Domingo, Junho 15, 2025
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Mais de 1300 PMEs encerradas devido a covid-19

O impacto negativo da covid-19, forçou o encerramento de mais de 1300 pequenas e médias empresas de Moçambique e milhares de trabalhadores viram os seus contratos suspensos.

A Associação das Pequenas e Medias Empresas defende que só a criação de um banco de desenvolvimento genuinamente moçambicano poderá ajudar a recuperar a situação através da abertura de linhas de financiamento com taxas comportáveis.

“[É preciso] Um banco de desenvolvimento, só assim se pode facilitar as pequenas e médias empresas a contrair investimento, mas no Estado moçambicano, o dinheiro está nos bancos comerciais. E nós sabemos que o negócio do banco é vender dinheiro e as suas taxas, por si só, não vão baixar tanto ao ponto de facilitar para as pequenas e médias empresas”, afirmou Feito Tudo Male, presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas.

Na primeira vaga da covid-19 no país, cerca de 90% das pequenas e médias empresas de Moçambique foram forçadas a encerrar, com a Associação que as defende a denunciar já na altura que os apoios não eram suficientes.

Dados do Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique indicam que o sector do turismo é dos mais prejudicados com a eclosão da covid-19 em Moçambique.

A terceira vaga da pandemia no país está a ser severa e nas últimas duas semanas houve uma média diária de 20 óbitos, com 1.400 novas infecções pelo novo coronavírus e acima de 50 internamentos.

Presidente da ACIS incentiva as empresas a filiarem-se em associações

O Presidente da Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS) Luís Magaço Jr., encoraja os empresários a filiarem as suas empresas em associações de modo a criarem uma voz única e obterem respostas coordenadas para os problemas que enfrentam.

Falando por ocasião da passagem dos 20 anos da fundação da ACIS, Luís Magaço disse que o associativismo joga um papel importante na satisfação das necessidades das empresas, bem
como na proteção e salvaguarda dos seus direitos.

“Dentro das associações, as empresas têm sempre um organismo que advoga os seus direitos, por isso, é fundamental que todos os indivíduos, sejam eles singulares, ou colectivos, sempre se agreguem em colectividades e a ACIS é altamente propugnante de associações que representem os seus membros, falem em seu nome e satisfaçam as suas necessidades”, disse.

Segundo Luís Magaço, as associações, por sua vez, devem ser orientadas por três vectores,
nomeadamente: servir os associados, advogar os seus direitos e promover oportunidades de
negócios a favor dos membros.

“Diria que servir e advogar a favor do membro é o principal objectivo de uma associação.
Quando o membro tem alguma preocupação, deve-se poder apoiar esse membro e orientá-lo à
saídas que satisfaçam as suas necessidades. Deve-se igualmente ajudá-lo a encontrar novos
mercados, novas áreas de actuação, neste caso, com feiras ou seminários, para que as empresas possam crescer e prosperar”, afirmou.

No ano da sua fundação, em 2001, a ACIS, então Associação Comercial e Industrial de Sofala, foi criada com o objectivo de servir às empresas de origem estrangeira que operavam na região centro do país, tendo rapidamente se transformado numa organização relevante, abordando igualmente temas de interesse das empresas nacionais.

Dado ao sucesso ascendente da associação, a Assembleia Geral decidiu, em Agosto de 2011,
ampliar a cobertura do universo das empresas para outras províncias e outros sectores, tornando-se uma organização nacional e adoptando a designação actual.

Hoje, com o estatuto de maior associação empresarial em Moçambique, a ACIS representa cerca de 400 Pequenas, Médias e Grandes Empresas, entre nacionais e estrangeiras e define-se como uma entidade agregadora de todo o sector empresarial moçambicano, visando a melhoria do ambiente de negócios.

Luís Magaço atribui o sucesso da Associação ao respeito pela ética e deontologia no exercício de serviço ao membro.

“Esse é o resultado quando, no seu percurso, as organizações são suficientemente transparentes na sua governação, realizam Assembleias Gerais, têm as suas contas auditadas e os corpos sociais renovados”, jubilou.

