Sexta-feira, Abril 25, 2025
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Tânia Saranga: “O propósito é criar uma rede influente de mulheres com alto potencial de crescimento”

Profile Mozambique: O que significa o projecto Be Like a Woman?

Tânia Saranga: Be Like a Woman é uma iniciativa voltada para mulheres, especialmente aquelas que ocupam posições de liderança intermediária ou que são empreendedoras de negócios em diferentes áreas. O objectivo principal da iniciativa é fornecer ferramentas que ajudem essas mulheres a se prepararem cada vez mais para alavancar as suas carreiras e expandir os seus negócios.

Por meio do programa, as participantes têm acesso a uma série de recursos, como: formações, mentorias individuais, e a oportunidade de interagir com especialistas nacionais e internacionais de diversas áreas e de diferentes partes do mundo. O propósito central é criar uma rede influente de mulheres com alto potencial de crescimento, ajudando-as a escalar os seus projectos ao máximo. Dessa forma, elas se tornam não apenas referências no seu sector, mas também uma fonte de inspiração para outras mulheres.

PM: Por que o interesse em um programa voltado para as mulheres?

TS: A New Face New Voices (NFNV), parte da Graça Machel Trust, é uma rede pan-africana com foco na mulher, e um dos nossos principais objectivos é aumentar a inclusão financeira da mulher, tanto como empresárias, profissionais e de forma individual. Também buscamos promover o crescimento dessas mulheres em termos de liderança, para que se tornem mais visíveis e assumam posições de destaque.

O programa Be Like a Woman, para nós, representa a aplicação prática de tudo o que defendemos e gostaríamos de ver, tanto em Moçambique quanto na região em geral. Acreditamos que é fundamental capacitar as mulheres, tornando-as mais capazes de crescer e alcançar posições de liderança em qualquer área de actuação. Esse programa, portanto, é um passo importante para ajudá-las a alcançar esse objectivo.

PM: Com a expansão do Be Like a Woman, quais são os principais desafios do projecto?

TS: O primeiro desafio está nas capacidades e competências das mulheres, mas também nas oportunidades disponíveis para elas. Em Moçambique, o sistema frequentemente prioriza os homens, seja no mercado de trabalho, seja no ambiente de negócios. Culturalmente, o homem é visto como aquele que deve ter mais oportunidades de crescimento, o que cria um obstáculo para a mulher, que muitas vezes não é incentivada a assumir posições de liderança. Em muitos casos, as mulheres não têm a confiança necessária para ocupar certos cargos, e, muitas vezes, nem sequer são consideradas para essas posições.

Em termos de realidade económica, vemos que as mulheres estão presentes no sector empresarial, mas em sua maioria no sector informal. Apesar de sua contribuição para a economia, especialmente na educação dos filhos e no desenvolvimento do país, elas ainda são marginalizadas. Esse histórico de marginalização gera uma falta de autoconfiança, fazendo com que muitas mulheres não se vejam como empresárias ou não aspirem a ter negócios maiores ou formalizados.

Outro desafio importante está relacionado ao conhecimento e às ferramentas de gestão. Muitas mulheres, embora possuam valências importantes, acabam adquirindo conhecimento de forma empírica, “na rua”, sem a oportunidade de aprender ferramentas comprovadas para gerenciar seus negócios de maneira mais eficaz. Além disso, muitas não têm acesso a planos de desenvolvimento profissional que as ajudem a traçar um caminho claro para ascender em suas carreiras e alcançar cargos de gestão elevados. Portanto, os principais desafios são: a marginalização das mulheres em termos de oportunidades, a discriminação cultural que ainda existe, tanto no âmbito familiar quanto no profissional, e a falta de conhecimento formal e ferramentas adequadas para ajudá-las a crescer, tanto como empresárias quanto como profissionais.

PM: Quais ferramentas e habilidades consideram importantes para a capacitação das mulheres em cargos de liderança e empreendedorismo?

TS: O programa Be Like a Woman oferece uma série de ferramentas e habilidades para as capacitar mulheres.  Entre os temas abordados estão a liderança corporativa, onde as participantes aprendem a se destacar como líderes, e o poder da negociação, para que possam defender as  suas posições e negociar de forma eficaz. O programa também foca em liderança transformativa, ética e integridade, e inclui temas como inteligência artificial, que ajudam as mulheres a melhorarem os processos e os sistemas em seus negócios. Além disso, são oferecidas masterclasses que aprimoram a gestão de negócios e a construção de planos de carreira.

