Segunda-feira, Junho 16, 2025
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Iniciativa Cinturão e Rota impulsiona desenvolvimento de países parceiros

A iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative, em inglês) é uma estratégia de desenvolvimento adotada pelo governo chinês que fez crescer diversos países parceiros projetando monumental de infraestruturas e de desenvolvimento económico local.

Na África particularmente, foi construída a maior ponte suspensa do continente africano em Moçambique. O viaduto faz a ligação entre Maputo e Katembe e é a mais cara obra pública do país depois da independência.

A ponte foi financiada e construída pela China, um empreendimento “chave na mão” que arrancou com um valor base de 785 milhões de dólares, incluiu a construção de 200 quilómetros de estradas, tais como a via circular à capital e a ligação à Ponta do Ouro, junto à fronteira com a África do Sul (com outras cinco pontes menores).

A construtora chinesa China Road and Bridge Corporation (CRBC), foi a empresa responsável pela construção da ponte Maputo-Katembe e da Estrada Circular de Maputo, no âmbito da parceria entre os governos chinês e moçambicano, inserida na iniciativa Cinturão e Rota.

Segundo o director-geral da Representação de Moçambique da CRBC, Bai Pengyu, a implantação da ponte, nota-se uma melhoria na vida das pessoas, com o surgimento de novas infraestruturas de relevância para a economia local e geração de postos de trabalho na região.

“A maior parte dos trabalhadores envolvidos na construção da ponte acabou por fixar residência no distrito, contribuindo para a expansão das áreas urbanas”, disse.

Explicou, por outro lado, que muitos trabalhadores envolvidos na construção dos projectos não tinham conhecimento técnico, mas ganharam experiência e hoje trabalham noutras empresas.

A ponte Maputo-Katembe tem um tabuleiro suspenso de 700 metros e duas rampas com pouco mais de um quilómetro cada, atravessando a baía a 60 metros de altura da água suficiente para sob ela navegarem os cargueiros que passam pelo porto de Maputo.

A ponte foi inaugurada a 10 de novembro de 2018, ligando os lados sul e norte da Baía de Maputo, capital do país. Na cerimônia de inauguração, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que a ponte concretizou um sonho do seu povo de muitos anos.

A CRBC manifestou recentemente a disponibilidade de apoiar a implementação, no próximo ano, do projecto de metrô de superfície na região metropolitana do Grande Maputo.

A pretensão foi tornada pública pelo director-geral da Representação de Moçambique da CRBC, Bai Pengyu, realçando que já existe um projecto conceptual submetido às autoridades governamentais para construir um corredor.

As obras para construção do metrô de superfície para solucionar os problemas de mobilidade na área metropolitana estava previsto para começar este ano, mas tiveram que ser reprogramadas devido a questões conjunturais.

Cinturão e Rota fez crescer economia e reduzir o custo de vida

A ponte Maputo-Katembe, trouxe consigo o desenvolvimento em Moçambique, pois através dela foi possível notar várias outras infraestruturas erguidas de outro lado do mar. É o caso da fábrica de cimento Dugongo, instalada no distrito de Matutuíne, na província de Maputo.

A fábrica de cimento, inaugurada em 2021, pelo presidente moçambicano, Filipe Nyusi, faz parte do pacote da iniciativa do Cinturão e Rota, no capítulo da construção de infraestruturas e de interconectividade e na cooperação pragmática entre Moçambique e China.

Em nível social, a Dugongo fornece o cimento ao mercado nacional em quantidade, qualidade e a preço aceitável visando contribuir para o desenvolvimento de Moçambique.

Para a construção da fábrica, foram investidos cerca de 600 milhões de dólares, a empresa tem a capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de cimento por ano, empregando 500 pessoas, das quais 400 são moçambicanos.

Diferentemente das outras catorze unidades industriais existentes no país, a fábrica  de Matutuíne tem a particularidade de utilizar matéria-prima local.

Leia também:

https://portuguese.cri.cn/2023/10/17/ARTIgf2Z0i69unpwIqNLm6Eb231017.shtml

 

Dívida elevada será sustentada pelas exportações de gás, diz o FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a dívida de Moçambique está em alto risco de sobre-endividamento, mas é vista como sustentável, em virtude das receitas significativas que virão do gás no final da década.