A Associação celebra 20 anos de existência, num contexto em que o país se vê assolado por
crises cíclicas, enfrentando tragédias naturais, terrorismo e uma pandemia viral que atenta contra a estabilidade das empresas.

O Presidente da ACIS manifesta-se confiante na superação desses desafios e acredita que a
Associação estará presente nos momentos cruciais do desenvolvimento económico nacional.

“Esta crise não é a primeira e não será a última que teremos e que havemos de vencer. Em todos os momentos a ACIS soube ser uma organização actuante, interventiva e que aborda questões que directamente envolvem os interesses das empresas, da protecção do negócio, do mercado e do comércio. No contexto actual, tem estado atenta a acompanhar o desenvolvimento da sua massa associativa e a trabalhar com o governo e parceiros do sector privado na mitigação desses desafios. Apoiamos não só as empresas a encontrarem respostas para as suas preocupações, mas também a assegurar que os interesses superiores do Estado sejam respeitados”, finalizou.

Sua empresa já está posicionada no mercado das redes sociais?

Já se foi o tempo em que os produtos e serviços só poderiam ser vendidos presencialmente, em mercados, na rua ou até porta a porta, quando as empresas eram mais ousadas.

É engraçado que actualmente as empresas continuam a invadir as nossas casas, os nossos trabalhos, as nossas vidas, mas hoje, sem sequer pedir licença. Temos empresas vendendo produtos, anunciando serviços, tudo em nossos celulares e computadores.

E a sua empresa, já está nas redes sociais? Tem alguma conta com o nome da sua empresa no facebook, no instagram, no linkedin? Tem anúncios no Google Ads? As pessoas podem entrar em contacto, pedir cotação ou qualquer outra informação sobre o seu negócio através do whatsapp?

Se a resposta for não, pode crer que há um mundo que não está a explorar e que pode melhorar exponencialmente suas vendas.

O mundo corre cada vez mais para o digital, temos serviços bancários digitais, pagamos várias contas pelos celulares e computadores, compramos roupas, mandamos vir comidas de diferentes estabelecimentos de restauração, pesquisamos sobre preços, compramos passagens, reservamos quartos de hotéis ou mesas em restaurantes… enfim, temos um verdadeiro mercado digital e as empresas que não migram para essa área digital, provavelmente terão alguma dificuldade em “sobreviver”.

A pandemia do coronavírus que nos assola, veio enfatizar a importância de migrar para os negócios digitais e as redes sociais, principalmente o facebook e instagram que são das mais usadas, são um grande canal de compra e venda.

Numa situação onde quanto menos socializarmos ou formos a rua melhor, para manter a nossa segurança, não será mais seguro mandar vir a comida que íamos comprar na rua, comprar a partir de casa a energia que nos levaria as filas ou a roupa que precisamos?

Agora pense, se o seu negócio não é digital, não tem redes sociais e as pessoas não têm predisposição para sair de casa, como você vende? Será que as vendas de quem tem uma montra nas redes sociais não são mais elevadas?
É verdade que não é linear mas estar onde os seus potenciais clientes estão ajuda muito.

Mas veja bem, não é simplesmente criar uma conta nas redes sociais mais interactivas e já está. Há que elaborar um bom plano de gestão de redes sociais de modo a garantir que o seu conteúdo tenha relevância para seus seguidores/clientes.
Não se esqueça que para além de si, há milhões de outras pessoas e empresas nas redes sociais que também partilham conteúdos e tentam vender produtos e serviços.

Crie um diferencial, ofereça qualidade, facilite a interação com o público, crie engajamento do público-alvo com as postagens da sua página, construa autoridade na sua área de actuação. Estude o seu produto ou serviço, o comportamento do seu público alvo e crie uma estratégia.

Faça das redes sociais uma aliada e use dessa ferramenta que é tão bem quanto maldita a seu favor e sucessos.

O Banco de Moçambique não altera as taxas de juro

O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique (CPMO), decidiu manter inalteradas as principais taxas de juro utilizadas pelo banco.