Outro aspecto importante do programa é a mentoria. No início, as participantes definem seus os objectivos de desenvolvimento pessoal e profissional, e são acompanhadas por mentores experientes, tanto nacionais quanto internacionais. Esses mentores ajudam as participantes a estruturar os seus planos e a alcançar as suas metas, com reuniões mensais para monitorar o progresso e ajustar as estratégias. Dessa forma, o programa oferece uma combinação de capacitação prática e apoio estratégico, com o objectivo de ajudar as mulheres a crescerem e a conquistarem posições de liderança, seja no mundo corporativo ou no empreendedorismo.

PM: O programa Be Like a Woman, está na sua segunda edição. Quais inovações foram introduzidas nesta edição?

TS: Nesta segunda edição, o programa trouxe algumas inovações. A primeira está relacionada ao grupo alvo. Abrimos as portas do programa para incluir membros de associações e organizações da sociedade civil que têm um grande impacto social. Outra inovação importante é a criação de uma rede de mentoria. As mentoradas do programa, ao final, terão a responsabilidade de mentorar mulheres mais jovens, passando adiante o conhecimento e a experiência adquirida.

Por fim, podemos mencionar a natureza dos temas abordados. Em 2024, o programa integrou temas virados para a ética e integridade, inteligência artificial e investimentos. Este último tema é particularmente relevante para o nosso foco em empreendedorismo e geração de riqueza, incentivando as participantes a pensarem além de suas necessidades imediatas e começarem a visualizar objectivos de longo prazo, como construir um negócio de sucesso que possa levar à prosperidade e até mesmo à riqueza.

PM: Quais são os próximos planos, podemos agaurdar por uma terceira edição do programa Be Like a Woman?

TS: O programa Be Like a Woman não foi idealizado para ser limitado a apenas duas edições. Desde o início, o objectivo sempre foi criar um impacto contínuo no desenvolvimento de mulheres líderes, empreendedoras e profissionais. Por isso, existem, sim, planos para a terceira edição que será integrada de inovações.

Leia mais sobre o Be Like a Woman: Glayds Gande: “O Be Like a Woman empodera mulheres para liderar”

Glayds Gande: “O Be Like a Woman empodera mulheres para liderar”

Profile Mozambique: A Ernst & Young Global Limited., é a entidade por detrás da implementação deste programa. O que motivou a empresa a desenvolver esta iniciativa?

Glayds Gande: A motivação da EY para implementar o programa Be Like a Woman está profundamente alinhada com os valores da empresa. Um dos principais lemas que orienta a EY é o compromisso de ajudar a “construir um mundo melhor de negócios”. Para a EY, isso significa promover um ambiente de negócios mais inclusivo, onde todos, independentemente de género ou outras variáveis, tenham as mesmas oportunidades para crescer e desenvolver.

Por outro lado, percebemos que, no caso de Moçambique, apesar de já existirem programas de capacitação para mulheres, muitos deles são voltados para aquelas que estão no início da carreira ou na fase inicial de seus negócios. Porém, quando essas mulheres atingem um estágio mais avançado, onde precisam doutro tipo de ferramentas para o próximo nível, percebemos uma quase inexistência de programas para efeito. Adicionalmente, percebemos existirem poucas mulheres no país que ocupam posições de liderança de topo, quer como, como PCAs, PCEs de grandes empresas, ou até mesmo mulheres que sejam donas de grandes empresas.

O programa Be Like a Woman foi criado neste domínio. Nosso objectivo é oferecer ferramentas e recursos para mulheres que já estão no mercado, seja em posições de liderança intermédia nas corporações ou empresárias de média dimensão, para que elas possam avançar para o próximo nível, oferecendo-lhes ferramentas para que facilmente possam ascender aos Conselhos de Administração de grandes corporações ou liderar grandes empresas. A proposta é desenvolver um ecossistema, tanto local quanto internacional, que capacite e facilite a participação das mulheres no universo corporativo, e, para que a sociedade veja como algo comum uma mulher alcançar esses níveis.

PM: Qual é a visão da EY sobre o impacto do programa?

GG: Considero ser prematuro avançar números ou resultados específicos sobre o impacto do programa, especialmente porque a primeira edição do programa terminou recentemente e a segunda edição está ainda em curso e também porque pela natureza do programa, consideramos que o seu impacto será visível a médio e longo prazo. Entretanto, já existem alguns exemplos que podem demonstrar o início desse impacto na vida das beneficiárias.