“A Análise de Sustentabilidade da Dívida (DSA) permanece inalterada em relação à análise realizada quando o programa, de ajustamento financeiro, foi aprovado em Maio de 2022; a dívida pública externa é avaliada como estando em alto risco de sobre-endividamento”, disse o economista Thibault Lamaire em entrevista à Lusa, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram esta semana em Marraquexe.

Para este economista do departamento africano e um dos autores do relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais para a África Subsariana, a situação pode mudar quando os projectos de exploração de gás entrarem em funcionamento, garantindo a Moçambique um elevado volume de receitas fiscais que podem ser utilizadas para melhorar os parâmetros que são analisados na ASD.

“Em termos prospectivos, a dívida pública é considerada sustentável, uma vez que uma percentagem elevada do endividamento futuro projectado reflecte a participação do Estado nos grandes projectos de gás natural liquefeito, que será reforçada diretamente com as receitas futuras do gás natural liquefeito, que se prevê que sejam significativas”, acrescentou o economista.

Na semana passada, o director do departamento africano do FMI tinha afirmado que oito países precisavam de reestruturar a sua dívida, tendo o Fundo posteriormente apontado São Tomé e Príncipe e Moçambique como fazendo parte dessa lista, tendo em conta o DSA.

Para este ano, Thibault Lamaire apresentou uma previsão de crescimento de cerca de 6 por cento, “impulsionado pelas indústrias extractivas, incluindo o Coral Sul, o primeiro projeto de gás natural liquefeito a iniciar a produção em outubro de 2022, e apoiado pelas actividades mineiras”.

O FMI previu ainda “o início da produção de dois projectos de gás natural liquefeito em terra em 2027 e 2029, que terão um impacto positivo no crescimento devido ao impacto da produção nas receitas fiscais e na conta corrente”.

 

 

 

Exportação de ilmenite de Pebane atinge 372 mil toneladas

O distrito de Pebane, província da Zambézia, centro de Moçambique, exportou pouco mais de 372 mil toneladas de ilmenite entre 2020 e 2022, como resultado do crescimento da exploração de areias pesadas naquele ponto do Centro do país.

Neste mesmo período, o principal destino deste recurso foi o mercado chinês, que assumiu-se como maior comprador. Estes números foram alcançados através da execução do projecto da Tazetta Resources, que explora ilmenite e zircão em Quichanga desde Março de 2019.

Os dados foram obtidos através dos últimos relatórios anuais da empresa que o “Notícias” teve acesso. Estes avanços demonstram o potencial existente em Pebane, o que abre espaço para maior crescimento do sector.

Em 2020 a exportação de ilmenite atingiu 102.9 mil toneladas, tendo se registado um aumento de mais de 30 toneladas em 2021, altura em que o volume indicou 138.1 mil, e em 2022, 132 mil toneladas.

No primeiro ano a produção mensal foi de nove mil toneladas, em 2021 cerca de 11 mil toneladas e em 2022 os números atingiram nove mil toneladas.

De forma conclusiva, os resultados apontaram, então, para 367.735 toneladas de ilmenite e 32.255 de zircão nos três anos analisados.

Considera-se que o volume de produção, que tende a acentuar-se, poderá contribuir para afirmação do sector, com potencial para atrair novos parceiros.

A execução deste projecto espera-se que contribua, também, para o desenvolvimento do distrito. O ilmenite é utilizado no fabrico de pigmento de dióxido de titânio e metal de titânio. O pigmento de dióxido de titânio tem alta opacidade e brancura brilhante, sendo utilizado em tintas, papel e plástico.

A Tazetta Resources é uma sociedade unipessoal por quotas, tendo por objecto social principal o exercício de actividade de prospecção, exploração, produção, processamento e comercialização de produtos mineiros.

Com um tempo de vida estimado em 15 anos, o projecto resulta de um investimento de 16 milhões de dólares norte-americanos de investidores russos.

Projecto BRT reabilita 17 quilómetros de estradas em Maputo e Matola

Pelo menos 17 quilómetros de estradas serão reabilitadas e asfaltadas nas cidades de Maputo e Matola, sul de Moçambique, no âmbito do projecto de melhoria da mobilidade urbana na Região Metropolitana do Grande Maputo.

