Domingo, Junho 15, 2025
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Cimento Nacional fecha as portas

Numa altura em que o sector de cimenteira se ressente da forte concorrência imposta pela Moçambique Dugongo, que abriu recentemente ao mercado com preços muito baixos em relação aos anteriores, os proprietários da empresa Cimento Nacional Lda., instalada no Parque Industrial de Beluluane (PIB), distrito de Boane, província de Maputo, fecharam as portas e abandonaram a indústria.

A Televisão de Moçambique (TVM), que avançou o assunto há dias, precisou que os proprietários da empresa deixaram cerca de 300 trabalhadores no desemprego.

O jornal “Carta” contactou a Direcção do Parque Industrial de Beluluane e da Associação dos Produtores de Cimentos em Moçambique para apurar mais detalhes sobre o assunto, mas, até ao fecho deste artigo, os responsáveis dessas instituições mostravam-se indisponíveis.

O Director da Indústria, no Ministério da Indústria e Comércio (MIC), Sidónio Dos Santos, disse não ter recebido uma informação oficial sobre o fecho e abandono dos proprietários da Cimento Nacional Lda. Afirmou ter-se igualmente informado pelos meios de comunicação social.

Entretanto, Dos Santos prometeu reunir-se com o jornal na quarta-feira que se avizinha, para facultar mais informação sobre o assunto.

Não há certeza se o encerramento daquela unidade fabril tem que ver com a forte concorrência perpetrada pela Moçambique Dugongo que, após a sua entrada em funcionamento, influenciou a derrapagem do preço do cimento no mercado. O facto suscitou revolta por parte dos antigos produtores do cimento no país, alegadamente, porque a empresa está a fazer uma concorrência desleal.

Para reverter o cenário, as empresas mandaram uma carta ao Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, para intermediar o negócio, mas ainda não se pronunciou.

Outrossim, o cimentou, que chegou a custar 750 Meticais (em esquemas de especulação), actualmente custa em média 300 Meticais.

MRG Metals confirma ter encontrado minerais de alto grau

A mineira australiana MRG Metals anunciou que amostras retiradas da sua concessão em Nhacutse, que se situa no seu projecto Corredor Sul na província de Gaza, confirmam que Nhacutse contém pesados de muito alto teor de areias minerais.

Dezassete amostras foram tiradas que mostram uma estimativa de 140 milhões de metros cúbicos de solo com mais de cinco por cento do conteúdo total de minerais pesados. De acordo com o presidente da empresa, Andrew Van Der Zwan, isso significa que “a MRG está confiante de que Nhacutse poderia fornecer um recurso de alto grau significativamente maior do que pretendíamos originalmente”, disse, acrescentando: “dada a profundidade do recurso que a perfuração está a detalhar, poderíamos estar olhando para um recurso de alto teor de 200 milhões de toneladas em Nhacutse”.

A MRG Metals vai agora lançar um concurso para encontrar uma empresa independente para calcular uma estimativa formal de recursos minerais. A empresa também anunciou que um estudo mineralógico das amostras será relatado em breve.Após o anúncio de sexta-feira, as acções da empresa na Australian Securities Exchange saltaram 12,5 por cento.

Em Moçambique, as areias minerais pesadas são exploradas devido ao seu teor de titânio e zircão. Ilmenita e rutilo são usados para fazer pigmentos brancos para tintas, papel e plástico. O titânio pode ser extraído desses minérios e usado para fabricar peças metálicas em que são necessários leveza e alta resistência. O zircão é usado para fins abrasivos e isolantes.

Moçambique posiciona-se como actor chave do GNL na África Austral

O Director do Projecto Coral Sul, Sr. Juan Carlos Carol, disse que o projecto Coral Sul no valor de 7 mil milhões de dólares, operado pela Eni em Moçambique, está a posicionar o país como um actor-chave do GNL na África Austral.

O projecto, que é o primeiro na bacia do Rovuma, foi executado em Junho de 2017, mas começará a produção em 2022.

Segundo Carol, o projecto consiste numa unidade de liquefacção flutuante que será ligada a seis poços submarinos no sistema de produção submarino de Eni. Este, disse ele, será o primeiro projecto LNG flutuante de águas profundas (FLNG) em todo o mundo, acrescentando que é também o primeiro projecto LNG em África, bem como em Moçambique.

O projecto FLNG coral terá uma capacidade de liquefacção de 3,4 MTPA e produzirá até 5 mil milhões de metros cúbicos (bcm) por ano.

