Sexta-feira, Junho 13, 2025
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Hollard Moçambique registou um lucro líquido total de 337,4 milhões de MZN em 2024

A Hollard Moçambique, através das suas duas licenças de seguros – a Hollard Seguros para o ramo Não Vida e a Hollard Vida para o ramo Vida – apresentou sólidos resultados financeiros no exercício de 2024, reforçando a sua posição robusta no mercado e a contínua expansão do negócio, apesar dos desafios no ambiente económico.

O grupo registou um lucro líquido total de 337,4 milhões de MZN, com a Hollard Seguros a contribuir com 284,7 milhões de MZN, e a Hollard Vida, com 52,7 milhões de MZN. Este desempenho foi impulsionado por uma gestão eficiente e operações bem estruturadas.

Fonte: Portal da Hollard Mocambique

Em 2024, as restrições macroeconómicas afectaram os rendimentos de investimento devido à redução das taxas de juro e ao aumento das reservas obrigatórias impostas pelo Comité de Política Monetária do Banco Central. Esta situação foi particularmente evidente na Hollard Vida, onde a baixa capacidade de concessão de crédito influenciou o desempenho dos produtos ligados a empréstimos bancários. Adicionalmente, as reservas para sinistros impactaram os resultados técnicos, como parte de uma gestão de risco prudente e em conformidade com os requisitos regulamentares.

A Hollard Seguros alcançou Prémios Brutos Emitidos no valor de 4,17 mil milhões de MZN, enquanto a Hollard Vida registou 599,2 milhões de MZN, o que representou um aumento de 17% em relação ao ano anterior para ambas as entidades. Da mesma forma, o grupo demonstrou uma sólida saúde financeira, com rácios de solvência de 309% para a Hollard Seguros e 356% para a Hollard Vida, ambos acima dos requisitos regulamentares.

O Rácio Combinado para ambas as entidades situou-se entre 92% e 94%, refletindo uma forte disciplina de subscrição e eficiência operacional.

No que respeita aos resultados de subscrição de seguros do período, a Hollard Seguros reportou 133,7 milhões de MZN e a Hollard Vida 21,5 milhões de MZN, totalizando 155,2 milhões de MZN. Estes valores sublinham a capacidade do grupo de gerar rentabilidade sustentável através de práticas sólidas de negócio.

Henri Mittermayer, CEO da Hollard Moçambique afirmou: “Os resultados sólidos da Hollard Moçambique em 2024 destacam a nossa resiliência, eficiência operacional e o compromisso inabalável em fornecer soluções de seguro de qualidade aos nossos clientes, num contexto de crescente complexidade no mercado moçambicano, marcado por eventos climáticos e socioeconómicos frequentes e severos.”

Apesar da redução dos lucros líquidos em comparação com o ano anterior, a Hollard Vida mantém-se financeiramente sólida, conforme demonstrado pelo seu forte rácio de solvência e crescimento sustentado dos prémios. A empresa continua a dar prioridade à eficiência operacional e à gestão prudente de risco, garantindo sustentabilidade a longo prazo e criação de valor para os seus stakeholders.

“O nosso desempenho evidencia a nossa resiliência e capacidade de adaptação num mercado dinâmico. Embora os retornos de investimento tenham sofrido pressão, o nosso forte crescimento dos prémios e a sólida posição de solvência reflectem a confiança que os nossos clientes depositam em nós. Continuamos focados em entregar valor aos nossos stakeholders e assegurar um crescimento sustentável no mercado segurador moçambicano”, acrescentou Mittermayer.

A seguradora mantém-se empenhada na inovação, em soluções centradas no cliente e num sólido quadro de gestão de risco, posicionando-se como um dos principais intervenientes na evolução da indústria seguradora em Moçambique.

M-Pesa facilita pagamento de serviços municipais em Moçambique

M-Pesa facilita pagamento de serviços municipais em Moçambique

A Vodacom M-Pesa, líder em serviços financeiros móveis em Moçambique e a Associação Nacional dos Municípios de Moçambique (ANAMM) assinaram, hoje em Maputo, um Memorando de Entendimento visando o uso dos serviços de transacções móveis da Vodacom M-Pesa para o pagamento dos serviços públicos e taxas municipais. A formalização da parceria foi rubricada pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Vodacom M-Pesa, Salimo Abdula e pelo presidente da  ANAMM, João Carlos Gomes Ferreira, que também preside a autarquia da cidade de Chimoio em Manica.