O projecto será implementado pelo Ministério de Transportes e Comunicações (MTC) e prevê a reabilitação da avenida 24 de Julho, entre as avenidas da Tanzania e Zâmbia, na cidade de Maputo, capital do país, numa extensão de 3,2 quilómetros, cuja empreitada será aprovada dentro de dias.

Fátima Artur, coordenadora do Projecto de Mobilidade “MOVE Maputo”, que avançou o facto, realçou que as obras incluem a construção de uma terceira faixa no sentido ascendente.

Merecerão igualmente, trabalhos de reabilitação a avenida da ONU e as ligações entre Fernão Magalhães e 25 de Setembro, numa extensão aproximada de 1,7 quilómetros.

Do lado do Município da Matola decorre a adjudicação de trabalhos de asfaltagem dos troços Molumbela/Kongolote, numa extensão de 2,4 quilómetros, Estrada Circular/Boquisso (6,7 quilómetros) e Estrada Circular Matlemele/Nwamatidjana (3,0 quilómetros).

As intervenções estão integradas no projecto de construção de corredores dedicados aos veículos de transporte de passageiros Bus Rapid Transit (BRT), financiado pelo Banco Mundial na ordem de 250 milhoes de dólares norte-americanos.

O corredor compreenderá um troco segregado de 22 quilómetros, que se estende desde a baixa da cidade de Maputo até a rotunda de Missão Roque, passando das praças de Combatentes e da Juventude.

Posteriormente em vias não segregadas, com uma extensão de 32 quilómetros, a ligar Missão Roque até Albazine, Zimpeto, Matola Gare e Marracuene, com seis rotas.

Artur disse que as obras deverão ganhar corpo a partir do segundo semestre do próximo ano, após a conclusão do levantamento das infra-estruturas a serem afectadas pelo traçado do projecto.

Disse ainda que o sector nesta neste momento está à procura de um consultor que deverá mapear tudo que existe no corredor BRT e identificar as necessidades de reassentamento.

A iniciativa contempla ainda, para além do BRT, acções do fortalecimento institucional e regulador do Transporte Urbano e profissionalização da indústria do transporte público.

Entrevista com Damien Howard do Mozambique Gas Summit

Conversámos com Damien Howard, Vice-Presidente de Energia na DMG Events, acerca do Mozambique Gas and Energy Summit and Exhibition. Com 8 anos de existência, este evento tem desempenhado um papel importante desde os primeiros anúncios da descoberta do gás em Moçambique.

Sob o lema “Desenvolvendo o Sistema Integrado de Energia Sustentável de Moçambique”, o evento aconteceu na sua 9ª edição, na capital moçambicana, Maputo, entre os dias 27 e 28 de Setembro de 2023.

Ficamos a saber como o evento tem ajudado a conectar moçambicanos e a indústria e a oferecer oportunidades de networking para as PMEs. Vamos conhecer melhor a visão de Damien.

Quais foram os pontos mais altos do Mozambique do MGSEE 2023 e que objectivos foram alcançadas?

O Mozambique Gas and Energy Summit é um dos eventos mais antigos da DMG. Tem sido fantástico trabalhar, ao longo dos anos, em parceria com a ENH, e com o governo para realmente compreender as oportunidades para o país.

Para nós, o objectivo sempre foi garantir que toda a cadeia de valor do gás e energia esteja representada. Esta é uma plataforma em Moçambique para que a comunidade internacional de gás e energia possa interagir com proponentes de projetos governamentais, players regionais e claro, moçambicanos e empresas locais.

Esforçamo-nos por garantir que seja um evento empreendedor e inovador, com valor e propósito. Acredito que os objetivos estão a ser alcançados nessa perspectiva.

Como compara esta edição com os anos anteriores?

Pela primeira vez, o Mozambique Gas and Energy Summit e a exposição esgotaram em termos de espaço de exposição disponível. Para nós, isso é um indicador significativo em várias dimensões. Primeiro, demonstra que há um crescente apetite por investimento em Moçambique. Em segundo lugar, que existem oportunidades emergentes no sector de energia, não apenas em gás e energia. Por último percebemos também um aumento de oportunidades nos domínios das energias renováveis e novas energias.