Por exemplo, temos relatos de participantes que ascenderam em suas carreiras, como o caso da Winnie Makande que, após participar do programa, passou de Consultora Sénior para a posição de Directora-Geral da instituição em que trabalha, que segundo ela, as ferramentas oferecidas no programa, como liderança, negociação, imagem pessoal, tiveram um papel importante nesta realização.

Além disso, o programa também foi construído para ajudar as empreendedoras e as profissionais a expandirem para novos mercados fora de Moçambique e pensem globalmente. Um exemplo disso é uma empresária, a Anna Sousa que, depois do programa o seu negócio passou a operar não só em Moçambique, mas também em Portugal.

Outro impacto relevante é o fortalecimento do Networking entre as participantes. Muitas estão a estabelecer parcerias e realizar negócios entre si ou com nossos parceiros. Na segunda edição, uma das participantes, Euritz Uamusse, conseguiu assinar um Memorando de Entendimento com a instituição onde outra participante trabalha. Assim, os colaboradores dessa instituição poderão adquirir os produtos da empresa dela com desconto.

PM: Quais são os principais desafios da implementação do Be Like a Woman?

GG: A jornada tem sido bastante interessante e recompensadora. No entanto, o principal desafio actualmente reside no nível de aceitação e aderência ao programa, o que limita o nível de cobertura face a procura.

Na primeira edição, a meta inicial era ter 25 participantes, mas acabamos com um total de 38. Na segunda edição, estabelecemos um limite máximo de 35 participantes, mas acabamos aceitando 57 e mesmo assim, algumas mulheres com grande potencial não puderam ser incluídas. Este é um desafio pois o número de mulheres qualificadas excede o número de vagas disponíveis e devido ao caráter dedicado e personalizado do programa, que inclui mentoria e acompanhamento individual.

PM: A questão da limitação de participantes foi observada tanto na primeira quanto na segunda edição do programa, e provavelmente se repetirá na terceira edição. Existe algum plano para reverter esse cenário?

GG: Infelizmente, esta limitação poderá persistir na terceira edição do programa devido à natureza do Be Like a Woman, que confere acompanhamento personalizado às participantes. Alargar mais do que fizemos nesta segunda edição, não é viável pois comprometeria a qualidade do programa e não pretendemos abrir mão da qualidade. No entanto, para mitigar esta limitação, implementamos a iniciativa Be Like a Woman Gives Back, direccionada às comunidades.

Nesta iniciativa, as participantes do programa a partilham o conhecimento adquirido com as pessoas ao seu redor, quer na esfera profissional quer social, criando um impacto maior em suas redes através de desafios que são criados pelo programa, para garantir a replicação de conhecimento.

Além disso, temos parcerias estratégicas, como a colaboração com a rádio Indico, onde as participantes passam de forma regular pela rádio para partilhar as diferentes temáticas que são abordadas no programa. Desta forma, deixam de ser apenas a EY e a New Faces New Voices, mas também as próprias participantes ajudam a construir um mundo melhor de negócios e mais inclusivo.

Outra parceria é com a Girl Move, onde as participantes têm a oportunidade de se tornarem mentoras das participantes das iniciativas deste programa que apoia mulheres em início de carreira. Portanto, o desafio da 3ª edição vai ser continuar a arranjar alternativas para que a comunidade seja envolvida e já nesta edição temos também parcerias com a UNWomen e algumas ONGs locais para ajudar neste domínio.

Outro aspecto que estamos a considerar para as futuras edições é a criação de uma rede de ex-participantes, onde todas as participantes das edições anteriores possam continuar a interagir, colaborar e crescer juntas. Esta rede permitirá um suporte contínuo e a troca de experiências e conhecimentos adquiridos, fortalecendo ainda mais os laços e a comunidade criada pelo programa.

Estamos optimistas de que, com essas estratégias e parcerias, conseguiremos continuar a proporcionar um impacto positivo e duradouro na vida das mulheres que passam pelo Be Like a Woman.

