Sexta-feira, Abril 26, 2024
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BVM: Industrialização Promove o Crescimento Económico e Inclusivo

Salim Valá defendeu que a industrialização é um caminho seguro a seguir em Moçambique para um crescimento económico rápido, inclusivo e sustentável, contribuindo para a criação de emprego, reduzindo as desigualdades sociais e erradicando a pobreza.

Salim Valá recomendou uma aposta firme e consistente na industrialização, argumentando que “o país deve ter uma estratégia de crescimento económico com inclusão, permitindo uma melhor inserção no contexto global”.

Há sinais que mostram que, nas próximas décadas, o desenvolvimento económico de Moçambique será liderado pela indústria transformadora, que ainda está subdesenvolvida.

Vejamos: das 100 maiores empresas do país, 14% são do sector industrial; das 11 empresas cotadas, três são indústrias; as três indústrias cotadas na bolsa representam 90,2% da bolsa e 8,54% da capitalização bolsista global; nas outras bolsas, o sector industrial é um dos principais viveiros de empresas a serem cotadas”, salientou.

Citando académicos como Justin Lin (2011), Carlos Lopes (2020), e Ha-Joon Chang (2014), Salim Valá explicou que “os principais constrangimentos que afectam a indústria transformadora estão relacionados com infra-estruturas deficientes, baixos níveis de mão-de-obra, problemas de energia e água, ligações empresariais fracas na cadeia de valor, acesso difícil ao financiamento, e dificuldades em competir com indústrias em países mais desenvolvidos e industrializados.

“Embora a bolsa nacional seja pequena em tamanho, com pouca profundidade, já acolheu várias ofertas públicas de sucesso, casos de MDL (em 2001), CMH (em 2008) e HCB (em 2019), e mais recentemente acolheu a transacção Tropigalia (entre Outubro e Novembro deste ano).

A BVM tem actualmente três bolsas de valores disponíveis: a bolsa oficial, para grandes empresas e o Estado, o segundo mercado, para PMEs, e o terceiro mercado, para incubação, transição e preparação para PMEs e startups.

Do total das 11 empresas cotadas, sete estão no MCO, uma no segundo mercado e três no terceiro mercado. Os instrumentos financeiros disponíveis são acções, obrigações e papel comercial, e a BVM está a considerar a introdução de novos produtos e instrumentos financeiros no ano 2023.

O CEO da BVM sublinhou que “um país sem uma indústria nacional forte dificilmente será um país desenvolvido e economicamente independente, uma vez que ficará eternamente preso na “armadilha das mercadorias” e vulnerável à volatilidade dos preços das mercadorias no mercado internacional.

Valá reconheceu que a industrialização de um país não é tarefa de um único sector ou apenas do Governo, pois “é preciso ter uma visão e estratégia consistente a longo prazo, em que se articulem os esforços combinados e complementares do Governo, do sector privado, da sociedade civil, das instituições de formação e investigação (academia), dos parceiros de cooperação, das instituições financeiras, em suma, todas as “forças vivas” da sociedade e do sistema económico nacional.

Relativamente à BVM, Salim Valá salientou que “estamos preparados para fazer a nossa parte neste esforço e recomendamos à Associação Industrial de Moçambique (AIMO) que trabalhe com empresas do sector industrial para ser melhor gerida e governada, ter melhor saúde económica e financeira, ser mais transparente e não ter medo de abrir o seu capital a outros investidores, a fim de atrair financiamento barato e dispersar o risco de investimento.

“Acreditamos que com a parceria cristalizada através do memorando de entendimento assinado com o presidente da AIMO, o engenheiro Rogério Samo Gudo, a BVM terá mais empresas do sector industrial listadas e utilizando os produtos do mercado de capitais, mas também empresas dos sectores do agronegócio, turismo, tecnologia, e financeiro, entre outros”, disse ele.

Transformar recursos naturais valiosos no país acrescenta mais valor do que ter os recursos e exportá-los de uma forma primária. E concluiu: “de facto, a promoção da industrialização é o caminho mais promissor e pragmático para a transformação económica rápida, abrangente, inclusiva e sustentável de Moçambique”.

 

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