O Governo moçambicano espera comercializar 17 milhões de toneladas de produtos na campanha agrícola 2021/2022, anunciou ontem o chefe de Estado, Filipe Nyusi.
“Não nos vamos humilhar importando aquilo que podemos produzir e bem”, disse o chefe de Estado moçambicano, no lançamento da campanha agrícola 2021/2022 em Marracuene, na província de Maputo.
Dos 17 milhões de toneladas de produtos que Moçambique espera comercializar, a previsão é que 45% correspondam a raízes e tubérculos, 21% de cereais, 13% de hortícolas, 11% de leguminosas, além de outros produtos.
“Caros agricultores, há que intensificar o cultivo da batata e da cebola. Não só por ser um negócio com mercado seguro, mas este exercício vai equilibrar a nossa balança comercial”, declarou o chefe de Estado moçambicano.
O Governo, que definiu a agricultura como uma prioridade da economia moçambicana, tem apontado a industrialização do setor e aposta na comercialização como um dos seus principais desafios.
No âmbito das estratégias para reforçar a capacidade dos pequenos agricultores e impulsionar a industrialização, o Governo de Moçambique lançou, em fevereiro de 2017, o programa “Sustenta”, que tem sido o pilar do setor agrário nos últimos tempos.
O programa contou com um apoio inicial de 16 mil milhões de meticais (218 milhões de euros, no câmbio atual), desembolsados pelo Banco Mundial.
Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência.