibilitando a construção de postos de abastecimento nas cidades de Xai-Xai, Maxixe e Pambara. Além disso, dois novos postos serão erguidos na Cidade e Província de Maputo com financiamento próprio da Autogás.

Atualmente, Moçambique conta com sete postos de abastecimento de GNV, mas a meta da empresa é atingir vinte infra-estruturas nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane até 2035.

Desafios e necessidade de incentivos

Apesar do potencial de crescimento, a massificação do uso do GNV enfrenta desafios. João das Neves destacou a falta de incentivos fiscais e aduaneiros para importação de viaturas movidas a gás natural, além da ausência de uma legislação que promova o uso de transporte público e semicoletivo a GNV.

Outro ponto crítico é a desdolarização do preço de compra do gás, além da necessidade de regulação das tarifas de transporte do gás comprimido e incentivos para novos operadores entrarem no mercado.

GNV como alternativa económica e sustentável

Durante o evento, Moisés Paulino, Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, afirmou que a expansão do GNV faz parte da estratégia do Governo para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados, estimular o crescimento económico e garantir sustentabilidade ambiental.

Já o Presidente do Conselho de Administração da Autogás, Octávio Muthemba, ressaltou que o GNV representa uma alternativa viável para mitigar os impactos da crise energética, reduzindo custos operacionais das empresas, criando empregos e alinhando o país à transição energética global.

Actualmente, estima-se que cerca de 4.000 viaturas em Moçambique utilizam GNV, entre veículos ligeiros e pesados. O sector pretende ampliar esse número para 14.000 nos próximos anos, acompanhando o crescimento da rede de abastecimento e a conversão de frotas.

A Autogás reafirmou o compromisso de continuar a investir na expansão da rede de abastecimento e na massificação do uso do GNV no país, consolidando um modelo energético mais sustentável e acessível para os moçambicanos.

Hollard Moçambique registou um lucro líquido total de 337,4 milhões de MZN em 2024

A Hollard Moçambique, através das suas duas licenças de seguros – a Hollard Seguros para o ramo Não Vida e a Hollard Vida para o ramo Vida – apresentou sólidos resultados financeiros no exercício de 2024, reforçando a sua posição robusta no mercado e a contínua expansão do negócio, apesar dos desafios no ambiente económico.

O grupo registou um lucro líquido total de 337,4 milhões de MZN, com a Hollard Seguros a contribuir com 284,7 milhões de MZN, e a Hollard Vida, com 52,7 milhões de MZN. Este desempenho foi impulsionado por uma gestão eficiente e operações bem estruturadas.

Fonte: Portal da Hollard Mocambique

Em 2024, as restrições macroeconómicas afectaram os rendimentos de investimento devido à redução das taxas de juro e ao aumento das reservas obrigatórias impostas pelo Comité de Política Monetária do Banco Central. Esta situação foi particularmente evidente na Hollard Vida, onde a baixa capacidade de concessão de crédito influenciou o desempenho dos produtos ligados a empréstimos bancários. Adicionalmente, as reservas para sinistros impactaram os resultados técnicos, como parte de uma gestão de risco prudente e em conformidade com os requisitos regulamentares.

A Hollard Seguros alcançou Prémios Brutos Emitidos no valor de 4,17 mil milhões de MZN, enquanto a Hollard Vida registou 599,2 milhões de MZN, o que representou um aumento de 17% em relação ao ano anterior para ambas as entidades. Da mesma forma, o grupo demonstrou uma sólida saúde financeira, com rácios de solvência de 309% para a Hollard Seguros e 356% para a Hollard Vida, ambos acima dos requisitos regulamentares.

O Rácio Combinado para ambas as entidades situou-se entre 92% e 94%, refletindo uma forte disciplina de subscrição e eficiência operacional.

No que respeita aos resultados de subscrição de seguros do período, a Hollard Seguros reportou 133,7 milhões de MZN e a Hollard Vida 21,5 milhões de MZN, totalizando 155,2 milhões de MZN. Estes valores sublinham a capacidade do grupo de gerar rentabilidade sustentável através de práticas sólidas de negócio.

Henri Mittermayer, CEO da Hollard Moçambique afirmou: “Os resultados sólidos da Hollard Moçambique em 2024 destacam a nossa resiliência, eficiência operacional e o compromisso inabalável em fornecer soluções de seguro de qualidade aos nossos clientes, num contexto de crescente complexidade no mercado moçambicano, marcado por eventos climáticos e socioeconómicos frequentes e severos.”

Apesar da redução dos lucros líquidos em comparação com o ano anterior, a Hollard Vida mantém-se financeiramente sólida, conforme demonstrado pelo seu forte rácio de solvência e crescimento sustentado dos prémios. A empresa continua a dar prioridade à eficiência operacional e à gestão prudente de risco, garantindo sustentabilidade a longo prazo e criação de valor para os seus stakeholders.

“O nosso desempenho evidencia a nossa resiliência e capacidade de adaptação num mercado dinâmico. Embora os retornos de investimento tenham sofrido pressão, o nosso forte crescimento dos prémios e a sólida posição de solvência reflectem a confiança que os nossos clientes depositam em nós. Continuamos focados em entregar valor aos nossos stakeholders e assegurar um crescimento sustentável no mercado segurador moçambicano”, acrescentou Mittermayer.

A seguradora mantém-se empenhada na inovação, em soluções centradas no cliente e num sólido quadro de gestão de risco, posicionando-se como um dos principais intervenientes na evolução da indústria seguradora em Moçambique.