A iniciativa surge da necessidade crescente de digitalização e simplificação dos processos administrativos municipais, permitindo que os cidadãos realizem pagamentos de taxas e serviços directamente através da plataforma M-Pesa. Essa parceria permitirá maior eficiência, transparência e segurança na arrecadação de receitas municipais, ao mesmo tempo que promove a inclusão financeira da população.

Durante a sua intervenção, Salimo Abdula explicou que com esta parceria, os municípios poderão integrar o M-Pesa como uma solução de pagamento digital para taxas, impostos e outros serviços administrativos. Isso reduzirá a burocracia e eliminará barreiras logísticas, garantindo que os cidadãos possam efectuar os seus pagamentos de forma rápida e segura, sem a necessidade de deslocação a instituições físicas.

Além disso, a digitalização do processo contribuirá significativamente para a transparência e eficiência da gestão municipal, permitindo um melhor controlo das receitas arrecadadas e assegurando a sua correcta aplicação no desenvolvimento das infra-estruturas e serviços públicos locais. Por sua vez, João Carlos Gomes Ferreira frisou que a digitalização do pagamento dos vários serviços nas autarquias vai imprimir maior dinamismo dos processos e erradicar as longas filas, promovendo maior comodidade e qualidade de serviços aos munícipes

A adesão ao M-Pesa por parte dos municípios irá facilitar os pagamentos de serviços como taxas municipais, licenciamento, impostos locais, facturas de água e saneamento, entre outros. Isso reduzirá significativamente a dependência de métodos tradicionais de cobrança, muitas vezes burocráticos e ineficientes.

Adicionalmente, a parceria abre portas para futuras iniciativas de modernização dos serviços municipais, incluindo a implementação de plataformas digitais para a gestão e consulta de pagamentos, proporcionando um ambiente mais organizado e acessível tanto para as autoridades locais quanto para os cidadãos. A Vodacom M-Pesa e a ANAMM reiteram o compromisso de trabalhar em conjunto para garantir a implementação eficaz desta solução em todas as autarquias interessadas, promovendo um modelo de gestão pública mais moderno, acessível e alinhado às tendências globais de digitalização.

Combustíveis passam a ter preços mais baixos

A partir de hoje,20/02/2025, os combustíveis líquidos passam a ter novos preços em Moçambique, com uma redução que visa atenuar os custos de produção, aliviar o custo de vida e recuperar o poder de compra dos consumidores. A medida, anunciada pela Autoridade Reguladora de Energia (ARENE), é justificada pelo comportamento do mercado internacional e pelos ajustamentos nas variáveis de aquisição.

Quedas nos preços e impacto no consumo

A maior redução registou-se no petróleo de iluminação, que passou de 87,05 para 69,35 meticais por litro, uma descida significativa que poderá beneficiar directamente famílias de rendimentos mais baixos. O gasóleo, um dos combustíveis mais utilizados no transporte e na indústria, baixou de 91,23 para 86,79 meticais por litro, enquanto a gasolina desvalorizou ligeiramente, passando de 86,25 para 85,82 meticais por litro.

Também houve uma redução no preço do gás natural veicular, que passou de 44,52 para 43,40 meticais por quilograma. No entanto, o gás de cozinha mantém-se inalterado em 86,05 meticais por quilograma, uma vez que já registou três reduções consecutivas em Dezembro de 2022, Janeiro e Julho de 2023.

Os novos preços aplicam-se aos postos de abastecimento situados em Maputo, Matola, Beira, Nacala e Pemba, cidades que possuem terminais oceânicos para o desembarque de combustíveis.

Alívio para consumidores e empresas

De acordo com Paulo da Graça, Presidente do Conselho de Administração da ARENE, os reajustamentos podem ter um impacto positivo no custo de vida, dada a importância dos combustíveis na dinamização da economia.

“O petróleo de iluminação é usado por famílias economicamente vulneráveis e a queda no seu custo visa recuperar parte do poder de compra perdido ao longo do tempo. Além disso, a ARENE tem o papel de proteger os consumidores mais expostos às flutuações de preços”, explicou o responsável.