Assim, a Taxa do Mercado Monetário Interbancário (MIMO), utilizada pelo banco central para as suas intervenções no mercado monetário interbancário para regular a liquidez, mantém-se em 13,25%, depois de ter sido aumentada em 300 pontos percentuais no final de Janeiro.

Do mesmo modo, a Facilidade de Crédito Permanente (a taxa de juro paga pelos bancos comerciais ao banco central pelo dinheiro emprestado no Mercado Monetário Interbancário) mantém-se em 16,25%, e a Facilidade de Depósito Permanente (a taxa paga pelo banco central aos bancos comerciais pelo dinheiro que depositam com ela) também se mantém inalterada, em 10,25%.

A CPMO também deixou inalterado o coeficiente de reserva obrigatória, o montante de dinheiro que os bancos comerciais devem depositar no Banco de Moçambique, em 11,5 por cento para a moeda local e 34,5 por cento para a moeda estrangeira.
Uma declaração da CPMO afirmou que “a decisão reflecte as perspectivas de manter a inflação a um dígito (ou seja, menos de dez por cento), apesar do agravamento dos riscos e incertezas, particularmente as implicações para a economia da terceira vaga da Covid-19”.

Esses riscos e incertezas incluem também a instabilidade militar contínua no norte de Moçambique, os efeitos dos recentes motins na África do Sul, o fortalecimento do dólar americano, e o aumento dos preços internacionais do petróleo e dos produtos alimentares.

A previsão da inflação foi revista no sentido ascendente, disse a CPMO. A taxa de inflação anual subiu de 5,49 por cento em Maio para 5,52 por cento em Junho, o que a CPMO atribuiu à depreciação da moeda nacional. Esperava que a inflação acelerasse a curto e médio prazo, impulsionada por aumentos dos preços internacionais das mercadorias.

Espera-se uma lenta recuperação da economia para o resto deste ano e em 2022. A CPMO colocou o crescimento económico no primeiro trimestre de 2021 em 0,12 por cento “impulsionado pelo desempenho positivo da agricultura e serviços públicos”.

Contudo, advertiu que “o regresso do crescimento económico aos níveis anteriores à pandemia exigirá o aprofundamento das reformas estruturais na economia, procurando reforçar as instituições, melhorar o ambiente empresarial, atrair investimentos e criar empregos”.

As reservas internacionais do país permanecem “a níveis confortáveis”, acrescentou a declaração. As reservas são actualmente de 3,8 mil milhões de dólares americanos, o suficiente para cobrir mais de seis meses de importações de bens e serviços.

A agência Fitch mantém ‘rating’ de Moçambique em CCC

Devido às preocupações com a dívida, o financiamento externo e a falta de resolução judicial das chamadas ‘dívidas ocultas’, a agência de notação financeira Fitch decidiu manter o ‘rating’ de Moçambique em CCC.

“O ‘rating’ de Moçambique reflecte os riscos dos elevados níveis de dívida para a sustentabilidade da dívida, as limitadas fontes de financiamento, que se juntam aos elevados défices orçamental e necessidade de financiamento externo, e a falta de resolução da dívida do sector público”, escrevem os analistas da Fitch Ratings.

Na nota que acompanha a decisão de manter o ‘rating’ do país em CCC, bem abaixo na escala de recomendação de não investimento, ou ‘lixo’, como é geralmente conhecido, a Fitch escreve que “o impacto da pandemia e os riscos de segurança aumentam a pressão sobre a despesa pública de curto prazo” e acrescenta que, “num contexto de limitadas fontes de financiamento, isso pode ter um impacto negativo nas perspectivas de crescimento a médio prazo e aumentar os desafios sobre a sustentabilidade da dívida”.

O rácio da dívida pública face ao PIB de Moçambique, um dos mais elevados da África subsaariana, “aumentou para 121% do PIB, reflectindo em grande medida o impacto da depreciação do metical em 18%”, lê-se na nota, que lembra que 83% da dívida pública é detida em moeda externa, principalmente dólares, e é por isso significativamente afectada pela evolução do câmbio da moeda nacional, o metical.

Os analistas estimam que o rácio da dívida pública desça para cerca de 120% até 2023 devido à consolidação orçamental, recuperação económica, depreciação moderada da taxa de câmbio e endividamento da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos para financiar a sua participação nos mega projectos de exploração de gás natural, no norte do país.