Balama alcança o nível IRMA 50 de desempenho

  • A operação de grafite Balama da Syrah foi avaliada independentemente em conformidade com o padrão da Initiative for Responsible Mining Assurance (IRMA) para mineração responsável, alcançando o nível IRMA 50 de desempenho.
  • O Padrão IRMA para Mineração Responsável é um dos mais rigorosos padrões globais da indústria mineira.
  • A Syrah é a primeira empresa de grafite a completar uma auditoria IRMA e a divulgar publicamente os seus resultados.

A Syrah Resources Limited (ASX: SYR) (“Syrah” ou “Empresa”) anuncia que a sua operação de grafite em Balama (“Balama”), em Moçambique, foi avaliada de forma independente com base no Padrão para Mineração Responsável da Initiative for Responsible Mining Assurance (IRMA), alcançando o nível IRMA 50 de desempenho. Este marco reflecte o compromisso da Syrah com práticas de mineração responsável, reforçando a sua posição crítica na cadeia de abastecimento de grafite natural e material activo de ânodo. A auditoria independente foi conduzida pela SCS Global Services, um organismo de verificação treinado e aprovado pela IRMA.

Alcançar o nível IRMA 50 oferece uma verificação externa dos robustos padrões operacionais da Syrah em uma ampla gama de critérios de avaliação. Este feito fortalece o compromisso da empresa com operações seguras, éticas e eficientes, criando valor para os seus colaboradores e stakeholders e apoiando os requisitos de abastecimento responsável dos seus clientes para grafite natural. Balama é a primeira operação de grafite no mundo a concluir uma avaliação de acordo com o padrão IRMA e a atingir um nível de desempenho certificado.

O Director-Geral e CEO da Syrah, Shaun Verner, afirmou:

“Alcançar o nível IRMA 50 é um marco significativo para a Syrah em seu compromisso de operar em conformidade com as melhores práticas internacionais de mineração responsável. Este é um feito pioneiro na indústria global de grafite e destaca quase uma década de aprimoramento do nosso desempenho ESG diferenciado. O forte histórico de segurança de Balama, o investimento em formação e desenvolvimento de uma força de trabalho altamente qualificada, o contínuo desenvolvimento comunitário, a diligência no respeito pelos direitos humanos, a governança legal e o compromisso demonstrado com a sustentabilidade ambiental foram cruciais no processo com a IRMA.”

A Directora Executiva da IRMA, Aimee Boulanger, declarou:

“Aplaudimos a Syrah e a equipa de Balama por voluntariamente submeterem a primeira mina de grafite a uma auditoria de acordo com o Padrão IRMA para Mineração Responsável. Isto demonstra o compromisso da Syrah com a transparência e o envolvimento comunitário, bem como a sua intenção de continuar a melhorar o desempenho social e ambiental na operação de Balama.”

Como parte da auditoria independente, Balama foi avaliada em 26 capítulos e mais de 400 requisitos individuais. O nível IRMA 50 exige que as operações cumpram todos os requisitos críticos do Padrão IRMA, bem como pelo menos 50% dos critérios em cada um dos quatro princípios: integridade empresarial, legados positivos, responsabilidade social e responsabilidade ambiental.

A IRMA é:

  1. Um dos padrões voluntários globais mais abrangentes para a mineração, que descreve as melhores práticas para proteger pessoas e o ambiente.
  2. Um processo de garantia para avaliar minas em relação a este padrão.
  3. Uma organização governada igualmente por representantes de seis sectores afetados – comunidades, sindicatos, ONGs, instituições financeiras, compradores e empresas mineiras – que supervisiona o padrão e o processo de garantia.

Os membros da IRMA incluem os principais fabricantes de automóveis da América do Norte e da Europa.

Detalhes sobre a avaliação independente de Balama e o relatório completo da auditoria estão disponíveis no site da IRMA: Balama Graphite Operation.

Estudo de viabilidade destaca oportunidades e desafios para o mercado dos biocombustíveis

Um estudo de viabilidade sobre o mercado de biocombustíveis em Moçambique, conduzido pela Corporação Financeira Internacional (IFC), indica que as “regulações actuais são percebidas como restritivas para empresas que desejam expandir além do mercado local”. O estudo recomenda ainda orientações mais claras sobre preços, incentivos sectoriais e padrões.

O documento, com 223 páginas e ao qual a agência Lusa teve acesso, destaca o potencial de Moçambique para se tornar o maior produtor de energia na África Austral. Contudo, a actual matriz energética do país reflete as características de uma “nação rural”. De acordo com o estudo, “cerca de 92% dos agregados familiares dependem de combustíveis tradicionais para cozinhar, aquecer e outras necessidades domésticas, o que exerce uma pressão significativa sobre os recursos florestais e contribui para o desmatamento, a degradação florestal, as emissões de gases com efeito de estufa e os efeitos adversos para a saúde devido à poluição do ar”.