A exposição aumentou consideravelmente, com uma grande afluência de delegados internacionais. Para além do crescimento da exposição, tivemos também mais áreas de exposição de países tais como o França, os EUA, o Reino Unido e a Itália.

O nosso evento atraiu delegações do Congo, Tanzânia e tivemos também contingentes importantes da África do Sul, Nigéria, UEA e EUA. Estes desenvolvimentos provaram o sucesso desta edição.

Qual é o impacto do MGSEE na indústria tanto em Moçambique como além-fronteiras?

Só no sector de energia a DMG tem cerca de 180 conferências e exposições em todo o mundo, todavia, tentamos, sempre que possível, garantir que haja uma interconexão e interação entre todas estas conferências.

Seja na China, Dubai, Calgary ou Maputo, entendemos que haverá sempre oportunidades para o desenvolvimento de projetos de energia, seja no investimento, licitação, adjudicação ou até mesmo aprendizagem.

Fomentamos a interconexão global entre todos os Eventos. O nosso trabalho não é apenas fornecer a plataforma, mas também criar oportunidades entre diferentes nações, porque a indústria global de energia é muito interconectada.

Por exemplo, a delegação nigeriana que trouxemos ofereceu perspetivas sobre o desenvolvimento de conteúdo local na indústria de petróleo e gás. Na Nigéria, o conteúdo local está consagrado em lei há cerca de 10 anos. Todas estas discussões ajudam a elevar a indústria global de gás.

Como prevê o futuro do MGSEE em Moçambique?

Se, em 2012, pudéssemos ter olhado para 2023 e visto o quão longe chegámos, sentir-nos-íamos, claro, como nos sentimos agora: muito orgulhosos e muito entusiasmados. Estivemos lá a cada passo, testemunhando oportunidades surgirem e vimo-las converterem-se em projetos tangíveis que estão agora a ser entregues.

Mas o que está além disso? Estamos sempre a esforçar-nos não só para ultrapassar os nossos próprios limites e inovar, mas também para realmente ouvir e compreender a nossa comunidade, o nosso público.

Desde dar oportunidade e premiar os empreendedores e pequenas SMEs, fomentar e dar voz ao Forum das Mulheres na energia até contar os casos de sucesso dos profissionais do sector o MGSEE tem sido uma plataforma para todos.

Como objetivo futuro para o nosso 10º evento gostaríamos de abrir um escritório em Moçambique. Tendo já escritórios locais no Egipto, África do Sul e Nigéria, pois isso para nós, seria a melhor forma de celebrar a nossa 10ª edição.

De visita a Moçambique: Meloni diz que Itália incentiva transformação local de matérias-primas

A Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou hoje, em Maputo, que a Europa deve abandonar a cooperação “paternalista” com África e ajudar os países a tirar partido dos recursos locais, nomeadamente a transformação local de matérias-primas.

“O Governo italiano considera hoje que a energia é um sector cada vez mais decisivo, sobretudo nas parcerias estratégicas entre a Europa e África. Na minha opinião, devemos afastar-nos das formas de cooperação do passado, que defendiam uma abordagem muito paternalista. Não é isso que é necessário para construir relações sólidas e duradouras”, afirmou Meloni após um encontro com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

“O que é preciso é encontrar investimentos a longo prazo que possam trazer benefícios para todos os intervenientes, que aproximem as diferentes nações, e a energia é um desses factores”, salientou, lembrando que África é um “grande produtor de qualquer tipo de energia” e que a Itália, tal como o resto da Europa, viu-se “numa situação difícil de abastecimento energético”, com o conflito na Ucrânia.

Por isso, a governante observou que é ”possível construir novas relações entre os dois continentes” e que a aposta deve ser a de transformar as suas matérias-primas nos respectivos países africanos: “E assim prosperar graças aos recursos de que dispõem”.

A também eurodeputada salientou ainda que a produção agrícola em África deve ser uma prioridade para os países europeus.

Após o encontro com o chefe de Estado moçambicano, o presidente do Conselho de Ministros de Itália reconheceu ainda que “é preciso fazer mais” nas relações entre os dois países, focando outras áreas para além do gás natural.