O PIB de Moçambique, depois de ter registado uma contracção de 1,2% em 2020, deverá crescer 1,8% este ano, acelerando para 3,4% e 4% nos próximos dois anos, aproximando-se da tendência de crescimento registada antes da pandemia.

No entanto, advertem, “as perspectivas de crescimento económico são sensíveis aos eventos climatéricos adversos, à evolução da pandemia e à situação nos principais mercados exportadores”.

Na explicação da manutenção da opinião sobre a qualidade do crédito soberano em CCC, o segundo pior a seguir a um Incumprimento Financeiro (‘default’) e que indica uma “possibilidade real de incumprimento” das obrigações financeiras, a Fitch sugere ainda que um programa de apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional poderia funcionar como “uma âncora para as políticas” e poderia também “melhorar as condições de financiamento”.

Criada comissão para apurar causas do encerramento da Cimento Nacional

Foi criada uma comissão de trabalho pelo Governo, para apurar as causas que ditaram o encerramento da empresa Cimento Nacional, no Parque industrial de Beluluane, província de Maputo.

A empresa encerrou sem comunicar às autoridades deixando à sua sorte mais de trezentos trabalhadores.

A secretária de Estado na província de Maputo, Vitória Diogo, disse, à Rádio Moçambique, que a criação da comissão vai permitir a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores.

“ Mandou-se um expediente para a Procuradoria para se ver em termos legais o que é que tem que ser feito, constituímos uma comissão, estão a trabalhar, já entraram em contacto com alguns do gestores, que infelizmente estão fora do país, para que constituam um representante porque há normas que têm que ser obedecidas por forma a garantir que, se no caso de encerramento da empresa, se cumpram com os procedimentos de poder indemnizar os trabalhadores e assegurar que tudo o que o quadro legal dita em relação a matéria desta natureza, possa ser salvaguardada”, disse.

O encerramento da empresa Cimento Nacional no maior parque industrial na província de Maputo, acontece numa altura em que o sector do cimento se ressente da forte concorrência no mercado nacional.

Standard Bank diz-se capacitado para resistir ao impacto das sanções

O Standard Bank Moçambique disse que “está bem capitalizado e tem capacidade suficiente para gerir os riscos que possam surgir no mercado”, depois que foi suspenso no mês passado do sector cambial pelo que o banco central descreveu como “infracções graves”.

Numa declaração aos clientes e parceiros comerciais, o banco disse que ao longo dos anos construiu uma estabilidade que ofereceu resistência aos efeitos da decisão do supervisor do sector, com “um sólido e robusto historial de 127 anos no mercado, o que faz dele a instituição financeira mais antiga do país”.

Observou que faz parte do maior grupo bancário africano, com sede na África do Sul, que tem mais de 150 anos.

O Standard Bank Moçambique disse que estava a finalizar o processo de nomeação de um novo director-geral e director dos principais bancos de empresas, na sequência da decisão do banco central de desqualificar os anteriores detentores desses cargos de servirem em instituições financeiras no país, na sequência de infracções estabelecidas pelo banco central.

Os novos directores, disse, seriam anunciados assim que a aprovação regulamentar fosse recebida.

Na segunda-feira, o Banco de Moçambique anunciou a nomeação de Zaitina Raul como inspector residente no Standard Bank, na sequência da decisão de suspender a instituição por um ano do mercado interbancário de divisas.

“O inspector residente é responsável, entre outras tarefas, pela monitorização da implementação do plano de acção dos accionistas, pela monitorização e análise da evolução da governação do banco e do sistema de controlo interno, e pela participação em reuniões relevantes dos órgãos colegiais”, disse o banco central num comunicado que descreve Raul como “membro sénior do pessoal” do Banco de Moçambique.

A suspensão do Standard Bank do mercado cambial foi anunciada a 23 de Junho; no dia seguinte, o banco central anunciou a abertura de três “processos de infracção” contra o Standard Bank e dois dos seus empregados, nomeadamente Adimohanma Chukwuama e Carlos Madeira, que estão proibidos por seis anos de trabalhar em instituições de crédito e enfrentam multas de 6 milhões de meticais e 14 milhões de meticais, respectivamente.