Sendo o primeiro projecto FLNG em Moçambique, a Coral preparará o caminho para outros mega projectos de GNL, criando capacidade e recursos que serão instrumentais para impulsionar a economia de Moçambique.

“O projecto está actualmente em execução a partir de sete centros operacionais diferentes em todo o mundo. Actualmente, temos mais de 6.000 pessoas a trabalhar no projecto que inclui empreiteiros e pessoal da empresa”.

“O FLNG está em construção no estaleiro naval Samsung Heavy Industries na Coreia do Sul, enquanto a construção do Turret está a ter lugar em Singapura. Todas as actividades a montante, operações de poços e outros preparativos estão a ter lugar em Moçambique”, disse Carol.

A Decisão Final de Investimento (FID) sobre o projecto foi tomada em Junho de 2017 e, nos últimos anos, a Eni tem conseguido alcançar vários marcos no projecto.

Embora haja muitas actividades a serem realizadas no projecto, Juan Carlos Carol está muito confiante que a produção terá início até 2022.

Sobre a Estratégia de Conteúdo Local do projecto, Carol disse que o projecto criou desenvolvimentos e impactos positivos para a mão-de-obra moçambicana, incluindo PMEs, entre outros.

“Em 2018, lançámos um programa de Desenvolvimento de PMEs em parceria com o Standard Bank sobre oportunidades para as empresas moçambicanas. Até ao momento, mais de 100 PMEs receberam formação em desenvolvimento empresarial e cerca de 600 moçambicanas beneficiaram também do programa de empreendedorismo”.

A Eni está a planear estabelecer a instalação do SURF e a amarração de pré-lançamentos este ano. A empresa também desenvolveu um portal online onde os fornecedores locais de Moçambique podem registar os seus negócios na sua plataforma. Cerca de 600 fornecedores já foram registados na sua plataforma e cerca de 240 das empresas foram qualificadas com sucesso para trabalhar nos projectos da empresa.

Contratos de trabalho suspensos na área de restauração

O novo horário de abertura dos restaurantes que o governo moçambicano impôs como parte da sua batalha para restringir a propagação da Covid-19, não agradou os seus proprietários, e alguns deles reagiram suspendendo os contratos de trabalho do seu pessoal.

Anteriormente, os restaurantes eram autorizados a abrir das 06h00 às 20h00, mas ao abrigo das novas medidas, anunciadas pelo Presidente Filipe Nyusi na quinta-feira, todos os restaurantes devem fechar até às 18h00.

A justificação para esta mudança é que permitirá aos trabalhadores dos restaurantes regressarem a casa antes do início do recolher obrigatório às 21.00, e impedirá a concentração de multidões em restaurantes que poderiam proporcionar um ambiente favorável à propagação do vírus.

Mas os proprietários de restaurantes entrevistados pela estação de televisão independente STV protestam que o seu horário mais ocupado é precisamente entre as 18.00 e as 20.00 horas. Afirmam que é quando muitos clientes costumavam jantar fora, mas ninguém irá a um restaurante para jantar antes das 18.00.

Argumentam que a nova hora de encerramento levará a uma queda nas suas receitas, e poderá eventualmente forçá-los a fechar completamente as suas portas. Alguns dos entrevistados pelo jornal dizem que já conhecem casos em que os contratos do pessoal do restaurante estão a ser suspensos.

“Não sabemos quanto tempo podemos suportar esta situação”, disse um proprietário de restaurante, Lino Machava, que temia que a situação se pudesse agravar,

Outro, Nélio Manuel, sugeriu que os restaurantes poderiam ter de “reinventar-se”, e mudar para as entregas de refeições ao domicílio.

 

Falência de empresas aumenta níveis de desemprego em Sofala

Na província de Sofala, mais de dois mil trabalhadores de vários ramos de actividades foram despedidos dos seus postos de trabalho este ano devido à crise económica provocada pela pandemia da Covid-19.

A maior parte das empresas que declararam falência são dos sectores da indústria e comércio e restauração segundo deu a conhecer o presidente da comissão de administração pública e poder local da Assembleia da República.

Segundo Francisco Mucanheia apesar da crise pandémica a produção global da província de Sofala registou nos primeiros seis meses um incremento de um ponto seis por cento.

Falando esta sexta-feira em conferência de imprensa, aquele deputado da Assembleia da República, manifestou preocupação pelo desrespeito pelas normas de prevenção do novo coronavírus em alguns sectores de actividades laboral e outros.

Na província de Sofala os membros da comissão de administração pública e poder local da assembleia da república irão trabalhar nos distritos da Beira, Dondo e Nhamatanda.

Durante cinco dias, também estão previstos vários encontros com os conselhos de representação do estado, executivo provincial, autarquias locais, assembleia provincial e o gabinete de combate a corrupção.

Angola sugere criação de banco de investimento da CPLP

Em uma cúpula da CPLP concluída neste sábado, Angola lançou o desafio de criar um banco de investimento para a Comunidade.

Podemos ser uma força económica relevante se trabalharmos para isso, deixamos o desafio de se começar a pensar na pertinência e viabilidade de criação de um banco de investimento da CPLP, disse João Lourenço, presidente de Angola e anfitrião da 13ª Conferência da CPLP, em seu discurso de encerramento.

A criação de um potencial banco está alinhada com a intenção de incluir um novo pilar económico e empresarial, uma das prioridades da presidência angolana da CPLP.

Durante a cúpula, os chefes de Estado e de governo tiveram a oportunidade de discutir questões relevantes para os respectivos países e estabelecer um quadro de cooperação em linha com a actual conjuntura internacional, disse Lourenço.

A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Instituições públicas sofrem com “escassez de recursos”

Falando à margem do workshop sobre a despesa pública, com enfoque na previsão e programação dos principais indicadores de despesa, que teve lugar esta quinta-feira, em Maputo, o secretário Permanente do Ministério de Economia e Finanças, Domingos Lambo, afirmou que a realidade das nossas instituições públicas é de escassez.

“Não é novidade para ninguém que estamos a atravessar momentos de escassez de recursos. Entretanto, neste momento o importante é que elas não parem de funcionar. Devem operar com o pouco que existe. Todavia, as instituições estão a funcionar”, assumiu.

Questionado sobre os principais desafios do sector, Domingos Lambo apontou a pandemia da COVID-19 como o principal travão.

“Neste momento, o principal desafio são os impactos da COVID-19. Isto está a afectar os tecidos produtivos e, por isso, as instituições estão a trabalhar a meio a gás, o que directamente afecta a parte que alimenta o orçamento do Estado”, referiu Domingos Lambo.

A Directora de Gestão de Riscos do Ministério da Economia e Finanças (MEF), Nazira Faquir, afirma que o evento é uma oportunidade para capacitar 40 técnicos do MEF, Banco de Moçambique, Instituto Nacional de Estatísticas, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e outras instituições com relevância na dinâmica macroeconómica do país.

“O Ministério da Economia e Finanças há muito que precisava de uma actualização na perspectiva metodológica, para minimizar os riscos fiscais e aprimorar as metodologias para a elaboração das projeções macroeconómicas e fiscais”, explicou Nazira Faquir.

Na ocasião, foi apresentada a nova versão do Manual de Projecções Macroeconómicas e Fiscais, em substituição do anterior, com mais de 10 anos, já considerado ultrapassado.

No workshop, foram discutidos os temas como regras fiscais, classificação da despesa pública, projecções macroeconómicas, entre outros.

Robustecimento da economia na agenda da conferência da CPLP

Moçambique vai participar da XIII conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Angola, representado pelo Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário. No evento serão discutidos, dentre vários temas, a mobilidade entre os países da região, bem como o robustecimento da economia dos países da CPLP.

A conferência em alusão estará subordinada ao lema “Fortalecer e Promover a Cooperação Económica e Empresarial em Tempos de Pandemia, em prol do Desenvolvimento Sustentável dos Países da CPLP”.

Segundo um comunicado, para além do debate sobre a mobilidade nos países da CPLP e eleição de embaixadores de boa vontade, com destaque para o moçambicano Leonardo Santos Simão, faz parte da agenda do encontro a eleição do secretário executivo da CPLP para o biénio 2021-2023 e a aprovação da concessão da categoria de observador da associação.

Na sua deslocação a Angola, o Primeiro-ministro será acompanhado pelo ministro do Interior, Amade Miquidade, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, embaixadores de Moçambique em Angola e Portugal e quadros do seu gabinete.

Novo modelo de transparência na indústria extractiva

A Gemfields, firma que opera a Montepuez Ruby Mining em Namanhumbir, em Cabo Delgado, pretende que as organizações mineiras nacionais, observadores da indústria e os Governos anfitriões adoptem o “Factor G para os Recursos Naturais”, uma nova medida que promove uma maior transparência, relativamente ao nível de riqueza dos recursos naturais partilhados com os Governos dos países onde ocorre a extracção de recursos.