“Moçambique é um país com grandes potencialidades e perspectivas, que tem um papel geoestratégico muito importante”, disse Giorgia Meloni, esperando que os recursos de gás natural – a petrolífera italiana Eni está a explorar uma dessas áreas no norte do país – sejam uma “enorme oportunidade para Moçambique” e para “fortalecer” as relações entre os dois países.

O chefe do governo italiano é acompanhado nesta visita a Maputo, durante algumas horas, pelo diretor da empresa petrolífera italiana Eni, Claudio Descalzi. A Eni está a celebrar o seu 70º aniversário e procura em África fontes alternativas de fornecimento de gás natural.

 

 

 

Kenmare espera cumprir as metas deste ano, após o reforço da produção no terceiro trimestre

A Kenmare está no bom caminho para atingir a sua meta de produção para o ano inteiro na sua mina de Moma, em Moçambique, após o reforço da produção no terceiro trimestre, afirma o director geral, Michael Carvill.

A produção do concentrado de minerais pesados diminuiu 7 por cento em relação ao ano anterior, para 414.600 toneldas, mas foi 30 por cento superior à do segundo trimestre deste ano.

A produção de ilmenite diminuiu 4 por cento em relação ao ano anterior, mas aumentou 32 por cento em relação ao trimestre anterior, enquanto a produção primária de zircão diminuiu 18 por cento em relação ao ano anterior, mas aumentou 22 por cento em relação ao trimestre anterior.

As remessas totais de produtos acabados da Kenmare atingiram 163.400 toneladas no terceiro trimestre.

“Após os fortes preços dos produtos na primeira metade deste ano, a actividade económica global mais fraca teve impacto nos mercados dos produtos da Kenmare no terceiro trimestre, embora a procura da nossa ilmenite de alta qualidade continue a ser resistente”, afirmou o gestor.

A expectativa da Kenmare é que o estudo de viabilidade definitivo para a actualização e relocalização da Planta de Honcentrador Húmido A (Wet Concentrator Plant A) esteja concluído no primeiro semestre de 2024, com encomendas já feitas para as dragas de substituição, dados os seus longos prazos de entrega.

Conteúdo local: Empresas nacionais cadastradas na base de dados de GNL

Cerca de 350 empresas moçambicanas foram, até ao momento, cadastradas na base de dados das multinacionais que operam no sector de petróleo e gás, na Área 4 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, no âmbito da implementação do plano de conteúdo local.

De acordo com Giorgio Vicini, representante da petrolífera italiana Eni em Moçambique, 21 por cento do global das empresas registadas são pequenas e médias, que receberam formação para melhorar as suas habilidades no sector de petróleo e gás.

Segundo Vicini, que falava recentemente em Maputo, com a implementação do plano de conteúdo local o Projecto Coral Sul FLNG procura maximizar a participação das empresas locais no fornecimento de bens e prestação de serviços, promovendo um ambiente de desenvolvimento empresarial.

A petrolífera italiana está a preparar-se para a implantação de uma segunda plataforma flutuante na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, depois de ter começado o carregamento do Gás Natural Liquefeito em Novembro de 2022.

Durante a Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique que decorreu entre os dias 27 e 28 de Setembro, a companhia anunciou que já tinha efectuado o 28º carregamento do produto para o mercado internacional.

Esta semana, informou que espera ver tomada a Decisão Final de Investimento sobre a segunda platorma, no seu Projecto denominado Coral Norte, até meados de 2024.

O Gás Natural de Moçambique é visto como uma das importantes fontes de energias limpas no contexto da efectivação da agenda de transição energética a nível doméstico e no âmbito ineternacional.

A cadeia de valor do sector energético em Moçambique privilegia o conteúdo local, considerando que os megaprojectos decorrentes no país devem impactar directa e indirectamente o ambiente de negócio e  à população locais.

Moçambique com 2 milhões e uma subvenção de 877.980 USD para o acesso dos agricultores aos fertilizantes

O Mecanismo Africano de Financiamento de Fertilizantes vai conceder uma garantia parcial de crédito comercial de 2 milhões de dólares e uma subvenção de 877.980 dólares à Parceria Africana de Fertilizantes para o Agronegócio, para apoiar a distribuição de 60 mil toneladas métricas de fertilizantes a 300 mil pequenos agricultores nas províncias moçambicanas de Tete, Manica, Sofala e Gaza.