O próprio banco deverá também pagar uma multa de 290 milhões de meticais após terem sido detectadas “infracções graves” durante as inspecções, incluindo a manipulação fraudulenta da taxa de câmbio, de acordo com a declaração.

Numa declaração emitida na segunda-feira, o Banco de Moçambique salientou que os accionistas do banco estavam a cooperar com o regulador e que “todas as operações no sistema bancário são realizadas normalmente”.

Dados do banco central publicados em Abril mostraram o Standard Bank como o terceiro banco mais importante do país, numa lista encabeçada pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e Banco Internacional de Moçambique (Millennium Bim).

De acordo com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior associação patronal do país, 45% das importações mensais de Moçambique foram pagas através do Standard Bank, o que significa que a situação actual está a criar incerteza no sector empresarial.

A barragem Mphanda Nkuwa pode começar a gerar energia em 2030

Segundo o porta-voz oficial do governo, o Vice-Ministro da Justiça Filimão Suaze, a barragem proposta em Mphanda Nkuwa, no rio Zambeze, poderia começar a produzir electricidade em 2030.

Falando aos jornalista, Suaze disse que a construção da nova barragem custará cerca de quatro mil milhões de dólares americanos. Irá produzir 1.500 megawatts de energia, e grande parte dessa electricidade será enviada para sul numa linha de transmissão de 1.600 quilómetros de Tete a Maputo.

“Espera-se que 2030 assista à descolagem efectiva deste projecto”, declarou Suaze que esperava que a construção demorasse seis anos.

Não há nada de novo na ideia de construir uma barragem em Mphanda Nkuwa. O projecto está em cima da mesa há décadas, mas foi relançado em Agosto de 2018, pelo Presidente Filipe Nyusi, que anunciou que a empresa pública de electricidade EDM, e a empresa que opera a barragem de Cahora Bassa, a HCB, serão encarregadas de relançar a iniciativa.

O problema continua a ser encontrar um comprador definitivo para a energia gerada em Mphanda Nkuwa. O comprador óbvio é a empresa de electricidade sul-africana Eskom, que já adquire a maior parte da energia produzida em Cahora Bassa. Mas até agora a Eskom não se comprometeu a comprar mais energia hidroeléctrica a Moçambique, apesar dos apagões (conhecidos eufemisticamente como “queda de carga”) que impõe aos consumidores sul-africanos.

O Conselho de Ministros discutiu o desenvolvimento de outros projectos de armazenamento e gestão de recursos hídricos, entre os quais o Filimão Suaze salientou a barragem no Mapai, na província sul de Gaza, considerada crucial para controlar as cheias no Vale do Limpopo.

O Vice-Ministro estava confiante de que esta barragem seria construída até 2025. Disse que a selecção de um empreiteiro está em curso, seguindo as regras da lei sobre parcerias público-privadas. A construção desta barragem está orçamentada em mil milhões de dólares. O reservatório por detrás da barragem armazenará seis mil milhões de metros cúbicos de água. Uma central eléctrica nesta barragem irá gerar 75 megawatts, e irá também permitir a irrigação de 250.000 hectares de terra nesta parte semi-árida do país.

Mais a sul está projectada a barragem de Moamba-Major, no rio Incomati, cuja primeira pedra foi colocada em 2014. Os trabalhos foram interrompidos devido a um corte no financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), na sequência de escândalos de corrupção no Brasil envolvendo a empresa de construção Andrade Gutierrez.

Cerca de 700 milhões de dólares são necessários para esta barragem, e Suaze disse que estão em curso negociações com o Banco Exim da China para assegurar os fundos.

A barragem terá capacidade para armazenar 760 milhões de metros cúbicos de água, a ser utilizada em parte para irrigação no vale do rio e em parte para água potável, incluindo para a Grande Área Metropolitana de Maputo. Irá também gerar 15 megawatts de electricidade.