O estudo sublinha a necessidade de um programa nacional de combustíveis multifacetado que combine apoio político, avanços tecnológicos, parcerias industriais e práticas sustentáveis.

Entre os elementos essenciais para o desenvolvimento da infraestrutura de biocombustíveis, o relatório aponta:

  • Sistemas agrícolas avançados para optimizar a produção e a colheita de matérias-primas.
  • Instalações de processamento bem equipadas para converter biomassa em biocombustíveis de forma eficiente.
  • Soluções robustas de armazenamento para matérias-primas e produtos acabados.

Além disso, o estudo destaca a importância de investimentos na infraestrutura de armazenamento, transporte e distribuição de biocombustíveis, bem como a necessidade de “estruturação de empréstimos” com taxas de juro mais baixas para os desenvolvedores, especialmente os que atuam nas áreas agrícola e de processamento.

“Mozambique é aconselhado a implementar critérios robustos de sustentabilidade, padrões e esquemas de certificação para garantir que os biocombustíveis sejam tecnicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis”, acrescenta o estudo.

Em 27 de Novembro de 2022, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou um investimento total de 80 mil milhões de dólares (77 mil milhões de euros) na Estratégia de Transição Energética do país, com implementação prevista até 2050.

A estratégia está estruturada em torno de quatro pilares principais:

  1. Expansão significativa da capacidade de energia renovável.
  2. Promoção da industrialização verde.
  3. Promoção do acesso universal à energia.
  4. Descarbonização dos transportes através de biocombustíveis, veículos elétricos e transporte ferroviário.

O plano foi aprovado durante uma reunião do Conselho de Ministros na mesma data.

Plataformas digitais passam a pagar impostos

Plataformas digitais internacionais de serviços turísticos poderão ser obrigadas a pagar impostos ao Estado moçambicano pelas transacções relacionadas com estâncias turísticas que operam no país, das quais obtêm comissões sem que estas sejam tributadas.

Trata-se de empresas especializadas em reservas de viagens, que ganham dinheiro por intermediarem serviços no sector do turismo. No entanto, até agora, não existem mecanismos que permitam ao fisco cobrar impostos sobre a receita neste segmento.

Neste contexto, foi elaborada uma proposta de lei que será submetida à aprovação na próxima legislatura, num esforço para legalizar esta tributação e integrar tais operações na esfera de actuação da administração fiscal moçambicana.

A informação foi partilhada com o “Notícias” pelo director da Unidade de Tributação da Economia Digital na Autoridade Tributária de Moçambique (AT), Amorim Ambasse, numa entrevista na qual abordou a iniciativa de controlo das transacções online no turismo.

Esta medida abrange ganhos obtidos por plataformas digitais estrangeiras, como BookingTrivago e outras que intermedeiam a hospedagem em Moçambique.

“Quando efectuamos uma reserva e pagamos o valor correspondente fora do país, estas plataformas recebem comissões. Apesar de não estarem fisicamente em Moçambique, prevê-se que os rendimentos obtidos em território nacional sejam sujeitos a impostos, conforme as comissões auferidas”, sublinhou Ambasse.

Esta iniciativa insere-se no âmbito da tributação da economia digital, segmento que está a ganhar cada vez mais relevância no mundo, incluindo Moçambique.

A AT tem vindo a identificar formas para controlar e tributar actividades comerciais baseadas na internet, acompanhando a evolução tecnológica e económica.

Adicionalmente, alguns estabelecimentos e serviços turísticos em Moçambique continuam a processar as suas receitas no estrangeiro. Contudo, a proposta de lei não elimina a obrigação de repatriamento das receitas geradas fora do país, que deve ocorrer até 15 dias após a saída do turista.

Em paralelo, decorre o cadastro das estâncias no Sistema de Gestão de Turismo, sob responsabilidade do Instituto Nacional de Turismo (INATUR), no âmbito do Decreto n.° 74/2022, de 30 de Dezembro.

O dinheiro em circulação em Moçambique ultrapassa os 67 mil milhões de meticais

Dívida pública

O montante de dinheiro físico em circulação em Moçambique aumentou 2,2% em Outubro, comparativamente a Setembro, marcando o sexto mês consecutivo de crescimento, segundo dados oficiais compilados pela agência Lusa.