O aparecimento de grandes focos de produção de arroz, milho e soja, incluindo nestas províncias, aumentou a procura e a utilização de fertilizantes para a produção.

Moçambique é, portanto, um mercado em crescimento e, com a abordagem correcta, é possível desenvolver o mercado a médio e longo prazo, conidera o Banco Africano para o Desenvolvimento.

Esta garantia de crédito, designada por Projecto de Financiamento de Fertilizantes para a Gestão Sustentável da Agricultura, irá melhorar a produtividade agrícola, facilitando o acesso e a utilização de fertilizantes pelos pequenos agricultores.

O projecto também dará formação a 5 por cento dos agricultores-alvo sobre a utilização de sementes melhoradas, pacotes equilibrados de nutrição e proteção das culturas e melhores práticas agrícolas, estando 40 por cento das mulheres entre os beneficiários.

A facilidade de crédito para fertilizantes vai reduzir os riscos inerentes ao facto de os fornecedores emprestarem fertilizantes aos grossistas a crédito, o que pode dificultar a obtenção de bons fertilizantes pelas explorações agrícolas.

“Para além de disponibilizar fertilizantes através do acesso ao financiamento, o projecto também apoiará a melhoria da saúde dos solos e o aumento da produção alimentar através da melhoria e restauração integradas da fertilidade dos solos, do reforço das capacidades e das actividades de desenvolvimento comunitário”, afirmou Marie Claire Kalihangabo, Coordenadora do Mecanismo de Financiamento de Fertilizantes em África.

O Conselho de Administração do Banco Africano de Desenvolvimento aprovou o projecto de Financiamento de Fertilizantes para a Gestão Sustentável da Agricultura a 22 de setembro de 2023.

 

 

 

 

 

 

 

 

Em Marrakesh: nações africanas solicitam desbloqueio ao financiamento energético

Os Países africanos solicitam o desbloqueio do financiamento climático e energético para o continente, avaliado em cerca de 2,8 biliões de dólares, cuja contribuição dos países africanos é de 10 por cento do valor, segundo anunciou o Ministério da Economia e Finanças (MEF).

A solicitação está contemplada num documento designado Memorando Anual do African Caucus foi entregue a Kristalina Georgieva, directora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), e ao Ajay Banga, Presidente do Grupo Banco Mundial (GBM) pelo Olavo Garcia, Vice-Primeiro ministro de Cabo Verde e Presidente do African Caucus 2023.

O continente africano necessitará de investimentos substanciais no sector energético no valor de 200 mil milhões de dólares entre 2021 e 2030, ou seja, cerca de 20 mil milhões de dólares por ano para garantir o acesso à eletricidade a mais de 600 milhões de pessoas e à energia limpa a cerca de 900 milhões de pessoas.

O documento entregue no âmbito das Reuniões Anuais das duas insttituições financeiras que decorre em Marrocos, reflecte a posição “harmonizada” dos ministros das Finanças e dos Governadores do Bancos Centrais dos 54 países Africanos sobre questões de financiamento ao desenvolvimento nas economias africanas.

O memorando, saído da última Reunião do African Caucus, que teve lugar nos dias 6 e 9 de Junho de 2023, na Ilha do Sal/Cabo Verde, insta o FMI e o GBM a garantir a sustentabilidade da dívida pública em África, “exortando as Instituições de Brettom Woods a intensificarem o apoio para uma implementação eficaz e mais rápida do Quadro Comum do G20 para o Tratamento da Dívida incluindo o aumento do apoio técnico para a reestruturação da dívida”.

Neste sendtido, os países africanos pediram que os empréstimos de curto prazo com juros elevados sejam convertidos em empréstimos de longo prazo com juros baixos, inclusive para redução da dívida, suspensão da dívida durante períodos de negociação e cancelamentos definitivos para países em situação de sobre endividamento.

O memorando insta, entre outras questões, ao Banco Mundial a adicionar cláusulas contingentes ao Estado aos acordos de financiamento que permitam a suspensão do pagamento da dívida em caso de catástrofes naturais ou choques exógenos que desencadeiem uma crise económica ou financeira.