A redução dos preços também poderá beneficiar o sector dos transportes e a indústria, aliviando os custos de operação num contexto de desafios económicos para o país.

Mercado internacional e factores determinantes

A descida dos preços dos combustíveis foi influenciada pelo comportamento do mercado global. Nos últimos meses, as transacções do petróleo Brent, referência internacional, foram marcadas por importantes oscilações.

Um dos factores que ditou a recente tendência de baixa foi a valorização do dólar norte-americano, utilizado nas negociações dos contratos futuros de petróleo. Quando a moeda dos Estados Unidos se fortalece, a aquisição de petróleo torna-se mais cara para outros mercados, reduzindo a procura e, por consequência, os preços.

Ainda assim, os analistas alertam que os preços dos combustíveis permanecem vulneráveis a novas oscilações, sobretudo devido a riscos geopolíticos e à dinâmica da oferta global de petróleo.

Perspectivas

Com o novo reajustamento, espera-se que os consumidores sintam algum alívio nos custos diários, enquanto o sector produtivo poderá beneficiar de uma ligeira redução nos encargos operacionais. No entanto, as autoridades mantêm-se atentas às flutuações do mercado para eventuais ajustes futuros.

Para já, o foco recai sobre a estabilidade dos preços e a protecção dos consumidores mais afectados pelas variações no custo dos combustíveis, garantindo um equilíbrio entre as dinâmicas do mercado internacional e as necessidades da economia nacional.

Mais de meio milhão de famílias tiveram acesso à energia em 2024

Mais de meio milhão de famílias tiveram acesso à energia em 2024

O Ministério das Finanças anunciou que, em 2024, foram realizadas mais de 560 mil novas ligações domiciliares de electricidade, elevando a cobertura energética nacional para 60% da população, acima dos 53,4% registados em 2023.

“Durante o processo de expansão de energia, foram estabelecidas 563,8 mil novas ligações domiciliares, das quais 395,6 mil através da rede eléctrica nacional e 170,1 mil por meio de fontes renováveis”, detalha o relatório de execução orçamental.

No mesmo período, foram construídos os primeiros 40 quilómetros da linha de transmissão de alta tensão de 400 quilovolts (kV), que ligará o país de Norte a Sul, com troços entre Temane, Maputo, Chimuara e Alto Molócue.

As novas ligações fazem parte do programa governamental “Energia para Todos”, implementado pela Electricidade de Moçambique (EDM) e pelo Fundo de Energia (FUNAE). A iniciativa, estabelecida na Estratégia Nacional de Electrificação (ENE) aprovada em 2018, tem como meta fornecer energia a toda a população até 2030.

Além da expansão da rede eléctrica, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a produção de electricidade cresceu 5,3% nos últimos cinco anos, passando de 18,7 mil Gigawatts-hora (GWh) em 2019 para 19,7 mil GWh em 2023. A geração de energia renovável tem sido determinante nesse crescimento, com as centrais hídricas representando 82,7% da electricidade produzida em 2023.

EMOSE diz estar avaliar a possível compra de acções na LAM

A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), afirmou estar ainda a avaliar a possível compra de acções do Estado na empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), assinalando que só após esta análise é que irá decidir se deverá avançar no negócio.

A seguradora mais antiga do País é uma das três estatais indicadas para comprar 91% das acções do Estado na companhia aérea, segundo a decisão anunciada pelo Conselho de Ministros, há duas semanas.

Entretanto, falando esta segunda-feira, à margem da 34ª reunião nacional de gestores e quadros da seguradora, o presidente do Conselho de Administração (PCA), Janfar Abdulai, adiantou que a EMOSE ainda não decidiu nem sabe quanto vai ser a sua comparticipação, muito menos que ganhos terá do negócio.

“Nós vamos fazer a nossa avaliação. A EMOSE olha esta questão como uma oportunidade para investimento, então vai fazer uma avaliação para poder decidir”, frisou Janfar Abdulai, citado numa publicação da Carta de Moçambique.

Segundo o gestor, a participação da EMOSE na estrutura accionista da LAM é uma decisão do Governo e a sua materialização está a ser levada a cabo pelo Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE).