Sobre esta matéria, o Governo defende que a indústria extractiva assegure a industrialização nacional, garantindo que os recursos sejam transformados em produtos de alto valor acrescentado, promovam mais emprego e dinamizem o mercado interno e as exportações, pois entende que os cidadãos devem estar devidamente informados sobre os processos inerentes à exploração dos recursos, ao longo de toda a cadeia de valor, do licenciamento, contratação, produção, venda, exportações, até aos fluxos de receitas para o Estado e a forma como essas são usadas para o desenvolvimento das comunidades afectadas.

Para a Gemfields, o “Factor G para os Recursos Naturais” será um indicador simples da percentagem das receitas de uma empresa de recursos naturais que é paga ao Governo do país anfitrião em impostos primários e directos, mais os dividendos quando o Governo anfitrião é accionista. Como tal, é um indicador da percentagem da riqueza dos recursos naturais paga ao Governo do país anfitrião.

O modelo, segundo a Gemfields, é calculado por cada empresa dedicada principalmente à extracção e venda de recursos naturais, seja no sector mineiro, petróleo, gás, madeira, seja na pesca, entre outros.

“Assim sendo, as empresas multinacionais de recursos naturais iriam publicar o ‘Factor G para os Recursos Naturais’ para cada filial operacional que se dedica à extracção e venda de recursos naturais”, refere uma nota.

A designação “Factor G para os Recursos Naturais” vem dos “Gs” em “governo”, “governação” e “boas práticas”.

A Gemfields diz, porém, que nenhuma medida é perfeita e explica que o “Factor G para os Recursos Naturais” é uma “regra geral” que tem uma aplicação ampla, mas não é adequada a todas as situações.

Sean Gilbertson, Director Executivo da empresa, disse que “numa época em que se assiste a avanços significativos em matéria de transparência e governação, e em que os relatórios anuais das empresas públicas já exigem relatórios exaustivos sobre tantas facetas da actividade empresarial, é surpreendente que os parâmetros práticos que permitem uma visão mais directa e uma comparação de partilha da riqueza dos recursos naturais ainda nos iludam”.

Por isso, pede que a colaboração, contribuição e apoio para a adopção do “Factor G para os Recursos Naturais” seja um passo em frente a ser adoptado voluntariamente por outras firmas.

Kenmare teve um incremento de 35% na produção de Ilmenite

A empresa que explora a mina de minerais Moma titanium na costa da província de Nampula, Kenmare Resources, de Dublin e Londres, anunciou na quarta-feira que estabeleceu um recorde de produção de ilmenite no segundo trimestre deste ano.

Numa declaração, a empresa observou que produziu 41 por cento mais concentrado de minerais pesados do que no mesmo período do ano passado e que o maior grau e volume resultou na extracção de 283.000 toneladas de ilmenite – um aumento de 35 por cento.

Os outros dois minerais extraídos da mina também mostraram aumentos em relação ao mesmo trimestre em 2020: a produção de zircónio aumentou 28% para 14.900 toneladas e o rutilo aumentou 47% para 2.200 toneladas.

Segundo o director-geral de Kenmare, Michael Carvill “as condições de mercado para a ilmenite, e para as matérias-primas de titânio em geral, permaneceram fortes no segundo trimestre de 2021, com o reforço dos preços trimestre a trimestre”.

A empresa revelou também que está a tomar medidas para proteger o seu pessoal e a comunidade local dos efeitos do Covid-19. Observou que o número de casos em Moma tinha diminuído de 41 pessoas isoladas em Abril para zero em finais de Maio. No entanto, o número de pessoas isoladas aumentou agora para quinze e a empresa manifestou preocupação com o aumento na África Austral da variante mais transmissível do Delta do coronavírus que provoca o Covid-19

Acrescentou que proteger o povo e as comunidades em que operam tem sido sempre a maior prioridade da Kenmare.

“Para além dos vários protocolos de distanciamento físico e de higiene, e procedimentos de teste, a empresa tem trabalhado com parceiros industriais e com o governo de Moçambique para adquirir, distribuir e administrar vacinas.”

A mina Moma produz ilmenite (óxido de ferro de titânio), rutilo (dióxido de titânio) e zircónio (silicato de zircónio). Ilmenite e rutilo são utilizados para fazer pigmentos brancos para tintas, papel, e plástico. O titânio pode ser extraído destes minérios e utilizado para fabricar peças metálicas onde são necessários leves e de alta resistência. O zircónio é utilizado para fins abrasivos e isolantes.