Desde o início do ano, o volume de notas e moedas em circulação cresceu 6,6%, passando de 63,231 mil milhões de meticais (943,2 milhões de euros) em Janeiro para o nível mais alto do ano em Outubro, superando os 63,347 mil milhões de meticais (945 milhões de euros) registados no início de 2023. Este aumento foi especialmente notório a partir de Maio, antecedendo a introdução de uma nova série de meticais.

A retirada de dinheiro da circulação é uma prática comum em políticas monetárias contracionistas, utilizada pelos bancos centrais para reduzir a oferta de moeda e conter a subida dos preços. Em Moçambique, a inflação homóloga manteve-se abaixo de 3% durante vários meses, situando-se em 2,84% em Novembro, após encerrar 2023 nos 5,3%, bem abaixo do pico de quase 13% registado em Julho de 2022.

No dia 16 de Junho, Moçambique lançou uma nova série de notas e moedas de metical, que substituirá gradualmente a série em circulação desde 2006, conforme anunciado pelo governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.

“Os bancos centrais tendem a actualizar as suas notas e moedas a cada cinco anos para se alinharem às novas tendências de design, características de segurança e outros elementos contextuais,” explicou Zandamela.

O governador detalhou que “o tema da série de 2024 de notas e moedas de metical destaca os valores do património cultural, histórico e faunístico do país.”

A nova série, lançada no Dia do Metical — celebrado a 16 de Junho, em alusão à introdução da moeda em 1975 — manteve as mesmas seis denominações de notas:

  • As denominações de 1.000, 500 e 200 meticais são impressas em substrato de papel.
  • As de 100, 50 e 20 meticais utilizam substrato de polímero.

Quanto às moedas, a nova série descontinuou as de 20 e cinco centavos, mas manteve as de 10, cinco, dois e um metical, além de 50, 10 e um centavo.

“As novas notas e moedas de metical circularão em simultâneo com a série emitida desde 1 de Julho de 2006, que continuará a ter curso legal pleno e valor ilimitado no território nacional”, acrescentou Zandamela.

Incêndio de grandes proporções atinge central da mineradora Vulcan em Tete

Firemen using water from hose for fire fighting at firefight training of insurance group. Firefighter wearing a fire suit for safety under the danger case.

A central II de processamento de carvão da mineradora Vulcan Moçambique, em Moatize, na província de Tete, incendiou-se há dias, segundo um comunicado de imprensa emitido pela empresa. A nota explica que o incidente foi provocado pela queda acidental de faíscas de soldagem sobre um produto químico.

A equipa interna de “bombeiros” fez o trabalho necessário para debelar o fogo, evitando o alastramento para mais áreas. Em comunicado, a Vulcan Moçambique reconheceu que “foi registado um incêndio, numa das áreas operacionais, durante a realização de trabalhos de soldagem. Graças à rápida intervenção das nossas equipas de emergência, o fogo foi prontamente controlado, sem registo de feridos ou danos materiais”. No comunicado, a Vulcan garante que as operações continuam normalmente.

A Vulcan é a empresa responsável pela exploração da Mina Carvão Moatize, uma filial 100% da Vulcan International. Com ligações accionistas a um dos maiores produtores de aço do Médio Oriente, a Vulcan International tem uma carteira diversificada de produtos e um alcance de mercado global, abrangendo mais de 25 países e seis continentes.

A Concessão da Mina Carvão Moatize situa-se a 17 km a noroeste da cidade de Tete ao longo do rio Zambeze, 180 km a sudoeste da barragem de Cahora Bassa e 80 km ao sul da fronteira com o Malawi.

A mina é um dos principais activos da Vulcan na área do carvão e apresenta diferenciais que a colocam em evidência no mercado mundial, com reservas estimadas em 1,9 mil milhões de toneladas e um grande potencial para gerar carvão metalúrgico e térmico. A concessão mineira de Moatize tem uma área de cerca de 25.000 hectares.

Suspensão da mina de grafite de Balama afecta Estados Unidos e Austrália

A suspensão das operações da empresa australiana Syrah Resources, em Balama, província de Cabo Delgado, devido à tensão pós-eleitoral, está a ter efeitos negativos para os Estados Unidos da América (EUA) e para a Austrália. A suspensão acontece numa altura em que as comunidades circunvizinhas não se beneficiam das mais-valias da exploração da empresa, vivendo numa pobreza extrema.