“Nós como EMOSE somos chamados para junto ao IGEPE e outros potenciais sócios referidos materializar esta acção. Ainda não temos dados concretos que poderíamos partilhar, mas temos estado a discutir com o IGEPE para a materialização desta decisão” afirmou o PCA.

Escassez de divisas afecta facturas avaliadas em 373 milhões de USD

O sector empresarial privado continua a queixar-se de falta de moeda externa (divisas) no sistema financeiro moçambicano. Esta terça-feira (18), o sector, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), apresentou uma lista de empresas que vêem os seus pagamentos pendentes por falta de Euro, Dólar, Rands ou outras moedas externas na banca nacional.

Após a recepção destes documentos, a CTA irá submetê-los ao Banco de Moçambique como prova material e quantitativa de que o problema de divisas no mercado cambial é real e muito sério, exigindo atenção do Governador do Banco para a busca de soluções.

“No geral, submeteram ao pedido da CTA 63 empresas com pagamentos diversos solicitados do exterior. Destas, 41% são do sector industrial, 25% da aviação e 21% do comércio geral. Os dados agregados mostram que as necessidades destas 60 empresas que submeteram solicitações de pagamento ao exterior aos seus bancos comerciais estão estimadas em 373 milhões de USD” disse o vice-presidente da CTA para a indústria, Evaristo Madime.

Falando em conferência de imprensa, Madime explicou que o referido valor, correspondente aos primeiros quase dois meses de 2025, está ligeiramente abaixo do que a CTA já tinha apresentado de 402 milhões de USD referente ao terceiro trimestre de 2024. Justificou esta aparente redução pelo curto tempo concedido para a submissão da informação. Aliás, o empresário disse que a CTA continua a receber mais processos.

“Dos 373 milhões de USD, 40% é do sector da aviação, sinalizando ser este o mais afectado, actualmente. Aliás, devido a esta situação, muitas companhias decidiram suspender alguns voos para Moçambique, bem como vender os seus bilhetes a partir de agências de viagens baseadas no estrangeiro. Em seguida, os sectores da indústria com 26% e comércio com 12% são os mais afectados”, detalhou Madime.

Analisando a dinâmica das exportações e importações de Moçambique, o empresário explicou que o problema do mercado cambial poderia ser diferente, quando bem endereçado, pois, exemplificou, a cobertura de exportações sobre importações, incluindo os Grandes Projectos é de 87%. Para Madime, numa situação destas, não seria justificável a escassez que se verifica.

“Contudo, dado que a maior parte da receita dos Grandes Projectos não tem sido repatriada, então o problema torna-se visível. Sendo assim, para reduzir a escassez de divisas no mercado para importação de matérias-primas em 500 milhões de USD, propomos que o Governo inste as empresas da indústria extractiva, em particular, a repatriar receitas de exportação dos grandes projectos”, apelou o vice-presidente da CTA para indústria.

Acrescentou que, caso a medida fosse efectivada, em pouco tempo, poderia contribuir para o restabelecimento normal da fluidez de divisas. A CTA afirma que a não resolução deste problema a curto prazo pode agravar a situação económica do país e deteriorar, ainda mais, as oportunidades de emprego, levando à continuidade das convulsões sociais que se têm assistido. Assim, a CTA convida o Banco de Moçambique a ser mais ágil e criativo para contribuir para a paz social.

Millennium bim e Girl Move reforçam parceria para a capacitação de jovens mulheres

O Millennium bim e a Girl Move Academy assinaram um Memorando de Entendimento que fortalece uma parceria de longa data focada na capacitação e liderança feminina em Moçambique. A cerimónia decorreu em Maputo e contou com a presença do Presidente da Comissão Executiva (PCE) do Millennium bim, Rui Pedro, e de Marta Roff, representante da Girl Move em Moçambique.

Desde 2019, o Millennium bim tem apoiado a formação de jovens mulheres através do “Programa Change de Liderança e Inovação Social”, promovendo o empoderamento feminino e a transformação das comunidades. Ao longo dos últimos seis anos, centenas de jovens beneficiaram desta parceria, que inclui bolsas de estudo, programas de mentoria e estágios, tanto no Millennium bim, em Moçambique, como no Millennium BCP, em Portugal.