Governo em busca de investidores para as barragens de Mapai e Moamba-Major

O estágio do desenvolvimento de projectos de infra-estruturas de armazenamento e gestão de recursos hídricos, nomeadamente, as barragens de Mapai, Moamba-Major e Mpanda-Nkuwa, foi apreciado pelo Governo, esta terça-feira.

Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, decorre a selecção do potencial parceiro para a implementação do projecto da barragem de Mapai, através de uma parceria público-privada, bem como a licitação do projecto de construção da barragem de Moamba-Major que poderá ter o financiamento do Exim Bank da China.

Além disso, o Governo apreciou o estágio da estruturação do projecto da barragem de Mpanda-Nkuwa.

“Trata-se de uma barragem com 61 Km à jusante de Cahora-Bassa, com capacidade de gerar 1500 MW, associada a uma linha de transporte Tete-Maputo com cerca de 1600 km e que se espera que, a partir de 2030, entre em funcionamento”, explicou Suaze.

As obras de construção da barragem de Mpanda-nkwa e a respectiva infra-estrutura de transporte de energia, com duração de seis a sete anos, poderão iniciar em 2024, segundo garantias dadas em Maio de 2021, pelo gabinete do desenvolvimento do referido projecto, que vai custar entre 4,5 e 5 mil milhões de dólares.

Em termos financeiros, Mpanda-nkwa vai custar cerca de 5 mil milhões de dólares, e prevê-se o fecho financeiro do projecto em 2024. Dos cerca de 5 mil milhões de dólares de investimento do projecto, 60 por cento serão aplicados na construção da barragem e 40 por cento na linha de transporte de energia.

Até Dezembro do ano em curso, o gabinete vai lançar um outro concurso para a identificação do parceiro estratégico para investimento, cujo fecho financeiro está previsto para 2024. Em termos de estrutura accionista, o projecto Mpanda-nkwa terá a participação do Estado, através da EDM e HCB, entre 30 e 35 por cento, sendo que os remanescentes 65 por cento em investimentos privados.

Ainda na sua 25ª sessão ordinária desta terça-feira, o Governo apreciou e aprovou o regime específico de fiscalização das obras de estradas e pontes.

Previsto agravamento do custo de vida no país

O preço da comida no país e do petróleo no mercado internacional vai subir, o que vai gerar um agravamento do custo de vida, prevê o Banco de Moçambique. Face ao cenário, decidiu manter em 13,25% a taxa de juro de referência na banca.

Mais cara é como poderá ficar a vida nos próximos tempos, avisa o Banco de Moçambique que explica a subida generalizada dos preços de 5,52% em Junho, após 5,49% em Maio, com a depreciação do Metical: “para o curto e médio prazo, prevê-se uma aceleração da inflação, impulsionada pelas perspectivas de aumento do preço de alimentos e do petróleo no mercado internacional”, refere o banco, em comunicado de imprensa.

Diante da previsão e por causa das incertezas que continuam, o banco central decidiu, nesta quarta-feira, manter a taxa de juro de política monetária em 13,25%.

“A nível interno, destaca-se a crescente incerteza quanto ao impacto da terceira vaga da COVID-19 na economia, com o surgimento de estirpes mais infecciosas, e a manutenção da instabilidade militar na zona norte. Na conjuntura externa, para além dos riscos e incertezas associados à evolução da pandemia, realçam-se os efeitos das recentes manifestações na África do Sul, o fortalecimento do Dólar norte-americano e o aumento do preço do petróleo e dos bens alimentares”, lê-se no documento.

Para 2021 e 2022, o regulador do sistema financeiro antevê-se uma lenta recuperação da actividade económica, impulsionada, sobretudo, pela procura externa pelos produtos nacionais. Enquanto isso, a dívida não para de subir.

“A dívida pública interna mantém-se elevada. Desde finais de Maio de 2021, a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, aumentou em 1,2 mil milhões para 206,7 mil milhões de meticais”.

Entretanto, as reservas internacionais mantêm-se em níveis confortáveis, ao situar-se em 3,8 mil milhões de dólares, suficientes para cobrir mais de seis meses das necessidades de importações de bens e serviços pelo país.