Sábado, Abril 27, 2024
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Leonor Jamal: ʺFidelizar uma marca no domínio nacional, é um dos grandes desafios das empresasʺ

O branding desempenha uma papel essencial, permitindo a criação e manutenção da identidade das marcas. Em uma entrevista ao Profile, Leonor Jamal, Directora de Marketing da Fidelidade Ímpar e Conselheira da 6ª edição do Superbrands, partilhou alguns insights sobre o sector do marketing no país e as suas expectativas em relação à edição 2024 do Superbrands.

Profile Mozambique: Como analisa o branding na diferenciação das marcas de Moçambique? 

Leonor Jamal: Eu acredito que Moçambique não é diferente dos outros países e contextos em que o branding está presente, e que as marcas disputam os seus lugares para poderem se firmar. É importante analisar o país sob a perspectiva de possuir uma economia jovem, dinâmica e com um potencial significativo de crescimento. Com base nesses elementos, o branding emerge como uma proposta de extrema importância, pois determinara a forma como cada empresa se propõe a comunicar e a conquistar o seu espaço no mercado.

PM: No seu ponto de vista, como as empresas moçambicanas tem se posicionado em relação a adaptação das estrategias de marketing? 

LJ: As empresas moçambicanas têm explorado o mercado de marketing de diversas maneiras, aproveitando as oportunidades e enfrentando os desafios que surgem. Uma abordagem comum tem sido a utilização de estratégias de marketing digital para alcançar um público mais amplo, especialmente nas redes sociais. Essas estratégias incluem a criação de conteúdo relevante, o uso de anúncios segmentados e o desenvolvimento de campanhas.

Paralelamente, muitas empresas têm investido em branding e na criação de uma identidade visual, destacando-se no mercado e construindo relacionamentos duradouros com os clientes. Contudo, ainda há espaço para crescimento e há muito por se explorar.

PM: Falando na digitalização, como aliar a transição digital, num contexto em que nem todos tem acesso a informação 

LJ: No mercado dos seguros, enfrentamos um desafio adicional na comunicação com o público, devido à falta de conhecimento sobre o que é um seguro, especialmente num contexto onde a taxa de penetração de seguros é muito baixa. Por isso, é essencial um esforço maior para divulgar e disseminar os serviços que oferecemos.

No entanto, ao mesmo tempo que enfrentamos dificuldades com a divulgação dos seguros, não podemos ignorar a transição digital. A digitalização já não é uma opção, mas sim uma obrigação. É um fenómeno global no qual todos somos chamados a participar e integrar essa nova esfera, para não correr o risco de ficar para trás nesse movimento e consequentemente, não responder às novas exigências.

PM: Estabelecer uma marca no domínio público é complexo. Quais os principais desafios nesse processo? Pode falar da sua experiência pessoal?  

LJ: No nosso caso em específico – marca Fidelidade Ímpar, um dos grandes pontos de análise e um dos desafios centrais, era assegurar que a marca carregasse o DNA de sua base original, que não é propriamente nacional, ao mesmo tempo que se adequava à cultura local. Era necessário que, ao chegar em Moçambique, a marca respirasse o contexto moçambicano, no qual pretendíamos desenvolver o negócio. Com isso, para dizer que o desafio de uma marca vem de fora, é adaptação nacional.

PM: é conselheira da Superbrands e terá a difícil tarefa de avaliar as melhores marcas para este ano. Quais são as expectativas em relação a esta edição?

LJ: Tenho enorme expectativas em relação à presente edição e, obviamente, espero responder com excelência ao papel de conselheira desta edição. Neste momento, reuniram-se as condições para a Superbrands estar de volta e acredito que seja um momento oportuno para fazer uma análise sobre a evolução e o destaque das marcas que actuam em Moçambique. Hoje temos grandes empresas a distinguirem-se no país com a oferta de serviços e produtos de qualidade, que sem sombra de dúvidas, merecem também o destaque de “Superbrand”.

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