Com este novo acordo, o Banco reafirma o seu compromisso de investir no talento e na liderança feminina, proporcionando oportunidades de desenvolvimento a mais jovens moçambicanas e contribuindo activamente para uma sociedade mais equitativa, próspera e sustentável.

“Acreditamos que apoiar a educação e a liderança feminina é investir no futuro de Moçambique. O reforço desta parceria reflecte o compromisso do Banco com o empoderamento das jovens, garantindo que tenham acesso a ferramentas e oportunidades que lhes permitam transformar positivamente as suas famílias, as suas comunidades e o País como um todo”, afirmou Rui Pedro, PCE do Millennium bim.

Por sua vez, Marta Roff, representante da Girl Move, destacou a importância deste apoio contínuo:”O investimento na formação de jovens mulheres líderes é essencial para impulsionar o desenvolvimento social e económico do país. O Millennium bim tem sido um parceiro estratégico neste caminho, e juntos continuaremos a criar oportunidades que transformam vidas e comunidades”.

A parceria entre o Millennium bim e a Girl Move Academy enquadra-se na iniciativa “Mais Moçambique Pra Mim”, o programa de Responsabilidade Social do Millennium bim, que apoia projectos de impacto social sustentável, especialmente nas áreas de educação, desporto, saúde, cultura, e desenvolvimento comunitário.

A Girl Move Academy é uma organização reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho inovador na formação de líderes femininas. O seu programa tem sido fundamental para reduzir o abandono escolar, prevenir casamentos prematuros e fortalecer o papel das mulheres na sociedade moçambicana.

Com este novo capítulo, Millennium bim e Girl Move Academy reafirmam o seu compromisso em transformar a realidade de milhares de jovens mulheres, garantindo que o seu potencial seja plenamente aproveitado para o desenvolvimento do País.

Fundo soberano recebeu 158,8 milhões de dólares das receitas de petróleo e gás

O Governo de Moçambique investiu 158,8 milhões de dólares provenientes das receitas de exploração de petróleo e gás natural

O Governo de Moçambique investiu 158,8 milhões de dólares provenientes das receitas de exploração de petróleo e gás natural no Fundo Soberano (FS), segundo o Ministério das Finanças.

De acordo com o Balanço Económico e Social da Execução do Orçamento do Estado, esse montante inclui 74,1 milhões de dólares referentes aos anos de 2022 e 2023 e 84,7 milhões de dólares arrecadados em 2024. A verba foi depositada na Conta Transitória do Banco de Moçambique, em conformidade com o artigo 6 da Lei n.º 1/2024, que estabelece as directrizes para a gestão do FS, conforme avançou o documento citado pela Lusa.

Projecções e impacto do fundo soberano

A criação do Fundo Soberano de Moçambique foi aprovada pelo Parlamento a 15 de Dezembro de 2023 e tem como objetivo garantir uma gestão sustentável das receitas provenientes da exploração de gás natural.

As estimativas apontam que, na década de 2040, as receitas anuais do sector poderão atingir 6 mil milhões de dólares (aproximadamente 379 mil milhões de meticais).

“As projecções indicam que as exportações anuais de gás poderão ascender a 89,9 milhões de dólares ao longo do ciclo de vida do projecto, caso todas as iniciativas de desenvolvimento actualmente aprovadas estejam em operação. Neste cenário, as receitas para o Estado deverão atingir o pico na década de 2040, superando os 6 mil milhões de dólares anuais”, afirmou o antigo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela.

Gestão e distribuição das receitas

O regulamento do Fundo Soberano define os procedimentos para a transferência de receitas provenientes da exploração de gás natural liquefeito e futuros projectos de petróleo e gás.

Nos primeiros 15 anos, 60% das receitas serão destinadas ao Orçamento do Estado, enquanto os 40% restantes serão canalizados para o Fundo Soberano. Após esse período, a divisão será feita em partes iguais (50/50). O Fundo Monetário Internacional (FMI) já considerou a criação do Fundo Soberano de Moçambique um passo importante para garantir uma gestão transparente e sustentável dos recursos naturais.

Moçambique produziu 1,62 toneladas de ouro em 2024, superando expectativas

Moçambique produziu 1,62 toneladas de ouro em 2024, superando expectativas

Moçambique registou uma produção de ouro de 1,62 toneladas em 2024, o que representa uma ligeira redução de 2% face ao volume de 2023, quando foram extraídas 1,66 toneladas, segundo o relatório de execução do Orçamento do Estado divulgado pelo Ministério das Finanças.