Há dias, o Australian Financial Review noticiou que a Syrah Resources está em conversações de emergência com o governo americano sobre empréstimos de cerca de 250 milhões de USD que a companhia não pode pagar agora devido à suspensão das suas actividades na mina de Balama, onde extrai grafite, um produto usado no fabrico de baterias de automóveis eléctricos e outros fins.

“A Syrah Resources, produtora australiana de grafite, está em conversações de crise com agências governamentais dos EUA depois de distúrbios civis perto da sua mina em Moçambique terem interrompido a produção e desencadeadas cláusulas de incumprimento em empréstimos cruciais do governo dos EUA”, escreve o Australian Financial Review.

O periódico australiano lembra que a Syrah não tem conseguido lucrar com a mineração de grafite nas suas instalações de Balama, em Moçambique, desde 2017 e, por isso, dependeu da Australian Super e de agências governamentais dos EUA para subscrever acções ou conseguir empréstimo de dinheiro para permanecer no negócio.

A interrupção de operações da Syrah está a comprometer o anseio dos EUA de evitar dependência da China no fornecimento de produtos feitos à base de grafite. Dados da GlobalData indicam que Moçambique é dos cinco maiores produtores de grafite do mundo, sendo a China líder global. De acordo com GlobalData, Moçambique foi o segundo maior produtor mundial de grafite em 2022, com um incremento de produção em 126%, acima de 2021. Até 2021, a produção de Moçambique aumentou em 294% e espera-se que aumente até 13% até 2026.

Para não depender dos produtos chineses, os EUA aprovaram o referido empréstimo no valor de 220 milhões de USD para a Syrah Resources construir a fábrica de ânodo em Louisiana, um dos estados mais pobres dos EUA, para criar 221 empregos nos EUA com grafite de Moçambique. A fábrica produz material de ânodo activo (AAM) para baterias de íon de lítio. Com a instalação, será a única produtora de AAM de grafite natural verticalmente integrada e em larga escala fora da China, reduzindo a dependência dos EUA em relação à China.

Tal como “Carta” tem vindo a reportar sobre o empréstimo, a referida fábrica poderia ter sido construída em Cabo Delgado, onde a grafite poderia ser processada, principalmente para obter o tamanho e a pureza correctos das partículas, bastando a infra-estrutura certa. Com essa fábrica, os aludidos 221 empregos seriam absorvidos por moçambicanos.

Contudo, no mundo contemporâneo, os EUA têm permissão para dar ao sector privado 220 milhões de USD para criar empregos, desenvolver fornecedores locais e vencer a China, enquanto um país em desenvolvimento como Moçambique não tem permissão de envolvimento estatal semelhante numa indústria-chave.

“Ao contrário de todas as estatísticas acima apresentadas, nos locais onde a grafite é extraída ainda prevalecem grandes problemas que não têm merecido atenção da empresa e do governo, de forma profunda. A existência de diferenças salariais abismais entre os trabalhadores locais e outros fez emergir uma greve que paralisou as operações por um período de um mês (de Setembro a Outubro), sendo que 23 trabalhadores foram expulsos em Novembro de 2023”, criticou o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), num boletim informativo de Junho de 2023.

O Boletim refere ainda que as empresas têm contribuído para a rápida degradação da estrada que liga as minas de grafite em Balama e Ancuabe ao Porto de Pemba por onde é escoado o produto, ao mesmo tempo que as comunidades locais vivem numa pobreza extrema, pois não beneficiam das mais-valias da exploração da empresa. Citando dados do Conselho Executivo Provincial de Cabo Delgado, o Boletim do CDD refere que no terceiro Observatório de Desenvolvimento da Província, a 24 de Abril de 2023, a indústria de grafite, apesar de todos esses rendimentos, contribui com 7.9% para a receita pública de Cabo Delgado.

Mercado ressente-se da escassez de combustível

O mercado nacional está a sofrer com uma escassez de combustível, em grande parte causada pelo aumento da procura durante o fim de semana em algumas províncias do país, reporta o Notícias.

A informação foi avançada ao Notícias pelo secretário-geral da Associação Moçambicana das Empresas Petrolíferas (AMEPETROL), Ricardo Cumbe, que assegurou que o problema estaria resolvido até ao final do dia.

Um levantamento realizado pela equipa de reportagem do Notícias constatou que mais de cinco postos de abastecimento enfrentavam escassez do produto, enquanto os postos com stock apresentavam filas de clientes à espera para abastecer.

Sérgio Gomes Macedo: “Ambicionamos ser o principal protagonista do crescimento imobiliário”

Profile Mozambique: Pode contar-nos como começou a Sérgio Macedo Limitada – Real Estate & Investments.

Sérgio Gomes Macedo: Sou Sócio-Gerente e Fundador da Sérgio Macedo Limitada – Real Estate & Investments. A empresa surgiu no ano 2012 com o objectivo de suprir a necessidade de uma imobiliária que seguisse padrões internacionais e que fosse capaz de acompanhar o rápido crescimento do mercado imobiliário em Maputo.

PM: Quais foram os principais desafios enfrentados nos primeiros anos de actividade e como foram superados?

SGM: Posso dizer que os primeiros anos não foram nada fáceis. O principal desafio foi conquistar a confiança de clientes e proprietários, pois o meu trabalho ainda não era conhecido em Maputo. Foi essencial a confiança que um pequeno grupo de pessoas depositou em mim, permitindo-me mostrar a minha capacidade e a qualidade do meu trabalho. Tenho muito orgulho de ainda os manter como clientes.

Hoje, posso dizer que todos os desafios nos moldaram, fortaleceram a nossa posição no mercado e tornaram a Sérgio Macedo Lda. numa empresa de referência que é hoje.

PM: Quais os serviços que presta?

SGM: Prestamos serviços de intermediação, e consultadoria Imobiliária, com vista à compra e venda e, arrendamento de imóveis.

PM: O que diferencia a empresa no mercado imobiliário?

SGM: O nosso atendimento é totalmente personalizado. Acredito que cada cliente é único, por isso, personalizo soluções para atender às suas necessidades específicas, seja para compra, venda, arrendamento ou investimento. Escolher a Sérgio Macedo Lda significa optar por uma experiência imobiliária diferenciada, onde o bem-estar e o sucesso dos nossos clientes são a nossa prioridade.

PM: A Sérgio Macedo Lda tem um portfólio impressionante de clientes, incluindo embaixadas, multinacionais e instituições internacionais. O que contribuiu para construir e manter essas parcerias?

SGM: Manter essas parcerias é o resultado de um esforço contínuo para estar sempre à altura das expectativas dos nossos clientes e parceiros. Tenho orgulho de ser um nome de confiança no mercado imobiliário.

PM: Na sua opinião, quais são as qualidades essenciais para ter sucesso neste sector?

SGM: As qualidades essenciais para o sucesso incluem a comunicação, a resiliência, a ética e a transparência, que considero fundamentais para ter êxito neste sector. Claro que, ademais, é imprescindível o conhecimento técnico, a capacidade de negociação, uma mentalidade de crescimento e o conhecimento da cultura local.

PM: O que significa sucesso para a Sérgio Macedo Lda e como a empresa mede os resultados alcançados?

SGM: O sucesso da Sérgio Macedo Lda mede-se essencialmente pelo grau de satisfação dos nossos clientes e pela fidelização, tanto de clientes directos como de parceiros de longa data. Na área imobiliária, considero que o sucesso significa ajudar as pessoas a realizarem o sonho de encontrar o imóvel ideal, criando um impacto positivo na sua vida, e é isso que a Sérgio Macedo Lda tem conseguido..

PM: Existe algum plano de expansão ou novos serviços que os clientes podem esperar no futuro?

SGM: Claro que sim, A Sérgio Macedo Lda, já está a intermediar imóveis em Portugal e no Dubai, mas temos planos em não ficar só por estes países.

PM: Que mensagem gostaria de deixar para os seus clientes, parceiros e para aqueles que estão a considerar investir no sector imobiliário em Moçambique?

SGM: Este é o momento certo para investir no sector imobiliário em Moçambique. O país oferece um vasto leque de oportunidades, impulsionado por uma economia promissora e um mercado em expansão. Investir em imóveis aqui significa apostar no desenvolvimento de um país repleto de potencial, tanto para residências como para negócios. Eu acredito e recomendo.

Queremos ser mais do que uma agência imobiliária. A nossa missão é garantir que cada decisão do cliente seja firme, segura e direcionada ao sucesso.