Apesar da queda, a produção superou em 3% a meta anual fixada pelo Governo, que previa 1,5 toneladas. Para efeito de comparação, em 2022, a produção foi de 1,22 toneladas, evidenciando uma tendência de crescimento nos últimos anos.

Actualmente, cada quilograma de ouro está avaliado em cerca de 5,7 milhões de meticais no mercado internacional, o que significa que a produção total de 2024 representa aproximadamente 9,3 mil milhões de meticais.

Crescimento e tendências da mineração de ouro

O relatório indica que 2023 foi um ano recorde para a produção de ouro no país, com um crescimento de 32% em relação a 2022, quando foram extraídos 1.263,8 quilogramas. Os números desse período também superaram 124% das metas inicialmente estabelecidas para o ano, destacando um desempenho acima das expectativas na indústria mineira.

Para 2024, o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) previa um crescimento de 3%, impulsionado pelo maior controlo sobre a mineração artesanal e pelo bom desempenho das empresas do sector. No entanto, os números actuais mostram que essa projeção não se concretizou.

Empresas em destaque e projecções para o sector

Entre as empresas que impulsionaram o sector, o relatório menciona a Explorator, Lda., que opera em parceria com a Mutapa Mining Processing, Lda., além da retoma das actividades da KD Prospero, factores que ajudaram a consolidar a exploração mineira no país.

Apesar do ligeiro recuo na produção, Moçambique continua sendo um importante actor na extracção de ouro na região. As projecções indicam a necessidade de fortalecer o sector, aprimorar a fiscalização da mineração artesanal e incentivar um desempenho mais sólido das empresas, garantindo um crescimento sustentável. O Governo pretende continuar a monitorizar e regular a exploração mineira, assegurando que a actividade contribua para o crescimento económico e para o aumento das receitas públicas, num contexto de valorização do ouro nos mercados internacionais.

Desabamento do garimpo ilegal em Barué Resulta em tragédia

Garimpo ilegal em Barué Resulta em tragédia

Pelo menos três garimpeiros morreram e dois ficaram feridos após o desabamento de uma mina de turmalina no distrito de Barué, província de Manica, no centro do país. O acidente ocorreu no último Sábado (15), por volta das 19h00, enquanto os trabalhadores escavavam a mina, que havia sido invadida por populares dois dias antes.

A invasão foi motivada por protestos contra a mineradora Sominha, acusada de não cumprir compromissos de responsabilidade social na região. Segundo as autoridades, os garimpeiros soterrados passaram dois dias sob a terra antes do resgate.

O director dos Serviços Provinciais dos Recursos Minerais e Energia em Manica, Manuel Silva, explicou que a operação de salvamento enfrentou dificuldades devido à falta de equipamentos adequados. “Não conseguimos retirar os garimpeiros a tempo por falta de recursos. Não tínhamos tubos para introduzir oxigénio, o que dificultou o resgate. Apenas hoje, com a ajuda de uma pá, conseguimos desenterrá-los”, afirmou.

O acidente foi causado pelo deslizamento de terra, agravado pela umidade do solo durante a época chuvosa. O evento reforça os riscos enfrentados pelos garimpeiros que actuam de forma irregular na região.

Garimpo ilegal e riscos em Manica

Este é o segundo caso de mortes por deslizamento de terras em minas da província em pouco mais de um mês. Em Janeiro, quatro mineiros ilegais morreram após um deslizamento em uma mina de ouro no distrito de Gondola.

Manica é uma região rica em minerais como ouro e turmalina, atraindo milhares de garimpeiros, muitos deles actuam de forma ilegal e em condições precárias. Os distritos de Macossa, Barué, Sussundenga, Gondola e Manica concentram a maior parte da exploração. Estima-se que entre 400 e 800 quilos de ouro sejam extraídos anualmente na província, parte dessa produção fora do circuito formal de comercialização.

As autoridades locais alertam para os riscos da mineração irregular, mas a actividade continua sendo a principal fonte de sustento para muitos jovens nacionais e estrangeiros que migram para a região em busca de oportunidades.